Alaska Thunderfuck
O segundo álbum da drag queen Alaska Thunderfuck, vencedora da última edição de RuPaul's All Star Drag Race, é quase exatamente igual a ela: barulhento, despachado, divertido e carismático. O problema de Poundcake é que falta elevar tudo isso em um patamar que fique no mesmo parâmetro que a sua criadora.
Ao contrário do seu álbum debut, Poundcake é bem mais coeso e tem uma caminho realmente definido em relação a sonoridade de Alaska: uma mistura de diva pop/rapper com comediante que transita do dance pop ao rap com grande facilidade. Entretanto, esse passeio não é exatamente o mais fácil, pois ainda falta algum verniz que possa fazer as faixas ganhar um brilho tão especial que possa se igualar com a personalidade maior que a vida de Alaska. Várias vezes, Alaska e a sua presença se tornam tão marcantes que não dão espaço para a própria música como é o caso da faixa Puppet que parece existir apenas para mostrar a estranha personalidade da drag. Se essa característica prejudica em alguns momentos, já em outros é o grande atrativo da canção: Slaytina é uma mistura de Daft Punk com Grace Jones, falando sobre a criação da drag queen perfeita. Outro exemplo dessa personalidade gigantesca é o fato de Alaska não ser dona da melhore voz do mundo drag, mas consegue ultrapassar qualquer problema com uma maneira tão única de cantar que fica impossível não achar que é quase genial. Esse caso da canção que abre o álbum The T, uma mistura de rap com música eletrônica, sobre a sua vida particular e divertida country pop Race Chaser sobre fãs que querem ter uma relação com drag queens que participam do RuPaul's Drag Race. O melhor momento do álbum é a homenagem para o Brasil na hilária Come to Brazil, principalmente sobre a sua passagem aqui e a sua relação com os fãs brasileiros. Apesar dos problemas, Poundcake é um trabalho que mostra que Alaska Thunderfuck é muito mais que uma participante de um reality show viciante. Apenas precisa encontrar canções que façam jus ao seu talento.
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