3 de fevereiro de 2016

Melhores Singles de 2015 - Final




Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV
Parte V


5. Can't Deny My Love
Brandon Flowers

"A canção que, assim como todo o álbum, tem a produção de Brandon e de Ariel Rechtshaid (produtor que já trabalhou com Usher e Beyoncé até Madonna passado por Vampire Weekend e Sky Ferreira) faz de Can't Deny My Love um moderno rock new wave misturado com synthpop lembrando a sonoridade de David Bowie nos anos oitenta como no álbum Let's Dance de 1982. Can't Deny My Love é envolvido em uma atmosfera que fica no limite entre o sensual e o sombrio sem perder a orientação dançante da faixa devido a influência new wave. Boa parte da qualidade da canção vem da maravilhosa instrumentalização que consegue passar de ser um trabalho orgânico mesmo emoldurado por sintetizadores. Para cantar a ótima composição sobre o momento da "batalha" para descobrir se o amor que uma pessoa sempre pela outra ainda existe, Brandon entrega uma performance e magnética assumindo a figura de um viajante perdido no tempo e espaço saído dos longínquos 1986 que busca a resposta para as perguntas vitais para o ser humano. Talvez seja essa a beleza de fato de Brandon: ser um ser perdido no tempo e espaço que nos completa com o seu talento atemporal."

4. Photograph
Ed Sheeran

"Escolhida como quinto single do álbum, Photograph é a melhor canção do cantor até o momento na sua carreira. E não para por aí já que a canção é uma das melhores baladas pop dos últimos tempos e a melhor do ano até o momento. Em Photograph, o poder de Ed em emocionar como cantor chega no seu ápice: simples, tocante e avassaladoramente melancólica. E não tinha como não ser diferente: a composição (escrita por Ed e Johnny McDaid do Snow Patrol) é sobre um amor que atravessou anos sem se apagar e que a vida parece reunir, mas também é sobre a percepção que um dia o amor tem um fim seja pela sua própria morte do sentimento ou seja pelo fim da vida de quem ama. O arranjo crescente vai criando a atmosfera perfeita para ajudar Photograph a se tornar uma avalanche emocional capaz de fazer muitos chorar. E a única coisa que posso dizer do lançamento do single é: GLÓRIA!!!!!!!"
Resenha

3. What Kind of Man
Florence + The Machine

"What Kind of Man tem todos os elementos típicos das canções do Florence + The Machine como, por exemplo, a voz celestialmente gótica de Florence e a produção grandiosa, mas com vários elementos novos à sonoridade do grupo. Produzida por Markus Dravs (Mumford & Sons, Björk), o single começa de maneira emblemática com a voz da vocalista sobre um arranjo gospel usando um base de órgão e de repente se torna uma frenética batida rock soul em um pulso de raiva inesperado. Revigorante e ousado são os melhores adjetivos para descrever essa mudança de caminho na cação que ainda conta com os vocais "em chamas" de Florence capaz de incendiar a alma mais fria. O pequeno defeito fica por conta do confuso refrão que se perde no meio da música. Porém, a temática (sobre o mal de uma pessoa indecisa pode causar) e a construção dos versos compensam esse erro. Além disso, What Kind of Man ganhou um clipe avassalador que entra na galeria dos melhores dos últimos anos."

2. Glory
Common & John Legend


"Vencedora do Oscar de Melhor Canção, Glory, parceria entre o rapper Common e John Legend, conseguiu resgatar esse sentimento que parecia perdido há muito tempo: o poder de clamar pela mudança. Tema do filme Selma que conta a história de um dos protestos cruciais pelos direitos da população negras nos Estados Unidos durante os anos sessenta comandada pelo líder Matin Luther King Jr., Glory tem a capacidade de captar perfeitamente o tema e atmosfera do filme e, ao mesmo tempo, transmitir uma mensagem poderosa e emocional sobre igualdade apesar de um pouco didática nos versos de Common, mas que é recompensada pelos extraordinários versos de Legend. Os dois artistas também ajudam e muito a qualidade da canção em performances sinceras e viscerais mostrando a urgência sobre o que cantam. Porém, o que faz de Glory tão pungente em seu dever de tocar fundo é a produção do próprio Legend: uma mistura de hip hop com influência de gospel com um arranjo épico se tornando quase uma força da natureza. E esse poder elemental foi bem mostrado na apresentação da canção no último Oscar. Esse, senhoras e senhores, é o poder da música."

1. Hello
Adele

"Assim como a maioria dos seus trabalhos anteriores, Hello é uma acachapante balada de coração partido, mas dessa vez Adele não é mais a "vitima" e, sim, a "causadora" de todo o sofrimento na pessoa amada. Uma mudança que é a outra face da mesma moeda vindo de uma artista que sabe como explorar os sentimentos mais devastadores do amor. Todavia, não pense que a cantora repete os mesmo maneirismos de sucesso como Someone Like You ou Set Fire to the Rain, pois Hello tem uma atmosfera diferente dessas músicas: a dor sentida aqui vem de um lugar mais sombrio e pouco explorado quando Adele assume a sua culpa e dor por ser culpado de todo o sofrimento. E essa dor é representada pela composição que usa de uma simplicidade lirica para arrancar a emoção mais sincera e poderosa mostrando a narradora tentando fazer as pazes com o seu passado:


"Olá, sou eu
Eu estava me perguntando se depois de todos esses anos
Você gostaria de encontrar, pra falarmos
Sobre tudo
Eles dizem que o tempo deveria te curar
Mas eu não me curei nenhum pouco"


Talvez seja um sentimento menos inidentificável em sua verdadeira essência já que, normalmente, adoramos sentir pena por nós mesmos, mas com uma letra como a de Hello é impossível não se deixar tocar. E se a composição não fizer isso Adele e a sua voz vai cumprir esse papel. Como a melhor cantora da sua geração, Adele entrega novamente tudo de si em uma performance que apenas ela poderia entregar. Cheia de emoção do começo ao fim mostrando todo o alcance da sua voz, Adele brilha ainda mais nas partes "calma" ao ter a possibilidade de explorar os sentimentos que constitui Hello. Com a produção e co-autoria de Greg Kurstin, a canção é uma poderosa balada soul pop que não do território da cantora e também não demonstra que o seu estilo perdeu nenhum centímetro de força. E com esse começou, Adele está de volta com toda a força que ela construiu nos últimos anos. Resta para nós, simples mortais, segurarem esse poder da melhor forma."
Resenha

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