14 de janeiro de 2024

Primeira Impressão

THINK LATER
Tate McRae



Não gostaria de começar as resenhas de trabalhos que contam para 2024 como uma bomba de qualidade extremamente discutível, mas é assim que o péssimo Think Later da Tate McRae termina sendo. E, queridos leitores, o feito é alcançado com louvor.

Devido ao sucesso de Greedy, única canção boa do álbum, a jovem artista chega ao segundo álbum sendo apontado por alguns como o futuro do pop. E eu pergunto: que futuro é esse? Obviamente, um álbum apenas não dá para dizer como será o futuro de um artista, mas existem indícios que mostram que algo não está no lugar certo para a carreira da Tate. Apesar de trabalhar com grandes nomes, especialmente o de Ryan Tedder, Think Later é uma coleção de canções sem sabor, massificadas, sem criatividade e, por vários momentos, penosas de ouvir. Tudo é feito tão a risca de seguir uma cartilha do pop “teen/young adult” que faltou adicionar qualquer coisa que possa dar para a cantora algo que se assemelha com personalidade. Tudo é tão previsível de uma maneira chata, redundante e repetitiva que foi complicado prestar atenção nas canções e um suplicio chegar ao fim. E olha que o álbum é relativamente curto com cerca de trinta e oito minutos de duração. Com composições tão manjadas e sem nenhum apelo emocional que possa mostrar alguma sinceridade verdadeira, Think Later sofre mais ainda devido aos vocais de Tate McRae serem tão esquecíveis que parece que estamos diante da gravação de uma inteligência artificial que foi solicitada a criação de uma cantora que pegasse várias influencias de outras cantoras sem adicionar nada que pudesse chamar de originalidade. Se for isso, McRae acertou em cheio. Como dito anteriormente, o único momento que tem alguma coisa que pode se falar bem é Greedy ao ser “uma redondinha, carismática, comercial e bem pensada electropop” mas que “boa parte do carisma da canção vem da ideia de usar a batida do clássico de Promiscuous da Nelly Furtado com a base principal da canção, deixando boa parte da força da canção no uso do sample em si e, não, em construir algo interessante em volta da batida”. Se o resultado final de Think Later pudesse ser uma copia e cola de outros artistas que fizesse o arroz com feijão bem feito seria bem melhor, mas o resultado é um poço de nada com mais nada que deixa um gosto amargo na boca. 


Nenhum comentário: