Pink Friday: Roman Reloaded
Nicki Minaj
Com alguns anos de blog nas costas, já posso me orgulhar de ver carreiras nascerem e depois prosperar ou morrer. Uma delas que o blog acompanha desde o comecinho é o da Nicki Minaj bem antes dela estourar e virar um dos nomes ou o nome mais importante da nova geração de artistas americanos. Já tinha reparado no talento dessa rapper muito antes dela virar mainstream. Posso me orgulhar de não ter sido "arrebatado" não apenas por que ela está no topo, mas por ter reconhecido uma artista competente atrás da persona que ela foi criando para si. Com o lançamento do primeiro álbum dela, Pink Friday, ela foi promovida "a coisa mais quente do pedaço" e vi ela se tornando multifacetada misturando hip hop com pop em um álbum "com resultado abaixo do esperado, mas bem além da média" parafraseando eu mesmo no Primeira Impressão do álbum. Um ano e quase meio depois, Nicki consolidou sua carreira e vai lançar seu segundo álbum continuação de PF que foi intitulado Pink Friday: Roman Reloaded. E como resultado posso dizer que o trabalho ficou com resultado acima do esperado, mas na média de outros trabalhos.
Explicando: Pink Friday: Roman Reloaded é bem melhor no resultado final que seu antecessor, mas fica na média se compararmos com outros trabalhos do estilo. Acontece que, apesar de colocar sua marca bem distinta com rapper/cantora de múltiplas personalidades, toda a produção fica presa a formulas já usadas tanto do lado hip hop, do R&B e do pop. Aqui, bem mais que no PF, a divisão entre estilos está muito bem definida. Começa com hip hop, passa pelo R&B e termina no pop/dance. Então, nada mais justo que dividir cada segmento para avaliar melhor o álbum.
Hip Hop (Das faixa 1 até a 6 e com influência pesada na 7)
O começo o álbum mostra Nicki no seu campo original misturando batidas mais marcadas e momentos mais estilizados. Algumas canções parecem pré-fabricadas em sua construção de arranjo. Esse hip hop mais street pode ser encontrado em vários contemporâneos de Nicki. Ela vai de Roman até a Nicki verdadeira com poucos momentos geniais, mas sempre mantendo o nível alto. O que chama atenção é que a maioria dos featurings se encontram nessa parte fazendo em certos momento ela quase ser eclipsada por alguns pesos pesados. As composições mostram em sua maioria uma Nicki que acerta nas partes mais sérias e se diverte nas de conotação mais despreocupada. E daqui que vem a melhor canção do álbum: Champion, com os pesos pesados Nas, Drake e Young Jeezy. Uma batida mais tradicional, mas elevada com a ótima letra e o trabalho inspirado de todos os envolvidos. Também de destaca Roman Reloaded (resenhada a seguir) e a esquizofrênica Roman Holiday que a versão para o álbum é melhor que podia se esperar depois da apresentação no Grammy.
R&B (Com certa influência na faixa 7 que é Champion e na 8 e 9)
Falando das duas com maior influência no estilo que são a 8 e a 9, temos o pior momento do álbum. Seja na "romântica" Right By My Side com o Chris Brown e na estranha Sex In The Lounge com cara de faixa do álbum do Lil' Wayne que não por acaso ele faz o featuring a lado de Bobby V. Falando dessa última, ela simplesmente deixa para escanteio a "dona" da canção. Completamente dispensável.
Pop (Da faixa 10 até a versão Deluxe)
A parte mais coesa do álbum mostrando a melhor faceta do trabalho. Comandado principalmente por RedOne, o lado pop do trabalho é um dos melhores pop/dance chiclete do últimos tempos. Todas as canções são feitas para tocar nas rádios do mundo inteiro, dançantes ao extremo, boas composições mesmo sem fugir do arroz com feijão, com interpretações que apenas Nicki consegue dá ao misturar cantar com o rap. Então, qual o problema? A questão é: será essa faceta um desejo de Nicki ou a gravadora vendo o potencial dela com o estilo a fez ir por esse caminho? Essa dúvida e a sensação que as músicas se parecem muito uma com as outras, ainda mais colocadas uma atrás da outra, dá uma prejudicada no resultado final. Aqui a melhor faixa sem dúvida nenhuma é a ótima Beautiful Sinner. Uma mistura de dubstep com dance resgatando as origens de Nicki. A segunecia de Starships, Pound the Alarm e Whip It e acertada. Enquanto Marilyn Monroe é uma balada pop diferente, mas bem legal. Tem a interessante parceria com o rei do dacehall Beenie Man em Gun Shot. O erro aqui está em Fire Burns que não mostra nada e faz o ritmo caí antes do final. O mais curioso é ver Stupid Hoe fechando a versão normal já que apesar da pegada mais "violenta" seria a canção que mais chegou perto da mistura hip hop, pop e o "estilo Nicki" que ela já fez.
Nicki Minaj ainda consegue se destacar e Pink Friday: Roman Reloaded mostra uma artista mais madura, mas ainda falta entregar o "álbum". Quem sabe na próxima?