Diamonds & Dancefloors
Ava Max
Recentemente foi assistir o filme Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. Além de ser o final da trilogia do herói da Marvel que teve os filmes mais medianos até o momento, o filme em si recebeu uma enxurrada de criticas pela mídia especializada e parte do público. Por isso, a minha mentalidade em assistir era de abaixar as expectativas para não quebrar a cara. E qual foi a minha a surpresa ao sair da sala em ter gostado do filme. Longe de ser um bom filme, o longo é divertido ao ponto de prender durante as suas duas horas de duração. É exatamente com essas mesmas expectativas baixas que quem for escutar o segundo álbum da carreira da Ava Max deve encarar a tarefa. Dessa forma, Diamonds & Dancefloors se torna um divertido álbum pop que prende a atenção durante a sua execução.
Diamonds & Dancefloors é uma boa evolução em relação ao Heaven & Hell, primeiro álbum da Ava, conseguindo aparar algumas arestas soltas e polir certos aspectos. E o principal upgrade é que o resultado soa bem menos genérico e mais personalidade que podemos lingar a presença da Ava Max. O problema é que a produção faz uma sonoridade que está basicamente dez anos atrasada. Essa mistura de dance-pop, synth-pop, electropop, nu-disco e o bom e velho pop seria um estouro se tivesse sido lançado lá pelos anos de 2012/2013/2014, pois iria injetar certo frescor e excitação verdadeira para o cenário da época ao se aliar com Prism da Katy Perry e o Artpop da GaGa. Lançado em 2023, Diamonds & Dancefloors soa meio perdido e com toques de datado que o deixa bem menos impactante. Além disso, a produção parece querer que o álbum seja o mais massificado possível ao também querer injetar uma dose desse verniz de potencial viral ao criar canções rápidas demais que quando parecem que iriam levantar voo são terminadas abruptamente. Apesar desses problemas, Diamonds & Dancefloors esconde um bom álbum no instante que a gente tem noções desses erros e se deixar levar pela constante metralhadora de bangers deliciosamente prazerosos.
Uma coisa que a produção capitaneada principalmente pelo Cirkut saber ser é divertida. Em nenhum momento, Diamonds & Dancefloors se torna chato, arrastado ou irritante, pois existe uma leveza irresistível na sua construção. Isso pode até impedir certa profundida artística, mas também dá o toque que o trabalho precisa para mostrar sua razão para existir dentro da discografia da Ava Max. E quando tudo é feito a atingir o total potencial é entregado canções como a ótima Million Dollar Baby: "a canção é uma divertida, dançante, gostosa e viciante mistura azeitada de dance-pop com eurodance que não recria a roda, mas facilmente consegue conquistar o público pela sua elétrica produção que entrega tudo o que uma canção com essa pegada deve ser de maneira radiante. Despretensiosa e sem medo de ser clichê, Million Dollar Baby tem a inteligente produção de David Stewart, Cirkut e Lostboy que usam o sample de Can't Fight the Moonlight da LeAnn Rimes perfeitamente para ser a base dessa nostalgia pura e desavergonhada, mas mantendo sempre um frescor atual”. Outro momento importante do álbum é nu-disco/eurodance Get Outta My Hear que mostra uma maturidade bem vinda para a sonoridade do álbum e conta com ótimo uso do sample da trilha do filme Twisted Nerve, popularizado pelo filme Kill Bill. Liricamente e vocalmente, a ótima Maybe You're the Problem define bem esses aspectos dentro do restante do álbum: “a canção tem uma boa produção que consegue não ser uma cópia barata, especialmente devido a injeção de personalidade que a cantora oferece com uma presença sólida e com carisma bem definido. E isso deveria ser sempre o ponto forte das canções da cantora, pois Ava é uma ótima cantora com instrumental para ainda ser melhor e que precisa ainda achar um pouco de seu próprio caminho. Outro ponto positivo de Maybe You’re The Problem é a sua clichê, mas muito bem escrita composição sobre perceber a pessoa tóxica com que se relaciona e descobrir que nem sempre os erros de um relacionamento é divido por dois”. Outras faixas de destaque é a eurodance Ghost, a cadenciada e estilizada Cold As Ice, o toque sombrio de Sleepwalker e, por fim, a dualipazação da sonoridade em Hold Up (Wait A Minute). É obvio que a Ava Max precisa se encontrar ao poder elevar a sua sonoridade para um nível novo, mas o caminho que Diamonds & Dancefloors abre é realmente possível de alcançar.
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