31 de julho de 2012

Sinto Cheiro de Safadeza

This Is Love (feat. Eva Simons)
will.i.am

Vocês devem saber o que é um sample, né? Então, acho que não preciso explicar, mas quero salientar uma coisa: sempre que um sample é usado é obrigatório dar as referências dos criadores originais. Então, lá estava eu ouvindo a canção This is Love do will. i . am e pensei: ele usou a música Is This Love do Bob Marley para usar como peça chave na letra da canção. Para a minha surpresa não é bem assim já que não há nada indicando isso. Nenhuma referencia a possível uso da canção. Que coisa, né? Seria apenas coincidência ou apenas safadeza?

Seja de qualquer maneira This Is Love não melhora por isso. A canção tem uma boa estrutura quando começa num volume mais baixo com base de piano e uma batida mais "acústica". Ao usar essa parte como pré-chorus e refrão, will. i .am consegue nessa hora manter um nível apoteótico e contagiante. Quando a música parte para a batida do dance pop louco, a canção perde força e se transforma num genérico barato. O rapper até está bem nos vocais cantando/fazendo rap com uma letra mais ou menos e refrão que se sustenta pela batida do arranjo. Eva faz uma participação arroz com feijão sem mostrar talento de verdade apenas sendo notado que ela tem um tom de voz parecido com a Rihanna. Contudo, posso estar enganado, mas tem angu nesse caroço e o seu Bob deve estar se revirando no caixão com muita fumaça em volta com essa história.
nota: 6

30 de julho de 2012

A Volta Dos Que Vão Voltar Três Vezes

Oh Love
Green Day

Um é bom, dois é melhor, três é sensacional. É assim que eu me sinto com a noticia que o Green Day está de volta não apenas para um, mas para três álbuns a trilogia ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré!  que serão lançados ao longo desse ano e no começo do ano que vêm. Claro, o primeiro álbum é a ¡Uno! que tem como primeiro single a canção Oh Love.

Longe da genialidade de alguns trabalhos do grupo, a música está infinitivamente acima da maioria das canções que estão tocando nas rádios. Oh Love carrega na alma o DNA do grupo desde o primeiro riff da guitarra. Grandioso do começo ao fim, o arranjo peca em certos momentos onde não é tão pungente como em outros. Talvez o seu maior defeito é que o seu final deveria ser mais apoteotico como a música sugere. Todavia, quase ninguém hoje em dia é capaz de criar uma canção de amor tão classuda como Oh Love. A composição sobre as inseguranças de declarar e poder ver o coração sendo partido. Billie, sempre ótimo nos vocais, declama "Oh amor, oh amor/Você não vai chover em mim esta noite?". E pergunto: quem nunca ficou tão inseguro? E quem nunca sonhou em ver o Green Day três vezes mais?
nota: 8,5

29 de julho de 2012

A Volta dos Que Foram Há Muito Tempo

Settle Down
No Doubt

Muitos da nova geração não devem fazer a menor idéia de são o No Doubt. Talvez, com muita sorte, saibam quem é a Gwen Stefani devido ao trabalho solo dela. Isso pode ser um fator forte para a repercussão morna que a volta do grupo está causando. Mesmo ainda com prestigio no mercado, o hiato de quase doze anos sem lançar um álbum novo pesa. E não ajuda muito a canção Settle Down ser o single que abre caminhos para o lançamento do álbum Push and Shove.

Longe de a canção ser ruim, ainda mais sendo a cara do grupo. A mistura de gêneros continua a marca registrada do grupo e eles continuam fazendo isso primorosamente pegando o Ska, rock e pop e com ajuda do produtor Spike Stent (que já trabalhou com Deus e o mundo) constroem uma canção super gostosa de ouvir e dançar. Só que estamos vendo apenas a ponta do iceberg do que o grupo consegue fazer. Com canções como Hey Baby e a marca registrada Don't Speak, o grupo é capaz de "cavar" muito mais fundo. Não só apenas na musicalidade, mas como na mensagem que não apenas de um "vamos nos divertir" de maneira cool. O bom mesmo da canção é dona Gwen que continua ótima. Espero que o No Doubt seja igual ao Sade: passa anos, mas continuam sempre ótimos. E não apenas bons.
nota: 6,5

