Green Day
Álbuns bons sempre serão álbuns bons, não importando o quanto de tempo já tenha passado desde o seu lançamento. Entretanto, mesmo esses álbuns podem sofrer com a ação do tempo e, por consequência, acabar envelhecendo e se tornando datado quando se ouve no presente. Então eis que surgem alguns álbuns que resistem ao passar do tempo, continuando ainda a serem relevantes de alguma forma o que não deixa essa atmosfera de "naftalina" tomar conta. Normalmente, o motivo principal é o fato que a sonoridade ouvida em determinado álbum é de uma importância sonora que consegue transladar o tempo com o mesmo brilho inicial. Existem outros, porém, que a sua importância está na verdade no seu conteúdo e, não, na sua forma, ou seja, o que fazem deles atemporais é a sua mensagem. Um ótimo exemplo é o álbum que será o objeto de análise nessa resenha: American Idiot do Green Day. Antes é necessária uma contextualização sobre o mesmo.
Em 2004, ano de lançamento do American Idiot, o Green Day já era uma banda veterana com quase vinte anos de carreira. Além disso, o trio já tinha alcançado o sucesso de critica e público anos antes, mais precisamente em 1994 quando foi lançado o clássico punk rock Dookie, terceiro álbum deles. Considerado como um dos melhores trabalhos da década de noventa, Dookie catapultou o trio ao estrelato com vendagens em torno de vinte milhões de cópias e sucessos como Basket Case e When I Come Around, considerados clássicos modernos hoje em dia. Entretanto, os anos seguintes forma bem menos inspirados, pois os três álbuns seguintes (Insomniac de 1995, Nimrod de 1997 e Warning de 200), apesar de bem recebidos pela critica, não chegaram nem perto do sucesso de Dookie. Então, eis que chega 2004 e o Green Day, assim como a Fênix, ressurge das cinzas com o sétimo álbum deles: American Idiot, além de ganhar ótimas criticas, foi um dos maiores sucessos daquele ano com vendagens em torno de 16 milhões e singles alcançando o topo das paradas mundo a fora. O álbum não foi só apenas lançado no momento certo na carreira do trio, mas, também, no momento certo na história recente dos Estados Unidos.
Em 2004, mais precisamente em 20 de Setembro quando foi lançado, o Estados Unidos e o mundo ainda estavam diretamente sob a influência do atentado de 11 de Setembro, três anos antes. A ferida ainda estava completamente exposta e em carne viva, ainda mais devido a decisão da administração de George W. Bush de invadir o Iraque em busca das "armas" que nunca foram encontradas de fato. Nessa atmosfera pesada, para não dizer de terror e medo, surgiu uma corrente de insatisfação dentro da sociedade que se manifestaram contra a situação politica naquela época. Apesar que no começo houveram duras criticas em cima daqueles que se ousaram ir contra o status quo naquele momento, muitas criticas se fizeram verdadeiras com o passar do ano como, por exemplo, aqueles que eram contra a invasão do Iraque. Uma das principais dentro do meio musical e aquela que mais deu certo foi a opera rock do Green Day, pois a banda deu espaço para uma verdadeira nação de descontentes com a sociedade: a juventude.
Construído como um álbum conceito, American Idiot é claramente a representação/reflexão/expiação sonora de toda a raiva, medo, decepção, angústia, descontentamento, irá, apatia e falta de esperança que milhares de jovens estavam passando naquele momento devido ao mundo em que vivam. Ao contar a história de Jesus Of Suburbia, um jovem de classe média de uma cidade mediana nos Estados Unidos que, decepcionado com o mundo a sua volta, decide deixar a sua cidade, encontrando outros personagens no caminho como o ídolo punk St. Jimmy e a sua arqui-inimiga Whatsername, o Green Day dá voz a tudo o que milhares queriam dizer e não sabiam como ao criticar pontos nevrálgicos daquela atualidade: paranoia e a idiotice de parte da mídia, a decisão de começar a guerra e a cultura bélica, as sombras do onze de Setembro e falta de esperança no começo do novo milênio. Além disso, as composições também refletem sentimentos tradicionais de jovens, pois, como o próprio Billie Joe revelou, o álbum explora uma história sobre coming of age que nada mais é que o período de transição entre a adolescência e a fase adulta. Nessa perspectiva, American Idiot não poderia ser melhor.
Álbuns bons sempre serão álbuns bons, não importando o quanto de tempo já tenha passado desde o seu lançamento. Entretanto, mesmo esses álbuns podem sofrer com a ação do tempo e, por consequência, acabar envelhecendo e se tornando datado quando se ouve no presente. Então eis que surgem alguns álbuns que resistem ao passar do tempo, continuando ainda a serem relevantes de alguma forma o que não deixa essa atmosfera de "naftalina" tomar conta. Normalmente, o motivo principal é o fato que a sonoridade ouvida em determinado álbum é de uma importância sonora que consegue transladar o tempo com o mesmo brilho inicial. Existem outros, porém, que a sua importância está na verdade no seu conteúdo e, não, na sua forma, ou seja, o que fazem deles atemporais é a sua mensagem. Um ótimo exemplo é o álbum que será o objeto de análise nessa resenha: American Idiot do Green Day. Antes é necessária uma contextualização sobre o mesmo.
Em 2004, ano de lançamento do American Idiot, o Green Day já era uma banda veterana com quase vinte anos de carreira. Além disso, o trio já tinha alcançado o sucesso de critica e público anos antes, mais precisamente em 1994 quando foi lançado o clássico punk rock Dookie, terceiro álbum deles. Considerado como um dos melhores trabalhos da década de noventa, Dookie catapultou o trio ao estrelato com vendagens em torno de vinte milhões de cópias e sucessos como Basket Case e When I Come Around, considerados clássicos modernos hoje em dia. Entretanto, os anos seguintes forma bem menos inspirados, pois os três álbuns seguintes (Insomniac de 1995, Nimrod de 1997 e Warning de 200), apesar de bem recebidos pela critica, não chegaram nem perto do sucesso de Dookie. Então, eis que chega 2004 e o Green Day, assim como a Fênix, ressurge das cinzas com o sétimo álbum deles: American Idiot, além de ganhar ótimas criticas, foi um dos maiores sucessos daquele ano com vendagens em torno de 16 milhões e singles alcançando o topo das paradas mundo a fora. O álbum não foi só apenas lançado no momento certo na carreira do trio, mas, também, no momento certo na história recente dos Estados Unidos.
Em 2004, mais precisamente em 20 de Setembro quando foi lançado, o Estados Unidos e o mundo ainda estavam diretamente sob a influência do atentado de 11 de Setembro, três anos antes. A ferida ainda estava completamente exposta e em carne viva, ainda mais devido a decisão da administração de George W. Bush de invadir o Iraque em busca das "armas" que nunca foram encontradas de fato. Nessa atmosfera pesada, para não dizer de terror e medo, surgiu uma corrente de insatisfação dentro da sociedade que se manifestaram contra a situação politica naquela época. Apesar que no começo houveram duras criticas em cima daqueles que se ousaram ir contra o status quo naquele momento, muitas criticas se fizeram verdadeiras com o passar do ano como, por exemplo, aqueles que eram contra a invasão do Iraque. Uma das principais dentro do meio musical e aquela que mais deu certo foi a opera rock do Green Day, pois a banda deu espaço para uma verdadeira nação de descontentes com a sociedade: a juventude.
Construído como um álbum conceito, American Idiot é claramente a representação/reflexão/expiação sonora de toda a raiva, medo, decepção, angústia, descontentamento, irá, apatia e falta de esperança que milhares de jovens estavam passando naquele momento devido ao mundo em que vivam. Ao contar a história de Jesus Of Suburbia, um jovem de classe média de uma cidade mediana nos Estados Unidos que, decepcionado com o mundo a sua volta, decide deixar a sua cidade, encontrando outros personagens no caminho como o ídolo punk St. Jimmy e a sua arqui-inimiga Whatsername, o Green Day dá voz a tudo o que milhares queriam dizer e não sabiam como ao criticar pontos nevrálgicos daquela atualidade: paranoia e a idiotice de parte da mídia, a decisão de começar a guerra e a cultura bélica, as sombras do onze de Setembro e falta de esperança no começo do novo milênio. Além disso, as composições também refletem sentimentos tradicionais de jovens, pois, como o próprio Billie Joe revelou, o álbum explora uma história sobre coming of age que nada mais é que o período de transição entre a adolescência e a fase adulta. Nessa perspectiva, American Idiot não poderia ser melhor.
Escrito quase inteiramente por Billie Joe, American Idiot é uma impressionante, honesta, poderosa e, principalmente, raivosa coleção de desabafos/histórias/composições que exprimem perfeitamente as sensações que muitos estavam sentido naquele momento. Sentiam e, nada surpreendentemente, ainda sentem, ademais quando estamos passando por mais um longo e extremamente tenso momento na história da humanidade. Ouvir o álbum em pleno 2018, apesar de algumas diferenças nos objetos de critica das letras, é encontrar ressonância real e cruel em nossos atuais sentimentos em era de Trump, as dezenas de acusações de assédio sexual e, claro, fake news. E nem precisa de adentrar muito no álbum, pois logo de cara com a canção que dá nome ao trabalho: American Idiot é um elétrio, irado e vertiginoso punk rock/pop que, além de transmitir perfeitamente o sentimento do trabalho, também guarda outra grande qualidade do álbum.
American Idiot é um trabalho conceitual, punk rock, politicamente engajado e com quase uma hora de duração. Isso seria basicamente um repelente de vendas, mas não é isso que acontece. O álbum é dono de várias faixas comercialmente possíveis e isso é o que aconteceu, pois foram retirados cinco single de verdadeiro sucesso nas paradas de sucesso. Além da canção já citada, o álbum teve como singles: a jornada adentro da vida do personagem principal na longa Jesus Of Suburbia, a melancólica Wake Me Up When September Ends sobre o 11 de Setembro, a pungente critica da guerra no Iraque Holiday e, por fim, a sua continuação na épica e marcante Boulevard of Broken Dreams sobre o fim das esperanças. Essa última, além de vencer o Grammy de Record of The Year em 2006, é uma das melhores canções daquela década. Essa qualidade de ser comercial em álbum tão cheio de personalidade e bem definido em sua intenção foi um dos fatores para fazer do álbum um verdadeiro sucesso mundial. Além disso, a produção da banda ao lado do lendário produtor Rob Cavallo e o primor técnico apresentado ajudou a criar essa sensação que atemporalidade do American Idiot. Todavia, o formal em que o Green Day mergulhou o álbum é a sua verdadeira fonte da juventude, pois a mensagem aqui contida é algo transcendental e imortal.
5 comentários:
Cara... Suas críticas são FODA !!!!Lembro q os clipes eram transmitidos a todo momento na MIX TV... Vou contemplar essa obra... Mas J pq vc axa q esse disco foi um verdadeiro sucesso e "American Life" (q tbm toca praticamente nos mesmos assuntos) da Madonna um fracasso ?? Vlw abraço
O problema não é o conteúdo, mas, sim, a estética. O álbum da Madonna é sonoramente o seu pior, pois soa completamente forçado em todos as instancias. E, sim, é fracasso por causa disso.
Mas j... Tem "Love Profusion" e "Hollywood" q são tão bonitinhas rs... Tem "Nothing Fails" (o remix do álbum "Remixed & Revisited é incrível). Tem "DIE ANOTHER DAY", tem "NOBODY KNOWS ME" umas das melhores músicas dela.. É vibrante, poderosa !!! Não acha ???? rs eu qrendo defender o álbum de qualquer maneira kkkk mas gosto muito do mesmo...
Nem "Die another day" e "Nobody knows me" vc salva? Concordo com G.RLS essas duas são sensacionais !
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