Jessie J
“Camp é a experiência do mundo consistentemente estética. Ela representa a vitória do 'estilo' sobre o 'conteúdo', da 'estética' sobre a 'moralidade', da ironia sobre a tragédia”. É até relativamente fácil encontrar exemplos claro do camp na música, mas existem alguns que não são tão levados a sério como uma obra que ostenta essa qualidade. Esse é o caso de do smash hit Bang Bang da Jessie J.
Acredito que muitos não percebem que a canção lançada há oito anos atrás pode ser qualificada como camp é o fato de muitos encararem a canção de maneira muito séria dentro do mundo pop. Entretanto, Bang Bang precisa encarada como uma explosão de tudo que o pop tem de mais irritante, mas feito de maneira deliberadamente exagerada, divertida, colorida, contagiante, superficial e com uma pretensiosidade deliciosa. Começa obviamente pela performance exageradíssima da Jessie J. Norma constante da carreira da britânica, os vocais de Jessie aqui encontram um dos seus ápices de gritarias e firulas vocais, mas tudo funciona perfeitamente devido a estilo “large than life” que toda a canção exala. Em canções menos grandiosas, digamos assim, a voz da cantora parece dominar mais do que deveria e termina ofuscando ou/e salvando todo o resto. Em Bang Bang, porém, a cantora entrega a sua versão vocal da atuação da Faye Dunaway em Mommie Dearest como a atriz Joan Crawford. Além disso, o “elenco” de apoio da canção também não deixa a deseja.
Ariana Grande é como se fosse a coadjuvante que leve um pouco sério demais o seu papel, entregando uma performance sólida nos momentos que brilha sozinha. Essa distancia entre o que é a canção e a sua performance também é outra amostra sobre o quanto camp é Bang Bang. Já Nicki Minaj embarca completamente na vibe da canção ao entregar a sua mais caricata, contagiante e poderosa performance em uma canção pop sendo um featuring. Produzida Max Martin, Rickard Göransson e Ilya, a canção é exatamente o que se esperada de uma canção como essa pegada ao ser uma mistura de pop, soul, eletropop e R&B que eleva tudo ao volume onzes sem olhar para trás em nenhum momento, especialmente no seu frenético e marcante clímax final embalado pelo grudento refrão. Não que Bang Bang venha envelhecendo como vinho, mas, sim, que depois desses anos posso admirar a canção pelo o que realmente é de verdade desde o seu lançamento.
nota: 8
Nenhum comentário:
Postar um comentário