Bruno Mars
O terceiro álbum da carreira do Bruno Mars não deve ser o trabalho que muitos dos fãs do cantor estavam esperando. Não que Bruno tenha mudando radicalmente o seu estilo, buscando quebrar barreiras próprias para surgimento de uma nova sonoridade. Longe disso, na verdade, pois o que ouvimos em 24K Magic é uma volta do cantor ao R&B/funk/soul/pop que já tinha mostrado em Doo-Wops & Hooligans (2010) e Unorthodox Jukebox (2012). Acontece que Bruno está em uma vibe tão despudoradamente despretensiosa que parece resultar em um álbum que foi feito simplesmente para que o cantor e os seus barças pudessem se divertir e faturar alguns trocados. E devo dizer que isso não poderia ser melhor.
24K Magic é dançante, divertido, ligeiro, clichê, brega, despretensioso e sem nenhuma música que vai ficar para a história, mas, apesar disso, é o trabalho perfeito para o atual momento em que estamos precisando apenas curtir uma noitada regada de bebida e dancinhas constrangedoras sem se preocupar com o amanhã. É como uma transa de uma noite deveria ser: momentos extremamente agradáveis para todos os envolvidos, mas que não terá nenhum peso na vida real. Diversão sem sofrimento é o lema de 24K Magic. A produção geral dos desconhecidos Shampoo Press & Curl, com algumas co-produções de The Stereotypes parceiros de loga data de Bruno, ajuda a criar essa atmosfera ao entregar uma sonoridade que faz uma mistura do funk do James Brown com o pop do Michael Jackson e, também, com o R&B do Prince e um belo toque da atmosfera dos anos oitenta desses dois últimos. Todavia, a produção não entrega mais do que o necessário para que essa mistura não cai no lugar comum ou na cópia barata, mas o trabalho é tão bem feito e redondinho que o resultado é suficiente para que 24K Magic possa ser considerado um bom trabalho. Claro, Bruno Mars não deixaria de entregar algo que não fosse tecnicamente muito bom assim como performances vocais que o recolocaria no topo dos cantores do mundo pop.
Se era para ser um álbum divertido ou não, não importa, o fato que é nítido perceber o quanto Bruno Mars está curtindo cada minuto da sua presença no álbum. Sabe quando você é convidado em uma festa em casa e o anfitrião é tão receptivo, mais tão receptivo que parece que você é o dono da casa, mesmo você nunca tenha estando no local. É assim que Bruno domina todas as suas performances de uma forma tão leve e despreocupada em impressionar, mesmo que tenha a seu favor um timbre delicioso de ouvir e qualidade técnica perfeita. E Bruno tem um carisma impressionante que a gente até esquece que 24K Magic fala, basicamente, sobre festejar, fazer sexo e depois festejas mais um pouco. A repetição temática pode até ser um problema para alguns, mas a categoria que as canções são escritas é de um primor pop impecável, criando refrões perfeitos para virarem hits comerciais como é o caso da oitentista Chunky e a sua ode as mulheres com curvas. Além dessa faixa, 24K Magic tem momentos ótimos como That’s What I Like e a sua batida cadenciada, a sensualidade de Straight Up & Down, o sintetizador brega sexy de Calling All My Lovelies e, claro, o single homônimo 24K Magic. Todavia, o grande momento do álbum é a suprassumo do pieguismo e melação e, ao mesmo, uma genialidade pop romântica Versace On The Floor. Como apontando anteriormente, 24K Magic não deve agradar a todos, mas para aqueles que embarcarem na vibe de Bruno será uma viagem sensacional e aproveitosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário