21 de junho de 2015

Palavras Perdidas

Poison
Rita Ora

Sejamos sinceros, exatamente por que a Rita Ora é famosa? Tirando o sucesso que teve na Inglaterra, fora do seu país natal Rita ganhou notoriedade por ser.... bonita, fashionista e ter alguns relacionamentos com pessoas famosas. E só. Claro, Rita ficou melhor conhecida como cantora mundialmente após a participação dela em Black Widow da Iggy Azalea. Será que ela terá alguma chance com o lançamento de Poison?

A canção poderia já ser um ótimo marco na carreira da Rita caso a produção acertasse de fato e aproveitasse o diamante bruto que tinha em mãos. Poison tem co-autoria da também inglesa Kate Nash conhecida pela suas composições inteligentemente ácidas. Por isso, o single ganhou uma composição bem acima da média das canções de Rita: falando sobre uma paixão obsessão/destrutiva de uma maneira inteligente e bastante divertida, ou seja, consegue deixar um assunto que poderia ser pesado em algo leve e descontraído. Porém, o produtor Sir Nolan (Kelly Clarkson, Nick Jonas) não aproveita a oportunidade para fazer de Poiso uma canção marcante, mas, na verdade, transforma o single em uma canção dispensável e pouco memorável em uma batida sem forma e apática. A canção até pode ser sucesso (tudo pode acontecer, só basta acreditar. MENEGUEL, Xuxa), mas Rita perdeu uma grande chance de ser conhecido pelo o que é: uma cantora.
nota: 5,5

20 de junho de 2015

Se Há Vida, Há Esperança

Nobody Love
Tori Kelly

Apesar de batida, a frase que dá nome a essa resenha é a mais pura verdade. E, no mundo da música, o seu significado é sempre renovado. Tori Kelly poderia ter desistido depois de ter sido eliminada do American Idol em 2009 sem nem chegar ao "lives". Porém, ela não desistiu e, depois de seis anos, vai lançar o seu primeiro álbum intitulado Unbreakable Smile. O primeiro single Nobody Love alcançou certo destaque, especialmente após a sua apresentação do Billboard Awards.

A canção não é o que posso chamar de "chapa branca": tem defeitos e qualidades na mesma proporção anulando o resultado final. Tori Kelly parece uma versão inferior da Natasha Bedingfield com alguma influência da Mariah Carey e da Kelly Clarkson. Soando ainda sem personalidade, a cantora segura bem a canção em uma atuação solida. Por falar em Bedingfield, Nobody Love parece com uma das músicas da britânica, em especial Pocketful of Sunshine, mas sem atingir a mesma qualidade. O que sustenta a canção é na verdade a quebra que o refrão faz destoando do resto da canção: o refrão com uma pegada eletrônica em contraposto a batida alegra e pop do resto da canção. Espero que a persistência de Tori seja tão forte para conseguir, além de um contrato, entregar uma música realmente boa.
nota: 6

19 de junho de 2015

Por Um Pop Menos Pretencioso

Shine
Years & Years

Entre todas as bandas de eletrônico/pop que surgiram nos últimos tempos vinda da Inglaterra ainda precisa surgir uma que seguisse um caminho menos pretensioso não precisando provar que está acima de todos em questão de sonoridade, mas, na verdade, apenas fazer um bom trabalho. Acho que essa coluna está sendo preenchida pelo Years & Years. Shine, novo single do álbum debut Communion que ainda será lançado, ajuda a compreender o que quero dizer.

Não adiante fazer explorar musicalmente as fronteiras da música caso não saiba entregar o mais importante: emoção. A canção é uma balada romântica escondida em um delicioso dance/eletropop que cativa o público em pouco tempo ajudado pelos ótimos e sinceros vocais de Olly Alexander que coloca uma sinceridade tocante nessa história de amor a primeira vista. Um pouco longa demais, Shine ainda tem outro ponto positivo: é possível captar a essência do Years & Years ao ser uma banda que pretende entregar um pop mais "natural" e sem frescura. Ou seja: o bom e velho pop, mas bem acima da média.
nota: 7,5

16 de junho de 2015

Um Ano Estranho (Versão Remix)

Cheerleader (Felix Jaehn Remix)
OMI


O ano de 2015 vai ficar marcado pelos sucessos inusitados. A maioria das músicas que estão fazendo sucesso comercial até agora são originadas de artistas surpreendentes ou as próprias canções são, digamos, de cair o queixo por vários motivos. Uma delas é o single do jamaicano OMI (nome artístico de Omar Samuel Pasley) a curiosa Cheerleader.

