30 de julho de 2014

A Voz de Amanhã

Giant In My Heart
Kiesza

De tempos em tempos surge uma artista que passa a impressão de que ele pode ser a próxima grande sensação. Durante os anos que o blog está no ar, eu tive essa impressão algumas vezes com a Lady GaGa, Adele, Emeli Sandé, Sam Smith, Frack Ocean e Azealia Banks. Tirando essa última, todas foram apostas certeiras. Quem está ocupando atualmente esse posto é da canadense Kiesza. Depois do bem sucedido debut com a ótima Hideaway, a novata lançou na sensacional Giant In My Heart.

Kiesza mostra claramente que está pronta para remodelar o pop atual. A cantora aposta novamente na retomada do eletrônico dos anos noventa em Giant In My Heart e essa aposta é mais do que certeira. A produção não recicla o estilo pegando as suas principais características, mas, sim, recria o estilo da maneira mais arrebatadora possível: fazendo uma canção espetacular. Está tudo lá: a batida, a construção e até mesmo a composição com um lado mais sentimental. Só que o grande trunfo da canção é dado pela produção que faz Giant In My Heart um trabalho refinado, moderno, instigante, divertido, elegante e viciante. Mesmo sendo uma canção eletrônica, a produção não parte logo para o pancadão, ao contrário, constrói uma atmosfera bem rica para que depois soltar a batida. Essa batida também não é uma farofada comum, mas uma inspirada e delicada instrumentalização que não perde em nenhum segundo a atmosfera dançante. A composição também é outro trunfo da canção, pois trabalha de forma acachapante uma identidade única Kiesza que sabe como misturar profundidade e os aspectos "comerciais" como, por exemplo, o excepcional refrão. Por fim, Kiesza se mostra bem mais interessante que a maioria das cantoras que estão fazendo o mesmo estilo atualmente: com uma voz tão diferente, a cantora foi capaz de tirar uma performance cheia de emoção em Giant In My Heart. E, pelo que eu vi em apresentações ao vivo, Kiesza é realmente uma ótima cantora capaz de segurar apresentações ao vivo com a mesma maestria. Claro, apenas o tempo dirá se o meu "palpite" está correto, mas, como eu mais acertei do que errei, Kiesza deve estourar a qualquer momento.
nota: 9

28 de julho de 2014

Atração Quase Fatal

Black Widow (feat. Rita Ora)
Iggy Azalea

Para a sucessora do hit Fancy, Iggy Azalea escolheu a canção Black Widow como quinto single de The
New Classic. Infelizmente, a canção poderia ser tão boa como a sua antecessora, mas, na verdade, o novo single é apenas "legalzinho".

Antes de qualquer coisa, Black Widow tem cara de hit e nem precisava ir na aba de outra música. A canção une três dos nomes femininos mais em alta no pop atual: Iggy, a inglesa Rita Ora e, de quebra, Katy Perry como co-autora já que a canção era destinada para o álbum Prism. Além disso, a produção capitaneada por StarGate entrega uma canção perfeita para o mercado atual misturando pop e hip hop de maneira exemplar mostrando a personalidade de Iggy, mas sem perder a atmosfera comercial. Porém, mesmo com a boa performance da rapper e presença sólida de Rita, Black Widow é uma canção apenas ok. Faltou ousadia para fazer de uma canção sobre uma mulher que ama demais a ponto de se transformar em uma "viúva negra" em algo mais poderoso, audacioso e pungente. A composição também segue esse caminho: bem feita, mas bobinha ainda mais se formos levar em conta sobre qual o tema a música trata. Apesar de tudo disso, Black Widow funciona até bem e deve render nas paradas. Pena que não vai ser um "amor" realmente fatal.
nota: 6,5

26 de julho de 2014

Primeira Impressão

Trigga
Trey Songz


Superestimado. Essa é o único adjetivo que posso classificar o sexto álbum do cantor Trey Songz, Trigga. Com criticas boas de boa parte da impressa especializada americana, Trigga é, na verdade, um trabalho bem abaixo da média em todos os sentidos que não eu recomendo a todos a passar bem longe. A produção entrega um R&B rasteiro, pobre, repetitivo e estereotipado. Mesmo cercado de nomes com algum respeito no mundo R&B/hip hop e contando com alguns featuring relevantes, Trigga é um amontoado bem grande (são vinte faixas ao total) de músicas que vão dos dispensáveis, passando pelo fraquíssimo e checando até o péssimo como é o caso de Yes, No, Maybe, que compete para o posto de pior música do ano. Nem mesmo o fator de Trey ser um cantor com potencial ajuda a salvar as desastrosas produções vocais do álbum que não exalam carisma ou personalidade. Não vale nem mais perder tempo em escrever, muito menos vale ouvir essa grande perda de tempo.

25 de julho de 2014

Por Favor, Salvem o Ne-Yo!

Money Can’t Buy (feat. Jeezy)
Ne-Yo


Não é mentira dizer que o Ne-Yo se tornou um dos melhores cantores R&B "comerciais" da atualidade. Sucessos como So Sick, Sexy Love e Closer ajudaram a consolidar esse status. Uma grande pena que os últimos trabalhos dele (os melhores da carreira dele, diga-se de passagem) não foram tão bem recebidos pelo público. Então, não é de se estranhar que seu single Money Can’t Buy não tenha feito nenhum sucesso nas paradas.

Primeiro single lançado do seu próximo trabalho (Non Fiction), Money Can’t Buy é uma boa canção, mas que, infelizmente, não encontrou o seu reconhecimento. A canção mescla bem o R&B old school com uma vibe mais moderninha. Não é uma produção incrível, mas bem coesa e sólida. Isso se reflete na boa atuação de Ne-Yo dominando a canção muito bem com a ajuda do rapper Jeezy que sempre é uma presença extremamente forte devido a sua voz. Espero que com os próximos trabalhos o Ne-Yo possa sair desse "ostracismo" comercial e voltar a ser relevante comercialmente.
nota: 7

24 de julho de 2014

Insuportável

Hangover (feat. Snoop Dogg)
PSY

Guardada as devidas proporções de fenômeno cultural mundial e o contexto social envolta, eu posso afirmar Gangnam Style é, sim, uma boa canção. Então, é de se admirar que o coreano PSY lance uma canção tão ruim como Hangover.

O grande defeito que faz da nova investida do PSY ser um desastre é o fato dele  investir em um tema completamente genérico e batido. Em Gangnam Style tínha-se uma ácida critica sobre a nova classe média coreana. Em Hangover, PSY fala sobre ficar bêbado, depois de ressaca e continuar nesse ciclo. Apenas isso. Para piorar, a composição em si é um trabalho irritante com dezenas de clichês jogados a esmo e "idéias" péssimas sobre como fazer o refrão mais insuportável do ano. Se ao menos o PSY fosse o "dono" da música seria algum refresco, mas, ao contrário do que se espera, quem domina a canção é o Snoop Dogg. Se ao menos o rapper entregasse uma performance sensacional Hangover poderia ter alguma salvação. Porém, Snoop faz nada mais que apenas que o arroz com feijão bem básico. E colocando a tampa no caixão está a péssima produção completamente esquizofrênica, estereofônica e sem nenhum foco definido. Uma canção tão insuportável que nem ao menos se torna um prazer culposo.
nota: 3

23 de julho de 2014

O Indie da Vez

Riptide
Vance Joy

O nome que está concorrendo para ser o "sucesso indie do ano" é o o australiano Vance Joy e a sua canção Riptide que vem conquistado boas posições ao redor do mundo, apesar de ter sido lançada em Março do ano passado.

A canção é um indie rock bom, mas que também estranho. A principal razão para essa sensação é devido a sua composição. Um trabalho confuso que tenta parecer "inteligentão", mas, na verdade, é apenas um acumulo de frases bobas e desconexas que não repercutem da maneira como deveria. Tirando isso, Riptide tem uma produção correta e uma instrumentalização interessante que contém boas nuances. A voz de Vance Joy é cativante e soa bem orgânica devido ao seus distinto tom. Agora só falta ela "pegar" nos EUA para que Vance seja o indie do ano.
nota: 6,5

21 de julho de 2014

One Direction Versão Punk de Boutique

She Looks So Perfect
5 Seconds of Summer

Não era de se estranhar que alguma hora o One Direction iriam ganhar um nêmesis, ou seja, uma banda com as mesmas características, mas que tem uma sonoridade "oposta" dos garotos ingleses. Nesse caso, o nêmeses tem como nome 5 Seconds of Summer. Formado por quatro garotos australianos, a banda, que mistura pop chiclete com pop punk, está começando a se destacar mundial com a ajuda de fãs adolescentes com os hormônios à flor da pele que acham a atitude "descolada" deles, isto é, o verniz dado para ele por algum empresário sabichão é a oitava maravilha do mundo. A primeira música deles a ganhar destaque é a péssima She Looks So Perfect.

Peque tudo de clichês que uma banda por fazer para imitar seus ídolos e multiplique por dez. Pronto, vocês têm uma ideia do que é She Looks So Perfect. A canção é a tentativa pífia de a banda emoldurar algo que seria a cruza entre Green Day e Blink 182, mas que acaba como um amontoado de influências unido com uma execução instrumental pobre e sem inspiração. Não adiante buscar referências boas se falta o mais importante: talento. A voz do vocalista não é nada, pois poderia ser a de qualquer jovem com certo conhecimento de música depois de algum treinamento e, claro, uma produção vocal decente. Quando se analise um pouco mais de perto, 5 Seconds of Summer é apenas uma variação do 1D com uma vibe mais "rock de boutique". Tanto é verdade que o 5 Seconds of Summer abriu vários shown para o 1D. Não se fazem mais rivais como antigamente.
nota: 3

19 de julho de 2014

O Lado Bom do Flop

You Don't Know What To Do (feat. Wale)
Mariah Carey


Mariah Carey flopou? Sim, flopou bonito e todo mundo sabe disso. Contudo, Mariah pode até flopado, mas isso não impede que ela lance música boa como é o caso do quarto single de Me. I Am Mariah…The Elusive Chanteuse, a ótima You Don't Know What To Do.

You Don't Know What To Do é uma das melhores canções lançadas por MC nos últimos anos e, talvez, a melhor do seu último trabalho. Para tanto, a produção não precisou fazer nada mirabolante, pelo contrário, buscou no passado para construir uma canção inspirada. Com fortíssima influência do soul dos anos '70 misturando com disco, You Don't Know What To Do é a prova que Mariah ainda continua perfeita para entregar a união perfeita do pop com o soul como fez várias vezes como, por exemplo, em Heartbreaker e na versão remix de Fantasy. Vocalmente, Mariah já começa mostrando que ainda tem "a voz", mas o mais importante é que a cantora ainda não perdeu seu brilho e domina a canção com perfeição. Até mesmo a dinâmica da cantora com o rapper Wale dá certo ajudando a canção a se modernizar, mas sem perder o apelo "old school". Até mesmo a composição consegue se sobressair ao não ter um tema romântico açucarado e, sim, uma ode ao "não deu valor, deu lugar para a concorrência". Se Mariah flopou, ao menos flopou com estilo.
nota: 8 

18 de julho de 2014

Uma Segunda Chance Para "On the Floor"

On the Floor (feat. Pitbull)
Jennifer Lopez

Terminando o ano de 2011, vamos dar uma repassada na canção que foi um dos maiores sucessos de todos os tempos ajudando a revitalizar a carreira da Jennifer Lopez: On the Floor.

O single foi uma jogada arriscada, mas certeira para a cantora que estava passando por um período de baixa na sua carreira musical. Aliado ao fato de naquela época estar como jurada do American Idol pelo primeiro ano, ou seja, o programa ainda era considerado relevante, Jennifer se aliou ao produtor Red One para produzir o que viria a ser o maior sucesso de sua carreira com mais de 8 milhões de cópias e mais de 760 milhões de visualizações do clipe no YouTube (o terceiro de todos os tempos). A receita para esse sucesso é bem simples: a química perfeita.

On the Floor não é uma música genial, pois, nada mais é, que um pop dance/eletrônico como qualquer outro. Acontece, porém, que tudo funciona espetacularmente bem na canção fazendo de On the Floor uma canção "arrasa-quarteirão". A produção, além de fazer uma canção comercial perfeita, consegue dar vida quando usa de samples de canções já esquecidas, mas com grande apelo. Nesse caso, a canção Chorando Se Foi (Lambada) de 1989 da banda Kaoma que já tinha o sample de Llorando se fue de 1984 de Los Kjarkas. Essa sacada é a cereja em cima do bolo, pois dá personalidade para a canção a separando do resto da multidão. Se On the Floor não conta com uma composição original, ao menos, entrega um dos refrões mais viciantes dos últimos tempos. Aquele tipo capaz de fazer uma multidão cantar como se não houvesse amanhã. On the Floor encontra em J.Lo a sua interprete perfeita, principalmente quando é uma performance ao vivo. Além disso, a química dela com o rapper Pitbull é incontestável. Assim como é incontestável o sucesso de On the Floor.
nota original: 7
nota atual: 7

Resultado Final: Jennifer Lopez prova que "se pode ensinar truques novos" para quem já estava sendo considerada "ultrapassada".

