Primeira Impressão

El Dorado
Shakira

Nem sempre um álbum precisa ter uma importância decisiva na carreira do seu criador ou criadora. Ás vezes, um álbum serve apenas para que o artista em questão se divirta, divirta o seu público ou possa reencontrar a sua alegria de fazer música. Esses três casos são a melhor definição para o lançamento do décimo primeiro álbum da Shakira: depois de um bloqueio criativo, a cantora entrega em El Dorado um trabalho alegre, descontraído, despretensioso e livre de qualquer amarra imposta pelo mercado. 

Praticamente um álbum completamente em espanhol, exceto por três canções, El Dorado é, entretanto, um trabalho estritamente latino, pois Shakira transita de maneira fluida pelos principais gêneros latinos, principalmente aqueles que estão em voga ultimamente. Regido principalmente pelo latin pop e o reggaeton, a produção do álbum entrega um coleção de canções fáceis, bem produzidas, comerciais e de uma atmosfera leve e divertida. Em nenhum momento Shakira parece querer soar mais do que El Dorado é: um álbum para mostrar que a mesma sabe ainda quem é e quer aproveitar da melhor maneira o seu talento. Isso é a chave principal pelo resultado final do álbum que não de tão inofensivo não será lembrado como um obra brilhante ou mesmo a melhor da carreira da cantora, mas é tem uma atmosfera solar e carismática que faz qualquer um dar um sorriso ao ouvir. Cercada de vários nomes de sucesso da música latina como Maluma, Nicky Jam, Carlos Vives e Prince Royce, Shakira sempre parece estar mais a vontade quando canta em espanhol e fica bem claro isso em canções como Chantaje e Deja Vu. Entretanto, ao contrário de outros trabalhos, a cantora parece menos inspirada nas suas performances vocais, pois não há nenhum grande momento seu durante todo o álbum. Não que isso seja um grande defeito, mas não deixa El Dorado brilhar com mais força. Além das canções já citadas, outros bons momentos do álbum são Nada, Amarillo e Trap. Fico feliz que Shakira tenha chegado em um momento da carreira que ela possa de se dar o luxo de entregar trabalhos como El Dorado, deixando cobranças externas e internas de lado.