Banks
O segundo álbum da carreira da cantora Banks é a prova cabal de todo o potencial que a americana possui, mas, também, mostra que a jovem ainda precisa "comer muito arroz com feijão" para poder liberar tudo o que ela pode fazer.
The Altar continua a trilha iniciada em Goddess, primeiro álbum de Banks, com uma sonoridade R&B alternativo e indie pop que busca o minimalismo sonoro com a criação de batidas sóbrias e meticulosamente construídas em bases contidas. Dessa vez, porém, a sonoridade de Banks ganha três aspectos que revelam o crescimento dela: uma atmosfera mais sombria/sexy na sonoridade geral do álbum, um toque mais puxado para o pop nas finalizações das canções e, a melhor de todas, uma coesão sonora muito bem vinda. Além de conter apenas doze faixas, The Altar soa completamente regular e sem tropeços de uma canção para outra em uma espécie de conversa em que tudo flui perfeitamente. É aqui que Banks também demonstra o seu defeito: ainda falta aquele momento em que a sonoridade dela irá ganhar um toque tão especial que irá se elevar de uma maneira permanente e poderosa. Tirar essa segurança que a sonoridade segura demais, apesar de muito bem feita é o próximo passo para Banks. Enquanto isso, a jovem entrega um gostinho bom a canção Judas que tem uma batida forte que se diferenciar das outras e um apelo bem radiofônico.
Banks ainda precisa refinar a sua escrita, pois todas as canções precisariam de mais substância para preencher lacunas desperdiçadas. Todavia, a personagem de girl next door que está começando a virar uma bad girl é muito bem explorado quando as canções falam sobre romances desfuncionais e seus problemas pessoais. Letras de faixas como Fuck With Myself e Weaker Girl mostram a sua maturidade artista, assim como a sua maturidade como jovem mulher que ainda está na procura de um rumo para sua vida. O melhor de The Altar é presença luminosa de Banks e a sua personalidade estranhamente cativante que entrega performances cheias de personalidade e versatilidade como poucas do seu nicho de atuação. Outros momentos de destaque são Gemini Feed, This Is Not About Us, Mother Earth, To the Hilt e 27 Hours. Mesmo com as suas falhas, Banks entrega um dos álbuns mais simpáticos e despretensiosos do ano. Imagine então quando a cantora encontrar de fato o seu caminho.
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