Ella Eyre
Ella Eyre
O que de melhor a onde de grupos de eletrônico/pop sem vocalistas vindos da Inglaterra traz de melhor para o mundo da música? A primeira resposta pode até ser em relação os novos sons "criados" por elas, mas, na verdade, a grande contribuição é revelar cantores de talento. Como são compostos apenas por instrumentista essas bandas precisam de vocalistas para a maioria das suas canções e eles, normalmente, artistas desconhecidos. Assim aconteceu com Sam Smith, Emeli Sandé, MNEK, Jess Glynne e vários outros. Um desses nomes é da cantora Ella Eyre.
Em 2013, Ella chegou ao primeiro lugar na Inglaterra ao lado da banda Rudimental com a canção Waiting All Night. Participou com featuring e/ou compositora de outras canções de artistas ingleses e ainda foi escolhida como segundo lugar nas prestigiadas listas do BRIT Critics' Choice Award e da BBC Sound of... em 2014 atrás apenas do Sam Smith nas duas ocasiões. Ainda esse ano, Ella irá lançar seu primeiro álbum Feline, mas antes disso, como forma de divulgação, foi lançado o EP Ella Eyre com cinco canções que irão fazer parte do trabalho. E por essa previa já podemos perceber que algo muito bom está por vim.
O EP começa com o single If I Go em que a cantora começa a demarcar a sua sonoridade. Aqui, sem perder as influências do que está acontecendo no mercado britânico em relação ao eletrônico, Ella mostra a sua forte tendencia soul music. A produção consegue misturar as duas bases e conseguir um bom equilíbrio em uma canção marcante. Porém, o grande do EP é a canção seguinte: Comeback. Usada como single, a canção é um neo soul com uma batida contagiante, mas que mostra realmente o talento de Ella como compositora em um letra irônica, poderosa e que reafirma o "girl power" de maneira inteligente sem perder o verniz comercial em um refrão sensacional. Um pouco menos inspirada está Deeper seguindo um caminho diferente com uma batida contida e intimista. Home em seguida é a vertente emocional de Ella em que a cantora fala da importância da família. A canção também marca a faixa mais tradicional dela em um bom R&B com pitadas de gospel. Finalizando o EP aparece a balada We Don't Have to Take Our Clothes Off em que a faceta compositora fala mais alto e Ella mostra como é possível brincar com velhos clichês para criar algo novo e interessante. Absorvendo várias influências, Ella é dona de uma voz deliciosamente "old school" com o toque de contemporaneidade vindo de nomes como Sia e com aquela atmosfera de "estranheza" como a da Cyndi Lauper. Essa "amostra" do álbum da Ella Eyre reforça a necessidade das bandas inglesas sem vocalista existirem como novas entidades de descoberta de novos talentos.
notas
If I Go: 7,5
Comeback: 8
Deeper: 7
Home: 7
We Don't Have to Take Our Clothes Off: 7,5
Média Geral: 7,4
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