17 de julho de 2014

Cerveja Quase Morna

Day Drinking
Little Big Town

Sabe aquela sensação de beber uma cerveja que não está totalmente quente, mas está de longe de ser
gelada? Então, é mais ou menos isso que se sente ao ouvir a canção Day Drinking do grupo country Little Big Town.

A canção começa até bem, pois a batida mid-tempo é atrativa e com a base de um banjo. Porém, quanto mais tempo se passa em Day Drinking, a produção vai ficando repetitiva ate perder toda a graça. E olha que a canção tem apenas três minutos de duração. Caso tivesse mais tempo seria uma bomba total. Mesmo fazendo um trabalho razoável nos vocais, não há como salvar a canção ainda mais como uma composição fraca e boba. No caso de dúvida de saber como é o gosto de uma cerveja quase morna e como é Day Drinking, passe longe das duas.
nota: 5,5

16 de julho de 2014

Primeira Impressão

Paula
Robin Thicke


Irei confessar um segredo: eu tenho o maior problema em ver alguém passar vergonha, ou seja, eu odeio sentir vergonha alheia. Sim, não tenho condições emocionais de ver alguém pagando aquele mico voluntário. Não vi toda a apresentação da Britney Spears cantando Gimme More em VMA. Mudei de canal quando o Kanye West invadiu o palco e "roubou" o microfone da Taylor Swift. Claro, qualquer aparição da Claudia Leitte. Porém, em certos "acontecimentos" é necessário ter a minha atenção, pois, infelizmente, não tem outro jeito. Esse é o caso do novo álbum do Robin Thicke. Não tem como eu fazer uma análise, se eu não ouvi-lo completamente. Foi difícil, mas o trabalho foi feito e aqui está a minha avaliação.

Para quem não sabe o motivo da "vergonha" do Robin, vamos as explicações: Robin foi casado mais de vinte anos com a atriz Paula Patton (conhecida pelos trabalhos em Preciosa: Uma História de Esperança e Missão Impossível: Protocolo Fantasma). Depois que estourou mundialmente com o sucesso de Blurred Lines no ano passado, começaram a pipocar noticias sobre a infidelidade de Robin que foram agravadas com a super exposição dele. Então, caldo ferveu quando Paula pediu o divorcio e tudo ficou ainda mais público e notório. Então, o que fez Robin? Como qualquer outro musica decidiu colocar em forma de músicas todas as suas emoções sobre esse rompimento. Isso é uma prática mais do que comum e já resultou em grandes músicas e/ou álbuns em toda a história. Porém, se não bastasse a exposição que a separação teve, Robin faz sem a menor cerimônia uma álbum inteiro sem "esconder" qual o intuito do mesmo. Quando escrevo "esconder" quero dizer "não escancarar" como fez o cantor que, além de falar abertamente sobre o principal e único tema do trabalho, colocou o nome do CD de Paula. Claro, se ao menos o resultado final em si fosse algo que valesse tanta exposição, mas, pelo contrário, em cerca de cinquenta minutos Robin Thicke consegue elevar um nível na escala de vergonha alheia.

Paula é um álbum, que mesmo no frigir dos ovos não é seja fiasco total, qualquer qualidade se perde quando percebemos que estamos diante de um homem que em busca de perdão, mas que mete os pés pelas mãos ainda mais expondo mais ainda sua amada. Produzindo ele mesmo com a ajuda do desconhecido Pro Jay, Robin desfila uma coleção de músicas que tentam ter uma unidade que remeta ao um trabalho conceitual, mas, na verdade, é apenas um ajuntado de referências construídas de maneira pouco imaginativa e com uma tonelada de clichês musicais. Robin atira para todo o lado sem acertar nenhum alvo de maneira concreta e ainda deixa um trabalho que deveria soar coeso como se fosse uma sopa de letrinhas rala. E o que falar das composições? Apesar de ser um relato pessoal e até tocável, Paula é, basicamente, um lamento de autopiedade chato, sem brilho e muitas vezes machista colocando Robin como uma "vitima de si mesmo". Robin até esboça arrependimento, mas parece esquecer que essas declarações tão públicas apenas fazem a Paula ainda ficar mais exposta, ou seja, a atriz é duplamente vitima. O que se pode tirar de positivo de verdade é a atuação de Robin: sua voz está "smooth" perfeito e ele entrega boas performances. Contudo, para um álbum que deveria ser a expressão de sentimentos tão dramáticos, Robin não mostra emoção de verdade soando, muitas vezes, parece esta no automático. Para piorar a sensação de vergonha, Paula vendeu apenas 24 mil cópias na primeira semana nos Estados Unidos, 530 cópias na Inglaterra e (pasmem) 54 (!!!!!!!!) cópias na Austrália. Depois desse álbum, Robin Thicke podia dar uma sumida e tentar recomeçar em todos os setores da vida dela e parar de fazer os outros pararem de passar vergonha por causa dele.

