Frank Ocean
Antes de lançar o seu segundo álbum oficial Blonde que terá sua resenha em breve, Frank Ocean lançou o álbum visual Endless. Compreender todas as qualificações do trabalho é extremamente importante para compreender a nova fase na carreira de Frank e, principalmente, a sonoridade do novo álbum.
Endless funciona como uma especie de introdução para o Blonde, pois, ao que parece, o álbum foi montado com as faixas que foram deixadas de fora do trabalho principal. Porém, as músicas deveriam ter algum peso muito forte na construção do novo álbum para que Frank tenha decidido agrupá-las em um álbum. Provavelmente, a importância dessas músicas deve ser mostrar um pouco de qual é o caminho que o cantor tomou para a realização da sua sonoridade no novo álbum. Nessa missão, Endless é o perfeito arauto de apresentação.
Frank Ocean continua a usar como principal base para a sua sonoridade o neo soul, mas, aqui, ele dá um generoso passo em direção a música experimental, misturando indie pop, eletrônico, música industrial e ambiental. Não que nos outros trabalhos do cantor não exista a presença desses elementos e ainda outros, mas lá eram verdadeiros toques na construção da sonoridade. Em Endless, esses elementos fazem parte essencial, sendo uma das pilastras que mestras que a sustentam. A viagem sonora que Frank nos proporcional no álbum é vertiginosa, intensa, extremamente rica em batidas e nuances, muitas vezes bastante complexas e de uma ousadia impressionante. Endless é um verdadeiro exemplo de avant-grade pop e não tem medo de ser de difícil absorção para uma parte do público. Frank Ocean não tem a vontade de agradar a todos, mas, na verdade, ele precisa agradar a si ao expressar todos os sentimentos que estão dentro de si. Infelizmente, Endless não é um mar de rosas, pois algumas de suas qualidades também funcionam como seus defeitos.
Primeiramente, devido ao fato das suas faixas serem trabalhos que, por algum motivo, não foram aproveitados no álbum, algumas delas parecem inacabadas, ou melhor, soam como um rascunho de ideias que ainda precisariam de um trabalho maior para que as canções ganhassem vida em sua plenitude. Por causo disso, várias faixas no álbum têm duração curta que variam de onze segundos até menos de dois minutos. Essa sensação de incompletude atrapalha uma apreciação mais profunda do resultado geral de Endless como seria caso fosse um álbum "completo". Isso não quer dizer, porém, que existam defeitos técnicos de instrumentalização ou coisa parecida. Ao contrário na verdade, pois o trabalho realizado é primoroso e muito acima da média. Além disso, como já mostrado anteriormente, a riqueza sonora ajuda a elevar a qualidade final e, também, Endless soa incrivelmente coeso do começo ao fim sem maiores quebras na fluidez das faixas.
Primeiramente, devido ao fato das suas faixas serem trabalhos que, por algum motivo, não foram aproveitados no álbum, algumas delas parecem inacabadas, ou melhor, soam como um rascunho de ideias que ainda precisariam de um trabalho maior para que as canções ganhassem vida em sua plenitude. Por causo disso, várias faixas no álbum têm duração curta que variam de onze segundos até menos de dois minutos. Essa sensação de incompletude atrapalha uma apreciação mais profunda do resultado geral de Endless como seria caso fosse um álbum "completo". Isso não quer dizer, porém, que existam defeitos técnicos de instrumentalização ou coisa parecida. Ao contrário na verdade, pois o trabalho realizado é primoroso e muito acima da média. Além disso, como já mostrado anteriormente, a riqueza sonora ajuda a elevar a qualidade final e, também, Endless soa incrivelmente coeso do começo ao fim sem maiores quebras na fluidez das faixas.
Outro problema é que as composições de Frank Ocean têm uma atmosfera um pouco fria e distante, principalmente em comparação ao trabalho dele em channel ORANGE. Novamente, o problema não é a qualidade técnica ou mesmo as inspirações por trás de cada faixa, pois o cantor continua sendo um dos melhores cronistas da vida atual em letras de diretas, sinceras e de uma melancolia ácida e poderosa. O que faltou aqui foi aparar arestas soltas e dá mais sentido emocional para as canções. Felizmente, Frank continua impecável em suas performances vocais, mostrando cada vez mais versatilidade e criatividade em usar efeitos sem perder, porém, a organicidade da sua voz. Além disso, Frank conta com a presença de luxo de backvocais de nomes como da Jazmine Sullivan e James Blake. O grande momento de Endless é a belíssima regravação de At Your Best (You Are Love) (The Isley Brothers Cover) do The Isley Brothers que ficou famosa na voz de Aaliyah em 1994. Outros bons momentos ficam por conta de Comme Des Garçons, Wither, Rushes To e, claro, a surpresa de ouvir Gal Costa sampleada em Ambience 002 - Honeybaby. Endless é apenas um aperitivo para o grande momento que é Blonde e, apesar de alguns defeitos, mostra que Frank Ocean está bem acima de qualquer concorrência em um patamar bem apenas seu.
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