26 de julho de 2012

A Volta dos Dinossauros do Rock

That's Why God Made The Radio
The Beach Boys

Existem pessoa que fazem história e existem pessoas que são história. O grupo The Beach Boys são a história viva e produtiva da música. Considerados como uma das maiores bandas de todos os tempos, o grupo lançou o CD That's Why God Made The Radio após 16 anos sem lançar um álbum inédito se tornando o segundo artista a passar mais tempo sem colocar um trabalho no top 10 da Billboard sendo a última vez deles em 1964 e perdendo apenas para o Frank Sinatra. E como single foi escolhida a canção que dá nome ao álbum.

That's Why God Made The Radio, o single, comprova que o som da banda não mudou nas últimas décadas mesmo longe de sucessos como Good Vibrations. O rock/pop com pegada dos anos sessenta (estilo que eles mesmos ajudaram a "fundar") pode até parecer datada para alguns, mas a originalidade deles vem do fato que ninguém consegue fazer uma harmonização de vozes tão perfeita como eles. Além disso, a produção do vocalista e principal compositor Brian Wilson ainda se mostra vibrante. Quem disse que os dinossauros estão extintos?
nota: 7,5

A Volta

Nesse especial vou falar de três bandas importantes que estão voltando nesse ano. Porque, no final, eles sempre voltam!

25 de julho de 2012

Por Anda Dona Rita?

Reza
Rita Lee

Sim, ela é uma das maiores artistas do Brasil. Sim, ela passou por uns maus bocados ao longo da carreira e da vida pessoal. Contudo, Rita Lee sempre vai ser fodona² mesmo quando não está nos seus melhores dias.

Depois de anunciar sua aposentadoria dos shows, ela acabou de lançar o álbum Reza. Como primeiro single foi lançada a canção que dá nome ao trabalho e também serve de música tema para a novela Avenida Brasil, mais especificamente o núcleo do Cadinho. E como esse núcleo é a canção: fraca em comparação ao resto, mas tem bons momentos. Rock/MPB redondinho com letra divertidinha sobre recuperação após o fim de um relacionamento. Rita já fez coisas muito melhores, mas é sempre bom ver ela aí de pé. Agora como a Dona Rita, avó do Rock Nacional.
nota: 6

24 de julho de 2012

Prefiro ao Natural

Spectrum
Spectrum (Say My Name) [Calvin Harris Remix]
Florence + The Machine


Vamos ás boas noticias primeiro: Florence + The Machine acaba de alcançar  primeiro lugar da parada britânica pela primeira vez. A noticia não tão boa é que precisou do DJ/produtor  Calvin Harris dar uma forcinha para isso acontecer ao fazer o remix da canção Spectrum, quinto single do Ceremonials.

Spectrum é a canção mais audaciosa do trabalho do grupo. A complexa instrumentalização da canção dada pelo produtor Paul Epworth com a utilização de tambores cria uma atmosfera peculiar e grandiosa para a canção que se perde completamente no remix arroz com farofa de Calvin Harris. Além disso, a duração é encurtada perdendo o fio da história que a música passa. A poderosa, cativante e cheias de nuances performance vocal de Florence se perde na utilização de efeitos e a deixa apagada na versão remix. Ao menos a monumental composição que pode ser entendida com inúmeras variantes foi mantida intacta no remix. Feliz pelo sucesso do grupo, mas prefiro as coisas no natural como elas foram feitas.
nota
Versão Original: 9
Versão Remix: 6

23 de julho de 2012

Sou a Cheryl, Eu Acho!

Call My Name
Cheryl Cole


Ela se chama Cheryl Cole, mas se chamá-la por Rihanna ela também responde. Depois de flopar lindamente com seu segundo álbum (Messy Little Raindrops, 2010), a inglesa Cheryl Cole resolveu correr atrás do prejuízo chamando o DJ/produtor Calvin Harris para produzir o primeiro single do álbum A Million Lights. Tentando acertar no sucesso, acertou na Rihanna em We Found Love e em virada surpreendente o tiro foi bem mais dado.