15 de julho de 2014

A Era Depois da Amy

Trouble with My Baby
Paloma Faith

Desde que a Amy Winehouse ajudou a revitalizar e reviver o soul buscando as influências dos "originadores", outros artistas seguiram o mesmo caminho. Só que sem atingir o mesmo patamar. Uma pena, pois, nomes como a Paloma Faith, teriam tudo para conseguir. Apesar de entregar trabalhos decentes como
Trouble with My Baby.

A canção, terceiro single de A Perfect Contradiction, bebe direto da fonte do soul dos anos '50 e '60. Porém, ao invés de criar algo mais "moderno" e criativo, a produção entrega uma canção certinha e careta. Não que isso seja ruim, ainda mais que Trouble with My Baby é um trabalho muito bem feito, mas não ir além do arroz com o feijão tendo em mãos um talento como Paloma é um desperdício. Mesmo assim, a inglesa sabe como se portar diante de uma canção com essa pegada usando seu tom para dar um ar original na canção que peca exatamente por isso. Não que eu ache que vá surgir alguém como a Amy, mas certos ensinamentos delas deveria ser seguidos mais à risca.
nota: 7

14 de julho de 2014

O Futuro no Passado

BO$$
Fifth Harmony

Não é preciso ser um grande entendedor de música pop para sacar que a girl band Fifth Harmony, ou melhor, quem cuida da carreira delas (leia-se Simon Cowell) está buscando ao lançar o novo single delas: BO$$ é claramente inspirada na sonoridade das girls bands americanas que fizeram sucesso durante os anos noventa e começo dos anos dois mil. 

BO$$ é um "hino" para a valorização do poder feminino assim como Independent Women das Destiny's Child e não tem vergonha nenhum de mostrar isso com todas as citações de mulheres fortes (Oprah e Michelle Obama) e o clamor para que as mulheres ganhem seu próprio dinheiro. Apesar de ser uma "cópia", a composição é divertida usando várias referências pop e bem estruturada ajudando a criar uma simpatia rapidamente do público com a canção. A sua batida é influenciada de outra girl band: TLC. Assim como fez a co-irmã inglesa delas, o Little Mix, o Fifth Harmony está com uma sonoridade mais urban com a mistura de pop e hip hop eficiente mesmo que soe, em vários momentos, genérico. A escolha feita por fazer todas as garotas cantarem em todos os momentos é extremamente acertada já que dá coesão para a canção. Claro, é preciso buscar também as personalidade individuais, mas, por enquanto, a estratégia funciona. Agora é saber se essa volta ao passado vai ajudar o futuro do Fifth Harmony.
nota: 7

12 de julho de 2014

Quem Canta o Canto do Cisne

Scarecrow
Alex & Sierra

Como vocês sabem o reality The X Factor US foi cancelado. Mesmo depois de emplacar três temporadas,
o reality capitaneado pelo Simon Cowell foi uma fiasco gigante ainda mais comparado com a versão inglesa. Mais fiasco ainda foram os candidatos que saíram do programa: nenhum deles (nem ao menos os vencedores) consegui emplacar nas paradas americanas. A última esperança é que a dupla de namorados Alex & Sierra, os vencedores da última temporada, consiga algum destaque. Ainda mais que eles são os participantes com mais apelo que o programa teve. (Não acompanhei o programa, por isso não vou fazer um resumão de como eles foram durante o programa.)