O single está dominando várias paradas aos redor do mundo chegando ao primeiro lugar em cerca de 20 países incluindo a Inglaterra, Austrália, França, Alemanha, entre outros. Além disso, Cheerleader alcançou o 11° na Billboard e, provavelmente, deve ir mais alto devido as vendas no iTunes. O que de tão curioso caracteriza a canção? Não é apenas um fator, mas uma "coleção" deles. O primeiro é o fato de a canção trazer de volta o reggae para as paradas mundiais mesmo sendo Cheerleader ser considerada uma reggae fusion (sub-gênero do reggae que mistura elementos do dancehall com soul music, pop, jazz, entre outros). Além disso, Cheerleader foi lançada em 2012, mas apenas ano passado ganhou uma versão remix pelo desconhecido Felix Jaehn. O sucesso começou na Inglaterra em Maio com vendas de mais de 600 mil cópias vendidas. Outro fator que faz de Cheerleader um sucesso esquisito é o fato de que o single ser bem ruinzinho.

A volta de um gênero quase esquecido é louvável, Cheerleader não representa em nada o reggae por ser uma canção que, apesar de não chegar a ser ruim, é chata para caramba. Nem mesmo a versão remix ajuda a melhorar essa sensação. Boa parte disso vem dos vocais de OMI parecendo que o cantor está sofrendo de narcolepsia em uma interpretação arrastada, entendiante e sem graça. Até a construção do instrumental é ok, mas faltou energia para entregar algo divertido e realmente marcante. Entender o sucesso de Cheerleader é extremante complicado, mas vamos apenas imaginar que o ano está muito estranho que já ajuda a explicar.
nota: 5

15 de junho de 2015

A Jornada Adentro do Pop do The Weeknd

The Hills
The Weeknd

Considerado um dos nomes responsável pela ascensão do novo R&B, intitulado como PBR&B, o cantor The Weeknd está, finalmente, decolando em relação ao sucesso com o público ajudando pelo sucesso da sua parceria com a Ariana Grande em Love Me Harder e em solo com Earned Itum dos temas do filme 50 Tons de Cinza. Embalado com isso, o cantor vai lançar o seu segundo álbum (Chapter III) ainda nesse primeiro semestre que já tem o seu primeiro single divulgado: a ótima e difícil The Hills.

Apesar de está entrando nesse mundo pop com maior facilidade, The Weeknd não compromete a sua sonoridade em The Hills, ao contrário, pois a canção segue quase o mesmo caminho dos seus lançamentos anteriores. Por isso, a canção ganha vários pontos positivos ao conseguir chegar a posição número vinte da Billboard sendo uma produção tão peculiar e de difícil absorção pelo público médio. Porém, a qualidade de The Hills não para por aí: densa e sombria, The Hills é uma história sobre amor, traição e obsessão narrada de maneira espetacular em composição inspirada. Usando a sua distinta maneira de encarar a sua forma de cantar, The Weeknd entrega uma performance sensacional, mas que passa um sensação de exalar uma sensação fria e distante. Talvez The Weeknd queria isso, infelizmente, o resultado final fica aquém do que poderia ter sido. De qualquer forma, The Weeknd está no cominho certo para desbravar o misterioso mundo do pop sem precisar se transformar em algo que não é. Bravo.
nota: 8

12 de junho de 2015

Os Anos '80 Voltaram!

