Solange
Com o lançamento de A Seat at the Table, terceiro álbum da sua carreira, Solange Knowles alcança um nível que poucos artistas já conquistaram: a liberdade. Durante muito tempo, a cantora foi simplesmente conhecida como a irmã da Beyoncé. Colocada na sombra da sua irmã mais velha devido a diversos fatores, Solange travou várias batalhas para conseguir um lugar ao Sol pelo próprio talento. Finalmente, Solange consegue o seu lugar de uma maneira definitiva com o novo álbum.
Esse caminho traçado pela cantora não começou agora, pois Solange já está "cozinhando" a sua quebra de correntes tem algum tempo. Quando lançou o seu primeiro álbum Solo Star em 2003 exatamente alguns messes antes da irmã lançar o primeiro álbum da carreira solo, Solange era conhecida por participar como convidada/back vocal de várias canções e apresentações do Destiny's Child. Além disso, ela também trabalhou como atriz em alguns filmes e cantou ao lado de outros artistas. Com o peso da imagem da irmã sob a sua imagem, Solange começou a mostrar que era mais do que apenas esse papel ao lançar o seu segundo trabalho: Sol-Angel and the Hadley St. Dreams de 2008 foi bem recebido pela critica, ajudando a criar uma personalidade própria e distinta ao trabalhar com grandes nomes do soul/R&B americano como, por exemplo, Pharrell Williams, CeeLo Green e Bilal. Mesmo assim, Sol foi ofuscada por Bey, pois esse mesmo ano foi o do lançamento de I Am...Sasha Fierce. Tudo começa a mudar de vez em 2012 com o lançamento do EP True.
Tendo a espetacular canção Losing You como single, o EP pode ser considerado o marco divisor na carreira de Solange. Amadurecida e com uma personalidade artística bem mais definida, a cantora mostrou claramente que tinha se desgrudado de qualquer resquício que a sua imagem poderia ter associada com Beyoncé. Para quem acompanha a carreira dela desde então deve ter percebido que a artista vem demonstrando uma forte consciência social, principalmente ao que se refere a temas raciais e o empoderamento feminino. Ancorado ao lado do seu amadurecimento como artista, esses pontos são os responsáveis em dar a força motriz por trás da construção de A Seat at the Table. É aqui que a comparação com a Beyoncé ganha novos contornos, ma dessa vez, porém, contornos que favorecem Solange.
No mesmo ano que Beyoncé que lança o seu trabalho mais engajado politicamente e socialmente, Solange segue exatamente o mesmo caminho em A Seat at the Table. Essa decisão é, surpreendentemente, muito acertada, pois, além de mostrar a coragem de Solange abrir a possibilidade para mais comparações, mostra a diferença de como as duas expressam os seus sentimentos: enquanto Lemonade é provocativo, o álbum de Solange é contemplativo. Todavia, ao olhar mais profundamente, as diferenças não param apenas nesse quesito, estendendo-se para aspectos como a sonoridade e a atmosfera do trabalho. É aqui que Solange finalmente se liberta, transformando A Seat at the Table em um álbum digno de todos os elogios que está recebendo desde o lançamento.
O Amargo e Necessário Discurso de Solange
Apesar de não ser monotemática, as composições que fazer parte do álbum tem como principal eixo direcionador gritos de protestos que envolvem, principalmente, o discurso de empoderamento. Empoderamento da mulher. Empoderamento do negro. Empoderamento da mulher negra. Solange não está disposta a olhar para o lado ou amenizar com discursos apaziguadores. Solange surgi como uma voz cansada de não ser ouvida. Uma voz que cansada de ser calada por outros. Uma voz cansada de ser considera de segundo escalão na sociedade. Uma voz cansada de não lutar, pois sempre será deixada de lado. Uma fúria tão poderosa que é quase possível tocar os sentimentos expressos no álbum. Don't Touch My Hair consegue capturar boa parte dessa sensação: o cabelo aqui é a metáfora perfeita para demonstrar toda a indignação quando alguém feri o orgulho da comunidade negra, pois o cabelo é uma aspecto muito importante dentro dessa cultura. Um simbolo de poder e expressão do seu orgulho e, principalmente, da cultura do passado e presente. Entretanto, a maneira como tudo isso é colocado para fora ajuda a traçar a personalidade de A Seat at the Table e, também, a de Solange como artista.
Ao contrário do que fez a irmã no seu álbum, Solange tem uma maneira sutil de escrever as letras. Quem lê cada criação sem maior a maior contextualização ou um cuidado que se faz necessário pode até achar que Solange fala sobre trivialidades, relacionamentos e sentimentos "normais". Isso ocorre devido a forma como as composições são construídas como poesias delicadas, sensíveis, leves e, principalmente, com uma atmosfera etérea. A dualidade entre a mensagem e a estética construída para as letras poderia até causar estranheza, mas a forma como isso é desenhado no álbum funciona perfeitamente e com um impacto essencial para elevar as vozes representadas. Isso não seria possível, porém, sem uma sonoridade que correspondesse a altura.
O Doce Olhar Sobre a Tempestade
Uma Breve História Sobre Solange ou Aquela Que Era Conhecida Como a "Irmã da Beyoncé" em Busca da Sua Liberdade Artística
Esse caminho traçado pela cantora não começou agora, pois Solange já está "cozinhando" a sua quebra de correntes tem algum tempo. Quando lançou o seu primeiro álbum Solo Star em 2003 exatamente alguns messes antes da irmã lançar o primeiro álbum da carreira solo, Solange era conhecida por participar como convidada/back vocal de várias canções e apresentações do Destiny's Child. Além disso, ela também trabalhou como atriz em alguns filmes e cantou ao lado de outros artistas. Com o peso da imagem da irmã sob a sua imagem, Solange começou a mostrar que era mais do que apenas esse papel ao lançar o seu segundo trabalho: Sol-Angel and the Hadley St. Dreams de 2008 foi bem recebido pela critica, ajudando a criar uma personalidade própria e distinta ao trabalhar com grandes nomes do soul/R&B americano como, por exemplo, Pharrell Williams, CeeLo Green e Bilal. Mesmo assim, Sol foi ofuscada por Bey, pois esse mesmo ano foi o do lançamento de I Am...Sasha Fierce. Tudo começa a mudar de vez em 2012 com o lançamento do EP True.
Tendo a espetacular canção Losing You como single, o EP pode ser considerado o marco divisor na carreira de Solange. Amadurecida e com uma personalidade artística bem mais definida, a cantora mostrou claramente que tinha se desgrudado de qualquer resquício que a sua imagem poderia ter associada com Beyoncé. Para quem acompanha a carreira dela desde então deve ter percebido que a artista vem demonstrando uma forte consciência social, principalmente ao que se refere a temas raciais e o empoderamento feminino. Ancorado ao lado do seu amadurecimento como artista, esses pontos são os responsáveis em dar a força motriz por trás da construção de A Seat at the Table. É aqui que a comparação com a Beyoncé ganha novos contornos, ma dessa vez, porém, contornos que favorecem Solange.
No mesmo ano que Beyoncé que lança o seu trabalho mais engajado politicamente e socialmente, Solange segue exatamente o mesmo caminho em A Seat at the Table. Essa decisão é, surpreendentemente, muito acertada, pois, além de mostrar a coragem de Solange abrir a possibilidade para mais comparações, mostra a diferença de como as duas expressam os seus sentimentos: enquanto Lemonade é provocativo, o álbum de Solange é contemplativo. Todavia, ao olhar mais profundamente, as diferenças não param apenas nesse quesito, estendendo-se para aspectos como a sonoridade e a atmosfera do trabalho. É aqui que Solange finalmente se liberta, transformando A Seat at the Table em um álbum digno de todos os elogios que está recebendo desde o lançamento.
O Amargo e Necessário Discurso de Solange
Apesar de não ser monotemática, as composições que fazer parte do álbum tem como principal eixo direcionador gritos de protestos que envolvem, principalmente, o discurso de empoderamento. Empoderamento da mulher. Empoderamento do negro. Empoderamento da mulher negra. Solange não está disposta a olhar para o lado ou amenizar com discursos apaziguadores. Solange surgi como uma voz cansada de não ser ouvida. Uma voz que cansada de ser calada por outros. Uma voz cansada de ser considera de segundo escalão na sociedade. Uma voz cansada de não lutar, pois sempre será deixada de lado. Uma fúria tão poderosa que é quase possível tocar os sentimentos expressos no álbum. Don't Touch My Hair consegue capturar boa parte dessa sensação: o cabelo aqui é a metáfora perfeita para demonstrar toda a indignação quando alguém feri o orgulho da comunidade negra, pois o cabelo é uma aspecto muito importante dentro dessa cultura. Um simbolo de poder e expressão do seu orgulho e, principalmente, da cultura do passado e presente. Entretanto, a maneira como tudo isso é colocado para fora ajuda a traçar a personalidade de A Seat at the Table e, também, a de Solange como artista.
Ao contrário do que fez a irmã no seu álbum, Solange tem uma maneira sutil de escrever as letras. Quem lê cada criação sem maior a maior contextualização ou um cuidado que se faz necessário pode até achar que Solange fala sobre trivialidades, relacionamentos e sentimentos "normais". Isso ocorre devido a forma como as composições são construídas como poesias delicadas, sensíveis, leves e, principalmente, com uma atmosfera etérea. A dualidade entre a mensagem e a estética construída para as letras poderia até causar estranheza, mas a forma como isso é desenhado no álbum funciona perfeitamente e com um impacto essencial para elevar as vozes representadas. Isso não seria possível, porém, sem uma sonoridade que correspondesse a altura.
O Doce Olhar Sobre a Tempestade
A Seat at the Table tem como principal catalisador, além da própria Solange que co-produziu todas as faixas, o cantor/produtor/compositor Raphael Saadiq. Considerado como um dos nomes responsável pelo novo soul music, Saadiq produziu e co-escreveu seis faixas, mas é bem claro que a sua mão é a que direciona a sonoridade geral do álbum: uma refrescante mistura de indie soul, funk, R&B e psychedelic soul. Ao contrário de entregar uma sonoridade explosiva devido a união de tantos estilos com um histórico tão forte, a pegada aqui foi elaborar batidas delicadamente contidas e de uma força calculadamente suave. Com participação de outros produtores conceituados (Questlove, Sampha, Q-Tip, entre outros), A Seat at the Table encontra uma coesão perfeita entre todas as faixas, apesar do ritmo se quebrar devido a inclusão de oito interludes. Mesmo que essas faixas sirvam como boas introduções e contribuem com o tom do álbum não há como afirmar que ela funcionam perfeitamente em todos os momentos. O que não se pode dizer das performances vocais de Solange, pois a cantora encontrou o tom ideal para expressar toda a fúria que as suas letras representam de uma forma que case com toda a personalidade do álbum. Felizmente, a voz de Solange evoluiu tecnicamente ao longo dos anos, mesmo que nesse quesito ela ainda precisa ganhar mais força e, em alguns momentos, se pareça demais com a voz da irmã. Não que isso atrapalhe o resultado final de A Seat at the Table, pois, assim como todas as grandes obras, o álbum é um trabalho que deve ser contemplado em sua totalidade. E Solange Knowles é uma artista que deve ser reconhecida em sua totalidade e, não mais, como a irmã de alguém.
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