A música na sua essência serve para trazer emoções para quem ouve e, também, para quem a executa. Normalmente, a gente espera que uma música vá suscitar sensações emotivas de cunho positivo como, por exemplo, alegria, divertimento, amor, vontade de dançar, entre outras. Entretanto, a música tem como papel também tocar em emoções menos excitantes, mas não menos importantes para a raça humana como tristeza, saudades, dor de cotovelo, inquietação e vários outras. E visando falar sobre um exemplo que se encaixa nesse segundo exemplo que hoje falaremos sobre....
Fake Plastic Trees
Radiohead
Lançada em 1995 como single do segundo álbum da banda (The Bends), Fake Plastic Trees foi, no inicio, um problema para a carreira do Radiohead. Além de não ter obtido o mesmo sucesso comercial esperado pela gravadora com foi a canção Creep do primeiro álbum, a canção não foi muito bem recebida inicialmente pela critica especializada devido a mudança de sonoridade da banda que foi do grunge para um rock indie/alternativo. Entretanto, Fake Plastic Trees, assim como o álbum, começou a receber a atenção merecida ao longo dos anos, transformando-se em um dos clássicos da banda.
E também pudera: Fake Plastic Trees é um trabalho de uma genialidade sem igual ao ser uma melancólica e com uma realidade desconcertante crônica sobre a solidão nos tempos modernos. Dona de uma letra metafórica sobre a frieza e inercia do plástico que é comparada com a nossa vida e com uma beleza poética impressionante, Fake Plastic Trees tem uma instrumentalização assombrosa e assombrante que vai crescendo na medida em que a canção vai se tornando cada vez mais angustiante, deixando quem ouve com um verdadeiro nó na garganta ao tocar no mais âmago dos nossos sentimentos mais escuros e depressivos. Além disso, os vocais de Thom Yorke conseguem amplificar essa atmosfera em um outro nível com uma performance enigmática e avassaladora que combina perfeitamente coma canção. Depressiva, sim, mas de uma genialidade poucas vezes ouvida atualmente.
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