Shut Up and Dance
WALK THE MOON


Eu já tinha cantado essa bola, mas parece que agora a situação está exposta de vez: os anos '80 voltaram! Depois de vários indícios ao longo dos últimos meses como, por exemplo, o álbum do Brando Flowers ou o sucesso do Years & Years, a década mais colorida de todos os tempos vai voltando a ativa com uma avalanche de artistas resgatando a sonoridade e o público consumindo cada vez mais esses artistas. O quarteto americano WALK THE MOON é um dos beneficiados por essa nova moda já que a excepcional canção Shut Up and Dance está rendendo ótimos frutos.

Com mais de 1,5 milhão de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos e indo muito bem em vários mercados internacionais, Shut Up and Dance ainda tem as chances se torna o grande hit do ano. E não seria por menos: o contagiante dance pop/rock é uma viagem deliciosa na última década que surgiu algo novo na música. Shut Up and Dance é a receita fácil para um sucesso, pois une uma batida viciante e "borbulhante" com uma letra simplesmente contagiante. Porém, assim como grande parte das músicas nos anos '80, Shut Up and Dance é bem mais do que aparenta a sua superfície. Belissimamente construída com uma instrumentalização inspirada, o single se sustenta principalmente devido a sua composição magistralmente divertida, cativante, dona de uma essência pueril (parecida com as de canções pop dos anos '80) e com um refrão avassalador. O melhor que, por enquanto, esta volta não é envolta em um sentimento de nostalgia melancólica que poderia deixa tudo com "cheiro" de naftalina.
nota: 8

9 de junho de 2015

A Transformação Total

Good Thing (feat. Nick Jonas)
Sage the Gemini

Com o sucesso recentemente adquirido na sua carreira solo, Nick Jonas precisava de apenas um elemento para completar a transição de ídolo teen para "white guy que canta R&B: um featuring em uma canção de rapper. Não precisa mais com o lançamento de Good Thing do rapper Sage the Gemini. Felizmente, para Nick, o resultado não poderia ser mais bem vindo.

Good Thing é, tirando alguns detalhes, uma boa canção. Uma mistura low profile de hip hop, R&B e umas generosas pitadas de eletropop que resultado em uma canção sexy, com uma cadencia hipnotizante sem precisar apoiar-se em um batidão para ganhar ares de hit. Talvez se a produção tivesse investido em uma direção que pegasse mais influência do atual R&B(conhecido como PBR&B), Good Thing poderia resultar em uma canção realmente ousada e única. Esse também seria o defeito da composição apenas legal que, se não peca por ser "vulgar", não apresenta nada excitante ou diferente no velho tema "fica comigo que te faço feliz". O que destaque de Good Thing vai para a presença de Nick mostrando que está se dando bem na nova fase da sua carreira assumindo com propriedade de cantor de R&B e pelo bom desempenho de Sage. Um ponto negativo é que a produção distribui a canção de uma maneira que fica parecendo que Good Thing é do Nick com participação de Sage. Tirando esses detalhes, Good Thing é o marco da transformação do Nick. Agora só falta aquela música que vai colocar ele no panteão do sucesso.
nota: 7

8 de junho de 2015

Café, Sexo and R&B Conteporâneo

Coffee (Fucking) [feat. Wale]
Miguel

Um dos nomes importantes do novo R&B, o cantor Miguel vai lançar o seu terceiro álbum no mês que tem a difícil tarefa de ser o sucessor do aclamado Kaleidoscope Dream de 2012. Claro que ainda é muito cedo para afirmar qualquer coisa, mas pela amostra dada pelo primeiro single é possível esperar algo realmente muito bom.

Coffee (Fucking) é, principalmente, uma aula de como falar abertamente sobre sexo sem soar vulgar ou barato. A ótima composição é ao mesmo tempo uma declaração de amor e uma sexy e excitante declaração de que "quero te foder". É uma linguagem forte, mas a letra é tecida com classe e certo humor muito bem vindo. A mulher, aqui, não é objetifica e o tema é tratado com dignidade. Além disso, o refrão é viciante com a ajuda da relaxada, sensual e cativante performance vocal de Miguel. Com um produção ousada que quebra a expectativa em vários pontos (a presença do rapper Wale é construída de maneira primorosa, por exemplo), Miguel poderia ter indo um pouco além do que esse R&B com elementos eletrônicos entrega. Todavia, essa mistura de café, sexo e R&B contemporâneo é a medida exata para deixar a "boca salivando" por mais.
nota: 8

7 de junho de 2015

Um Tema de Verdade

Flashlight
Jessie J

Começando a ser tornar uma especialista em canções temas de filme, Jessie J conseguiu emplacar mais uma Flashlight para a trilha de A Escolha Perfeita 2. Até agora o single é o melhor dela desse estilo.

