31 de março de 2016

Artilharia Pesada

Close (feat. Tove Lo)
Nick Jonas

Quando se imaginava que Justin Bieber iria reinar sozinho como único grande representante masculino do pop na sua faixa de idade, eis que surgiram alguns nomes que podem tirar o trono das suas mãos. E o pior: entregando um trabalho de melhor qualidade. Shawn Mendes e Zayn Malik são os nomes mais recentes, mas foi Nick Jonas que começou essa onde de contra ataque. E não parece que vai parar tão cedo, pois o ex-Jonas Brothers irá lançar o seu novo álbum em breve. Last Year Was Complicated já tem o seu primeiro single lançado: Close com a participação de Tove Lo.

Produzida pela dupla Mattman & Robin que já trabalharam com a Tove Lo, além de nomes como Taylor Swift, Adam Lambert, Selena Gomez e, pasmem, a Wanessa (ex e atual Camargo), Close é um é avanço na sonoridade de Nick, mostrando mais profundidade em relação as canções do álbum anterior. A batida, uma mistura bem conduzida de eletropop com R&B, mostra uma vontade de explorar uma faceta mais madura e com uma significância relevante em relação aos sentimentos do cantor. A proposta parece ser de que Nick assuma uma personalidade mais real e humana, mesmo sem perder o apelo pop e comercial. Apesar de certa simplicidade na sua construção, a composição reflete esse desejo de mostrar Nick como uma pessoa de verdade e, não apenas, um popstar. Combinando com o seu ótimo desempenho vocal e a química com Tove Lo, Close é um arma pesada para mirar o topo das paradas.
nota: 7,5

29 de março de 2016

Inicio Errado

No Broken Hearts (feat. Nicki Minaj)
Bebe Rexha

Entre todos os nomes que estão na espera para a ter a grande chance de estourar no mercado, a cantora Bebe Rexha é um dos nomes que tenho acompanhado bem de perto. Compositora de dezenas de sucessos pop para vários artistas, Bebe mostrou o seu potencial com o ótimo EP I Don't Wanna Grow Up. Como primeiro single do seu primeiro álbum foi lançado a canção No Broken Hearts que tem a missão de ajudar a transformar Bebe em nome conhecido sem precisar fazer parte de um featuring ou como compositora.

Infelizmente, a tarefa será bem dura, pois No Broken Hearts erra ao apresentar a cantora ao grande público. A produção cria um pop/R&B/eletrônico/hip hop que, não apenas tira qualquer identidade singular que ela tinha mostrado no seus primeiros trabalhos, mas como, também, a nivela ao mesmo patamar que várias cantoras em começo de carreira. Não que seja um trabalho ruim, mas é clichê demais, até a mesmo a presença da Nicki Minaj como convidada, mesmo que seja uma boa aparição. A composição também caminha para o mesmo lugar ao falar sobre o cansado tema de "festejar", deixando os problemas de lado. Espero que esse seja apenas um tropeço em uma carreira que pode ser grandiosa.
nota: 6

28 de março de 2016

A Gradeza no Menor

Welcome to the Show (feat. Laleh)
Adam Lambert

Avaliar a capacidade e o talento de um determinado artista nem sempre é necessário avaliar o seu melhor trabalho. Ás vezes, aquele trabalho menor é perfeito para dar algum parâmetro. Esse é o caso da boa Welcome to the Show, single do Adam Lambert.

Lançado sem estar ligado aparentemente nenhum trabalho, pois a canção não faz parte do álbum The Original HighWelcome to the Show tem a mesma vibe do álbum: um pop adulto com forte influência de rock e uma atmosfera sombria. A produção constrói uma dramática e forte batida, mas que não alcança todo potencial que o começo da canção promete. A boa composição sobre se abrir para as outras pessoas é defendida com maestria por Adam, mas a presença da cantora sueca Laleh não faz jus a sua participação de tão coadjuvante. Apesar disso, Welcome to the Show consegue ter um resultado positivo, mostrando o talento do cantor em sobressair até quando não está no seu melhor.
nota: 7

26 de março de 2016

Um Pedacinho de Chão Para Troye Sivan

YOUTH
Troye Sivan

Dono de um dos melhores álbuns de estreia do ano passado, Troye Sivan ainda não estourou comercialmente como merece. Essa oportunidade pode vim do single YOUTH.

