2 de maio de 2015

Primeira Impressão

Chaos and the Calm
James Bay


Um álbum de um artista estreante pode sofrer de vários problemas, mas o mais curiosos de todos deles é, sem dúvidas, aquele que em que o talento do artista é bem "maior" que a qualidade do próprio álbum. O caso mais recente é do britânico James Bay e seu bom debut Chaos and the Calm.

Considerado com o próximo grande nome do rock indie, James Bay vem ganho destaque depois de chamar a atenção de críticos ingleses e após o seu single Hold Back the River. E não é por menos todo esse destaque: James Bay tem as qualidades que poucos nomes na atualidade possuem. Aos 24 anos, o cantor já escreveu todas as canções de seu álbum mostrando uma maturidade lírica impressionante. Além disso, James é dono de uma voz promissora com um timbre distinto, cru e melancolicamente belo. Porém, Chaos and the Calm não fica no mesmo nível do talento de James, mesmo todas as peças estarem perfeitamente montadas no álbum. O que faltou? Apesar de difícil responder essa pergunta, eu acredito que o álbum peque pela falta de força. Chaos and the Calm é redondinho em seu resultado e por isso limitou todo o talento de James. Igual criar uma barragem em um rio selvagem: limita-se a correnteza, mas o rio continua lá domado, James fica a ponto de estourar e se tornar a força da natureza que mostra a sua essência, principalmente no que se refere os seus vocais. A beleza da sua voz é ouvida em vários momentos como na boa balada Let It Go ou mesmo no single Hold Back the River, mas é nítido que ele é capaz de entregar mais se entregando ainda mais. A sensação de algo está faltando é sentido em plena força na produção do álbum: Jacquire King é o construtor da represa que prende James sem saber como entregar uma sonoridade que realmente seja única como o cantor e não apenas o arroz com feijão bem feito do indie pop/rock. Arroz e feijão bem feito, mas sem nenhum tempero adicional. Nem mesmo as boas composições surtem efeito esperado já que estão presas junto com o resto do álbum. Outros bons momentos do álbum, além das canções já citadas, são If You Ever Want To Be In Love, When We Were On Fire, Move Together, ScarsIncomplete. Agora é esperar e ver se o "rio" do James Bay represa poderá ser libertado para que o seu talento flua em plena força original.

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