Flashlight é tudo que um bom e cafona tema de filme precisar ser: sentimental, piegas e vários tons
acima. Não leve isso como defeito, mas como características de quase um gênero estabelecido. Flashlight é uma baladona pop que vai crescendo aos poucos bem construída e sem nenhuma ousadia se tornando o veículo perfeito para Jessie usar todo o seu poder vocal em todo a sua glória. Surpreendentemente, em vários momentos, a cantora está bastante contida, mas é só chegar o refrão final que a força "gritadora" que vive nela se liberta. A composição, co-escrita por Sam Smith e a Sia, segue a cartilha do sentimental/auto ajuda, mas com um refinamento discreto. Uma pena que a produção parece que conteve e não entrega todo o poder que a canção poderia ter. De qualquer formar, Flashlight é um tema de filme das antigas que faz jus a sua classificação.
nota: 7

6 de junho de 2015

Oh! Glória!

Photograph
Ed Sheeran

Desde que ouvi pela primeira vez o álbum x do Ed Sheeran estava esperando por esse momento: a resenha da canção Photograph.

Escolhida como quinto single do álbum, Photograph é a melhor canção do cantor até o momento na sua carreira. E não para por aí já que a canção é uma das melhores baladas pop dos últimos tempos e a melhor do ano até o momento. Em Photograph, o poder de Ed em emocionar como cantor chega no seu ápice: simples, tocante e avassaladoramente melancólica. E não tinha como não ser diferente: a composição (escrita por Ed e Johnny McDaid do Snow Patrol) é  sobre um amor que atravessou anos sem se apagar e que a vida parece reunir, mas também é sobre a percepção que um dia o amor tem um fim seja pela sua própria morte do sentimento ou seja pelo fim da vida de quem ama. O arranjo crescente vai criando a atmosfera perfeita para ajudar Photograph a se tornar uma avalanche emocional capaz de fazer muitos chorar. E a única coisa que posso dizer do lançamento do single é: GLÓRIA!!!!!!!
nota: 9

4 de junho de 2015

E No Fim Dos Tempos

High Off My Love
Paris Hilton

Sabe quando eu descobri que estávamos no começo do fim do mundo? Quando a Paris Hilton lançou um álbum em que, surpreendentemente, ela canta. A surpresa não é pelo fato dela lançar um CD, mas, na verdade, o fato de que não foi uma bomba colossal. Sendo mais preciso, Paris (o nome do álbum lançado em 2009) era até audível e tinha até músicas realmente boas como Stars Are Blind e o seu clipe que tem uma das fotografias mais bonitas das histórias dos clipes. Como ainda estamos passando pelo processo de fim dos tempos, Paris resolveu "voltar ao mundo da música" e vai lançar segundo álbum. Como single foi lançado a canção High Off My Love.

Novamente, como aconteceu em 2009, eu posso ouvir as trombetas do apocalipse já que High Off
My Love é razoavelmente boazinha. Claro, o trabalho que a produção pelo desconhecido Mr. Beatz para mostrar qualquer traço de talento de Paris deve ser algo monumental e o resultado faz Paris ficar no mesmo nível de várias cantoras pop atualmente. O que grande trunfo de High Off My Love é, na verdade, fazer uma clichê, mas um decente EDM;eletrônico feito para tocar em festas no mundo a fora em que os participantes não estão nem pensando em qualidade da canção (provavelmente estão muito "altos" para isso). Outro ponto positivo é a inclusão de um batida trap que ajuda a elevar a canção com alguma personalidade. Longe de ser algo para levar a sério como artista de verdade, Paris Hilton e as suas músicas são prova que o fim está cada vez mais próximo.
nota: 6,5