Call My Name segue exatamente o mesmo caminho da canção da Rihanna, só que aqui Cole ganha pontos por não ser tão boa cantora com a RiRi. Pop/dance com uma pegada bem clean e com cara de hit radiofônico, Calvin produziu e escreveu a canção. Acredito que a boa produção dada para a canção é uma compensação pela letra fraca que tem como refrão a seguinte frase:


Como você pensa que me sinto quando você chama o meu nome?
Meu nome, diga o meu nome, querido


E mesmo assim é viciante. Prazer culposo em nível vergonha alheia. Cole é uma das cantoras com menor inspiração para cantar, mas mesmo assim não faz feio aqui. Só é passável. Mesmo com o sucesso na canção na parada britânica, o álbum A Million Lights vendeu apenas 54 mil cópias na primeira semana, metade do que vendeu Messy Little Raindrops. Quem sabe mudando para Rihanna Cole não ajuda?
nota: 7

20 de julho de 2012

Os Melhores Artistas do SoSingles

Continuando as comemorações de quatro anos do blog, resolvi fazer a listas dos Melhores Artistas do SoSingles. Contudo, não vai ser uma escolha baseada apenas na minha vontade. A escolha é "matemática" pura. Peguei todos os artistas que tinham cinco ou mais posts, somei as notas de cada música e fiz a média. Simples assim. Então aqui estão os quinze melhores colocados. E ainda tem um bônus no próximo post: os cinco piores colocados! Confiram!


15° Beyoncé
Média: 7,7



14°Adam Lambert
Média: 7,72


13°Brandy
Média: 7,75


12°Carrie Underwood
Média: 7,77


11°Duffy
Média: 7,78


10°Lily Allen
Média: 7,83


9°Kylie Minougue
Média: 7,87


8°Foo Fighters
Média: 8,1


7°Kanye West
Média: 8,12


6°Whitney Houston
Média: 8,16


5°Jay-Z
Média: 8,2


Cee Lo Green
Média: 8,25


3°P!nk
Média:  8,53


2°Florence + The Machine
Média: 8,83


1°Adele
Média: 8,95

Os Piores Artistas do SoSingles

Os cinco piores resultados da história do blog até hoje.


5°Lil' Wayne
Média: 5,03


Taylor Swift
Média: 4,91


3°Black Eyed Peas
Média: 4,87


2°Akon
Média: 4,3


1°Demi Lovato
Média: 3,07

19 de julho de 2012

Especial Frank Ocean

Não são todos os dias que surgem artistas como o Frank Ocean. Celebrando isso e explicando todo o buxixo que ele está causando resolvi fazer esse especial no SoSingles. Espero que gostem! E melhor: espero que vocês descubram o Frank Ocean!


Primeira Impressão

channel ORANGE
Frank Ocean

O que faz de um álbum ser considerado uma "obra de arte"? Não é apenas uma "coleção" de boas músicas, não é apenas a elaboração de arranjos perfeitos, não são apenas letras magistrais ou vocalização perfeita. Uma obra de arte musical em forma de álbum é a elevação de um artista aos céus pelo seu próprio talento. É a consagração máxima da alma, a mente e o coração. É a prova que talento é dado por algo divino. Algo acima de nós, chame do nome que você preferir. Nesses quatro anos de blog apenas três artistas chegaram nesse nível: Kanye West com o monumental My Beautiful Dark Twisted Fantasy, Adele e o seu arraza quarteirão 21 e o Florence + The Machine com o divinamente dark Ceremonials. O quarto nome acaba de entrar nessa lista: channel ORANGE do Frank Ocean. Contudo, antes de falar do álbum em si, vou dar uma situada em quem é Frank Ocean.

