31 de maio de 2013

Os Fantasmas do Passado de Kelly

Dirty Laundry
Kelly Rowland


Todos que acompanham a trajetória da Kelly Rowland sabem qual é o motivo da carreira dela nunca deslanchou de verdade: Beyoncé. Não importa como tudo foi orquestrado nas carreiras solos delas, principalmente bem no começo, o que interessa é que essa dinâmica afetou muito Kelly que sempre foi deixada de lado a fazendo uma artista de "segundo escalão". O que ninguém sabia até hoje era como são os sentimentos de Kelly em relação a todo isso. Até hoje, já que em Dirty Laundry Kelly abre o coração e entrega uma canção estupenda ao falar sem medo de expor sentimentos densos e multifacetados. Ainda mais se levarmos em conta que estamos diante de uma artista inserida em uma indústria que vive de
aparências e quanto mais bela a fachada é, melhor.

Segundo single do próximo álbum de Kelly, Talk a Good Game, Dirty Laundry é um desabafo sobre o que parece ter sido o pior período da vida dela: logo após o sucesso inicial da carreira solo da Beyoncé com ela tentando lidar em ser a "sombra" da irmã. Kelly fala abertamente da sensação de ser preterida e tentar lidar com a mistura de sentimentos estando feliz pelas conquistas da "irmã" e ao mesmo tempo inveja pelas mesmas conquistas. Contudo, como se diz aqui no interior: o buraco é bem mais embaixo. Dirty Laundry também é sobre um relacionamento abusivo que ela vivenciou na mesma época e como isso afetou sua vida, em especial sua relação com a Beyoncé. Fica claro que Kelly sofreu abusos psicológicos e físicos do namorado da época (especulações falam do ex-jogador de futebol americano Roy Williams, mas ele nega). Muito dos problemas emocionais que Kelly passou em relação a gangorra emocional com Bey foi devido a esses abusos emocionais do namorado (ela afirma que ele dizia que ninguém a amava, principalmente a "irmã") combinado com os físicos gerou uma bomba que poderia ter destruído a vida de Kelly, mas ela conseguiu superar e, eu acredito que Dirty Laundry, é a coroação dessa volta por cima.

Como escrevi antes, só da coragem de Kelly em fazer e lançar uma canção tão pessoa já é motivo de admiração, mas Dirty Laundry não se apóia em um desabafo. Com a carga emocional mais que presente, a composição se mostra um trabalho técnico sensacional sabendo unir toda essa força com uma construção primorosa e escolhas simples e poderosas para expressar exatamente sentimentos tão duros e íntimos. A produção do The-Dream é inspirada: um down-tempo R&B com uma batida crua que sem mostra perfeita para criar uma atmosfera intimista, mas sem perder a qualidade instrumental com um belo piano ao fundo. A performance de Kelly é magistral sempre contida, mas com uma carga emocional que podemos sentir em cada modulação. Com Dirty Laundry, Kelly teve que voltar ao inicio da carreira solo tanto musicalmente, quanto pessoalmente para fazer a melhor música da sua carreira.
nota: 8,5

Primeira Impressão

Side Effects of You
Fantasia

Entre os centenas de ex-American Idol's, em especial entre os vencedores, uma das mais interessantes e não valorizadas é a vencedora da terceira edição Fantasia. Contudo, ela foi ofuscada pela Jennifer Hudson depois do programa que, curiosamente, foi eliminada na época pela própria Fantasia. Com uma história de vida antes e depois do reality com altos e baixos e uma personalidade bastantes forte, o que mais chama atenção nela é a sua qualidade artística e sua voz única e completamente diferente.Uma boa amostra disso está no álbum lançado por ela recentemente, Side Effects of You.

Quarto álbum da carreira dela desde que venceu o American Idol, Side Effects of You tem como um dos trunfos a postura firme de Fantasia em se manter fiel ao estilo que a consagrou: o R&B. Em um atual cenário aonde qualquer um venda a alma para uma "farofa pronta" para conseguir se manter relevante, a cantora mostra personalidade em continuar "insistindo" em um estilo com pouco repercussão de mercado. Com apenas um produtor para quase todas as faixas (Harmony Samuels que vem ganhando notoriedade no meio nos últimos anos), Side Effects of You mostra uma sonoridade sólida e bem executada, embora sofra com alguns momentos não tão inspirados como poderiam ser. Com algumas pitadas de hip hop e outros estilos ligado ao soul aqui e ali, o produto ajuda a construir um álbum bastante coeso que é levado a vida pelas performances de Fantasia. Não basta apenas uma voz como a dela, apesar de ajudar bastante, mas é necessário habilidade de interprete para conseguir passar emoção verdadeira. Isso Fantasia tem de sobra. A cantora é o que se chama de "contadora de história": por trás de sua voz a gente consegue sentir toda a carga emocional que a cantora já passou positivamente e negativamente e, o mais importante, ela usa toda essa experiência para encher a canção de verdade seja qual for o tema. Basicamente falando sobre amor e corações partidos, Fantasia dá contornos mais emocionais e verdadeiros mesmo com algumas composições sendo um pouco genéricas. O mais curioso é que a melhor canção é a única que não é produzida por Samuels: Side Effects of You que dá nome ao álbum é uma produção de Naughty Boy com composição da inglesa Emeli Sandé. A faixa é uma ótima balada R&B que desconstrói clichês tanto na produção quanto na composição se encaixando perfeitamente em uma performance sensacional da cantora. Ainda também há a dançante old-fshion Get It Right, as R&B/hip hop Supernatural Love e Without Me com a Kelly Rowland e Missy Elliott e Lose to Win com uma vibe oitentista. Uma álbum que não é perfeito, mas que mostra o talento de uma artista que sabe se valorizar sem precisar de artifícios "sujos" para isso.

2 Por 1 - Fantasia

Lose to Win
Without Me (feat. Kelly Rowland & Missy Elliott)
Fantasia


Primeiro single do álbum Side Effects of You, Lose to Win se apropria da canção Nightshift de 1985 do grupo de soul The Commodores e sua atmosfera dos anos oitenta. Isso poderia dar muito errado se Lose to Win ficasse com uma cara datada, mas a produção acerta ao modernizar a elegante batida sem perder sua essência. A boa composição fala sobre aquele ponto quando descobrimos que a pessoa amada não nos ama da mesma maneira e, então, tomamos consciência que chegou a hora de seguir em frente. Acompanhada da performance contida, mas pontual de Fantasia Lose to Win tem cara de vencedor de Grammy na categoria R&B.

Como segundo single foi lançado a canção Without Me. O único do problema da canção é que ele poderia ter tirado mais da união das três artistas (Fantasia, Rowland e Missy) que são ótimas. Tirando isso, as atuações delas são boas e compatíveis com a interessante produção que mistura R&B com hip hop em uma cadência lenta e bem urbana que dá bastante personalidade para a canção. O grande destaque é a composição honesta que fala o que muita gente queria falar para aquela pessoa que a gente ajudou e não deu valor: sem mim, você não seria nada. Claro, a canção até poderia ter sido melhor, mas é um presente para quem gosta de um bom R&B.

nota
Lose to Win: 8
Without Me: 7,5

30 de maio de 2013

Uma Escolha

Jump Right In
Zac Brown Band 

Com tantas músicas boas no álbum Uncaged qual será o motivo que a banda country Zac Brown Band escolheu uma das canções menos inspirada para o terceiro single?

Jump Right In é uma "feel goood song" misturando country com toques de música caribenha que dá o toque despretensioso para a canção. A produção é até boa, mas não é tão boa como a banda costuma entregar. A composição sobre se divertir se mostra assim da média só que não escapa de cair de cair em vários momentos genéricos como o uso de "la la la la" e outros clichês. Uma pena que essa tenha sido a escolha para single. Quem sabe na próxima?
nota: 6,5

29 de maio de 2013

Primeira Impressão

Random Access Memories
Daft Punk

Falei recentemente sobre o quanto drástico pode ser a reação de diferentes críticos sobre um determinado trabalho. Naquela ocasião (nesse caso o Primeira Impressão do álbum da cantora Dido) comentei que ao contrário da recepção da maioria dos critícos especializados, eu iria dar uma posição bastante positiva sobre o CD. Mais uma vez esse desencontro entre visões vai acontecer. Só que vai ser ao contrario. O tão alarmado novo álbum do duo de DJ's franceses Daft Punk, Random Access Memories vem sendo classificado como uma "obra prima" da música eletrônica. Além disso, há também uma parte da impressa que o descreve como a revolução do estilo. Então, depois de ouvir com bastante cuidado fiquei a todo o momento pensando: "apenas isso é o motivo de tanto alarde?".


Devo admitir que fiquei um pouco receoso em ouvir o álbum pensando que como não conhecia mais profundamente o som deles poderia criar barreiras para avaliar da maneira mais adequada. Contudo, lembrei que recentemente avalie o trabalho do David Bowie nas mesmas condições e adorei o álbum. Então, não seria isso que iria atrapalhar meu olhar sobre Random Access Memories. Sem essa amarra me deixei levar sem medo, mas no final o que eu ouvi não condiz com que está sendo propagado por aí. O mais estranho para mim em Random Access Memories é que o trabalho do Daft Punk não é de perto ruim: a produção, se olharmos de uma maneira bem analítica no quesito mais técnico do trabalho, é excelente. Donos de uma experiência imensa, o duo mostra sua qualidade na construção de intrincados e acachapantes arranjos. Mais que cuidado, mas sim, respeito com a música. Tudo muito lindo, mas tudo muito chato. O grande problema do álbum é a sua sonoridade: em busca de renovar o som deles, o duo olha para o passado, mais precisamente para o final dos anos '70 e começo dos '80, e dão sua visão para a disco e o funk feitos naquela época. Só que ao invés de injetar novas camadas para criar algo excitante e novo, eles repetem velhas sonoridades com um verniz que tira toda a graça que os estilos possuem. O álbum é um exercício de paciência com canções arrastadas e sem brilho que nem mesmo a qualidade técnica ajuda muito. Não consigo ouvir os arrombos de criatividade que li sobre o álbum em nenhum segundo. Nem mesmo a presença de lendas da música de vários estilos ajuda o resultado final que ainda peca no sentido do conteúdo das cações já que ele é recheado de composições belas, mas artificiais que parecem feitas para quem gosta do estilo só quer quer parecer inteligente. Posso estar errado? Sim. O tempo vai dizer, mas por enquanto essa é a minha opinião sobre Random Access Memories: um álbum superestimado que não conquistou esse que voz fala.

28 de maio de 2013

New Faces Apresenta: "A Garota Que Quer Ser Várias Garotas"

Work
Iggy Azalea


Devo admitir que demorei a prestar atenção no trabalho da novata Iggy Azalea por um motivo: eu pensei que era um alterego da Azealia Banks. Até descobri que Iggy não era a Azealia foi preciso notar que mesmo sendo duas mulheres que fazem rap e tendo um caminho bem parecido, elas tem muita coisa diferentes.

Australiana, branca, cara de modelo e seguindo uma sonoridade com uma forte influência do rap norte Southern, Iggy ganhou destaque depois que ganhar fama com clipes independentes que criaram bastante polêmica como a de Pu$$y. Depois de algumas mixtape lançadas, a rapper assinou um contrato com uma gravadora e vai lançar seu primeiro álbum intitulado The New Classic e como single a canção escolhida como single foi Work. É aqui, então, que começa as grandes diferenças entre as duas: enquanto Azelia tem uma personalidade única e distinta, Iggy parece um remendo de várias artistas. A rapper é uma mistura dos vocais da Ke$ha, certa atitude da Lady GaGa, um gosto fashion estilo Rihanna, a bunda da J.Lo e a beleza da Shakira. Mesmo com uma personalidade ainda em construção, Iggy mostra futura em uma performance segura e com uma "marra" divertida. A composição falando sobre o começo da carreira dela é boa só que ainda falta técnica para ela saber refinar suas ideias e tirar o melhor delas. O melhor da canção é a produção que soube unir o aspecto hip hop com uma roupagem pop sem perder o seu DNA e criando uma batida viciante. É esperar para descobrir se Iggy Azalea vai fazer um nome para sim ou vai depender de comparações com outras cantoras/rappers.
americano em especial o
nota: 7

27 de maio de 2013

Primeira Impressão

Demi
Demi Lovato

 O quarto álbum assim como a carreira da Demi Lovato tem um grande e único problema: falta de direção para a cantora. Vou tentar explicar: Demi precisa urgente de um produtor/compositor com uma visão bastante inovadora e com um talento especial para dar uma direção na carreira dela que a faça quebrar as barreiras que ela está presa. Algo como a Linda Perry foi para a Christina Aguilera ou o Paul Epworth para a Adele (por favor, não estou comparando o talento ou a carreiras das três apenas dando exemplos!).

Intitulado apenas Demi, o CD da jovem cantora é um trabalho pop teen razoável que tem como principal defeito essa falta de direção que expliquei anteriormente. Com a produção de vários nomes completamente desconhecidos, o álbum perde em personalidade no momento que várias faixas têm vislumbres de influências diferentes como eletrônico com uma pegada mais dark e britpop só que não são exploradas como deveriam e deixando vários momentos bem genéricos. O bom de Demi é que vemos um cuidado maior na hora da construção "real" dos arranjos mostrando que houve um trabalho com instrumentos verdadeiros e não apenas batidas fabricada em computadores. Enquanto de um lado vemos as canções mais dançantes errarem em composições batidas e com pouca criatividade, do outro vemos as canções mais lentas ganhando letras acima da média ao mostrar a vulnerabilidade de Demi como na canção Warrior, que vem a ser a melhor do álbum e da carreira dela, e em menor grau Shouldn't Come Back. Agora vou ao ponto que Demi mais precisa de uma pessoa para guiar ela: a voz. A cantora não é exatamente o que eu chamo de uma boa cantora pelo motivo que na maioria das vezes ela realmente grita para tentar chegar ao mesmo nível da canção, mas mesmo assim ela acaba sendo engolida pela canção. Dá para perceber todas as vezes que ela força a voz para ela "ficar maior" do que é. Quando ela se contém em um tom que não precisa extrapolar ela consegue bons resultados com na já citada Warrior. Contudo, Demi precisa de alguém que a oriente sempre nesse caminho ajudando ela evoluir e também sempre escolhendo a melhor canção para ela mostrar isso. Quem sabe um dia ela não encontre o caminho certo?

26 de maio de 2013

Para Corações Derretidos

The Woman I Love
Jason Mraz

 Tem momentos que a gente apenas precisa ouvir um belo clichê para ser feliz. Esse clichê é a canção The Woman I Love do Jason Mraz.

A delicada e fofinha mistura de pop com toques de folk constrói uma canção tão miguxa que fica difícil de não se encantar. Falando sobre o amor que sente pela mulher amada, Jason pode até se mostrar meloso só que ao unir o simples arranjo com a composição a canção se torna uma cativante canção de amor. Além de performance segura de Jason despejando carisma. Canção feita para os corações mais derretidos.
nota: 7

25 de maio de 2013

Primeira Impressão

What About Now
Bon Jovi

Um dia nos longíncuos anos oitenta o Bon Jovi foi uma banda capaz de fazer hinos como You Give Love A Bad Name e Livin' On A Prayer. Naquele tempo os ainda jovens integrantes da banda (leia-se: empregados do Jon Bon Jovi) estavam em sincronia com a "moçada" da época. Passado quase trinta anos, o grupo ainda faz o mesmo som para a mesma "moçada". Resumindo: o Bon Jovi se esqueceu de evoluir sua sonoridade e hoje eles são um bando de tiozões caretas fazendo um som datado para uma galera (em sua maioria) que são um bando de tiozão e tiozona.

O décimo segundo álbum deles intitulado What About Now é a prova do que eu quero dizer: uma coleção canhestra, careta e pobre de rock farofa que erra em todos os sentidos possíveis. A produção do álbum que fica nas mãos de Bon Jovi, Richie Sambora e John Shanks é de uma falta de criatividade e com uma visão tão focalizada em uma sonoridade completamente mofada que transforma o álbum em uma coleção de faixas equivocadas e de uma qualidade baixíssima. O trabalho de instrumentalização é tão ultrapassado que parece que foi gravado em 1985 foi deixado no fundo de um baú e depois resgatado sem nenhuma melhoria ou mesmo uma resmasterização. Bon Jovi continua com o mesmo tom de sempre, mas agora ele parece um senhor de 51 anos tentando parecer "cool" para as amigas da sua filha adolescente só que no final acaba ficando com a cara que ele: um tiozão que acha que ainda é um garotão, mas só está passado por uma crise de meia-idade. Triste. Para piorar o que já é ruim, as composições de What About Now são tão horríveis misturando auto-ajuda barata com canções de amor de fazer envergonhar fãs do Bieber que nem merecem  mais destaque aqui. Bon Jovi redefiniu a expressão "fundo do poço" e, duvido, que alguém no mainstream consiga chegar perto deles esse ano.

2 Por 1 - Bon Jovi

Because We Can
What About Now
Bon Jovi


Como desgraça pouca é bobagem terei que resenhar duas canções do álbum What About Now do Bon Jovi. Começando com Because We Can.

A canção já começa errada mandando frases de efeito como "Não sou um soldado mas estou aqui para tomar uma posição porque podemos". E isso continua por toda a canção sendo frases de auto-ajuda piegas uma atrás da outra. Jon Bon Jovi faz uma de suas performances mais genéricas que eu já ouvi que combina com o arranjo tão chata e antiquada que mostra o quando o grupo não evolui nas últimas décadas.

Agora vamos falar de What About Now, single que dá nome ao álbum: tudo que eu escrive antes acrescido de doses generosas de vergonha alheia em uma composição que tem esse momento:

Se você quiser dar uma mordida
Melhor que você tenha dentes



Pronto, acabou a tortura.
nota
Because We Can: 2
What About Now: 1,5

24 de maio de 2013

Primeira Impressão

Reincarnated
Snoop Lion

A maneira de encarar o novo trabalho do rapper Snoop Dogg pode ter duas vertentes: você pode levar muito a sério e achar uma grande "merda" ou ligar o "foda-se" e achar uma grande perde de tempo que dá para passar o tempo entre um baseado e outro.

Antes é necessário explicar umas coisinhas: no ano passado Snoop Dogg fez uma viagem para a Jamaica onde se converteu ao movimento Rastafári (e você pensando que era apenas aquele penteado horrível!). Então, ele resolveu adotar o apelido de Snoop Lion e lançar um álbum de reggae como cantor! Sim, querido leito, Snoop resolveu deixar Bob Marley "bem feliz" na pós-morte e lançar o álbum Reincarnated. O que falar de Snoop Dogg Lion como cantor? Mesmo se esforçando para brincar com o sotaque jamaicano e com sua habilidade de criar palavras novas, Snoop ainda é um ótimo rapper. A sorte dele é que na maioria das faixas ele está assessorado por vários featurings com especial destaque para a desconhecida Angela Hunte que divide com ele três canções. A sonoridade criada, principalmente pelo grupo de produção Major Lazer, é que podemos de chamar de reggae para "estrangeiro sem noção" ouvir. Sem a vivacidade que o estilo pode oferecer, Reincarnated é um álbum que soa datada, clichê e pouco inspirado. Há alguns momentos legais como em Fruit Juice e Tited Of Running com o Akon que dão uma sobrevida para o trabalho, mas nada que realmente se destaque pela qualidade. Sem falar na tentativa de passar uma mensagem positiva de mudança no social-política nas injustiças do mundo vindo de um cara como Snoop soa falso e pretensioso. Claro, com a cabeça cheia de fumaça dá para nem perceber isso tudo. Uma coisa que acredito que Snoop Lion fez ao fazer Reincarnated.

Miley Deslocada

Ashtrays And Heartbreaks (Feat. Miley Cyrus)
Snoop Lion


Alguém explica qual foi o momento exato que a Miley foi de Hannah Montana para amiga de rappers "barra
pesada"? 

Single oficial de Reincarnated, Ashtrays And Heartbreaks é um dacehall bem chatinha que não contribui em nada para nenhuma das carreiras dos dois envolvidos. Enquanto a performance vergonhosa de Snoop como cantor dá o tom para a canção, Miley faz uma performance inexpressiva e sem graça. Se não bastasse Miley está completamente fora dos eixos aqui, a canção por si só está fora do tempo e espaço. Uma perde de tempo.
nota: 3,5

23 de maio de 2013

A Balada de Carrie

See You Again
Carrie Underwood

Aonde foram parar as boas baladas românticas? Em um atual mundo onde a farofa manda nas paradas musicais mundiais cada vez há menos espaços para as canções feitas especialmente para embalar casais apaixonados. Que bom que temos ainda artistas como a Carrie Underwood.

Quarto single do álbum Blown Away, See You Again é uma bela amostra de que uma balada bem produzida pode ser revigorante. Em uma performance segura e com um brilho, Carrie é a exaltação do que um boa cantora deve ser: uma interprete. A composição é até um pouco simples e em certos momentos meio bobinha, mas consegue cativar com um belo refrão e uma produção que não extrapola na melação conseguindo passar a emoção necessária e deixando See You Again com uma cara comercial. Mesmo que
tenha dando mais ênfase em uma sonoridade pop em detrimento do country, See You Again ainda tem a cara de Carrie e da boa e velha canção de amor.
nota: 8

22 de maio de 2013

A Canção Que Funciona Fora da Canção

Live It Up (feat. Pitbull)
Jennifer Lopez


Algumas músicas só conseguem brilhar de verdade aliadas com outros  "mecanismos" e não apenas por si próprias. Esse é o caso do novo single da Jennifer Lopez, Live It Up.

Terceira parceria entre ela, o rapper Pitbull e o produtor Red One a canção segue o mesmo caminho de On The Floor e Dance Again: dance pop para vender no verão americano e virar hit mundial. Mesmo com uma pegada mais pop mais "solar" que as outros singles a canção segue a mesma cartilha que as canções anteriores só que uma diferença: Live It Up realmente funciona junto com o seu divertido, bem elaborado e viciante clipe lançado nesse último final de semana. Não é o melhor da carreira dela, mas é o melhor dos últimos anos ainda mais se lembramos que J.Lo já uma "senhora" de 43 anos e está melhor que 80% de meninas com metade da idade dela. Claro, Live It Up tem suas próprias qualidades que são ressaltas pelo clipe: a química entre ela e o Pitbull continua intacta, a parte que antecede o refrão com uma batida diferente, o beijinho e a garrafa sendo estourada são boas sacadas de Red One e Jenny continua segurando esse tipo de música como poucas que mesmo cantar não seja o forte dela sua performance sempre vai é poderosa. A canção pode até ser que flope, mas não podemos negar que Jennifer fez tudo mais que certinho para ter um sucesso nas mãos. De novo.
nota: 6,5

21 de maio de 2013

Você Realmente Conhece o Cee Lo Green?

Mais conhecido pelo trabalho de jurado no The Voice, o sucesso de Fuck You e ser uma das metades do duo Gnarls Barkley, o cantor Cee Lo Green merece e deve ser descoberto em sua incrível totalidade!

20 de maio de 2013

Quem Pediu Mesmo?

Pom Poms
Jonas Brothers

Falando bem sério: quem ainda lembrava-se da existência do trio Jonas Brothers (tirando, claro, as fãs fanáticas)? Só que mesmo sem quase ninguém pedir eles resolveram voltar depois de uma pausa de três anos onde cada um se dedicou a projetos pararelos que não tiveram resultados positivos. Ah, agora eu sei o motivo da volta!

Pom Poms foi a escolhida para abrir os trabalhos do álbum do trio de irmãos ainda sem título que deve ser lançado ainda esse ano. Só que a canção naufragou nas paradas alcançando apenas o 60° da Billboard. O mais surpreendente é que Pom Poms é uma boa canção. Melhor: é a melhor deles de toda a carreira. Não que seja a revolução da música, mas o single ganha pontos na produção que ficou por conta do mais novo Jonas, o Nick. Longe daquele pop teen canhestro e medonho, o arranjo Pom Poms é um pop mais divertido, moderninho e com uma interessante vibe acid jazz que tem momentos interessantes e bem elaborados como a parte final e o bom refrão. Contudo, eles erram na letra fraca e boba que peca na tentativa de os fazer parecerem mais adultos resultando em algo que posso definir apenas como vergonha alheia. Por fim, os vocais não comprometem o resultado final, mas não ajudam em nada mostrando que eles ainda pecam nesse quesito. Esse comeback, mesmo que melhor que esperado, é chamado de "A Volta de Quem Deveria Nem Ter Voltado".
nota: 6

19 de maio de 2013

Primeira Impressão

Sing To the Moon
Laura Mvula

Nem sempre se calcula o potencial de um novo artista pelo resultado final de seu álbum de estreia, mas, sim, pela perspectiva que ele nos proporciona.

A inglesa Laura Mvula chamou a atenção da impressa britânica no ano passado com seu estilo moderno de  R&B. Depois de conseguir ficar em quarto lugar na prestigiada lista de melhores novos artistas da BBC de 2012, ela assinou um contrato com a gravadora RCA e lançou recentemente seu primeiro trabalho intitulado Sing To the Moon. Cercada de uma produção séria que capta bem o espírito de Laura, Sing To the Moon é um álbum que passa perfeitamente a capacidade da cantora só que fica devendo na construção de algumas faixas. A sonoridade de Laura é uma mistura de R&B clássico com neo soul, jazz e um pouco de gospel que acaba criando uma cara definida e bem vinda para ela. Acontece que na tentativa de soar fora dos padrões numa espécie de "indie soul", a produção do álbum peca ao deixar certas faixas "alternativas" demais criando uma barreira que demora para cair entre a música e quem ouve. Não que essas canções não sejam boas ou isso acontece em todo álbum, mas é um banho de água fria visto que estamos diante de uma artista com muito potencial que mostra quando a produção realmente acerta como na lindamente triste Father, Father. Nela ouvimos uma voz ousada e com um tom acolhedor que mistura estilos da old school com um toque mais moderno que faz a diferença igual na ótima jazz/R&B Flying Without You e na bonita She. Laura Mvula é, sem dúvidas, uma artista que precisa ser descoberta para que se possa acompanhar o que ela vai ainda fazer.

Uma Delicada Melodia

Green Garden
Laura Mvula

Música de maior impacto nas paradas até agora na recente carreira de Laura Mvula, Green Garden mostra
que mesmo não sendo o produto que melhor mostra o talento da cantora ainda é um "aperitivo" sensacional.

Toda a canção é permeada por uma atmosfera leve e delicada que é bem interessante para os rumos da produção que aposta em uma sonoridade jazz/pop. Pena que a mesma não vai mais profundo nesse caminho e o arranjo fica superficial, quase uma jazz session despretensiosa demais para uma gravação de estúdio. A composição poderia buscar mais emoção mesmo sendo bem construída. Já Laura é a melhor coisa de Green Garden: seja pelo bom ótimo trabalho pessoal ou pela boa produção vocal que acerta o estilo e o tom, a cantora expõe todo o seu imenso potencial. O que falta são aparar as pontas soltas.
nota: 7

18 de maio de 2013

Para James Bond Ver

Supremacy
Muse

Dizem por aí que o Muse fez a canção Supremacy como teste para ser tema do último filme do James
Bond, mas tinha uma Adele no meio do caminho. A escolha deu mais do que certo, mas banda não descartou a canção incluído-a no álbum The 2nd Law e lançando como quarto single do mesmo.

Supremacy, mesmo que os boatos sejam falsos, tem a cara de uma canção tema do espião britânico com um arranjo grandioso e dramático. Claro, coisa fácil para grupo que consegue realizar um trabalho excepcional que mesmo com toques que remetem à antigas canções dos filmes de Bond (ouça no finalzinho a partir de 4:45) conseguem se manter fiel a sua sonoridade. Matt Bellamy faz mais uma performance competente enquanto a composição poderia ter rendendo mais, apesar de coberta de significado. Assim com um bom tema de Bond. James Bond.
nota: 8

17 de maio de 2013

Ainda no Caminho

Here's To Everything (Ooh La La)
Misha B

Ainda estamos chegando no meio de ano, mas se fosse para apostar em qual artista vai ser uma da revelações do ano eu aposto na cantora/rapper inglesa Misha B. Mesmo que depois de um começo ótimo com Home Run e Do You Think of Me? ela deu uma caída de rendimento com o single Here's To Everything (Ooh La La).

Here's To Everything (Ooh La La) tem como ponto forte a personalidade que Misha traz para preencher
ela. Com uma composição sobre "celebrar a vida" o single peca pela originalidade do tema, mas acerta em vários momentos ao não deixar muito clichê grande parte da música. A produção, mesmo que não sendo tão inspirada como poderia ser, consegue um bom resultado com a mistura de pop com uma batida dance hall e com inclusão do sampler da canção Fu-Gee-La do The Fugees. O que realmente dá "liga" na canção é a performance inspirada de Misha que mistura toques de cantora de pop, reggae e rap para construir uma ótima persona. Misha B deu um pequeno deslize, todavia continua no caminho certo.
nota: 6,5

Apenas Mais uma Música Que Realmente Merece Esse Título

Lover Of The Light
Mumford & Sons


Em um momento de Lover Of The Light ouvimos os seguintes versões:

"Você pode não acreditar nas promessas de mudança que irei demonstrar

Mas eu serei seu se você for minha"

Simples, direto e arrebatador. Olha como é fácil fazer uma canção de qualidade?

Segundo single do premiado álbum Babel do Mumford & Sons, Lover Of The Light é uma apoteótica canção folk que demonstra o talento para construir canções que conseguem despertar sensações poderosas em que ouve mesmo não sendo a melhor do álbum. Falando de uma maneira comovente sobre recomeçar mesmo sem perdoar o vocalista Marcus faz uma performance comovente e de uma força impressionante. A produção peca em algumas decisões no encaminhamento da canção faz Lover Of The Light perder um pouco do impacto, mas ainda continua com sua carga emocional intacta. E isso é que importa no final.
nota: 8

16 de maio de 2013

As Garotas Que Acharam Que Iriam Domina o EUA

What About Us
The Saturdays

A girl band The Saturdays já está consolidada no seu país de origem, a Inglaterra, já faz tempo. Então, alguma mente "brilhante" por trás do grupo resolveu que era hora de conquistar os EUA. Para tanto lançou um reality show mostrando a vida das cinco integrantes no canal E! e também um EP com o mesmo nome do programa, Chasing The Saturdays. Só esqueceram-se de avisar que girl bands já perderam o prazo de validade por lá já tem uns dez anos.

What About Us é o single de divulgação do EP e também do próximo álbum dela. Curiosamente ou não, a canção teve resultado que mostra o que eu disse antes: enquanto na terra do Tio Sam ela nem entrou na parada da Billboard na terra da Rainha foi primeiro lugar. A canção é um dance pop que até dá para "aguentar" já que não abusa de clichês do estilo. Mesmo assim a canção carece de personalidade no arranjo plano e na produção vocal que mesmo sendo ok não mostra realmente a diferença das cinco integrantes. Com um refrão mediano, a composição passa no teste de qualidade por pouco devido ao falto de ser uma letra de temática romântica e não de sobre "vamos festejar". Da próxima vez é melhor levar um exército mais armado para a dominação.
nota: 6

Com Ajuda dos Reis dos Patos

Wagon Wheel
Darius Rucker

Essa temporada do American Idol está sofrendo com a queda de audiência e a concorrência com o reality Duck Dynasty. Para quem não conhece o programa, Duck Dynasty acompanha o dia a dia de uma família de caipiras estadunidenses que ficaram milionários após criarem um apito revolucionário para a caça de patos. Sério! Com o sucesso, eles já estão se integrando a cultura "pop" dos Estados Unidos e ajudando alguns artistas como é o caso do cantor country Darius Rucker que depois que os integrantes participaram do clipe do single Wagon Wheel.


A canção que está indo muito bem no iTunes é uma regravação do grupo Old Crow Medicine Show de 2004 que por sua vez foi cedida pela lenda do folk, Bob Dylan que a escreveu. Devo admitir que mesmo gostando da vibe da canção, Wagon Wheel é apenas uma música ok. A composição é um trabalho bom, mas de menor escala de Bob. A produção é cuidadosa no trabalho de instrumentalização, mas bastante previsível. Mesmo com sua voz interessante e com o backvocal do Lady Antebellum, Darius faz uma performance correta e bem careta. Se não fosse a ajuda dos Reis dos Patos (nome do reality aqui no Brasil) a canção passaria completamente desapercebida.
nota: 6

15 de maio de 2013

Primeira Impressão

Push the Sky Away
Nick Cave & The Bad Seeds


No ano da volta triunfal de David Bowie, outro medalhão do rock fez seu comeback: estou falando da banda australiana Nick Cave & The Bad Seeds. Mais conhecidos pelo grande público pelo single Where the Wild Roses Grow com a Kylie Minogue de 1995, eles lançaram o décimo quinto álbum da carreira deles intitulado Push the Sky Away. Conhecido pela voz profunda, sombria e carregada de uma atmosfera que mistura sensualidade e uma espécie de "perigo eminente" Nick Cave ainda se mostra o grande trunfo da banda entoando cada faixa de maneira única e triunfal. Mesmo mantendo a mesma sonoridade que os consagrou, Push the Sky Away é um álbum que posso classificar como "menos" da banda. Bem produzido e com ótimo trabalho de instrumentalização, mas que demorar a fluir nos ouvidos de maneira natural. Além do mais, a difícil viagem nas complicadas e poéticas canções criam uma barreira penosa para quem ouve criar um vinculo mais emocional com o álbum. Mesmo assim há momentos sensacionais como em Higgs Boson Blues em seus quase oito minutos numa mistura de rock com blues e uma composição genial. Vale a pena ouvir para quem senti falta do velho e bom rock'n'roll.

14 de maio de 2013

As 50 Melhores Músicas Pop de Todos os Tempos - Top 3 e 2

Pessoal, eu fiz um pequena cagada ao publicar a posição de número dois antes da número três!!!!! Faço letras e não tenho obrigação de saber números! hahahahahahhahah Então, aqui está a correção! Vou publicar o top 3 e o top 2 juntos!

Finalmente estamos chegando ao final dessa lista que eu venho arrastando à tanto tempo que a Gretcheninha já não acredita na minha safadeza já faz tempo!


Clica aí!


Primeira Impressão

Wolf
Tyler, The Creator

Claro, todos já ouvimos da nossa mãe centenas de vezes que devemos comer certos alimentos que a gente não gosta já que eles fazem "bem" para a saúde. Depois que a gente cresce descobrimos que era tudo verdade mesmo ainda não gostando do tal alimento. Essa filosofia eu tento aplicar aqui no blog: nem sempre o que eu não gosto pessoalmente deve ser algo encarado como realmente ruim.

Tyler, The Creator ganhou notoriedade em 2011 com o lançamento do álbum Goblin e com a canção Yonkers e seu clipe que foi indicado ao Vídeo do Ano pela MTV e deu o prêmio de Revelação do Ano para ele. Tyler também é conhecido por suas polêmicas: criticou fortemente Bruno Mars, B.o.B, Hayley Williams na letra de Yonkers, brigou com Chris Brown e vários outros rappers menos conhecidos. Além disso, Tyler foi pesadamente criticado por suas letras consideradas misóginas e homofóbicas. Tudo rebatido por Tyler alegando que ele não usa certas expressões para ofender gays ou mulheres pessoalmente. Tyler também é o fundador e "líder" do grupo colaborativo de hip hop/R&B que tem como um dos integrantes o cantor Frank Ocean e outros rappers de menor destaque. Em começo de Abril Tyler lançou o seu terceiro álbum intitualado Wolf que para mim é o "alimento que eu não gosto, mas e necessário".

Wolf não é exatamente um álbum que vai estar na minha playlist pessoal. Contudo, não posso deixar de afirmar que o trabalho de Tyler é um CD de hip hop cru, visceral, original e com uma visão pessoal de um artista único. Devo alertar que Wolf é uma viagem em uma mente conturbadamente estranha que não tem medo de colocar na luz do dia seus pensamentos mais sombrios sobre ele mesmo, a vida, a sociedade e até o amor. Começa pelo estilo de rapper que Tyler é: unindo uma voz poderosa que está longe de parecer de um jovem de apenas 22 anos com vários estilos incomuns alternando entre o Tyler assustador, comovente, old school e vários outros adjetivos. Ao seu modo, Tyler é excepcional rapper. Produzindo todo o álbum sozinho o rapper mostra habilidade como produtor ao criar uma coleção de arrebatadores arranjos em um mergulho profundo no que o hip hop alternativo pode oferecer desde a mais violenta sonoridade até a mais refinada. Agora que entra o ponto onde Wolf se mostra um trabalho para poucos: a viagem pela mente resulta em composições que podem irritar e afrontar pessoas que não compartilham o ponto de visão de Tyler. Só que não posso negar que dentro do que se propõem em fazer Wolf, Tyler é espetacular, ainda mais se analisar apenas a construção gramatical. Um dos momentos que prova tudo isso que eu descrevi está a ótima Colossus que ele fala sobre sua relação com a fama. Há também a sensacional PartyIsntOver/Campfire/Bimmer (três canções em apenas uma faixa) que tem a participação do Frank Ocean e a "canção de amor" na versão de Tyler IFHY com o Pharrell. Com uma pegada totalmente diferente indo para soul music está a interessante Treehome95 com CoCo O. e a Erykah Badu e por fim tem Tamale que lembra muito o trabalho do Pharrell. Wolf deve ser apreciado assim como brócolis, mas não garanto que você gostar do que vai experimentar. (Uma boa ideia do que você vai encontrar em Wolf já pode ser visto logo de cara pela capa do CD!)

13 de maio de 2013

Agora Deu, Né, Colega?

Here's to Never Growing Up
Avril Lavigne

Eu sei que vocês já viram e já estão cansados das dezenas de brincadeiras em relação a Avril Lavigne e ao
fato que ela já está com 28 anos e ainda está com a mesma cara de onze anos atrás quando ela estreou aos 17 anos. Contudo, não posso deixar de falar uma verdade para a Avril: agora deu, né, colega? Vamos começar a envelhecer, pois entre os pobres mortais não está fácil, não! E para piorar tudo, Avril entendeu o recado e lança Here's to Never Growing Up para humilhar mais.

Primeiro single do seu próximo álbum, Here's to Never Growing Up deve ser encarado com uma "brincadeira" da parte da canadense. Para tirar sarro de toda a "polêmica" ela faz uma canção sobre não envelhecer. Só não apenas isso já que a canção toda remete ao passado dela em especial o começo com o álbum Let Go. Menos histérica que em últimos trabalhos, Avril retoma aquela adolescente na sua performance vocal divertida e despreocupada. A composição é legal ao ir fundo na brincadeira de ironizar a situação de Abril com alguns referencias legais e frases feitas que até funcionam se não forem levadas muito a sério. O problema da canção está na produção na hora de dar o tom do arranjo que não sabe se é uma versão moderninha de Complicated ou uma canção da Taylor Swift recusada para o álbum RED. Essa indecisão faz a canção perder personalidade e qualidade, mas ver a Avril sendo divertida e não se levando a sério é muito bom. Só falta ele crescer artisticamente de verdade ou pelo menos criar uma ruga.
nota: 6,5

A Volta do Bizarro Coreano

Gentleman
PSY

Quando esse post ser publicado todos já sabem que o coreano PSY voltou com outro arrasa quarteirão depois do devastador Gangnam Style. Claro, que Gentleman ainda e nem deve alcançar o nível que seu antecessor chegou, mas o novo single de PSY já entrou em uma nova categoria de sucesso com o clipe batendo a marca de 300 milhões de visualizações no You Tube e arrasando inúmeros recordes. Resumindo: teremos que ver a cara redonda do PSY por mais algum tempo. Ainda mais fazendo canções tão contagiantes como Gentleman.

Longe de ser tão surpreendente boa como Gangnam Style, Gentleman consegue ser o que muita canção pop ocidental não consegue: viciante. No caso da canção do PSY isso pode ser para o bem ou para o mal dependendo do seu grau de resistência e uma "saco enorme". A canção é basicamente uma continuação melódica da antecessora com algumas diferenças na cadencia, mas a estrutura é a mesma. A composição é até legalzinha quando se junta com o clipe super engraçado que gerou uma polêmica desnecessária no país de origem dele por ser "ofensivo". Não entenderam a ironia, fazer o que? No mais Gentleman é mais uma moda do bizarro coreano. Viva com um barulho desse.
nota: 6

12 de maio de 2013

Faixa Por Faixa - Grandes Álbuns

CD: Tracy Chapman
Artista: Tracy Chapman
Gênero: Folk
Vendagem: Cerca de 20 milhões de cópias
Singles/Peak na Billboard: Fast Car (6°); Talkin' 'Bout a Revolution (75°) e Baby Can I Hold You (48°).

Grammy
Vitórias

1989
Best New Artist
Best Female Pop Vocal Performance (Fast Car)
Best Contemporary Folk Recording

Indicações
1989
Album of the Year 
Record of the Year (Fast Car)
Song of the Year (Fast Car)

Ano: 1988


11 de maio de 2013

New Faces Apresenta: "A Afilhada"

C’mon Let Me Ride (feat. Eminem)
Skylar Grey

Você pode até ter ouvido ou lido o nome da Skylar Grey em algum lugar, mas não deve lembrar de onde. Provavelmente, você não deve ter ouvido da carreira de cantora já que até agora nada aconteceu, mas pode lembrar-se dela como compositora do sucesso Love the Way You Lie do Eminem com produção do Alex da Kid, além de várias cópias surgidas depois. Na tentativa de se lançar como definitivamente como cantora, Skylar conta como padrinho o rapper Eminem que é o produtor executivo do álbum debut Don't Look Down que vai ser lançado no meio do ano. Até single já foi lançado.

C’mon Let Me Ride é uma ousada, estranha e sem apelo comercial mistura de hip hop com pop alternativo que resulta em uma canção esquecível. A produção de Alex da Kid (outro "protetor" de Skylar) segue um caminho de equívocos desde a construção que ao deixar claro que não quer ser mais uma na multidão, mas que não dá uma personalidade realmente original que convence o público. Além disso, o refrão chiclete enfraquece essa tentativa ainda mais. A composição de duplo sentido também não desperta atenção ao não ser divertida ou realmente cumprir o que pretende ao ser safada de verdade. Em uma performance divertida, Eminem dá uma salvadinha na canção já que Skylar não mostra para que veio em uma performance fraca e sem brilho. Claro, que como ela tem padrinho "rico" ainda vai ter a chance de mostrar para que veio.
nota: 5,5

Primeira Impressão

To Be Loved
Michael Bublé

Consistência é algo muito difícil de ver no meio musical. Poucos artistas podem se vangloriar de poder contar com uma carreira realmente estabilizada tanto no quesito comercial, quanto no quesito artístico (leia-se qualidade musical). Um desses artistas é o Michael Bublé que chega ao seu oitavo álbum com uma irretocável discografia.

 Número um em doze paises, inclusive os Estados Unidos, To Be Loved é um CD que cumpre o que promete: um trabalho de classe de um artista de classe. Longe de romper com seu estilo de cantor de "big band", Bublé entrega um álbum com a produção extremamente bem cuidadosa em cada faixa mostrando o poder de um trabalho de arranjo bem executado pode fazer. Sempre elegante, sóbrio e bem pensado a escolha do repertório se divide entre regravações de outros estilos, canções inéditas seguindo o caminho do pop adulto contemporâneo e regravações de clássicos do pop tradicional. Há alguns erros em certas escolhas de canções como na regravação de Something Stupid com a chata Reese Witherspoon tentando repetir o que Robbie Williams fez com a Nicole Kidman e na inédita After All com Bryan Adams, mas o resto do álbum é bem escolhido. E nem precisa comentar que Bublé continua sensacional com sua voz arrasando como ele mostra na clássica Young At Heart, sempre versátil como em You've Got a Friend In Me e "refrescante" em It's a Beautiful Day (resenha a seguir). Ainda bem que se pode contar com artistas como o Bublé em entregar boa música.

Um Bublé Engraçadinho

It's a Beautiful Day
Michael Bublé


Mesmo seguindo uma formula que já deu certo com as canções Everything, Haven't Met You Yet e Hollywood ainda é possível se encantar com as canções inéditas lançadas por Michael Bublé como é o caso de It's a Beautiful Day, primeiro single de To Be Loved.

A produção repete o tom das canções citada ao fazer de It's a Beautiful Day um pop adulto com uma
atmosfera "dançante" que com o ótimo trabalho de instrumentalização e calcado no talento vocal e no charme de Bublé resulta em um trabalho cativante. Contudo, isso poderia ficar bastante repetitivo se não fosse a sua composição completamente diferente que Bublé já cantou ao celebrar o fim de um relacionamento. Com uma letra divertida It's a Beautiful Day é uma lado sempre bem vindo de Bublé: o engraçadinho.
nota: 7,5

10 de maio de 2013

Uma Segunda Chance Para "La La Land"

La La Land
Demi Lovato

Em Fevereiro de 2009 eu pude conhecer um pouco da fúria do "talifãs" quando publiquei uma breve resenha da canção La La Land da Demi Lovato. Vejam que rolou até barraco entre quem comentava. Passado mais de quatro anos desde a polêmica e mais de 1800 visualizações apenas desse post está na hora de rever a canção que deu origem a tudo isso aqui no SoSingles.


