Lion Babe
Um álbum para ser bom de verdade precisar ser mais do que um bom álbum, ele precisa ser, de alguma forma, memorável. Esse não é o caso do álbum de estreia do duo de neo soul Lion Babe: Begin é bom, mas passa longe de ser considerado um trabalho marcante.
Formado pela cantora Jillian Hervey e pelo instrumentalista e produtor Lucas Goodman, o Lion Babe faz uma sólida e interessante mistura de neo soul com música eletrônica e R&B tradicional. Tudo bem certinho, tudo bem produzido (inclusive com a participação de nomes competentes como, por exemplo, Pharrell Williams, Robin Hannibal (Bitch, Don't Kill My Vibe) e Al Shux (Empire State of Mind). Entretanto, o resultado final não consegue passar a mesma força criativa que a essência da dupla parece ter. Faixas boas, mas que não levantam voo em nenhum momento devido a falta de um toque especial. Esse é o caso da estilosa On The Rocks que acaba resultando em uma boa ideia perdida ao não "libertar" todo seu potencial. Outro exemplo é boa Wonder Woman sobre o poder feminino: a boa produção de Pharrell não impede que a canção falte carisma necessário para elevar o resultado final. O pior problema em Begin é a imaturidade lirica da dupla. Não que as composições sejam infantis ou bobas, pelo contrários, a dupla toca em assuntos de gente grande como empoderamento feminino, sexo e desilusão amorosa. O que de fato acontece que a maneira como eles falam sobre essa assunto ainda precisa de uma imensa refinada e de amadurecimento, buscando uma estética que esteja de acordo com as suas pretensões. Novamente, falta conteúdo para dar vidas as boas ideias. Apesar disso, a vocalista Jillian Hervey é competente e tem uma voz deliciosa, apesar de ainda precisar procurar a sua própria personalidade já que é possível ouvir de maneira clara as várias influências que a "moldaram". Outros bons momentos em Begin são Jungle Lady, Hold On e Little Dreamer. É possível ver um bom futuro para o Lion Babe, mas eles precisam achar a receita para se tornarem memoráveis.
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