Primeira Impressão - Outros Lançamentos

Desire, I Want To Turn Into You: Everasking Edition

Caroline Polachek

Ao analisar o álbum Desire, I Want To Turn Into You escrevi na introdução que o trabalho era “facilmente um dos trabalhos pop mais excitantes dos últimos tempos, ajudando a colocar a artista no posto de maior diva pop alternativa da atualidade. Infelizmente, Desire, I Want To Turn Into You é um álbum que não alcança na minha visão todo a vastidão do potencial da sua sonoridade”. Ao lançar a sua versão deluxe, Caroline Polachek não altera essa minha totalmente, mas adiciona um novo e excitante tijolo na construção da sua excitante carreira.

É fato que se você gostou do álbum anteriormente irá se saciar de maneira plena com a adição das canções dessa versão, pois todas as faixas conversam diretamente ou indiretamente com que já foi mostrado. Das setes faixas, duas são versões de canções do álbum, dois covers, duas reconstruções de canção da própria cantora e apenas uma original. Isso, porém, não quer dizer que todas não sejam mergulhadas na personalidade de Polachek em que “tudo na cartilha do indie/alternativo pop é adicionado para depois de ser distorcido e reconstruído ao bel prazer da produção, sendo adicionado camadas, texturas, sons, misturas, quebras e cores que o transforma jornada pop como poucas”. E a grande peça central aqui é o incrível remix de Butterfly Net ao lado da Weyes Blood ao não seguir “a cartilha de remixes/duetos devido a ter uma nova instrumentalização que incrementa dramaticidade e força para a já belíssima melodia original. Todavia, o grande trunfo dessa versão de Butterfly Ne é a presença magistral de Weyes Blood que combina a sua voz aveludada com o brilhantismo da performance de Polachek para criar mágica em forma de música”. Outro momento marcante é ritmada e contida Gambler's Prayer e toda a sua construção atmosférica que transita em uma complexidade de nuances de maneira fluida e eletrizante. O ousado e marcante single Dang que nas mãos de outra artista teria “resultado em um amontado sonoro sem a ousadia necessária para dar vida a sua urgente, estranha e descontruída batida electropop com pedaços de art pop, hyperpop e deconstructed club”. E, por fim, Coma é uma versão/reconstrução de pharmacoma (for ben deitz) de Default Genders que é tão inesperada na sua construção que deixa a gente em espera deliciosa para o que está por vim, deixando seus quase seis minutos até parece pouco. Fechando essa era, Polachek demonstra que o melhor ainda está por vim.

notas

Dang: 8,2

Spring Is Coming With A Strawberry In The Mouth: 7,8

Butterfly Net (featuring Weyes Blood): 8,5

Meanwhile: 7,8

Coma: 8,2

Gambler's Prayer: 8,2

Long Road Home" (featuring Oneohtrix Point Never): 7,9

I Believe (Acoustic Version): 8,3

Média Geral: 8,1