Depois de alcançar o 23° na Billboard, a canção está tendo uma trajetória boa em várias outras paradas. E a canção merece, pois muitas outras de qualidade bem menor foram sucessos nos últimos tempos. A canção é uma boa amostra de como esse pop alternativo/chiclete/indie pode funcionar quando não está nas mãos de artistas forçados. YOUTH é delicado como uma pena no ar, mas também é forte o bastante para ser o perfeito veículo para a popularização de Troye. Assim como todo o álbum Blue Neighbourhood, a canção é uma crônica sobre as agonias de ser jovem. Com uma composição acima de média, Troye mostra como falar sobre assuntos íntimos de maneira orgânica e sensível. Quem sabe esse não é o pedaço de sucesso que cabe merecidamente ao Troye.
nota: 7,5

23 de março de 2016

Coisas Do Pop

I Took a Pill In Ibiza
Mike Posner

A segunda chance de sucesso na carreira de Mike Posner é, no mínimo, interessante. Depois de ser dono do sucesso Cooler Than Me em 2010, Mike sumiu do mapa do mainstream, mesmo continuando a sua carreira ao lançar singles e alguns ep's e mixtape. Além disso, Mike continuou escrevendo para outros artistas como Nick Jonas, Austin Mahone, Big Sean e Justin Bieber (Boyfriend tem a sua co-autoria). No ano passado, o cantor lançou a canção I Took a Pill In Ibiza que fala sobre as consequências da fama instantânea causou na sua vida. Então, o duo norueguês Seeb pegou a canção e fez um remix que está se transformando em um dos primeiros grandes sucessos mundiais. Resumidamente: a segunda chance de Mike Posner é a canção que ele fez para refletir e criticar a sua primeira chance. Coisas do pop.

I Took a Pill In Ibiza tem a sua principal qualidade a sua composição. Mike é honestamente cruel em sua crônica sobre a fama e como ele lidou com ela. Em uma passagem diz: "I'm just a singer who already blew his shot/ I get along with old timers, cause my name's a reminder/ Of a pop song people forgot." Não é muito comum ver esse nível de sinceridade no pop, mas, mesmo não sendo genial, I Took a Pill In Ibiza tem apelo bastante humano e que ajuda a fazer da canção um oásis no mainstream. As diferenças entre a versão original e versão remix são imensas, pois vai de um indie pop com base de violão para um eletrônico europeu clean. Claro, a versão de sucesso perde a intimidade criada pela primeira versão, sendo o responsável por parte do brilho da canção. Mesmo assim, o trabalho de SeeB é bem feito e dá a chance da música ser o que é: uma nova chance ao estrelado do Mike Posner.
nota
Versão Original: 7
Versão Remix: 6,5

22 de março de 2016

Ascensão e Queda e uma Nova Chance

Team
Iggy Azalea

Poucas vezes vi um começo de carreira como a da Iggy Azalea. O sucesso mundial e arrasador do hit Fancy não foi suficiente para a rapper conseguir estabilizar a sua carreira, pois o turbilhão que veio depois conseguiu leva-la ao um ponto bem sombrio em sua recente carreira. Além do fato do seu debut The New Classic não ter respondido em vendas o que era esperado, Iggy se viu envolta em uma dezena de polêmicas pesadas sobre a sua carreira e sobre a sua vida pessoal. De criticas ao seu corpo, passando por acusações sobre não escrever as suas músicas e, o mais complicado, afirmações que ela está apropriando culturalmente por ser branca em um gênero predominante negro. Com tudo isso na bagagem, Iggy Azalea passou por momentos bem difíceis, mas, depois de se recuperar, a rapper está pronta para dar a volta por cima. Depois de descartar seis messes de trabalho, a rapper lançou Team, primeiro single do álbum Digital Distortion.

