30 de junho de 2017

La Latina Rihanna

Wild Thoughts (feat. Rihanna & Bryson Tiller)
DJ Khaled

De uma hora para a outra, o DJ Khaled virou aquele produtor com alguns sucessos e uma penca de memes lá nos EUA para o artista de maior sucesso da atualidade. Claro, boa parte do resultado positivo vem da influência dos seus "parceiros" como, por exemplo, Justin Bieber, Beyoncé e Jay-Z. Dessa vez é o momento de Khaled usar a Rihanna para fazer de Wild Thoughts o seu próximo sucesso. Só que não seria a Rihanna que está se aproveitando do DJ?

Vamos começar falando que Wild Thoughts não é só a melhor música do DJ Khaled como, também, uma das melhores do ano. Obviamente, o maior motivo para isso é que o DJ ao lado do outro DJ Nasty pegaram a base do sucesso Maria Maria da banda Santana de 1999 para construir a nova canção. Está lá a batida cadenciada, a atmosfera latina e a guitarra inconfundível de Carlos Santana, mas com um verniz um pouco mais atual e adição de algumas nuances. O resultado é acima do esperado, mesmo que seja um quase crtl c+crtl v da canção original. O que Maria Maria não tinha é uma cantora como a Rihanna para simplesmente para dominar a canção com a sua personalidade "large than life" e os seus sensuais vocais. Mesmo fazendo um bom trabalho, o rapper Bryson Tiller é engolido pela RiRi em seu momento de La Isla Bonita. Enquanto isso, DJ Khaled vai se estabelecendo mundialmente como uma máquina de fazer hit.
nota: 8

27 de junho de 2017

O Sucesso Crossover Country do Ano

Body Like a Back Road
Sam Hunt

O country assim como o nosso sertanejo é um gêneros de maior sucesso nos Estados Unidos. Entretanto, ao contrário do Brasil, o country tem muita dificuldade em entrar com todo o seu potencial no mainstream pop, ficando sempre muito preso no seu próprio nicho. De vez em quando, porém, uma canção consegue quebrar essa barreira e alcançar o topo das paradas pop como é o caso do single Body Like a Back Road do Sam Hunt.

Na verdade, Body Like a Back Road está muito mais para um pop contemporâneo com toques de country, resultando em um country pop redondinho e sem envergonhar de soar como a faixa mais radiofônica possível para um artista country que quer entrar no mundo pop. Redondinha sim, mas também completamente nada memorável. Não há nada aqui que faça Sam seja realmente lembrado por ser o dono da canção, ainda mais que os seus vocais são tão comuns e banais, apensar de bons, que qualquer cantor do mesmo estilo poderia cantar a canção. Então, acho que Body Like a Back Road alcançou o seu objetivo de ser um sucesso pop atual.
nota: 6

26 de junho de 2017

De Volta aos Trilhos

Believer
Imagine Dragons

O Imagine Dragons nunca será a banda de rock que irá revolucionar o rock ou que, ao menos, irá deixar uma marcar profunda no gênero. A banda é simplesmente uma banda de rock comercial que voltou a encontrar o caminho do sucesso com o single Believer.

A canção também é a volta da banda ao reencontrar o som que os conduziram ao sucesso com o hit Radioactive de 2012, entregando um poderoso e viciante mistura de eletrônico com rock em uma escala grandiosa feita propositalmente para criar uma faixa comercial. Nada contra, mas Believer não é exatamente para fãs de rock, mas feita para o grande mainstream que utiliza da batida poderosa para ser tema de filmes e séries como já está acontecendo. Ajudada pela interessante composição sobre superar os seus limites e aqueles impostos pela sociedade e pelos vocais épicos de Dan Reynolds, Believer é uma das canções mais divertidas do ano, mesmo que essa não seja a sua ideia. De qualquer forma, Imagine Dragons está fazendo o que sabe fazer e, por enquanto, já está de bom tamanho.
nota: 7

23 de junho de 2017

Prazer Empoderado

Lalá
Karol Conka

Karol Conka é o novo nome da música brasileira que melhor conseguiu sair da obscuridade para o mainstream sem perder a sua personalidade inicial que, no seu caso, baseia-se no seu empoderamento como mulher e negra. E uma ótima amostra disso é a sua nova canção: Lalá.

A canção não tem metáforas bonitinhas ou alegorias rebuscadas para falar sobre sexo oral. Na verdade, Lalá é sobre o quanto o homem acha que fazer sexo oral na sua parceira é algo como um verdadeiro favor para as mulheres e que isso deveria ser algo quase desvinculado do verdadeiro motivo para se fazer sexo oral: o prazer da mulher. Direta, bem humorada e completamente dona de si e da sua mensagem, Karol Conka entrega uma performance completamente inspirada sem medo de ser feminista e empoderada explicitamente em um país machista, racista e indo para o caminho do fascismo descarado. Além disso, a sonoridade da cantora vai evoluindo em algo que faz um hibrido do hip hop brasileiro com o pop, mas sempre adicionando pitadas de MPB. Ainda não é o topo da montanha, mas Karol Conka está no caminho certo.
nota: 7,5

20 de junho de 2017

Estranhamente

Young and Menace
Fall Out Boy

O Fall Out Boy vive nos últimos anos uma verdadeira montanha-russa com o lançamento do ótimo Save Rock and Roll de 2013 para depois lançar o mediano e completamente esquecível American Beauty / American Psycho de 2015. Ao se prepararem para o lançamento do sétimo trabalho (Mania), a banda começa o trabalho com o single mais estranho da carreira deles: a confusa e legal Young and Menace.

Categorizar Young and Menace é um trabalho quase que impossível, pois a sua produção criar uma cruza mutante e meio que sem definição devido a construção completamente inusitada, diferente e, principalmente, caótica. Tentando dar alguma ideia do que é a canção seria necessário classificá-la como um pop rock/EDM com arranjo complexo de nuances e uma estrutura inusitada. Poderia ser uma bomba de proporções épicas, mas não é para a total surpresa de quem escuta devido ao trabalho exemplar de instrumentalização feita. Todavia, Young and Menace poderia ser uma verdadeira obra devido a sua extrema peculiaridade criativa, mas não chega perto desse feito ao não encontrar o seu verdadeiro propósito em ser uma obra desbravadora de novos caminhos para a banda.  De qualquer maneira, o começo dessa nova fase deve ser a volta ao topo do Fall Out Boy, só não da maneira que era o esperado por mim.
nota 7

19 de junho de 2017

New Faces Apresenta: Allie X

Paper Love
Allie X

Nos últimos anos surgiram tantas cantoras que entram na categoria "cantora branca de pop/R&B low profile" que fica difícil de acompanhar. Ainda mais que alguns se parecem em estilo que, ás vezes, acredito que sejam todas as mesmas, mas com nomes diferentes. Alguns nomes, porém, conseguem se destacarem como é o caso da canadense Allie X que irá lançar o seu primeiro álbum (CollXtion II) e tem como primeiro single a legal Paper Love.

A canção tem espaços para que fosse melhorada, mas o resultado final é refinado e, dentro das suas restrições, cheia de personalidade. Ao contrario de ir em uma cadencias mais devagar, Allie X emprega aqui um ritmo bem animadinho e dançante, mas sem perder a vibe indie que a sonoridade da jovem cantora. Lembrando muito a estética e vocais da Ellie Goulding em vários momentos, Paper Love tem uma pegada puxando para o synthpop que coloca a cantora em um local batido, mas que consegue tirar água de pedra em canção realmente cativante. A composição sobre não saber ao certo se deixa levar por uma nova paixão acerta ao não ser "descolada" demais sem perder o seu chame indie. Allie X pode até mais uma nessa nova multidão, mas, por enquanto, está fazendo o melhor para mostrar para o que veio.
nota: 7

18 de junho de 2017

No Limite

Power (feat. Stormzy)
Little Mix

Na busca de criar uma canção pop impactante para o mercado, muitos artistas e produtores resolvem "aumentar" o volume da canção para criar esse efeito. Esse é caso da canção Power do Little Mix que, apensar de resultar acima da média, quase deixando a canção insuportável.

Na esperança de criar uma canção que, ao mesmo tempo, se torne comercial e consiga carregar dignamente o ótimo tema sobre empoderamento feminino, a produção cria um arranjo "barulhento" com nuances que meio que dão certa atrapalhada ao soaram mais presente que o próprio arranjo como, por exemplo, o barulho de motocicleta ao fundo em alguns momentos. Além disso, algumas das meninas da banda quase estão gritando em alguns momentos, mas, no geral, conseguem entregar um bom resultado. Fora isso, Power é um bom exemplo de como fazer um pop empoderado, mas ainda ser pop de verdade e como chamar um rapper para a versão remix que realmente vale a pena. Todavia, foi por quase que o Little Mix que não entregou uma canção inaudível.
nota:6,5

17 de junho de 2017

Síndrome de Solange

Stay Together
Noah Cyrus

A irmã mais nova da Miley Cyrus sofre da mesma síndrome que a irmã mais nova da Beyoncé: no momento em que resolveram sair de vez da sobra da irmã mais velha e famosa, Noah Cyrus e a Solange escolheram o melhor momento artístico de suas respectivas irmãs para mostraram para o que vieram. Mesmo assim, Noah vai mostrado que tem a capacidade de fazer o que Solange fez recentemente ao disputar com vigor o seu lugar ao sol. Um bom exemplo disso é o segundo single da sua recente carreira, a boa Stay Together.

A canção é uma divertida e descolada "feel good" sobre poder aproveitar a vida antes que ela acabe. é um tema batido e nada criativo, mas o resultado aqui é muito bem feitinho ao ser exatamente o que o tema passa: divertida, despretensiosa e cool. Nada exatamente sensacional, mas com uma personalidade que a irmã não tinha no mesmo estágio da carreira. Por falar em personalidade, Stay Together continua a pavimentar a construção da identidade artística de Noah de uma forma que a distancie de qualquer comparação com Miley em qualquer momento da carreira ao entrar um pop/dream pop misturado com rock pop, emoldurado em uma atmosfera meio pop punk/indie em resultado inusitado. E se o ano passado foi o anos das Knowles, esse seria o ano das Cyrus?
nota: 7

16 de junho de 2017

Amizade Legalzinha

There For You
Martin Garrix & Troye Sivan

Falar sobre amizade como tema em canções é um acontecimento um pouco raro, mas, normalmente, quando acontece resulta em algo no mínimo memorável. Uma pena que There For You, parceria do DJ Martin Garrix e do cantor Troye Sivan, não se encaixa nessa categoria.

A união de dois jovens talentos como Martin e, principalmente, Troye poderia resultar em um verdadeiro musicão. Todavia, There For You fica no meio do caminho. A produção é até boa e fofinha, mas não boa o suficiente para fazer da canção algo realmente marcante, não passando de um ok EDM. Até mesma o talento vocal de Troye não é usado como deveria, pois o que ouvimos é uma performance morna e sem inspiração. E, como disse antes, a temática sobre amizade poderia render muito, mas, infelizmente, o resultado é um pouco mais que a média. Não chega a, por exemplo, nem emocionar ou fazer sorrir como a linda Who Knew da P!nk. O resultado final é igual uma amizade bem no comecinho: tem potencial, mas não passa disso.
nota: 6

13 de junho de 2017

Rita, A Sumida

Your Song
Rita Ora

A Rita Ora é um caso curioso no mundo pop. Depois de estourar em 2012 com o seu primeiro álbum lá na Inglaterra, ajudando a transformá-la em um fenômeno gigantesco, a cantora Rita Ora saiu de cena para entrar a "personalidade da mídia". Entre ser a namorada de alguns famosos, jurada de realities shows e ícone fashion, Rita deixou de lado a carreira na música. Claro, a batalha judicial com a Rock Nation ajudou e muito para isso, mas isso já tem mais de um ano e meio e até a cantora não tinha dado sinal de vida. Até agora, pois Rita está de volta com o melhor single da sua carreira: a divertida Your Song.

A canção, produzida por Steve Mac, Your Song é um clean, refinado e deliciosamente radiofônico dance-pop mid-tempo que poderia ser um dos grandes hits do ano, mas que até agora não teve o reconhecimento necessário. Contida, Your Song não aquele clichê de canções do estilo que mais parecem um batidão de algum DJ louco, mas, na verdade, confia em uma construção minimalista e delicada. Co-escrita pelo Ed Sheraan, o single tem a marcar do cantor/compositor ao falar sobre amor de uma maneira honesta e "pop" ano tempo como é o caso do ótimo refrão. Com tanto tempo sem Rita mostrar a sua faceta cantora até esquecemos que ela é dona de uma voz muito interessante que tem um toque de rouquidão que a ajuda se diferenciar do resto da multidão. Espero que essa seja a volta da Rita Ora de vez para a música, pois, até agora, é um promessa perdida.
nota: 7,5

12 de junho de 2017

Mudanças Nem Tanto

Down (feat. Gucci Mane)
Fifth Harmony

Depois da saída da Camila Cabello, o Fifth Harmony está passando por um momento em que pode ser crucial para a vida "útil" da girl band em que saberemos o quanto, o agora quarteto, foi abalado pelo ocorrido. E o primeiro teste disso é o lançamento da canção Down.

A música mostra que o grupo pode até ter mudado de cara, mas não de sonoridade, ainda mais que foi encontrado a formula do sucesso com Work from Home e Worth It. Down tem a mesma estrutura: R&B/pop bastante cadenciado e comercial com toques de hio hop. Novamente, a canção funciona para o grupo e tem "cheiro" de possível hit, mas ainda continuo insistindo que o Fifth Harmony soa como um samba de um nota só e, até agora, não provou para o que realmente vieram. Uma pena, pois as meninas têm química em vocais corretos e com uma letra redondinha. Agora resta saber se eles terão fôlego para continuar ou em breve teremos o fim definitivo.
nota: 6,5

8 de junho de 2017

A Gloria de Um Jones

Remember I Told You (feat. Anne-Marie & Mike Posner)
Nick Jonas

Demorou algum tempo, mas finalmente o Nick Jonas está se tornando o astro pop que o próprio vem "anunciando" desde que lançou a sua carreira solo. E a prova disso está na ótima Remember I Told You.

Madura e refinada, Remember I Told You é um dance R&B que faz Nick entrar em uma mesma trilha que o Justin Timberlake, mas andando com as próprias pernas ao entregar uma personalidade completamente sua ao fazer da canção um trabalho modernoso que, também, reflete a sua jornada até agora. Com nuances perfeitas de sensualidade e um quê de Michael Jackson, Nick meio que quebra expectativas em chamar a britânica ainda meio que desconhecida Anne-Marie e o americano Mike Posner (co-autor da canção) para um "trieto" que funciona melhor que esperado. A química entre os três é perfeita para que nenhum brilhe mais que o outro, mas, devido a divisão da canção, ajuda Nick a se mostrar como o "dono" da canção, entregando uma performance que emoldura uma vibe Drake para esse tipo de canção. Ainda falta um caminho considerável, porém, com músicas como Remember I Told You, Nick vai cumprindo a sua trajetória de virar um verdadeiro astro pop.
nota: 7,5

6 de junho de 2017

Incompletta

Paradinha
Anitta

Gostando ou não, Anitta é atual grande diva pop brasileira. Depois de um começo estrondoso aqui no Brasil, a cantora começa a entrar no mercado internacional de uma maneira até interessante e promissor em relação ao marketing. Todavia, o investimento artístico na qualidade ainda é bem precário como é a canção Paradinha.

Como quase todas as canções solo da cantora, Paradinha sofre do mesmo problema de soar como se fosse uma canção incompleta, ou seja, mais parece uma versão demo do que uma canção pronta de verdade. O defeito se repete com a produção fraquíssima que não consegue sair da mesma batida extremamente repetitiva do começo sem apresentar nenhuma nuance nesse pop/dance/tropical. Comercial, mas de uma pegada tão esquecível como um vestido na cor bege. Com uma produção vocal fraquíssima que deixa a voz da cantora apagada e sem brilho, Anitta tenta cantar a canção em um espanhol sofrível. A cereja em cima do bolo é a péssima composição que tem um dos refrões mais ordinários dos últimos tempos. Anitta pode até virar uma estrela internacional, mas não vai ser por uma canção como essa.
nota: 3

5 de junho de 2017

A Rainha das Trilhas

To Be Human (feat. Labrinth)
Sia

Recentemente, a Sia tem virado a rainha das trilhas sonoras: de tempos em tempos, a cantora lança uma canção que faz parte de algum filme. Não importa o tipo de filme ou o destaque do mesmo em relação ao seu lançamento, Sia é, basicamente, pau para toda a obra. O seu mais recente lançamento é a canção To Be Human, tema do filme da Mulher-Maravilha.

A canção tem todas as características de um trabalho da cantora: pop contemporâneo com uma atmosfera épica e vocais avassaladores que, aqui, conta com a modesta e efetiva participação do cantor britânico Labrinth. O problema da canção é que ela só realmente decola na sua parte final, mostrando toda a força que uma canção tema do filme da principal heroína de todos os tempos deve ter. Mesmo assim, To Be Human acerta na composição delicada sobre o que faz de uma pessoa um ser humano de verdade. Ainda é cedo para falar e não deve ser essa canção que vai ser a responsável por isso, mas Sia está se encaminhando para futuramente levar para casa um certo troféu dourado de melhor música.
nota: 6,5

3 de junho de 2017

Os Erros do Grammy - Parte II

É hora de darmos mais alguns pitacos no Grammy para tentar apontar alguns injustas feitas com nomes não indicados e, também, nomes que perderam. Esse é...



2 de junho de 2017

Uma Explosão '80

Cut to the Feeling
Carly Rae Jepsen


Enquanto várias das grandes divas pop estão batendo cabeças em busca de encontrar o seu caminho em 2017, a Carly Rae Jepsen vai lá, meio que na calada da noite, e lança a melhor canção pop feminina do ano: o irresistível  Cut to the Feeling.

Composta originalmente para fazer parte de E•MO•TIONCut to the Feeling tem claramente uma fortíssima influência na musicalidade dos anos oitenta. E assim como um bom vinho, a influência na sonoridade de Carly apenas melhorou ao ser refinada em uma canção synthpop que tão gostosa, nostálgica e perfeitamente pop que mais parece algum trabalho de um nome que realmente fez esse tipo de canção naquela década. Todavia, a produção é esperta o suficiente para envernizar Cut to the Feeling com uma tinta criativa que mantém a canção relevante com um instrumental poderoso e marcante. Além disso, Carly entrega uma performance cheia personalidade, mostrando que está cada vez mais entendendo a voz que tem e sabendo tirar o melhor dela. Divertida do começo ao fim, Cut to the Feeling é a canção que deveria estar em primeiro lugar nas paradas atualmente, mas, pelo menos, será lembrado como aquela canção que ajudou a salvar o pop em 2017.
nota: 8

1 de junho de 2017

O Retorno De Uma Lenda Moderna

Way Back (feat. Snoop Dogg)
TLC

Muito anos do sucesso das Spice Girls ou do Destiny's Child já havia uma girl band que ajudou a pavimentar o caminho: o TLC. Composto por T-Boz, Left Eyes e Chilli, o trio praticamente dominou os anos noventa quase todo com o lançamento de álbuns de incrível sucesso e premiados (CrazySexyCool de 1994 e Fanmail de 1998) e singles inesquecíveis como No ScrubsWaterfalls Unpretty. Mesmo tendo problemas de brigas internas e até mesmo passando por sérios problemas financeiros depois do grupo quebrar, o TLC ainda se mantinha extremamente relevante com as suas integrantes trabalhando em projetos solos e, também, em novos projetos como grupo. O baque maior veio em 2002 quando Left Eyes faleceu em um acidente de carro. O TLC não terminou, mas entrou em um hiato criativo até 2014 quando, o agora duo, decidiu abrir um financiamento coletivo para ajudar a gravar e lançar o quinto álbum do grupo e que deve ser o último. Com mais 400 mil dólares arrecadados, as duas integrantes vão lançar ainda esse ano o álbum que tem como primeiro single a deliciosa Way Back.

Sem a presença de Left Eyes que era a "cola" que unia o TLC e o seu diferencial devido a ser uma expcecional rapper, o grupo perde algum brilho. Entretanto, Way Back é uma canção muito bem realizada que, felizmente, ajuda a manter a qualidade do grupo e, principalmente, passar um ar de nostalgia de verdade como poucas canções lançadas nos últimos tempos. Claro, a canção é sobre se encontrar e relembrar os velhos tempos com antigos amigos depois de um tempo separados, então a sensação é aumentada. A presença de Snoop Dogg que estourou, mais ou menos, na mesma época que as garotas ajuda a aumentar essa sensação. Além disso, a produção acerta em cheio em criar uma canção que exala nostalgia em sua batida funk/soul com uma pegada cadenciada que tem uma atmosfera de feel good, feita para dançar no melhor estilo "passinhos do bailinho". Way Back não deve recuperar o sucesso do passado do TLC, mas ajuda a relembrar uma verdadeira lenda moderna da música.
nota: 7,5