16 de agosto de 2022

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

Banish The Banshee
Isaac Dunbar




Tenho admiração por todo artista que ainda em período de começo de carreira já mete o pé na porta sonoramente para mostrar o seu total potencial, entregando trabalhos com personalidade tão única que o diferencia completamente em relação a massa. Apesar de ainda ser apenas o lançamento de um EP, o cantor Isaac Dunbar faz de Banish The Banshee um testamento para um futuro brilhante.

Como oito faixas, o trabalho é praticamente um mini álbum em tamanho e, principalmente, em completude já que é possível facilmente perceber toda a estética e substancia do que Isaac Dunbar é como artista. Uma efervescente e original mistura de pop, alternativo, R&B, indie e dance que cria uma sonoridade extravagante, refrescante, divertida, empolgante e deliciosa do começo ao fim. Ouvir o EP é como anda em uma montanha russa multicolorida e inesperadamente divertida sem nenhum momento previsível ou monótono em um parque de diversões repleto de brinquedos sem graça. Tudo começa com a power pop/pop rock Sunburn. A sua batida extremamente marcante e frenética é um aviso preciso para o que o resto do trabalho tem para oferecer. Em seguida, o EP apresenta um dos seus pontos altos com Bleach ao ser “uma eletrizante, refrescante, contagiante e classuda mistura de R&B, dance-pop, post-disco e indie pop que realmente funciona devido a inteligência na condução da canção. Leve e divertida, a canção nunca é, porém, dispensável ou esquecível com a produção adicionando uma dose reluzente de nuances que incrementam o resultado final sem perder a sua base original”. E quando a gente pensa que esse vai ser o caminho de Banish The Banshee surge a genial Gummy.

Deixando a efervescia de lado, a faixa é uma sexy, áspera e densa pop rock/indie rock/funk sobre sexo e fluidez sexual que é uma versão ainda queer dos trabalhos do Prince. E esse tipo de mudança tão drástica não poderia ter o mesmo efeito se Isaac Dunbar não fosse um cantor tão talentoso. Na verdade, o artista é simplesmente excepcional e com um poder vocal impressionante que é capaz de performance impressionantes, especialmente quando usa o seu registro mais agudo. Money On That mostra exatamente essa qualidade com o contraste da batida marcada e os vocais que bebem da influencia de grandes nomes do R&B/soul. Outro ponto de brilho para o artista é a sua sempre primorosa lírica que sempre usa da relativa simplicidade gramatical para encontrar as palavras perfeitas para expressar toda a cadeia sobre amor que o EP transita. Tainted Love apresenta uma “composição é simples, suculenta, inteligente e de uma fluidez impecável ao saber contar uma história de uma noite romântica, sabendo explorar ideias líricas extremamente eficientes e conseguir expressar toda a eletricidade de um encontro entre duas pessoas apaixonadas”. Um dos ápices do EP é com a presença da power balada pop Fool's Paradise com uma produção instrumental espetacular, vocais angelicais e uma composição poderosa que apresenta momentos geniais: “I said I'm tired of insanity and melodramatic excuses/ I said I love you but I don't love when you take what I say for amusement”. O termina ainda mostrando o talento de Isaac Dunbar ao entregar duas canções que facilmente poderiam ser consideradas fillers em comparação com as outras, mas que ainda são trabalhos primorosos: a faixa que dá nome ao trabalho em Banish The Banshee ao ser uma estranha e delicia indie pop e a delicada e fofa This Is An IntermissionBanish The Banshee é um trabalho que abre um caminho promissor para o Isaac Dunbar continuar a quebrar expectativas sobre o que deve ser um artista pop atualmente.
notas
Sunburn: 8,3
Bleach: 8,4
Gummy: 8,4
Money On That: 8,3
Tainted Love: 8,3
Fool's Paradise: 8,4
Banish The Banshee: 8,2
This Is An Intermission: 8,1
Média Geral: 8,3

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