24 de março de 2024

Primeira Impressão

Venus
Zara Larsson



O quarto álbum da sueca Zara Larsson é um álbum pop que na teoria é perfeito do começo ao fim. Na pratica, porém, falta o principal ingrediente para realmente funcionar como um perfeito álbum pop: personalidade.

Venus parece estar no ponto morto durante boa parte da sua duração ao entregar uma morna mistura de dance-pop com synth-pop e nu-disco. E isso é o que impede basicamente do trabalho entregar qualquer relance de personalidade verdadeira ou excitação envolvente. Não é por falta de talento na produção, pois o álbum tem nomes como Danja e Rick Nowels como produtores principais. Faltou criatividade, inteligência e força para que as canções pudessem ter cores vivas e as fizessem sair de linearidade sonora. Não espero nenhuma revolução ao ouvir um álbum pop com essa premissa, mas as faixas aqui em sua maioria são tão desprovidas de vida que não teriam nem interesse para tocar como música ambiente em loja de departamento. Todavia, Venus apresenta alguns momentos que valem a pena escutar, pois mostra que Zara Larsson pode brilhar com o material certo em mãos. A melhor delas é na interessante End of Time ao ser “uma madura, sóbria e encorpada synth-pop/Europop que consegue criar uma batida envolvente e de um brilho belo e contido. Não é uma canção que necessariamente explode, mas vai crescendo até um patamar em que pode explorar o seu belo instrumental. Devo admitir que a parte final parece um pouco demais, mas não tira o brilho de uma canção tão redonda como termina End of Time”. Mesmo longe de perfeita, Can't Tame Her “consegue se sustentar por si devido a boa condução da produção que entrega uma simpática synth-pop. O seu ponto alto é a boa composição co-escrita pelo MNEK que consegue ter alguma força, especialmente com o redondo refrão”. Gosto da divertida You Love Who You Love devido a sua batida distinta, mas quando uma produção do David Guetta para a clichê e simpática On My Love é um dos destaques pode saber que o álbum não tem grandes esperanças. Tenho que admitir que a metade final do álbum dá uma melhorada e Zara faz o seu melhor para adicionar alguma coisa de personalidade, mas Venus termina longe de qualquer possibilidade de não ser apenas mediano. E isso é com certa vontade. 



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