Yoga
Janelle Monáe & Jidenna
Para ser feminista é necessário ser assexuada? Acredito que muitas pessoas pensam assim, pois só assim explica as criticas relacionadas ao novo single da Yoga.
Sempre com uma imagem "refinada" e classuda e músicas que glorificam a mulher, Janelle Monáe surpreendeu público e critica com o lançamento de Yoga, que abre os trabalhos de um EP colaborativo dela com os artistas da sua gravadora Wondaland Records (a cantora está se transformando em uma pequena titã da música), devido a uma imagem bastante sensual e explorando o seu lado sexual. O foco das criticas foram sobre a sexualização da cantora se aproximando de nomes como Beyoncé e Rihanna devido aos trabalhos anteriores dela. Porém, ao que parece, essas pessoas realmente não compreenderam a composição de Yoga que expõe, na verdade, o desejo de todas as mulheres serem donas da sua própria vida sexual sem precisar ser alvo do preconceito da sociedade. E mais: qual o problema em uma mulher, seja ela qual for, se mostrar sexy e falar de sexo? Só por que, normalmente, Janelle tem uma postura "comportada" ela não pode se expressar sobre sexo? Claro que pode! Outra critica em relação a música é que a produção é um tentativa de fazer Janelle soar comercial. E qual o problema nisso já que Yoga é uma canção sensacional?
Se Yoga é a canção mais comercial de Janelle e não tem o mesmo acabamento estético de outras canções dela, tudo é compensado pela excepcional produção e duas performances deliciosas. Apesar de seguir uma estrutura tradicional de "diva + rapper", a perfeita química entre Janelle e o rapper pouco conhecido Jidenna é a peça central para fazer Yoga funcionar: ambos carismáticos, revestidos de uma atmosfera "sexy sem ser vulgar" e com entregando ótimas performances. A participação ótima de Jidenna mostra que nem todos os versos de rappers em canções de cantoras são desnecessários, mas quando feitas de maneira correta viram partes realmente importantes da canção. A batida bastante cadenciada une o hip hop com o trap em uma atmosfera deliciosamente dançante, envolvente e, obviamente, sensual. Porém, ao contrário de muitas músicas com a alcunha de "comercial", Yoga é um trabalho com substancia de verdade e não apenas uma simples imitação. Alvo principal das criticas, a composição não é só extraordinária por colocar em evidência a defesa do "girl power", mas também por ser divertida e repleta de geniais referencias que vão de Tina Turner até ao Brasil. Yoga é uma obra despretensiosa que deveria ser encarada como a prova da artista completa e versátil que é Janelle Monáe e como a prova que todos tem o direto de serem sexuais.
nota: 8,5
nota: 8,5
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