Shawn Mendes
Quando comecei a escutar o segundo álbum de Shawn Mendes, quase que instantaneamente liguei a sonoridade mostrada aqui como uma tentativa de emoldurar ferozmente a que o Ed Sheeran tem feito na sua carreira. Então, as minhas suspeitas foram confirmadas quando foi pesquisar mais a fundo o nome por trás do trabalho: Illuminate foi produzido praticamente todo pelo inglês Jake Gosling, responsável por várias canções de Ed como, por exemplo, Thinking Out Loud e The A Team. O mais surpreendente, na verdade, é constatar que essa estrategia funciona muito bem, principalmente devido ao talento em desenvolvimento de Shawn Mendes.
Como eu já tinha apontado no primeiro álbum do jovem, Shawn já mostrava potencial aos dezesseis anos de idade e que só a experiência poderia ser o catalisador dessa evolução artística. Em Illuminate, o cantor, agora aos dezoito anos, mostra claramente um boa evolução em todos os sentidos, pois parece ter encontrado o caminho perfeito para a sua carreira. Claro, esse estilo pop/pop soul acústico/cantor-compositor com base de violão/guitarra não é novidade para ninguém, ainda mais usando quase a mesma atmosfera de Ed Sheeran, graças a mão de Gosling. Felizmente, tudo é tão bem feitinho e com uma dignidade tocante que fica difícil de não ser cativado pelas canções sobre corações quebrados e amores (quase) impossíveis. Eis que aqui reside a principal qualidade de Illuminate: escrevendo todas as canções ao lado de alguns colaboradores, o jovem revela seu amadurecimento não apenas como compositor, mas, também, como pessoa.
É nítido perceber o quanto cantor cresceu ao ler as composições que fazem parte do álbum e compará-las com as do trabalho anterior. Não apenas a maneira mais poética e inteligente que elas são escritas, mas o conteúdo de cada uma delas tem uma sensibilidade adulta e tocante Claro, com apenas dezoito anos não há uma profundidade intelectual nas sua crônicas sobre os sentimentos que Shawn explora em Illuminate. Todavia, o amadurecimento é um processo de fases e o cantor está na direção certa, mostrando exatamente o momento em que vive: o meio da caminho entre ser um garoto e ser um adulto. Assim também acontece com a voz do cantor que está em pleno processo de mudança, muito provavelmente no final e que ainda deve mudar nos próximos anos. Dito isso, o cantor entrega boas performances em todo álbum, sabendo como explorar suas principais qualidades e compensar os seus defeitos. Os melhores momentos de Illuminate ficam por conta das faixas Ruin, Mercy, Treat You Better, Three Empty Words, Don't Be a Fool, Like This e Bad Reputation. Illuminate é um novo e importante passo para Shawn Mendes encontre quem é o seu verdadeiro eu artístico. Quem sabe na próxima ele já não venha com uma sonoridade que seja realmente sua.
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