Ainda no começo da carreira, sem ter tido o seu "meltdown" e ainda sem o trabalho de jurada no The X Factor, Demi era uma estrela Disney que disputava espaço com a Miley Cyrus e que tinha uma fanbase de pré-adolescentes fanáticos dispostos a comprar qualquer tentativa de ser fazer música. E La La Land era uma tentativa. Produzido e escrito pelos Jonas Brothers (!) a canção não é de todo ruim se levarmos em conta o contexto e para quem e por quem foi feita. A história da pobre menina que ganhou fama e não que mudar é mais batida que chão de estábulo de cavalos e a Demi é apenas uma jovem querendo ser atriz que por sua vez está querendo ser cantora. O que acontece aqui e que deixa a música pior que pode se imaginar é que ela acaba muito antes de terminar realmente. Quando chega lá pelos dois minutos e vinte, La La Land começa se repetir sem parar até o final depois de um minuto sem acrescentar nada na música. O que era para ser apenas ruim se transforma em algo insuportável. Ok, quatro anos não mudou muito coisa. Só falta ter barraco de novo.
nota original: 1,5
nota atual: 3
Resultado Final: Nem tão desprezível como pintei, mas longe de ser ao mínimo péssima.
Resenha Original

9 de maio de 2013

Primeira Impressão

#willpower
Will.I.Am

Vamos a boa notícia: #willpower, quarto álbum solo do Will.I.Am (nem eu sabia quer era tanto assim) não é tão execrável como se poderia imaginar. Vamos a notícia ruim: o álbum é ruim de qualquer forma.

Will.I.Am, que virou farofeiro de marca maior, faz de #willpower um caldeirão misturando uma gama de estilos como pop/dance/eletrônico para construir uma sonoridade extremamente comercial, mas sem nenhuma grama de personalidade verdadeira. Tudo parece requentado de álbum DJ que Will apenas colocou alguns maneiros próprios para dizer que tem sua cara. O que dá uma ajudinha para o resultado final é que a produção, como um tudo, está menos exagerada com vários clichês com o uso mais moderado (exemplo: o batidão do arranjo entre o refrão e os versos). Não que salve o produto final, mas ajuda #willpower "descer" melhor. As participações ficam dividas em três categorias: desnecessárias (Chris Brown, Justin Bieber, Apl.De.Ap, Miley Cyrus e Dante Santiago), mal aproveitadas (Eva Simons, Britney Spears, Nicole Scherzinger e Skylar Grey) e gosto de quero muito mais (2NE1 e Juicy J). Dentro desse balaio de composições repetitivas e pobres em criatividade, Will.I.Am consegue entregar a ótima faixa Geekin falando sobre tecnologia e como ótimas sacadas como usar a músiquinha da Intel. O mais interessante é que a canção e outros bons momentos do álbum (Ghetto Ghetto e Freshy) são as canções mais hip hop do álbum onde vemos uma boa mistura com pop/eletrônico. Quanto mais o álbum vai para o pop, mais ele se perde em batidas chatas e momentos constrangedores como a acusação de plágio que paira sobre a faixa Lets Go. Claro, pela bomba nuclear que eu esperava apenas vim uma explosão de proporções de destruir um arranha-céu já está até de bom tamanho.

O Problema de Justin

#thatPower
Will.I.Am 

Esse é um post para falar sobre a qualidade, ou melhor, a falta de qualidade do single #thatPower do Will.I.Am, mas quero colocar uma questão em pauta: como o Justin Bieber qquer se estabelecer como um astro pop de verdade se não consegue "segurar" em uma misera participação?

#thatPower é uma dance pop que não acrescenta em nada nem nas carreiras dos envolvidos e muito menos ao atual cenário musical. Mesmo sendo uma produção extremamente vendável, a construção forçada e cansativa impossibilita qualquer lance de criatividade aparecer. A parceria entre Will e um insípido Justin não dá liga na tentativa de fazer uma composição piegas de "vamos curtir a vida"/"auto-ajuda de quinta". E o problema do Justin é ainda maior: quando ele vai virar um artista de verdade?
nota: 3

8 de maio de 2013

Mimi Versão 2013

Almost Home
#Beautiful (feat.Miguel)
Mariah Carey


Mariah Carey parece que prometeu que 2013 seria o ano de seu mais novo comeback e não vai poupar esforços para tanto. Começou se juntando ao American Idol, apesar de que os resultados de audiência não estão sendo lá essas coisas tanto que há rumores que os produtores querem troca-lá colocando a Jennifer Lopez de volta (!), mas mesmo assim ainda é uma ótima plataforma para ser vista pelo público. E agora MC começa a pavimentar seu retorno de maneira mais sólida. Tudo começa pela canção Almost Hom, tema do filme Oz: Mágico e Poderoso.

Contratada para ser a interprete de Almost Home, Mariah poderia cair em uma cilada que foi evitada graças a ela mesma e a produção do grupo de produção Stargate. A composição não é exatamente um trabalho
que prima pela elegância. Canção tema de filme da Disney quando não bem composta pode acabar em um mar de breguice. Almost Home não chega ao fundo desse mar, mas tem doses significativas de composição estilo auto-ajuda para mocinho salvar a mocinha e ter seu final feliz. A salvação da canção é a direção que a produção da canção segue: em vez de pegar o caminho fácil da baladona pop, MC e Stargate decidiram em fazer uma canção mid-tempo com uma batida mais delimitada como forte influência do pop e R&B que surpreende pela produto final diferente do que poderia se esperar da cantora. Além disso, Mimi entrega uma performance confiante mostrando que ainda é dona de uma voz espetacular mesmo ainda com certos maneiros que para ela a gente até dá um crédito. Longe de ser uma When You Believe, Almost Homeé um trabalho digno da carreira dela. Contudo, o verdadeiro trabalho para marcar o comeback dela é o single que abre os trabalhos do décimo quarto álbum dela é a surpreendente #Beautiful.

 Antes de qualquer coisa devo ir direto ao assunto dos defeitos da canção:

1° A canção parece mais um Miguel feat. Mariah do que Mariah feat. Miguel; e,

2° Por que cargas d´água usar hashtag na frente do nome da canção? Apenas para parecer moderninho?

Tirando issso, #Beautiful é a canção mais ousada que MC já lançou na carreira mostrando uma (r)evolução da sonoridade. Não que ela mudou drasticamente de estilo saído do R&B, mas é uma mudança corajosa na base do estilo que a consagrou. Para tanto, ela chamou o talentoso cantor Miguel para dar essa nova visão sendo que a parceira é divida entre os dois tanto nos vocais, na composição e na produção. Pela primeira vez Mariah faz uma parceria tão colaborativa com um artista ainda relativamente novo e essa aposta vale a pena em cada segundo de #Beautiful. A sonoridade de Miguel é nitidamente ouvida na canção em sua elaboração refinada do novo R&B misturado old soul e uma pegada pop contemporânea. Isso cria uma atmosfera completamente diferente de qualquer outra canção de MC, mas o cuidado na produção com um arranjo sensacional que consegue unir a personalidade de Mariah com essa visão moderna de Miguel. O mais impressionante é que mesmo sendo uma canção pouco comercial, #Beautiful pode ser um estouro enorme de sucesso por ser tão diferente do que está sendo oferecido pelo atual cenário musical. Tanto Miguel, quanto Mariah estão perfeitos em atuações seguras e sem exageros, principalmente dela. Mesmo a canção sendo um pouco simples demais, #Beautiful volta ao que MC sabe de fazer melhor: falar de amor. Aqui a canção ganha alguns toques bem vindos de Miguel dando uma "apimentada" na canção. Resumidamente: querida Mariah, esse sim é um retorno triunfante!

nota
Almost Home: 6,5
#Beautiful: 8

As 15 Melhores Vozes Masculinas da Atualidade - Final


7 de maio de 2013

2 Por 1 - Macklemore & Ryan Lewis

Can't Hold Us (feat. Ray Dalton)
Same Love (feat. Mary Lambert)
Macklemore & Ryan Lewis


Com o mega sucesso de Thrift Shop, os parceiros Macklemore e Ryan Lewis estão vendo seus singles lançados em 2012 e em 2011 ganharem destaque nas paradas. Começo com Can't Hold Us.

A canção poderia até ser o famoso mais do mesmo já que fala, basicamente, de "vamos curtir a vida".
Contudo, nas mãos de Ryan Lewis na produção e com Macklemore na composição e nos vocais, o single ganha uma embalagem completamente diferente e com uma originalidade surpreendente. A ideia de hip hop da dupla é bem mais elaborada que a da maioria dos seus "colegas": um arranjo rico em instrumentos em uma batida ousada que capta a atmosfera da composição que mesmo não tendo o ponto de partida mais original consegue surpreender pela ótima estrutura e as boas sacadas. Além disso, Macklemore mostra seu talento como rapper em uma performance perfeita.

