28 de agosto de 2017

Primeira Impressão

hopeless fountain kingdom
Halsey


Dentre todas as cantoras de pop que denomino como "garotas brancas com voz pequena melódica", Ashley Nicolette Frangipane, conhecida como Halsey, é aquela que tem a história mais interessante. Antes de estourar perante o grande público com o seu featuring em Closer do The Chainsmokers, Halsey já tinha conquistado o seu público com o lançamento do seu primeiro álbum Badlands em 2015 que obteve moderado sucesso. Agora o desafio para a cantora é atrair uma parte desse novo público para si e a sua sonoridade. Essa é a difícil tarefa do álbum hopeless fountain kingdom que até pode atrais um novo público, mas isso não o impede de ter grandes defeitos.

Antes de tudo é necessário dizer que, apesar de limitada como cantora, Halsey tem um talento cativante que precisa ser lapido de forma realmente profunda. Mesmo assim, hopeless fountain kingdom tem vislumbres desse talento em todas as instancias, mas com alguns defeitos que não deixam a cantora brilhar completamente. O primeiro deles e o maior é que a produção de uma forma geral não consegue saber exatamente qual é a verdadeira cara da cantora: uma indie pop romântica, uma pop com toques de indie e hip hop, uma cantora com uma personalidade mais pop badass/cool ou uma fusão desses três tipos. Procurar e/ou misturar os seus estilos não é pecado, mas Halsey parece, na verdade, confusa, sem foco e com uma realização morna. Nem indie demais, nem pop demais. Nem ruim, nem bom. O trabalho fica nessa linha, deixando uma sensação que a sonoridade de Halsey é completamente esquecível. Devido a isso, outros pontos do álbum se perdem ao ficarem ofuscado pela falta de brilho da produção como é o caso do bom trabalho geral de composição. Mesmo contando com vários colaboradores é fácil notar que Halsey é dona de uma estética refinada que posso definir apenas como um pop cool/melancólico, ajudando a construir uma personalidade mais definida para a cantora. Um bom exemplo disso é a baladinha Sorry que tem uma composição tão interessante que até é perdoável o arranjo clichê. Outros bons momentos do álbum ficam por conta da gostosinha 100 Letters, Heaven In Hiding e a sua pegada mais grandiosa, o pop soul Alone e a marcante Bad At Love. Já os piores momentos são o single Now Or Never e desnecessária Lie com o rapper Quavo. hopeless fountain kingdom perde a oportunidade de Halsey deixa a sua marca de maneira mais definitiva, mas deixa aberto uma porta de possibilidades para a carreira da cantora.

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