Nick Jonas
Tentar compreender a razão pela qual, em carreira solo, o Nick Jonas está indo muito bem é uma reflexão muito complexa para ser feita. Então, para não transformar essa resenha em uma tese de mestrado, o mais correto é dizer que o seu novo álbum é outro acerto em sua curta carreira.
Last Year Was Complicated é, ao mesmo tempo, uma mudança previsível de sonoridade em relação ao seu trabalho anterior (Nick Jonas) e também uma significante evolução. De uma interessante mistura de R&B e pop dançante para uma sonoridade bem mais pop/eletropop/R&B comercial que, apesar de soar parecido com trabalhos de alguns de seus contemporâneos, consegue se sobressair dos demais devido a uma produção muito bem feita e a presença carismática de Nick. O jovem é dono de uma voz limitada, mas que sabe como utilizar todos as suas qualidades da melhor maneira possível. Ao contrario de alguns jovens cantores, Nick vem crescendo como artista e a prova estão nas suas performances vocais que mostram uma grande versatilidade e domínio. Fortemente influenciado pelos cantores de soul music, Nick consegue usar o famoso falsete sem cair em exageros ou ficar insonso. O uso de efeitos vocais artificiais é usado na voz de Nick e isso é nítido. Felizmente, não é um exagero que possa comprometer a voz de Nick que ainda expressa muita personalidade. A mudança na sonoridade também não compromete, pois a solida e eficiente produção de nomes como Jason Evigan, Mattman & Robin, Max Martin e Shellback consegue tirar apenas as melhores características dessa sonoridade pop comercial e juntar à ideias interessantes e fota da casinha. Esse é o caso do single Closer com a presença de Tove Lo ou a sensual Voodoo. O maior problema de Nick Jonas ainda continua sendo a falta de profundidade das composições, mesmo com uma melhora a olhos vistos em relação ao trabalho anterior. Falta ainda maturidade de vida para que Nick possa colocar nas letras emoções que sejam mais genuínas e, não, esse sentimentalismo de butique ouvidas em faixas como em Bancon que diz, basicamente, que ele prefere comer bacon do que ficar com a amada. Apesar do deslize perdoável já que a canção é divertida, Last Year Was Complicated é, no geral, um trabalho surpreendente bom que ainda conta com momentos inspirados: a dramática Chainsaw, Don't Make Me Choose e a sua batida bem cadenciada e refrão viciante, a boa e contida balada Unhinged e a surpreendente soul/pop That’s What They All Say. Não importa entender os fatores da atual ascensão de Nick Jonas, mas é bom saber que ele veio para ficar para o bem.
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