Mostrando que é bem mais que apenas um "rapper bem humorado", Macklemore entrega uma poderosa canção em Same Love. O single é uma carta aberta sobre a homofobia e os direitos igualitários que consegue colocar o dedo na imensa ferida sem polimenizar demais e ao mesmo arrancar emoção sincera sem cair no melodrama, mas sendo direto e sincero. Defensor dos direitos igualitários, Macklemore ajuda a quebrar o paradigma entre o hip hop e o mundo gay sendo um cara hétero assumindo uma posição contundente. Só que apenas isso não seria suficiente para Same Love ser um trabalho tão bom. Como já dito, a canção possui uma composição sensacional que é lindamente interpretada por Macklemore como em um desabafo honesto e o refrão cantado lindamente pela desconhecida Mary Lambert e emoldurado pelo ótimo e original arranjo de produção de Lewis. Quer diria que por trás do "brechó" teria tanto talento escondido.
 nota
Can't Hold Us: 8
Same Love: 8,5

6 de maio de 2013

Primeira Impressão

Pioneer
The Band Perry

O segundo álbum do trio de irmãos The Band Perry é o desejo de qualquer artista country contemporâneo gostaria de produzir: um bom álbum de country contemporâneo. O grande defeito do álbum é o próprio The Band Perry já que a banda ainda mostra sinais de inexperiência para carregar um álbum como Pioneer do começo ao fim.

O grande trunfo de Pioneer é Dann Huff, produtor e músico experiente que tem no seu currículo nada mais que tocar guitarra nas canções Man In The Mirror e I Just Can't Stop Loving You do Michael Jackson e produzir para nomes como Faith Hill e Rascal Flatts, que com sua visão sólida faz o álbum seguir um caminho seguro sabendo aonde o levar desde o começo. Não há arrombos de criatividade, mas há um trabalho bem feito desde a criação das faixas que reflete no trabalho instrumental até na atmosfera country moderna que não descaracteríza o estilo com massivas doses de outros estilos. Infelizmente, o trio não consegue chegar à altura exata da produção do próprio álbum. Talentosos eles são como já comprovaram em singles com If I Die Young e o próprio single de Pioneer, Better Dig Two. Contudo, ainda falta para que eles sejam capazes de manter o mesmo nível durante as 16 faixas e em vários momentos eles são "engolidos" pela produção deixando lacunas que deveriam ser preenchidos pela personalidade do trio. As composições sofrem com a inexperiência deles já que ficam em uma montanha-russa de boas intenções, boas ideias e poucas execuções boas de verdade. Falta ainda muito caminho para eles conseguirem acertar as pontas soltas e saber como articular tudo de maneira inteligente. A principal falha do grupo é que ainda faltam "culhões" de verdade para vocalista Kimberly Perry realmente entregar performances realmente seguras em toda música. Ela é dona de uma voz que tem futuro só que ainda não se descobriu como interprete já que fica ressoando em vários momentos outras artistas. Mesmo com esses problemas, The Band Perry consegue bons momentos com no já citado Better Dig Two, em Done (resenha a seguir), Night Gone Wasted e Chainsaw. O mais curioso é que a melhor parte de Pioneer vem das canções incluídas na versão "deluxe" Once Upon a Time, Lucky Ones e Peaches and Caroline que misteriosamente tem uma pegada blues/soul/country seguindo um direção completamente diferente de todo o resto do álbum. Seria um teste para futuro projetos? Não sei. O que eu sei é que o The Band Perry está no caminho certo só falta achar o melhor caminhar para seguir em frente.

O Caminho Para O Lugar Certo

Done
The Band Perry


Não há dúvidas que o trio The Band Perry tem futuro e bastante potencial. É só eles corrigirem os defeitos e fazerem mais canções como Done, segundo single de Pioneer.

Mesmo com ecos de Taylor Swift na composição sobre um pé na bunda da visão feminina a boa sacada em deixar a "protagonista" mais sassy e com um ar mais "mulher a beira de um ataque de nervos" enfatizado na composição bem trabalhada e cativante que ganha uma performance à altura por uma inspirada Kimberly Perry que deveria seguir o próprio exemplo em próximos trabalhos. Não só a vocalista, mas o grupo inteiro deveria se basear em Done, Better Dig Two e If I Die Young para realmente crescerem como um grupo.
nota: 7,5

Não Foi na China e Nem Chegou Perto

Fine China
Chris Brown


Devo admitir que isso que vou escrever é uma das coisas mais redundantes que já coloquei aqui no blog, mas não há como fugir dessa verdade: a volta de Chris Brown para o verdadeiro R&B, estilo que o fez despontar, nada mais é que uma imitação canhestra da carreira do Michel Jackson.

Fine China tenta emoldurar os momentos mais mágicos de MC como em The Way You Make Me Feel ou The Girl Is Mine, mas esquece de todas as limitações que cercam Chris Brown. Começa logo pela produção encabeçada por completos desconhecidos que fazem o trabalho porco de "copiar e colar" que
resulta em uma música sem um pingo de novidade ou ao menos ressalte com dignidade a origem. A performance fraca de Chris apenas ajuda a piorar e ressaltar a precariedade da composição que parece ter sido escrita por um imitador de Rei do Pop e que de alguma forma entrou para algum álbum póstumo vagabundo dele. Seria também redundante colocar a nota para um trabalho desse nível? Sim, mas vale a pena.
nota: 3

5 de maio de 2013

Primeira Impressão

Save Rock and Roll
Fall Out Boy


Deve ter rolando algum memorando avisando que esse ano seria a vez de bandas que fizeram sucesso entre os adolescentes na metade da década passada lançarem álbuns incríveis. Já que só isso explica que depois do Paramore é a vez do Fall Out Boy com o lançamento do ótimo Save Rock and Roll.

Depois de um hiato de quatro anos aonde os integrantes da banda se dedicaram à projetos paralelos, a banda volta para mostrar que o tempo fez muito bem para eles. Save Rock and Roll é um álbum pop rock/punk inspirado, cheio de personalidade e que mostra a evolução da banda logo na primeira canção e termina de maneira inspirada. Ao longo de apenas onze canções a banda despeja uma coleção de composições que apesar de ainda tem aquele toque ácido/dark do começo da carreira deles, contudo elas estão mais refinadas, editadas e inteligentes mostrando a maturidade adquirida por eles. É o reflexo de uma parte da geração que eles fazem parte e retratam isso perfeitamente. A sonoridade do grupo não se alterou em seu DNA, mas ganhou ainda mais corpo e uma orientação mais definida pegando as influências variadas da banda e transformando em uma sonoridade sólida e não em um "samba do crioulo doido". Não é apenas a qualidade como músicos que surpreende em Save Rock and Roll, e sim, como eles conseguiram construir o álbum tão bem amarrado que não há nenhum momento que pode ser considerado realmente fraco. Além disso, o trabalho de Patrick Stump a frente dos vocais do grupo é perfeito já que ele continuar a dar a "cara" para o Fall Out Boy sem perder a sua própria personalidade. De longe a melhor canção é a que abre o álbum de maneira avassaladora The Phoenix que é seguida na cola por My Songs Know What You Did In The Dark (resenha a seguir). Há também a boa Just One Yesterday apesar lembrar perigosamente Rolling in the Deep da Adele e a divertida Young Volcanoes. Além disso, há a participação hilária da Courtney Love (que eu jurava que já estava em outra encarnação) disparando um "It's Courtney, bitch" na punk Rat A Tat e a presença de Sir Elton John na canção final Save Rock and Roll. Espero que continue assim o ano com boas velhas surpresas como a volta do Fall Out Boy.