Nick Jonas
O ano de 2014 vai ser marcado pelo estouro de promissores novatos que prometem ter uma carreira longa pela frente como Sam Smith e Iggy Azalea e também novatos se consolidando no mercado como é o caso da Ariana Grande e o Ed Sheeran. Nessa segunda categoria e em menor escala podemos colocar o Nick Jonas. O mais novo dos Jonas Brothers deu inicio a sua carreira solo seguindo uma velha cartilha que dita as regras das transições de ídolo teen para adulto. Primeiro, Nick está em franco processo de mudança de imagem com aparições, digamos, cada vez mais picantes em ensaios fotográficos ousados e investindo na carreira de ator em papel polêmico. Porém, a melhor e mais surpreendente foi a transformação musical dele: deixando de lado o pop rock teen de qualidade duvidosa, Nick investiu em uma sonoridade madura no lançamento do seu homônimo novo álbum.
É bom deixar claro que da mesma maneira que Nick seguiu as regras de mudança de imagem, ele também fez os mesmo passos da mesma cartilha para a mudança na sua música. No caso de Nick é a regra que fala sobre "meninos branco fazendo soul music", ou seja, Nick está na mesma estrada que trilhou com sucesso o Justin Timberlake e que Justin Bieber está tropeçando. Por isso, não espere que o álbum seja a mais original das produções, mas, surpreendentemente, espere um R&B/pop com fortes influências de Michael Jackson e Price (além de uma tonelada de outras referências dos anos oitenta e começo dos noventa com a pegada dance e a inclusão de guitarras) redondinho e bem produzido resultando em um trabalho acima da média. Mesmo sem uma posição definida sobre quem é Nick de verdade, a colcha de retalhos funciona muito bem aqui e quase não dá para ver os "remendos" de faixa para faixa. Outro ponto positivo é que o álbum flui sem muitos contratempos, pois a maioria das canções funcionam bem como é o caso da pop/funk/R&B Teacher e balada mid-tempo estilo Robin Thicke Push. Nick também mostra que pode ser mais que um rosto (e corpo) bonitinho: sua voz ainda precisa crescer, mas o que foi mostrado aqui foi um cantor com boa versatilidade capaz de segurar muito bem todas as canções como é o caso da balada Nothing Would Be Better. O que não faz do álbum um feito realmente marcante é o fato que Nick está longe de ter em mãos composições com mais presença e conteúdo que as apresentadas no álbum. Geralmente, as faixas são trabalhos bons e que ajudam a construir a versão adulta de Nick, mas que estão longe de serem precisas construções pop. Ainda assim, Nick consegue entregar momentos muito bons como é o caso de Numb com a rapper Angel Haze (muito parecida com Dark Horse da Katy Perry), Warning e Wilderness, a melhor do álbum. Com um começo tão promissor, Nick Jonas pode ser o ex-cantor teen dessa geração a alcançar o patamar de respeitado ídolo contemporâneo como o JT deixando "outros" comendo poeira.
Um comentário:
Adorei demais esse CD.
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