Acredito que a canção seja um primeiro desabafo de Iggy sobre o que aconteceu nos últimos tempos. Não um desabafo exatamente, mas um grito de liberdade. Escrita pela rapper ao lado de Bebe Rexha e Lauren Christy, Team é sobre emancipação, liberdade e coragem para se levantar e lutar contra quem ataca. Não é trabalho esteticamente genial, mas bastante honesto e perfeito para a nova fase da rapper. O erro da canção é o seu fraco e esquecível refrão que não ajuda a canção a ter o fator comercial necessário para fazer de Team um potencial estouro nas paradas. Apesar disso, a produção que mistura hip hop e eletrônico é divertida e bem estruturada e Iggy está bem em sua performance ao mostrar uma volta ao estilo do começo da carreira. Um novo começo está no horizonte de Iggy Azalea. Vamos esperar para saber se ela conseguirá driblar as pedras no caminho.
nota: 6,5

20 de março de 2016

A Força da Emoção

Piece By Piece
Kelly Clarkson

Tudo começou em 2005 quando Kelly Clarkson lançou Because of You, single do seu segundo álbum Breakaway. A canção era um emocionante desabafo de Kelly sobre a sua infância quando foi abandonada pelo seu pai e como isso afetou a sua vida adulta. A canção foi um sucesso mundialmente, tornando-se uma das marcas registrada da cantora. Onze anos depois de mostrar suas feridas, Kelly volta a tocar no assunto com o lançamento da canção Piece By Piece como single do álbum homônimo. Dessa vez, porém, a hora é de fechar as feridas abertas e começar um novo ciclo.

Apesar da recepção morna comercialmente ao álbum e os dois singles já lançados, Piece By Piece conseguiu um destaque impressionante após Kelly apresentar na temporada que marca a despedida do American Idol, o programa que a revelou. Em uma performance emocionada e emocionante, Kelly contou a canção apenas acompanhada de um piano. Lágrimas rolaram: Kelly, os jurados, a platéia, os candidatos e muitas pessoas em casa. Não era preciso ter vivido a mesma situação que Kelly para se emocionar, pois a poderosa performance dela já era o suficiente. Como resultado, a canção vendeu mais de 200 mil cópias no iTunes e estreou em oitavo na Billboard. Apenas com o poder da emoção de Kelly, aliado, claro, com o seu talento.

A versão original de Piece By Piece é bem diferente da versão apresentada no American Idol. Um synthpop com uma batida clean e cadência mid-tempo que estranhamente combina com a composição da canção. Claro, a versão acompanhada apenas pelo piano tem mais impacto, pois ressalta a qualidade da composição. Apesar de voltar a falar sobre o que o abandono do pai a causou (a imagem de ver que o pai abandonar a filha e as suas suplicas para quem ele a ame são devastadoras), Piece By Piece é sobre como Kelly superou esse trauma ao se casar com o seu marido e perceber que nem todos os homens são como o seu pai. Triste, mas ao mesmo tempo de emoção genuinamente positiva. E tudo isso é ainda mais representado na performance avassaladora de Kelly. Saber que a emoção ainda tem espaço no mainstream é tão gratificante como ver Kelly mostrar o quanto feliz está hoje em dia.
nota
Verão Original: 7,5
Versão Idol: 8

19 de março de 2016

Desejos Expostos

Desire (feat. Tove Lo)
Years & Years

Desejo é carnal. Amar é de alma. Os podem andar lado a lado, mas quando uma se sobrepõe ao outro, algo está completamente errado. É disso que trata Desire do Years & Years.

Lançada como single em Novembro de 2014, Desire recebeu uma nova gravação com a presença da cantora Tove Lo, provavelmente mirando no mercado internacional. Não houve grandes alteração, pois a instrumentalização continua a mesma, mostrando a capacidade do grupo em cria um pop clean, melódico e atemporal e, ao mesmo tempo, extremamente comercial. A grande atração da canção é, na verdade, a sua ótima composição. Como eu sempre digo, o pop não precisa ser descerebrado, podendo ser, sim, inteligente e criativa. Desire fala sobre a guerra entre os sentimentos quando amar apenas faz sofrer e preferido apenas desejar, ou seja, querer o prazer carnal apenas. Não apenas um tema muito interessante, mas a construção primorosa. A introdução de Tove Lo não afeta verdadeiramente a canção, pois Olly Alexander entrega um trabalho excelente. Entretanto, o dueto dá um contrabalanço entre os sentimentos expostos na canção. Seja o amor ferido ou desejo incontrolado.
nota
Versão Original: 8
Versão Nova: 8

17 de março de 2016

O Destino de Meghan

NO
Meghan Trainor

Para aproveitar o sucesso conquistado no ano passado com o sucesso surpresa de All About That Bass e os ótimos resultados de Dear Future HusbandLike I'm Gonna Lose You, Meghan Trainor vai aproveitar para lançar o seu segundo álbum intitulado Thank You, um pouco de um ano depois do seu debut Title. A primeira música lançado é a surpreendente NO.

Longe da sonoridade pop vintage que foi a base dos primeiros trabalhos da cantora, NO dá um imenso passo adiante para encontrar a sua base no pop/R&B feito nos anos noventa. Trainor ressuscita aquela sonoridade que ajudou a pavimentar as carreiras de nomes como, por exemplo, Britney Spears, N'Sync, Aguilera e, até mesmo, Destiny's Child. Na verdade, apesar do que vários críticos disseram, a canção tem muito mais cara de uma canção feita pela grupo liderado pela Beyoncé. Primeiro, a produção de Ricky Reed aposta em uma batida rápida e cadencia muito parecida com canções do segundo álbum da girl band como Bug a Boo, Bills, Bills, BillsSay My Name. Em segundo, e o mais importante, NO é claramente uma canção feminista e de exaltação ao poder feminino. Depois de sofrer algumas acusações por letras com algum teor machista, a cantora mostra que não é exatamente bem assim. A canção levanta a bandeira de "não é não" quando uma mulher diz para um homem, mais especificamente em uma situação de "balada". A temática é ótima, mas a construção é ainda melhor, pois junta uma- ideia ótima com uma realização divertida e bem pensada. Com uma performance inspirada de Trainor, NO pode até soar "datada". Felizmente, Meghan tem uma ótima oportunidade de solidificar a sua carreira.
nota: 7,5

16 de março de 2016

Ariana Crescidinha

Dangerous Woman
Ariana Grande

A famosa transição de um artista teen para a fase adulta pode ser o ponto decisivo para a carreira do mesmo, pois podem dar muito errado ou muito certo. Não existe uma formula certa, porém, como a história já mostrou, a maioria aposta na sexualização da sua música e visual. Claro, isso não é problema quando a transição é feita de uma maneira que valorize a qualidade sonora e, não apenas, procurando atrair o público pelo apelo sexual. Pensando nessas características, a impressão que fica em relação a transição da Ariana Grande é que foi muito bem pensada e estão sendo realizada de forma tão primorosa. Nada foi muito apressado ou muito lento, conseguindo combinar imagem com a sua música de primeira qualidade. Como o lançamento do single oficial do seu terceiro álbum, Ariana comprova que a sua transição está quase no fim.

Dangerous Woman, que dá nome ao terceiro álbum da cantora, mostra concretamente não apenas a evolução da imagem de Ariana como uma mulher amadurecendo, mas, principalmente, a sua evolução musical. Produzida por Max Martin e Carlsson, a canção continua o trajeto de Ariana pelo R&B/pop, mas com uma estrutura mais encorpada e poderosa que puxa para uma pegada soul/rock. Uma balada vigorosa que tem nos vocais lapidados de Ariano o seu suporte ideal. A cantora entrega uma performance sensual e poderosa sem perder totalmente a sua atmosfera de inocência do começo da carreira, ajudando a criar a sua personalidade atual. A composição também ajuda a estabelecer a sua imagem ao ser adulta, mas sem precisar apelas para imagens explicitas. Talvez, Dangerous Woman não tenha o mesmo apelo comercial que outras músicas já lançadas pela cantora. Entretanto, Ariana consegue ter em mãos uma ótima canção que mostra o seu crescimento como mulher e cantora.
nota: 7,5

14 de março de 2016

New Faces Apresenta: Izzy Bizu

Mad Behaviour
Izzy Bizu

Todos os anos a BBC promove o famoso Sound Of... que escolhe os nomes dos cantores novatos que devem brilhar nos anos seguintes. Sam Smith, Jessie J, Adele, Corinne Bailey Rae e, no último ano, Years & Years são apenas alguns nomes que ficaram em primeiro lugar na lista ao longo de mais de dez anos de existência. Além dos "vencedores", vários outros nomes entregam a lista e, muito deles, conseguiram ganhar destaque. Um dos nomes escolhidos esse ano foi a cantora Izzy Bizu.

Citando nomes com Ella Fitzgerald, James Brown, Adele e Amy Winehouse como suas influências, Izzy já abriu os shows do Sam Smith e Jamie Cullum no passado. Depois de assinar com uma grande gravadora, a cantora prepara para lançar o seu primeiro álbum, A Moment of Madness. A canção Mad Behaviour foi lançada como single. Sem negar o seu background, a cantora mostra toda a sua elegância musical ao entregar uma sólida canção R&B que, apesar de alguns problemas, mostra um pouco da capacidade da jovem. A sua voz tem aquela leve rispidez de grandes cantoras de soul music, mas que também paira uma suavidade irresistível, dominando do começo ao fim da canção. A produção entrega um arranjo um pouco confuso com adição de uma batida de tambores forte demais no corpo da canção que destoa completamente do resto da canção. Além disso, faltou para a composição um verniz que fizesse com que o trabalho mais cativante. Mesmo com os problemas, Mad Behaviour ajuda a mostra uma jovem talentosa que tem uma carreira inteira pela frente.
nota: 7

13 de março de 2016

O DJ Secreto

Get Up (feat. Ciara)
R3hab

Apesar de ter trabalhado com dezenas de artistas do primeiro escalão do pop mundial ao produzir versões remixadas de seus grandes sucessos e ser respeitado no meio, o DJ e produtor holandês R3hab (nascido Fadil El Ghoul) ainda não conseguiu alcançar o mesmo sucesso comercial de seus contemporâneos. Não é por falta de tentativa que isso não aconteceu, pois, desde 2014, R3hab já lançou 16 singles. Um dos últimos é a parceira dele com a Ciara, a boa Get Up.

A grande qualidade da canção é ser um dance pop/eletropop sem precisar pisar fundo do batidão farofa. Com uma produção clean e redondinha, Get Up mostra que o DJ parece ter mais criatividade que outros DJs que apostam em da mesma variação de mesma batida em todas as suas produções. Mostrando que domina muito bem esse tipo de canção, Ciara entrega uma performance sólida e que adiciona sua personalidade na medida para Get Up. Um trabalho que poderia virar sucesso com facilidade, mas de um nome que ainda não encontrou o seu público.
nota: 7

12 de março de 2016

9 de março de 2016

O Retorno da Delicadeza

Been to the Moon
Corinne Bailey Rae



Entre todos os artistas que estão "sumidos", a que eu mais sentia falta da sua presença era a da inglesa Corinne Bailey Rae. Desde o seu primeiro álbum homônimo de 2006 que lhe rendeu quatro indicações ao Grammy e dois hits (Put Your Records On e Like A Star), Corinne vem trilhado uma carreira irregular que soma apenas mais um álbum (The Sea de 2010) e um EP (The Love EP de 2011). Extremamente reservada, a cantora surpreendeu quando anunciou o seu retorno com o lançamento de Been to the Moon, primeiro single do seu terceiro álbum The Heart Speaks in Whispers.


O retorno de Corinne é um verdadeiro balsamo aos ouvidos, pois ela traz de volta toda uma pureza e uma delicadeza tocante que apenas a sua voz é capaz de emanar. Apesar de ter incríveis trinta e sente anos, a cantora soa como uma encantadora adolescente em começo de carreira, mantendo um frescor revigorante. Entretanto, a experiência de tantos anos é claramente ouvida na performance de Been to the Moon em que a cantora encarna uma viajante espacial em busca do amor. A produção da canção consegue ser ao mesmo tempo uma retomada a sua sonoridade jazz/pop/R&B assim como uma dose de novidade ao adicionar toque de música eletrônica. A mistura resulta em uma canção deliciosa, apesar de faltar o apelo cativante de outras canções da cantora. Seja muito bem vinda de volta, Corinne!
nota: 7,5

7 de março de 2016

Sex Up, Fifth Harmony!

Work from Home (feat. Ty Dolla $ign)
Fifth Harmony

Parecia bem claro qual é o caminho pretendido por aqueles que tomam conta da carreira do Fifth Harmony depois do lançamento do primeiro álbum da girl band, Reflection, mas acredito que agora não existam mais dúvidas com a divulgação do primeiro single do novo álbum delas: Work from Home quer mostrar o lado adulto/sexy/sexual do grupo.

Work from Home é, claramente, sobre fazer sexo. Não que esteja dito isso de maneira explicita, mas não é preciso ser um gênio para descobrir as verdadeiras intenções da composição mediana que tem como principal trunfo o seu bom e carismático refrão. Por questões obvias, a canção tem uma ligação com Work da Rihanna, mas sem o mesmo fator comercial. Work from Home continua na mesma unidade sonora de BO$$ e Worth It, ou seja, uma mistura de pop/hip hop com uma cadencia dançante e instrumentalização com cara de minimalista. Resta saber agora se Fifth Harmony vai continuar a sua ascensão ou tudo foi apenas fogo de palha.
nota: 6,5

3 de março de 2016

Um Soul para Katy B

Who Am I (with Major Lazer and Craig David)
Katy B

Em algumas ocasiões já discuti sobre um estilo que existe na música eletrônica/pop que denominei de "música para chorar nas pistas de dança". Uma ótima artista que produz esse tipo de música é a inglesa Katy B que já tem no currículo a ótima Crying for No ReasonAgora entra no currículo da cantora o seu mais novo single, a igualmente ótima Who Am I.

Single do seu próximo álbum Honey, a canção é uma mistura refinada de soul music e música eletrônica. Com a produção encabeçado pelo Diplo (uma das partes do Major Lazer), Who Am I tira o melhor dos dois gêneros para entregar uma batida dançante, mas com uma cadencia mais lenta e com melancolia por trás. Essa sensação é ajudada pela composição sobre um casal que tenta convencer o outro que eles devem ficar juntos, pois não são nada sem o outro. Bem escrita, emocionante na medida certa e com uma divisão perfeita entre os dois participantes da canção. De um lado está Katy que defendo a canção com todo poder que a sua voz delicada possui e do outro está o veterano cantor de R&B Craig David dando ainda mais o toque soul para a canção. Um toque que caiu muito bem para a Katy B.
nota: 8,5

2 de março de 2016

Linda Canção de Ninar

Fairytale
Lianne La Havas

Depois de lançar o ótimo Blood no ano passado, Lianne La Havas lançou um EP com versões "stripped-down" do álbum. Uma das canções, porém, não é uma regravação, mas, na verdade, uma canção inédita. Essa é a linda Fairytale.

Em uma aconchegante atmosfera acústica, Fairytale é quase uma canção de ninar de tão delicada e frágil. Não pense que isso seja uma qualidade negativa, pois a canção está longe de ser monótona. Ao falar sobre o sentimento de ficar confortável com ama, mas sem perceber o quanto sofrimento causa na pessoa, La Havas entrega quase uma poesia em forma de música ao mostrar uma visão singela e graciosa sobre assunto. Mesmo contida em instrumentos, Fairytale consegue remeter ao estilo de jazz/soul dos anos cinquenta que a cantora consegue carregar de maneira perfeita com a sua voz atemporal. Um trabalho marcante que deve passar despercebido por muitos.
nota: 8

1 de março de 2016

Pedido Atendido

Cheap Thrills (feat. Sean Paul)
Sia

Quando eu fiz a resenha do álbum This Is Acting escrevi: "Cheap Thrills que clama para ser single." Então, o meu pedido foi atendido e a Sia lançou a canção como single, mas com um detalhe a diferente: a participação do rapper Sean Paul.

A inclusão do rapper que fez muito sucesso no começo dos anos dois mil está gerando alguma polêmica, pois Sean Paul não é exatamente o queridinho de muitos. Apesar do seu ressurreição no mainstream soar "meio mofado", a presença dele não altera em nada a qualidade da canção. Na verdade, esse é o toque que faltava para que Cheap Thrills ficasse ainda mais comercial. Misturando eletropop com influência de ritmos caribenhos, a canção resulta em uma deliciosa e dançante faixa que segue o mesmo caminho do hit Lean On. Sia mostra como fazer uma canção sobre "festejar" de maneira inteligente e carismática, além da sua ótima performance. Agora, falta Cheap Thrills fazer sucesso. Atende esse pedido aí, Sia!
nota: 8