17 de outubro de 2021

Primeira Impressão

Dancing With The Devil…The Art of Starting Over
Demi Lovato



Relutei em escutar e fazer a resenha do novo álbum de Demi Lovato, pois tinha uma impressão que não teria uma recepção boa por minha pessoa. E por que isso importa? Dancing With The Devil…The Art of Starting Over é mais que um simples álbum, mas, sim, um recomeço pessoal e artístico depois de Demi ter literalmente enfrentado o pior momento de sua vida. Infelizmente, as minhas suspeitas estavam certo, pois, apesar de extremamente bem intencionado, o trabalho é sonoramente um verdadeiro erro artístico.

O grande problema de Dancing With The Devil…The Art of Starting Over é a sua confusa, fraca e desconexa produção que não tem a menor noção para qual lado do pop atirar, terminando não acertando em nada. Pior: o resultado é extremamente morno, esquecível e arrastado. Enquanto os dois últimos álbuns de Demi tinham foco, bem delimitados e realmente criativos dentro do que era proposto, o sétimo álbum da carreira de Demi é um amontoado de escolhas que vão da obviedade até a o errado sem muito tempo para que se possa recupera o folego. Com dezenove faixas apenas na sua versão normal, o álbum não tem nada realmente possível da gente se agarrar como um momento realmente de divertimento ou que possa realmente ser o momento perfeito de expiação dos demônios de Demi. Sonoramente, nada parece realmente dar liga, deixando para faixas medianas o espaço de melhores do trabalho. A única que pode ser chamada de realmente interessante é a quase balada pop rock Dancing with the Devil. Mesmo assim, a canção não consegue realmente se destacar na obviedade que toma conta de toda a produção.

Liricamente, o álbum é emocionante, tocante e faz esse acerto de contas tão necessário para que Demi possa seguir em frente, soando parecido com que a a Kesha fez no genial Rainbow. Entretanto, não consigo realmente conectar de forma sincera com as composições que conseguem dar não apenas uma visão da dor de Demi, mas, também, um caleidoscópio de emoções e sentimentos que vão da sua sexualidade, a decepção que causou em outras pessoas, a sua relação tóxica com a fama e o seu processo de cura. É quase impossível não sentir a ferida viva de Demi ao ouvir a tocante The Way You Don't Look at Me sobre o silencia de alguém que ama sobre os problemas que passou. Apesar disso, existe uma película fina, mas forte, que não me deixou realmente sentir a força das palavras. E não é porque nunca vive o que Demi viveu, mas, sim, algo na construção da canção que não ajuda a fazer o clique na minha cabeça. Outro problema é a produção vocal que deixa a voz de Demi por algumas vezes estranha ou deixa exageros acontecerem como é no caso de Anymore. Felizmente, ao longo do álbum as coisas melhoram como é o caso do dueto com a Ariana Grande em Met Him Last Night. Canção essa que poderia ser genial com uma produção que dessa mais vida para a produção levemente off. Mostrando que tem química especialmente com vocalistas femininas, outro momento bom do álbum é a power balada Easy ao lado Noah Cyrus. O único momento realmente divertido é a legalzinha My Girlfriends Are My Boyfriend com a presença da Saweetie. Uma pena que realmente não gostei de Dancing With The Devil…The Art of Starting Over, mas estou extremamente feliz por poder resenhar um álbum de Demi Lovato e ver que a sua vida está se reconstruindo da melhor maneira possível.

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