Mika
O grande problema do quarto álbum do britânico Mika é o fato de que No Place In Heaven não decola e nem muito menos é um desastre. Ou seja: o álbum é tão morno que quase passa desapercebido.
Bem mais contido do que nos outros álbuns anteriores, Mika entrega em No Place In Heaven o seu tradicional pop glam, mas como muito menos glamour do que em outros tempos. Há uma boa e interessante evolução nas suas composições que estão com uma consciência bastante clara sobre a intenção do que o Mika quer passar: pequenas histórias sobre amor e mensagens sobre como ele lida com a sua sexualidade. Bem intencionadas e até bem escritas, mas sem aquele charme quase pueril que ele mostrou em canções como Love Today ou Grace Kelly. Falta, então, aquele toque mágico para ajudar as suas reflexões serem mais do que apenas músicas bem intencionadas e sejam verdadeiras obras pop. Mesmo mostrando certa monotonia em algumas interpretações, Mika ainda mantém aquelas características que o marcaram com alguns odiando e outros amando. Independentemente disso, o fato é que o cantor ainda consegue entregar bons como na melancólica balada Last Party, na animadinha Oh Girl You’re the Devil, na irônica Good Wife e ótima Promiseland. Quando o Mika voltar a soltar a faísca, ele voltará a ser realmente relevante. Para o bem ou para o mal.
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