Nascido com o nome de Christopher Breaux na cidade de Nova Orleans, ele começou a carreira sendo "compositor fantasma" de nomes como Brandy, Justin Bieber e John Legend. Em 2010 se juntou com o rapper Tyler, The Creator no grupo de produtores, rappers, cantores e artistas diversos intitulado Odd Future. O lançamento de mixtapes do grupo junto com o aclamado Nostalgia, Ultra., sua própria mixtape lançada ano passado, chamou a atenção de Jay-Z, Kanye West e da Beyoncé. Com a cantora, ele co-escreveu a canção I Miss You do álbum 4. Com a dupla de rappers, Frank participou do álbum Watch The Throne com a composição e o featuring nas aclamadas Made in America e no single No Church In The Wild. Contudo, o que chamou a atenção da mídia recentemente foi uma declaração extremamente corajosa que o colocou na história da música: em seu site pessoal, Frank declarou que sua primeira paixão aos dezenove anos foi um homem, assim sendo, ele se transformou no primeiro artista hip hop/R&B mainstream a revelar um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo. Em uma indútria tão machista e preconceituosa, a atitude é o começo de uma quebre de barreiras na luta contra a homofobia. Todavia, isso é quase noticia velha, pois Frank Ocean acabou de lançar seu primeiro álbum channel ORANGE. E como eu já disse o trabalho está sendo aclamado como uma obra de arte indiscutível.

channel ORANGE é a celebração da arte como música. Ocean cria uma obra atemporal ao se colocar em um lugar entre as lendas do soul music como Stevie Wonder, Marvin Gaye e mais próximo aos melhores trabalhos do Prince. A viagem em um mundo intrigado de Ocean é uma volta ao passado, mas com ao olho no futuro. Complicado, arrebatador, edificante, pulsante, vibrante, brilhante. Frank cominha em estradas da mais diferentes falando do amor em primeiro plano, mas há assuntos como drogas, sociedade e religião. Em cada composição ele vai além do que se poderia esperar. Arranca como um cirurgião órgãos, sentimentos, ossos, medos e muito mais. Como um soco na ferida aberta, ele retrata com maestria de uma pessoa que vive década e mais décadas reflexões profundas e brilhantes. E ele só tem vinte e quatro anos de idade. Podemos classificar o seu som como neo soul para termos apenas uma classificação. Contudo, assim como os três álbuns já citados, channel ORANGE vai muito mais que classificações. A jornada sonora de Frank é muito profunda e multifacetada. O trabalho de instrumentalização é, talvez, um dos mais geniais dos últimos anos. Há tantas texturas, batidas, samples, sons, instrumentos diferentes só que costurados de maneira tão perfeita que chega a ser desleal para nossos ouvidos tentando captar cada segundo, cada batida, cada inspiração, cada pérola. Já Frank como vocalista se coloca em um pedestal que não há proteção. Suas interpretações são cheias de sentimentos, força, genialidade e algo mais que apenas gênios tem e simples mortais não podemos falar com palavras. Não posso ressaltar uma canção, mas posso dizer isso: se você ouvir Bad Religion e não sentir algo arrebatador, esqueça, vocês não está preparado para a genialidade de Frank Ocean. Se sentir, seja bem vindo ao álbum que pode mudar sua percepção do que é música. E Frank Ocean seja bem vindo a eternidade!

O Poder do Simples

Thinkin Bout You
Frank Ocean

Uma canção grandiosa não precisa ser "épica". Claro, quanto mais requinte na hora de elaborar melhor. Contudo, uma produção minimalista pode resultar em uma canção genial com o primeiro single de channel ORANGE, a sensacional Thinkin Bout You.

Frank Ocean constrói um R&B minimalista, mas de um poder assustador. Thinkin Bout You fala sobre a dor de quando a pessoa que a gente ama não corresponde a esse sentimento. A dor da rejeição impressa na canção é um sentimento tão poderoso que a forma magistral que Frank fez uma composição atemporal capaz de se comunicar com qualquer pessoa de diferentes raças, crenças, sexos, sexualidades, idades. Aqui vemos ele se declarar no primeiro verso ainda meio sem jeito, no segundo ele tenta não transparecer a importância desse sentimento o transformando em algo mais carnal e por fim deixando se levar abrindo o coração de maneira mais aberta imaginável. Porém, a composição vai bem mais longe quando se lê nas entrelinhas. A canção fala sobre o primeiro amor de Frank e no terceiro - e melhor verso - vemos mais claramente:


"Sim, claro
Eu me lembro, como eu poderia esquecer?
Como você se sente?
E se você fosse minha primeira vez
Um novo sentimento
Ele nunca vai ficar velho, não na minha alma
Não em meu espírito, mantenha vivo
Vamos por este caminho
Até que mude a cor para preto e branco
"


