OMG (feat. Quavo)
Camila Cabello
Construindo a sua carreira solo, a Camila Cabello vai de pouquinho a pouquinho distanciando da sua imagem como integrante Fifth Harmony. Isso é um fator positivo. O que não está acontecendo de verdade é a cantora acertar nos seus lançamentos de forma completa. Vejamos os casos das duas canções lançadas recentemente.
Havana é a, sem dúvida nenhuma, a mais original canção que a cantora já participou. Ao investir pesado no latin pop, Camila acerta em regatar as suas origens assim como a produção que usa como principal influência para a construção da canção ritmos como salsa e rumba. Até a coisa vai até bem, mas Havana falta o que precisaria ter de sobra: fogo. A canção é cadenciada demais, mid-tempo demais e não encontra o ponto ideal para aproveitar toda a sua ideal original. Talvez querendo criar uma vibe comercial, combinando com a presença deslocada do rapper Young Thug, a produção parece esquecer que Camila precisa de canções que geram impacto verdadeiro e, não, apenas seguir tendências para ver se cola a canção. Infelizmente, OMG ajuda a aprofundar essa percepção.
Aqui nem existe a parte latina para ajudar a criar alguma personalidade própria para Camila. Sim, essa pop/eletropop com pesada pitadas de trap music tem uma atmosfera bem diferente das canções de quando Camila era parte da girl group, mas OMG é construída em todos os clichês do gênero e não deixa espaço para nenhuma ousadia. Pior ainda: Camila em nenhum momento aqui ou em Havana passa a impressão de ter vocais que possam falar "ei, eu sou Camila Cabello e essa é uma música minha!". Não que ela entregue performances ruins, mas parecem todas passadas pelo moedor de carne com tempero de auto-tune e sensualidade. Ainda há tempo de recuperar essas primeiras impressões geradas nessas primeiras canções, mas por enquanto a carreira de Camila Cabello está sendo muito barulho por nada. Ou melhor: quase nada.
Havana: 6OMG: 5,5
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