Jaloo
O mercado fonográfico brasileiro para por uma séria crise de qualidade. Isso não é questão para discussão para aqueles que realmente prestam atenção no que saem das bocas dos principais artistas de sucesso. Entretanto, não é cabível culpar apenas os artistas e o público por esse nível tão baixo. Os principais nomes pela má qualidade são, sem dúvidas, quem está por trás da música, isto é, de produtores, compositores e, principalmente, os empresários que não investem em diversidade com medo de perder o dinheiro do público. Por isso, muitos talentos ficam a mercê desse falido sistema e não podem mostrar o seu verdadeiro potencial.
O paraense Jaloo lançou o seu primeiro álbum no ano passado. Intitulado #1, o trabalho é baseado em uma coleção de ideias geniais: mistura ritmos típicos brasileiros como, por exemplo, o carimbó e o xote com os vários prismas do pop mundial. O que poderia ter sido um acerto gigantesco pela originalidade, acaba se tornando em um grande erro devido a inconsistência da produção do álbum. É nítido e até demais que o trabalho careceu de incentivo para melhor a qualidade instrumental e mixagem, pois #1 não carência de criatividade, mas, sim, de qualidade técnica. Com os recursos adequados, Jaloo poderia entregar uma obra bem mais singular, poderosa e carismática. Na realidade, o álbum torna-se uma longa coleção de canções fraquíssimas, mas que deixam um gosto de "poderia ter sido bem melhor" na cabeça de quem ouve. Faltou também um cuidado maior com as composições para elevar os sentimentos que o cantor gostaria de passar e a produção vocal também não ajuda a dar mais contornos para Jaloo que é dono de uma voz peculiar e com possibilidades imensas. O melhor momento do álbum fica por conta da canção Last Dance que está no caminho certo, mas fica que ainda fica pelo meio da estrada. Como a música é feita de fase, quem sabe essa quem o Brasil não está vivendo não passa e talentos podem ser reconhecidos de verdade, sem precisar viver de ideias.
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