Frank conduz a música de maneira cativante com os vocais em estado de perfeição lembrando certos momentos o Price com o seu falseto brilhantemente colocado nos momentos certos e buscando uma interpretação mais "forte" para balancear tudo. A produção da canção se foca em construir uma delicada, simples e sensacional obra de instrumentalização impressionante devido ao seu minimalismo sonoro quando na verdade se mostra bem complexo. Só que é preciso prestar muita atenção deixando de lado o resto da canção. Só que o casamento entre todas as parte envolvidas cria uma sensação de plenitude arrebatadora. Em outras palavras: simple is the new black.
nota: 9,5

O Poder do Grandioso

Pyramids
Frank Ocean


Se de um lado Frank consegue ser genial precisando de pouco do outro ele ultrapassa as barreiras do convencional para fazer a magnífica Pyramids.

Com quase dez minutos de duração, Frank coloca a arte acima do comercial em uma produção avassaladora. A viagem psicodélica entre sonoridades, ritmos, instrumentos, batidas, texturas, cadências alternando do R&B passado pelo pop e o eletrônico mostra a genialidade de um cara em saber como elevar sua arte em outros níveis. Tudo terminando em um solo (não creditado) de guitarra de John Mayer em estado de inspiração pura. A composição é o paraíso para qualquer compositor talentoso. A epopéia sobre um "cafetão" se apaixonando por sua "agenciada" mistura elementos fantásticos associando a amada a Cleópatra e strip clubs com pirâmides. Um delírio milimetricamente fantasioso e arrebatador que envolve em uma narrativa soberda e visceral. Como em um drama, Frank carrega em um performance contida e ao mesmo tempo com uma carga emocional descomunal em sua voz. Algo tão forte que é quase tocável. Frack chega na barreira entre ficar acima do bem e do mal. Se o céu não tem essa trilha, o paraíso deve ser bem chato.
nota: 10

O Poder de Ser Genial

Sweet Life
Frank Ocean

Quando você sabe o tamanho do talento de um artista é quando ele faz uma música que poderia muito bem entrar no disco de lendas da música e mesmo assim a canção tem a personalidade do artista.

Sweet Life, escolhido como terceiro single do channel ORANGE, em uma vibe soul/jazz/Stevie Wonder nos anos setenta que faz qualquer um querer levantar da cadeira e swingar com a batida contagiante. A construção refinada do arranjo com uma instrumentalização perfeita transparece o cuidado da produção em criar uma obra acima do excepcional. E por falar em produção: quem assina, ao lado de Frank, é o produtor/rapper Pharrell Williams subindo mais uns quarenta passos na corrida de "melhor produtor do ano" juntando ao trabalho com Usher e Adam Lambert. Frank tem o desempenho impecável enquanto a critica sobre o lado negro de Beverly Hills é um soco no estômago, mas de forma irônica e poética o que deixa ainda mais pungente. Outro momento genial de um trabalho genial. Valeu Frank!
nota: 9,5

É o Fim, mas Poderia Ter Sido o Começo

End of Time
Beyoncé

Vocês sabiam que End of Time seria a segundo single do álbum 4 e foi trocado no último minuto por Best Thing I Never Had? Não sei se seria uma mudança efetiva no resultado final de divulgação do álbum, mas Bey perdeu uma oportunidade para só lançar as melhores músicas do CD uma atrás da outra.

End of Time é de longe a faixa mais ousada musicalmente dentro do álbum. Longe da batida mais "louca" de Run the World (Girls), a canção pega uma inspiradíssima batida de tambor e a transforma na base arrebatadora para que se construa um R&B dançante emblemático e marcante. Assim também é a presença de Beyoncé que vai crescendo com o andamento da canção só que nunca querendo gritar mais que o volume do arranjo. End of Time careceu de uma composição mais "forte" para combinar perfeitamente com a produção marcante. Falar de amor de uma maneira tão "fofo" não ajudou a selar a canção. Contudo, não posso negar a elaboração de um refrão delicioso. E assim se fecha o ciclo de 4: o que será que a Beyoncé está preparando?
nota: 8

18 de julho de 2012

Jenny E Seus Amigos

Goin' In (feat. Flo Rida)
Jennifer Lopez

Follow The Leader (feat. Jennifer Lopez)
Wisin & Yandel


Posso afirmar com a maior certeza do mundo: o maior comeback dos últimos vinte anos no mundo da música é o da Jennifer Lopez. Todos sabem da recente trajetória da cantora de volta ao topo, mas o que poucos notam é que por trás disso está a própria J.Lo cuidando milimetricamente de cada passo que ela dá. Ela soube com quem trabalhar para revitalizar sua carreira, soube a hora de entrar no American Idol e sair do mesmo antes afunde de vez, soube manter a separação e o novo namorado dentro do limite entre "noticia" e "escândalo"  e, claro, soube faturar rios de dinheiro. Porém, ela ainda erra em certas manobras.

Depois do  bom desempenho de Dance Again que inclui uma turnê que passou recentemente pelo Brasil, Jenny lançou a canção Goin' In que também faz parte do Dance Again... the Hits, seu primeiro álbum de "grandes hits". Acontece, diferente de seu antecessor, a canção não é exatamente um marco na carreira dela ou muito menos uma boa canção.

A produção começa errado ao tentar modificar a voz de J.Lo demais com efeitos que a deixam sem vitalidade em comparação com o histérico arranjo que transita entre o bom pop e o esquizofrênico dance pop para tocar nas rádios. Há bons momentos, mas nenhum realmente marcate para se digno de salvar a canção. Não ajuda nada mesmo a troca de favores entre J.Lo e o rapper Flo Rida. Ele faz uma participação (fraca, diga-se de passagem) e ela faz uma participação em uma das faixas do álbum Wild Ones.


Contudo, quando J.Lo se une com a dupla de hip hop latino Wisin & Yande, as coisas mudam de tom drasticamente. Para o bem, felizmente.

Follow The Leader é o primeiro single do álbum Líderes e mostra o melhor lado da J.Lo: a latina pop sensual. Misturando pop, reggaeton e hip hop cria um arranjo frenetico, dançante e poderoso que consegue envolver do começo ao fim. Jenny está perfeita em sua participação que não rouba a cena da dupla, mas em nenhum momento é apagada ou deixada de lado. Wisin e Yande são bons artistas que merecem um conferida pois mostram o que tem de bom a música latina atual. A composição, mesmo com um refrão acertado, poderia ter mais substância do que apenas preencher o espaço vazio. De qualquer forma, Jennifer Lopez mostra que não são apenas zumbis que voltam dos mortos.

nota
Goin' In: 5,5
Follow The Leader: 7

17 de julho de 2012

Super Bass 3- A Que Era, Mas Não Foi

Va Va Voom
Nicki Minaj

Se hoje Starships é o maior sucesso da carreira de Nicki Minaj é porque Va Va Voom não foi. Explicando: a canção, inclusa na versão deluxe de Pink Friday: Roman Reloaded, seria o primeiro single do álbum, mas foi trocada na última hora por Starships. E sabe o que é o melhor: muito provavelmente Va Va Voom seria hit.

A canção segue os mesmo passos de Super Bass, mas aqui a produção de Dr. Luke deixa a canção mais pop chiclete com uma batida deliciosamente bobinha e fútil. Nicki está completamente contida e talvez isso ajudou a canção a ganhar uma cara única sendo menos hip hop e mais pop. A letra é uma coleção de clichês bem amarrados com sacadas ótimas, refrão viciante e um verso final cativante. Quem sabe não dá tempo de Va Va Voom virar sucesso?
nota: 8

16 de julho de 2012

E Vocês?

Pessoal, como vocês sabem já passamos do meio do ano. Já passou muita água debaixo da ponte, como diria minha mãe, e vai passar muito mais. Como todo ano já estou preparando a minha lista de Melhores do Ano desde o começo de Janeiro, mas dessa vez resolvi fazer algo diferente: quero saber a opinião de vocês sobre o que já passou. É simples: escolham quem são os melhores até agora e deixem seus comentários. Simples, né? São cinco categorias:


Single do Ano (apenas aquela que vocês acham que mais "bombou" até agora)
Melhor Single (a melhor música do ano)
Artista do Ano
Revelação
Álbum do Ano


Tentem escolher no máximo três para cada categoria. Espero a participação de vocês!


Primeira Impressão

Write Me Back
R. Kelly


Na atual situação do mercado fonográfico, me refiro particularmente ao lado artistico, ver um artísta se manter fiel ao que ele é de verdade é edificante. E ver que essa escolha resulta em um trabalho como em Write Me Back do cantor R. Kelly é maravilhoso.

Conhecido nos anos '90 principalmente com o mega sucesso I Believe I Can Fly, R.Kelly não apenas se mantém fiel ao R&B que o fez famoso, mas faz um visita ao passado do soul music em um álbum excepcional. Aqui ele busca suas influências no R&B dos anos '70 misturando com um pouco de pop para dar liga em algumas canções mais agitadas. Com sua produção em todas as músicas ele continua a mostrar seu talento como produtor ao criar canções com batidas já ouvidas, mas em nenhum momento deixa elas datadas ou moderninhas demais. Eu poderia ouvir Ray Charles, Stevie Wonder, Aretha Franklin e até mesmo Michael Jackson gravando algumas das canções nas décadas passadas ou mesmo nos dias de hoje. R.Kelly é um cantor exemplar. Mesmo longe de genialidades vocais ele consegue um desempenho sólido, poderoso e alguns momentos excepcionas. Sempre falando de amor e como compositor de todas as canções (apenas três tem compositores adicionais), ele poderia ter indo mais fundo em outros assuntos que fizeram o estilo uma arma de conscientização social. Contudo, a várias canções com letras ótimas que combinadas com a produção refinada de R.Kelly resultam em canções memoráveis como em Love Is (com forte influência da canção Love is in the Air), All Rounds On Me com toques de rock soul, a romântica When a Man Lies, a genial Fool for You e no single Feelin' Single (resenha a seguir). Quem disse que bons tempos não voltam? Ok, eles não voltam, mas podem ser lembrados da melhor maneira.

Back to Music

Feelin' Single
R. Kelly

Música não foi feita para apenas vender no iTunes e tocas apenas no rádio para simples consumo. Música deveria ser feita para ser sentida, vivida e respirada. Música de verdade é como um organismo vivo e mutável. Música de verdade se faz de artista de verdade. Assim é Feelin' Single.

Single do álbum Write Me Back, a canção comprova que R. Kelly é um fazedor de música de verdade. A produção refinada não se vende para as modinhas e entrega uma canção R&B pura, honesta e classuda. Mais agitada que se poderia imaginar, o suingue do arranjo é captado por Kelly que transmite em uma atuação louvável ainda mais depois da operação na garganta que ele enfrentou recentemente. O mais importante é descobrir que cada vez mais a música vive sempre voltando para o simples aonde encontra sua melhor tradução.
nota: 8

15 de julho de 2012

New Faces Apresenta: "A Garota Que Subiu nas Paradas como Se Sobe no Monte Everest"

Lights
Ellie Goulding

Era uma vez uma cantora inglesa chamada Ellie Goulding. Ela foi escolhida como a como a nova cara da música pela impressa inglesa no ano 2010. No mesmo ano, ela lançou o seu primeiro álbum intitulado Lights sendo que o primeiro single foi lançado no final de 2009 e o último no começo de 2011. Desde então o último single lançado Lights, que dá nome ao álbum, começou uma longa, vagarosa e eficiente jornada nas paradas americanas. Isso mesmo: a canção se transformou em sucesso nos Estados Unidos alcançando semana passada o 5° lugar da Billboard depois de mais de mais de um ano e três messes de lançamento.

Apesar de não entender muito esse sucesso já que a música não é genial, devo admitir que fiquei surpreso pela qualidade que Ellie apresenta em Lights. Talvez o efeito da onda de sucesso de eletropop com indie ajudou a canção a ganhar esse destaque. A delicada e quase transcendental presença vocal de Ellie dá para a canção uma atmosfera delicada que a molda em uma batida suave e minimalista puxando para o synthpop dos anos oitenta. O seu lado mais indie vem a letra bem escrita invocando um tom mais maduro da parte da cantora. Sem ser uma revolução musical, devo parabenizar Ellie fazer um sucesso "dorminhoco". Coisa tão difícil de fazer hoje em dia.
nota: 7,5

14 de julho de 2012

É a Mesma Música?

