23 de fevereiro de 2016

Primeira Impressão

Royalty
Chris Brown


Acredito que seja pior para um artista ter um trabalho considerado "bland" do que ser considerado ruim. Um trabalho ruim tem a prerrogativa de, em algum momento, o artista conseguir melhorar a sua carreira ou, em alguns casos, se torna uma especie de cult. Quando é considerado "bland", o artista pode estar em uma fase que não consegue ir além e, principalmente, ninguém irá lembrar do mesmo. Esse segundo exemplo é o caso do novo álbum do Chris Brown, Royalty.

Depois de um vislumbre de recuperação em X, Brown volta a entregar um álbum bem abaixo do nível mínimo de qualidade. Apensar de não ser uma verdadeira bomba, Royalty retoma os principais erros cometidos nos últimos anos pelo cantor ao querer fundir o R&B com o pop e o hip hop para criar a sua sonoridade. Entretanto, o resultado é, além de ser um amontoado de mais do mesmo como qualquer outro cantor do estilo faria, uma coleção sem nenhuma inspiração genuína de faixas pobremente produzidas. Existe algumas boas ideias por trás dos produtores quase desconhecidos que formam a equipe do álbum, mas que não conseguem construir um corpo sólido para o álbum. O único momento interessante do álbum é a legal Picture Me Rollin' que emoldura a sonoridade dos R&B/hip hop do final dos anos oitenta. Tirando essa, Royalty passa completamente despercebido sonoramente. Um ponto positivo é o fato que o álbum não conta de com vários convidados especiais que tira o protagonismo do Brown. Na verdade, o álbum tem apenas três "featuring", sendo o mais famoso o rapper Future. Mesmo assim, o cantor não consegue brilhar com suas performances no automático ruim e uso excessivo e desnecessário de autotune. Ainda para colocar a pá de cal por cima, a qualidade das composições são bem questionáveis, pois não há a decisão se Brown quer ser "hardcore" ou voltar a ser o cantor "romântico" do começo da carreira. Essa vontade, porém, o cantor nunca vai conseguir alcançar.

Nenhum comentário: