7 de novembro de 2016

Primeira Impressão

The Altar
Banks



O segundo álbum da carreira da cantora Banks é a prova cabal de todo o potencial que a americana possui, mas, também, mostra que a jovem ainda precisa "comer muito arroz com feijão" para poder liberar tudo o que ela pode fazer.

The Altar continua a trilha iniciada em Goddess, primeiro álbum de Banks, com uma sonoridade R&B alternativo e indie pop que busca o minimalismo sonoro com a criação de batidas sóbrias e meticulosamente construídas em bases contidas. Dessa vez, porém, a sonoridade de Banks ganha três aspectos que revelam o crescimento dela: uma atmosfera mais sombria/sexy na sonoridade geral do álbum, um toque mais puxado para o pop nas finalizações das canções e, a melhor de todas, uma coesão sonora muito bem vinda. Além de conter apenas doze faixas, The Altar soa completamente regular e sem tropeços de uma canção para outra em uma espécie de conversa em que tudo flui perfeitamente. É aqui que Banks também demonstra o seu defeito: ainda falta aquele momento em que a sonoridade dela irá ganhar um toque tão especial que irá se elevar de uma maneira permanente e poderosa. Tirar essa segurança que a sonoridade segura demais, apesar de muito bem feita é o próximo passo para Banks. Enquanto isso, a jovem entrega um gostinho bom a canção Judas que tem uma batida forte que se diferenciar das outras e um apelo bem radiofônico.

Banks ainda precisa refinar a sua escrita, pois todas as canções precisariam de mais substância para preencher lacunas desperdiçadas. Todavia, a personagem de girl next door que está começando a virar uma bad girl é muito bem explorado quando as canções falam sobre romances desfuncionais e seus problemas pessoais. Letras de faixas como Fuck With Myself Weaker Girl mostram a sua maturidade artista, assim como a sua maturidade como jovem mulher que ainda está na procura de um rumo para sua vida. O melhor de The Altar é presença luminosa de Banks e a sua personalidade estranhamente cativante que entrega performances cheias de personalidade e versatilidade como poucas do seu nicho de atuação. Outros momentos de destaque são Gemini Feed, This Is Not About Us, Mother Earth, To the Hilt27 Hours. Mesmo com as suas falhas, Banks entrega um dos álbuns mais simpáticos e despretensiosos do ano. Imagine então quando a cantora encontrar de fato o seu caminho.

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