Chasing the Sun
The Wanted

Quando comecei ouvir a canção Chasing the Sun pensei: "ops, música errada! Essa é a outra que com que eles fizeram sucesso." Passei adiante e começou Glad You Came. Voltei e começou a mesma música. Olhei bem para a tela é vi: Chasing the Sun estava tocando. Porra, é a mesma música? Não, são duas músicas diferentes que tem a mesma estrutura musical feita especialmente para tocar nos rádios das meninas com hormônios descompensados ou ser apenas mais um sucesso dance pop sem personalidade.

Devo confessar que esse estilo mais "refinado" com a influência do europop é até bem vinda se for resultar em algo, no mínimo, interessante. Contudo, não é o caso de Chasing the Sun. A canção é piegas do começo ao fim deixando um gosto de "requentado ruim". Além disso, a falta de personalidade nos vocais deixa claro que eles (os empresários) não querem que os integrantes tenham personalidade própria, pois se um ganhasse mais destaque iria ser um N*Sync outra vez. E para piorar, as duas canções nem tem os mesmo produtores. Duas canções que nem valem por meia.
nota: 4

Pérola Pop

Soaked
Adam Lambert

A mistura de pop, rock e com ópera mostra a capacidade vocal de Adam Lambert cria uma pequena obra de arte musical. A intricada concepção do arranjo ao mesmo tempo consegue dar para a canção incluída no álbum For Your Entertainment uma atmosfera refinada e popular. A letra com forte pegada romântica dramática demonstra que amor não depende de sexo já que a mensagem tem claro apelo de temática gay. Momento que separa cantores de artistas de verdade.

13 de julho de 2012

300.000 Mil Acessos

Nessa semana em que o blog completa quatro anos de existência, o SoSingles alcançou outro marco: 300.000 mil acessos. Agradeço à todos. E, como de costume, voltem sempre!

Sou Ryco

Work Hard, Play Hard
Wiz Khalifa

Uma das "tradições" de quando um rapper faz sucesso é ele jogar sua fortuna adquirida na cara da sociedade. Só que o rapper Wiz Khalifa elevou isso com Work Hard, Play Hard.

Primeiro single do seu segundo álbum ( O.N.I.F.C.) a canção é uma exaltação ao seu novo estilo de vida. A composição, mesmo não indo em um caminho depreciativo, é o cenário completo da ostentação que o dinheiro pode trazer. Acontece que a composição é interessante ainda mais se aliando a produção com personalidade de Benny Blanco e Stargate e a performance forte de Wiz. Apesar de jogar na nossa cara que ele é rico e nós somos apenas simples mortais.
nota: 7

12 de julho de 2012

Os Álbuns Mais Importantes dos Últimos Quatro Anos do SoSingles

1° Parte



Final

5°Hell On Heels
Pistol Annies

Data de Lançamento: 23 de Agosto de 2011
Causa: Modéstia a parte, mas você procurar por aí e não vai achar um blog que dê destaque para o country americano como o SoSingles. Não só falo da Taylor Swift, mas indo bem mais profundo que a princesinha do country. Então, nada mais justo que colocar o melhor álbum do estilo que passou nesses últimos anos.


4°Ceremonials
Florence + the Machine


Data de Lançamento: 28 de Outubro de 2011
Causa: Quando a gente pensa que a escuridão chegou para ficar há sempre uma luz a brilhar no fim do túnel para elevar nos espíritos. E há sempre álbuns como o de Florence + the Machine para provar isso.


3°The Fame Monster
Lady Gaga


Data de Lançamento: 19 de Novembro de 2009
Causa: A definição cabal do talento de Lady GaGa em um EP que entra para história como um dos mais importantes da cultura pop.


2°My Beautiful Dark Twisted Fantasy
Kanye West


Data de Lançamento: 22 de Novembro de 2010
Causa: A perfeição. Sem mais.


1°21
Adele

Data de Lançamento: 19 de Janeiro de 2011
Causa: O álbum dessa geração. A perfeição². Sem mais.