Wrapped in Red
Kelly Clarkson
A Mary Christmas
Mary J. Blige
Winter Loversland
Tamar Braxton
Como vocês podem reparar estamos diante com álbuns de três cantoras bem diferentes entre si com suas próprias características e em diferentes momentos em suas carreiras. Para ser justo com as três decidi dividir essa avaliação em quatro critérios puramente técnicos: produção, vocais, composições inéditas e regravações. Começo com o que dá "a liga" para o álbum.
Produção: Por trás do primeiro álbum natalino da Mary J. Blige está o lendário produtor David Foster. Então, espere de A Mary Christmas um álbum extremamente bem produzido em sua parte técnica e é isso que a produção entrega em cada faixa. Contudo, a visão mais "tradicional" de David faz com que a personalidade de Mary seja limada para transformá-la em uma cantora "certinha" e careta em vez da rainha do hip hop soul. Não é exatamente ruim, mas é broxante. Já Kelly Clarkson deixou nas mãos do contemporâneo Greg Kurstin a elaboração da construção da sonoridade de Wrapped in Red. Mesmo com sua bagagem mais "modernosa", Greg não faz muito mais que o necessário para dar para Kelly um ar descolado, mas sem perder a base do que é um álbum clássico natalino. Surpreendentemente, a produção mais interessante é a de Winter Loversland da Tamar Braxton. Longe de ser uma revolução sonora ou um trabalho primoroso, Winter Loversland tem uma produção original ao dar para as faixas a cara da cantora: um R&B bem feitinho. Mantendo a sua personalidade e entregando um trabalho redondinho, Tamar sai na frente ganha um ponto.
Vocais: Tamar faz o que pode, mas ainda está longe de ser uma grande cantora. Então, a disputa aqui fica entre Kelly e Mary. Não há dúvidas que ao longo dos anos a vencedora do primeiro American Idol cresceu. A prova é que em Wrapped in Red Kelly entrega performances seguras e em alguns momentos tocantes como em Please Come Home For Christmas (Bells Will Be Ringing). Infelizmente, em outros momentos o caminho escolhido pela produção vocal erra ao não extrair tudo que a voz de Kelly pode dar deixando ela "massificada" e comercial demais. Mesmo contida pela direção tomada pela produção, Mary entrega performances poderosas usando todo o poder que a sua voz é capaz como na emocionante Mary, Did You Know?. Dessa maneira Mary abre o seu placar.
Composições Inéditas: Mary se saiu vitoriosa no outro quesito, mas agora ela nem pode concorrer já que em seu álbum não tem nenhuma canção original. A disputa fica entre Tamar e Kelly. Winter Loversland conta com duas faixas inéditas (No Gift e She Can Have You). A principal qualidade das duas é tentar falar sobre assuntos mais "normais" colocando um contexto que reflita o tema natalino. Já em Wrapped in Red conta com mais do dobro de canções (Wrapped in Red, Underneath the Tree, Every Christmas, Winter Dreams (Brandon's Song) e 4 Carats). Nenhuma das faixas é um trabalho genial, mas temos que reconhecer o esforço da Kelly e a sua produção de sair do mesmo ao fazer novas canções natalinas. Por isso, o ponto para ela.
Regravações: Para decidir qual o melhor álbum natalino é hora de analisar qual teve as melhores regravações. Começo com as canções que se repetem nos três álbuns.
Silent Night: Com a participação das cantoras Reba McEntire e Trisha Yearwood, Kelly entrega uma versão bem produzida e emocionante sem exagerar.
Have Yourself A Merry Little Christmas: Mesmo que nenhuma faça uma regravação memorável, eu fico com a delicada versão da Mary.
Finalizando, eu vou escolher qual a melhor faixa entre os três álbuns.
When You Wish Upon A Star: A famosa canção do filme Pinóquio e tema da Disney há décadas ganha uma versão perfeita no álbum de Mary com a participação da lenda Barbra Streisand. Um lindo momento que consegue captar e transmitir todo o clima natalino.
Então, o placar final ficou assim:
Mesmo não sendo um trabalho genial como Mary J. Blide já entregou, o seu álbum natalino é a melhor pedida para embalar o natal desse ano.
Um comentário:
Senti falta do Christimas, With Love da Leona Lewis.
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