Tori Kelly
Encontrar a sua verdadeira personalidade para um artista em começo de carreira é uma tarefa complicada. Quando um artista ainda é muito jovem, seja na idade, ou seja, no tempo de carreira falta, nele um sentido de individualidade, isto é, imprimir na sua sonoridade o que realmente ele é e não a conversão de todas as suas influências. Claro, hoje em dia não existe mais algo que seja realmente original, mas é fácil perceber aquele artista que já encontrou uma maneira própria de expressar-se e aqueles que ainda estão "batendo cabeças". Esse segundo é o caso da cantora americana Tori Kelly.
Com apenas 22 anos, Tori tentou a sorte em um das edições do American Idol, mas não conseguiu chegar as finais. Depois da eliminação, ela começou a investir pesadamente em sua carreira até ter conseguido um empresário e assinar com uma grande gravadora. O seu primeiro álbum foi lançado recentemente com o nome de Unbreakable Smile. O grande problema de Tori é que a cantora ainda parece soar como outras cantoras já estabelecidas em suas carreiras: Kelly Clarckson, Natasha Bedingfield, Sara Bareilles, Colbie Caillat, um pouco da Taylor Swift e da Ellie Gouldinge, até mesmo, nomes masculinos como é o caso de Ed Sheeran e de Sam Smith. Quando refiro-me "soa" não é apenas a voz, mas, também, a estética das suas músicas e as suas composições. Falta em Tori aprimorar e refinar quem ela é para, assim, conseguir entregar um álbum que seja realmente um álbum da Tori Kelly e não das influências que giram em torno dela. Todavia, não pensem que Unbreakable Smile seja um álbum, mas o trabalho brilha menos do que poderia por causa desse problema.
Sustentado pela ótima versatilidade de Tori e da produção, Unbreakable Smile é um competente trabalho pop contemporâneo/adulto com vários momentos interessantes que mostram um pouco do potencial da cantora. O primeiro dele é a própria cantora e a sua bela voz: falta ainda uma personalidade bem mais definida, mas aqui é possível vislumbrar um pouco do potencial dela. Dona de um timbre interessante, Tori mostra uma grande versatilidade alterando estilos mostrando até mesmo capacidade para ser uma "rapper". Porém, a jovem brilha quando despe-se de maiores artifícios e deixa a emocionar tomar conta como na linda First Heartbreak ou na singela introdução Where I Belong. Com uma mistura de estilos e a batuta de nomes como Max Martin, Toby Gad e até mesmo Ed Sheeran, a produção conduz de maneira despretensiosa do álbum dando para a Tori um material acima da média. Falta, então, uma noção de originalidade e de saber melhor quem é a cantora. Canções românticas como I Was Made For Loving You (com o Ed Sheeran) e com uma influência pop comercial como California Lovers (com o rapper LL Cool J) funcionam bem, mas precisam casarem melhor para que não fiquem parecendo apenas boas faixas individuais e, sim, um conjunto. Outros bons momentos de Unbreakable Smile são Should’ve Been Us, Funny, Art of Letting You Go, Dear No One e Personal. Um bom começo para a carreira de Tori Kelly, mas a cantora precisa pensar sobre como vai expor quem é de fato a Tori Kelly.
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