25. HER MIND
Urias
Urias
"Com treze faixas e um pouco mais de trinta minutos, HER MIND é rápido, conciso, contagiante e deliciosamente viciante, mas que em certos momentos parece se repetir. Aqui que entra o ponto ousadia: apesar de inspirado, a sonoridade da Urias falta certa explosão criativa para pegar o que já bom para colocar em uma nova categoria que elevasse tudo para um novo patamar. Em alguns momentos, HER MIND parece seguir certa cartilha para entregar esse eletrônico/hip hop/club/house/eletropop que pega o que já deu certo e continua exatamente no mesmo caminho. É bom? Não. É ótimo. Entretanto, o que a produção apresenta poderia ser tão superior que fica um pouco de resíduo do que parece faltar atrapalhando um pouquinho o resultado final. Felizmente, isso é algo que é até facilmente deixado de lado quando a gente escuta HER MIND, pois o que é entregue é realmente sensacional, especialmente quando as coisas vão para o lado de uma das melhores faixas: R.I.P. Lançada no primeiro EP, a uma faixa “eletrizante, impressionante, explosiva e frenética mistura de eletrônico, house e hip hop”."
Caroline Polachek
"Se tivesse que denominar qual o gênero de Desire, I Want To Turn Into You seria o do art pop, mas isso é fácil de contradizer devido as altas doses de outros estilos que permeiam, recheiam e elevam o resultado final. Cada canção parece como um novo mundo de descobertas que se inicia que se conecta com o resto do álbum com a mesma elegância que se torna algo completamente isolado. Essa qualidade dá para o álbum um fator imprevisível que nuca deixa de realmente surpreender a toda nova curva. E um dos momentos que melhor em encapsula essa qualidade é a incrível Sunset “uma estranha, excitante e envolvente dentro dos seus termos mistura de flamenco pop com art pop que conquista exatamente pelas suas inesperadas decisões sonoras. Coproduzido por Sega Bodega, a canção é a prima distante do que La Isla Bonita da Madonna com toda a atmosfera que trouxe a Rosalía, adicionado a personalidade de Caroline de forma a não dar espaço para quem ouve de não associar a canção como um trabalho da sua autoria”. Já em Billions, “uma mistura completamente única de art pop, indie pop, trip pop e synthpop”, Polachek “apresenta uma construção sonora extremamente distinta, intricada, rica, inesperada e de uma inteligência única. Texturas, sons, nuances e quebras de expectativas fazem parte da base do impressionante arranjo que consegue ser, ao mesmo tempo e de maneira impressionante, contido e grandioso em um equilíbrio impressionante”. Apesar de toda a qualidade sonora, Desire, I Want To Turn Into You tem na estonteante presença de Caroline Polachek o seu farol de guia."
Xande De Pilares
"Escolhidas por serem as canções favoritas de Xande dentro da discografia de Caetano, Xande Canta Caetano é uma coleção refinada, eclética entre clássicos e obras nem tão conhecidas, respeitosa suficiente para dar novas embalagens sonoras e lindamente instrumentado do começo ao fim. E, queridos leitores, é incrível como a produção conseguiu fazer o do álbum um trabalho que seja intimamente ligado ao Xande, mas emanando toda a força por trás da genialidade de Caetano. E isso mostra todo o alcance quase infinito do compositor ao mostrar o quanto brasileiro é a sua arte, sendo possível recriar em outros gêneros de maneira a não perder todas as essências básicas e motrizes. E isso é plenamente ouvido a apreciado na lindíssima regravação de Luz do Sol. Uma das letras mais belas de Caetano, a canção ganha uma triunfal, reconfortante e tocante versão samba com toques chorinho que faz a gente realmente perceber a grandiosidade da música brasileira em toda a sua graça e majestade. Xande é um interprete tão inserido no seu oficio que as suas performances são de uma maturidade plena, mas também existe uma felicidade genuína que mostra o quanto confortável o mesmo se encontra a interpretar colossais trabalhos. Em Alegria, Alegria, a sua sutil força é preciosa para segurar um dos trabalhos mais importantes do cancioneiro brasileiro aplicando a energia liberatória que a canção passa. Outros momentos de destaque ficam por conta do toque de bolero colocado em Qualquer Coisa é tão suculento que quase parece que a canção original tinha essa nuance, a sensualidade bela de Trigresa e, por fim, a delicada e contemplativa versão de O Amor é devastadora. Xande Canta Caetano poderia ser um trabalho homérico nas mãos de alguém com menos talento, mas Xande De Pilares faz com uma facilidade como carregar uma pluma."
Tkay Maidza
"Segundo álbum da sua carreira, o trabalho é na verdade o que muitas das suas contemporâneas parecem querer fazer e não chegam perto: uma mistura eletrizante de rap, hip hop, pop, R&B, alternativo, neo-soul que sabe dosar bem o lado experimental com o comercial. O resultado é colorido, versátil, divertido, interessante e sempre envolvente. Apesar de não ser genial, Sweet Justice se apresenta sempre inteligente em como usar o talento de Maidza para moldar cada canção de maneira a serem completamente diferente uma da outra sempre mantendo uma coesão imensa."
21. Did you know that there's a tunnel under Ocean Blvd
Lana Del Rey
Lana Del Rey
"Lana Del Rey cavou a sua presença na indústria da música como pouquíssimos artistas fizeram na história recente da música. Com uma personalidade artista única que ainda dividi opiniões, mas conseguindo crescer a sua percepção perante o publico e, principalmente, boa parte da critica especializada. Com o lançamento do seu oitavo álbum em onzes anos, Lana novamente se mostra prolifera ao mostrar que o seu pico de criatividade parece não dar sinas de cansaço. Nos últimos dois álbuns (Chemtrails over the Country Club e Blue Banisters) a entregou foi uma verdadeira montanha russa de qualidade que parecia que poderia continuar em Did you know that there's a tunnel under Ocean Blvd. Felizmente, Lana volta a boa forma ao entregar um dos seus melhores trabalhos até o momento ao unir com equilíbrio a velha Lana, experimentações ousadas e uma surpreendente e desconcertante emoção genuína.
E é dessa última qualidade que faz do álbum ser tão especial dentro da discografia de Lana. Quem acompanha com certo cuidado e visão imparcial a carreira da artista sabe que um dos pontos que a mesma é tão divisível é o fato que parece existir uma certa artificialidade em boa parte das letras que compõe boa parte da discografia. Relacionamentos tóxicos, homens maduros perigosos, drama da pobre garota branca, melancolia, desilusão e uma dose de violência fazem parte do consciente que é o que entendemos das histórias contadas pela Lana desde o seu primeiro grande sucesso em Video Games. E isso vem evoluindo ao longo dos anos, sendo amadurecendo em cada novo álbum e mantendo qualidade que afastam e, ao mesmo tempo, agradam o público. E isso continua em Did you know that there's a tunnel under Ocean Blvd em parte, pois em alguns momentos encontramos uma cantora que nunca tínhamos ouvido. Despida de boa parte desse verniz que a mesma construiu, Lana entrega os seus momentos mais devastadoramente honestos da sua carreira."
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