7 de outubro de 2018

Primeira Impressão

Cry Pretty
Carrie Underwood





Carrie Underwood é uma vitoriosa, mas não apenas por ter levado o titulo do American Idol anos atrás e, sim, por ter mantido a sua carreira em alta durante todos os anos diferente de muitos outros vencedores. E, assim como a Kelly Clarkson, Carrie conseguiu completar por inteiro o contrato que assinou ao vencer o reality e agora começa a viver uma nova fase: a liberdade. Depois de mudar de gravadora, Carrie preparou o seu primeiro álbum nessa nova fase sem esquecer, porém, a trajetória que construiu ao longo de mais de uma década de carreira. O resultado disso é um um dos seus melhores trabalhos até o momento em Cry Pretty.

Deve-se notar, primeiramente, em Cry Pretty a característica que nunca mudou na carreira da cantora desde o começo e, aqui, novamente está em pleno brilho: a voz de Carrie. Obviamente, quem vence uma competição de canto é, normalmente, dono de uma voz sensacional, mas, assim como a Kelly Clarkson, Carrie sempre se mostrou está muito acima da média ao ser dona de uma monumental e espetacular voz. Ao longos dos anos, a cantora foi refinando, apurando e melhorando o que já era impecável, pois em Cry Pretty estamos diante de um outro nível de performance vocal de Carrie. Sem amarras, poderosa, emocionante e avassaladoramente gigantesca em performances que, ás vezes, conseguem ser maiores que a própria música. Depois de um acidente grave ao cair de um cavalo que a deixou com dezenas de pontos, Carrie parece canalizar esse sofrimento e a jornada de recuperação em cada canção e eleva cada nota a perfeição. Tudo isso fica bem claro no acachapante primeiro single Cry Pretty em que a cantora entrega uma das melhores performances do ano. Se nesse quesito a cantora não parece ter mudado, a sonoridade parece ter sofrido uma importante alteração. 

Desde o primeiro álbum, a cantora sempre entregou álbuns que forma do bom para o ótimo devido, principalmente, a qualidade técnica/artística que sempre a cercou. Novamente, a produção geral do álbum é primorosa com nomes talentoso do country. Com produção da própria Carrie, Cry Pretty tem dois outros produtores que ajudam a definir a mudança sonora: David Garcia e Jim Jonsin. O primeiro é responsável por dar vida ao hit crossover Meant to Be e o segundo trabalhou com dezenas de nomes do R&B/hip hop como, por exemplo, Beyoncé, T.I e Lil Wayne. Dessa maneira, o álbum se tornou o trabalho mais pop da cantora, mesmo que não tenha deixado de lado em nenhum momento o country. Essa mudança dá para um leque de possibilidade de exploração para a cantora que flerta com gêneros que, até então, não tinha entrado no seu repertório como R&B, soul, gospel e o pop puramente. Isso não quer dizer que Carrie tenha virado uma Taylor Swift, mas isso pode abrir portas para novos caminhos no futuro. Ainda mais com momentos que provam que Carrie tem a capacidade de carregar qualquer tipo de música como, por exemplo, a country/electropop That Song That We Used To Make Love To, a balada pop/country Backsliding e a soul/country Drinking Alone. Outro momentos inspiradíssimo do álbum é a poderosa country pop Low em que o público pode perceber outro lado importante da carreira da Carrie: a sua sólida, emocionante e carismática composições que falam sobre amor e dores de cotovelo de uma forma irresistível. Dessa vez, porém, Carrie dá espaço para assuntos mais pontuais na nossa sociedade, mesmo que de forma discreta e sem levantar uma bandeira no mais alto do estandarte. Na power balada Love Wins é possível ouvir a cantora clamar por tempos melhores ao pedir que o amor prevaleça na sociedade e na tocante The Bullet é sobre a morte de um jovem baleado, indo e direção ao debate sobre o porte de armas nos Estados Unidos. Outros momentos interessantes do álbum ficam por conta de Drinking Alone, Spinning Bottles e Kingdom. Não estamos diante de uma obra de arte musical, mas, assim como toda a sua discografia, Carrie Underwood entrega um eficiente e adorável álbum baseado apenas no seu imenso talento que, dessa vez, tem um gostinho de um recomeço na sua carreira.

Um comentário:

lucas lopes disse...

Não curti tanto. Gostei, mas não amei. É nítida a "mudança" de ritmos que até estão dentro do contexto, mas, por amar tanto Storyteller, creio que estava esperando um similar. Mas, no geral, é um disco regular. Amo de paixão That Song... Que merece ser single.