A dupla lançou recentemente o primeiro single deles para a divulgação do álbum debut que deve ser lançado esse ano (nenhum álbum dos vencedores anteriores foram lançados até hoje). A canção em questão é a simpática Scarecrow. O grande problema da música é tentar emoldurar uma sonoridade pop, mas que não quer ser pop ao soar uma mistura de indie, folk e rock. Traduzindo: "mamãe, quero ser o Mumford & Sons!". Apesar dessa sensação, Scarecrow tem uma produção boa e uma instrumentalização eficiente. A dupla consegue uma performance  geral inspirada devido a química entre os dois. Nenhum dos dois tem uma voz sensacional, mas os dois tem brilho e quando se unem é ainda mais sólida a parecença deles. Finalmente, a composição acerta em vários pontos e mostra inteligencia em construir um refrão bom. Scarecrow alcançou apenas a posição de 117° na Billboar, mas ainda a dupla pode reverte esse fracasso com o lançamento de um novo single. Ou não, pois o mentor e "patrão" deles, o próprio Simon, voltou com a cauda entre as pernas para a versão original do The X Factor na Inglaterra. Não está fácil para ninguém!
nota: 7

11 de julho de 2014

Primeira Impressão

Behind The Light
Phillip Phillips

Conseguir emplacar um álbum sem ter a ajuda de um single de sucesso é para poucos. Se existem álbuns que "flopam" tendo músicas de sucessos, imagina como é fácil observar artistas fracassarem sem esse "artifício" a seu favor. Esse é caso do vencedor do American Idol, Phillip Phillips. Depois de surpreender com o sucesso de seu primeiro álbum (The World from the Side of the Moon vendeu mais de 1 milhão de cópias) ainda mais se comparado com alguns outros vencedores (especialmente os homens). O sucesso foi ajudado, basicamente, pelo grande sucesso da canção Home e, em menor escala, Gone, Gone, Gone. Porém, esse feito não aconteceu com o lançamento do segundo álbum, Behind The Light que, sem um hit para amparar, naufragou nas vendas com 63 mil cópias vendidas até agora (lembrando que essa resenha está atrasada, pois o álbum foi lançado no começo de Maio). E nem é culpa da qualidade do álbum.

Behind The Light é um álbum bom, poderia ser bem melhor, mas o resultado final é um pouco acima da média. Phillip Phillips ainda precisa corrigir alguns erros pontuais, mas que fazem a diferença no final das contas. O primeiro é referente a ele mesmo. O cantor é dono de uma voz rouco e com personalidade que tem uma masculinidade bem-vinda. Porém, Phillip não tem a menor habilidade em entregar performances versáteis, ou seja, o cantor canta quase igual em todas as canções. Isso ajuda em algumas, mas atrapalha em outras, pois tudo soa como se fosse uma grande única música. Por causa disso, faixas que tinham potencial de serem ótimas acabam perdendo brilho como é o caso da balada Open Your Eyes ou a "feel good" Lead On. Quando, porém, a forma de cantar dele é a correta temos momentos inspirados como no single Raging Fire. É perceptível a evolução da sonoridade do cantor que se mostra mais rock que antes. Só que isso não é suficiente para forma uma personalidade sólida e distinta de quem é Phillip Phillips. Faltou bastante tempero na produção para que conseguisse fazer o trabalho ser mais que apenas um exemplo razoável de pop rock. Analisando bem, faltou ser mais "roqueiro" e menos "certinho". Mesmo sem nenhum momento entregar uma composição poderosa, Behind The Light tem uma coleção de faixas com boas composições como é o caso da boa Fly, a bonitinha Face e a dark Trigger. Mesmo com o fiasco, Phillip Phillips ainda é um dos vencedores recentes do AI com maior sucesso depois do programa. Melhor do que nada.

10 de julho de 2014

Aniversário

Hoje é um dia muito especial: o blog está fazendo 6 anos! Quero agradecer à todos pelo apoio nesses anos! Um grande abraço e voltem sempre!

Desnecessário

I Can't Make You Love Me
Priyanka Chopra

Existem canções que tem a simples função de ser desnecessária. Qual a função de uma regravação da balada I Can't Make You Love Me da cantora Bonnie Raitt (recentemente revitalizada pela versão da Adele) em forma de remix dançante? A atriz/cantora indiana Priyanka Chopra achou que isso seria uma boa ideia.

I Can't Make You Love Me é uma das canções mais avassaladoras do cancioneiro americano ao falar de uma maneira acachapante sobre aquele momento que uma pessoa descobre que quem ela ama, nunca vai ama-la de volta. Então, não combina nada com a produção dance dada para a versão de Priyanka mesmo que seja um trabalho bem amarradinho. Infelizmente, toda a emoção da canção é tirada sem dor, nem piedade o que deixa essa versão apática. Mesmo tendo uma performance boa, a produção enterra a performance da cantora. Tudo bem sem graça e desnecessário.
nota: 5,5

9 de julho de 2014

Faixa Por Faixa - Votação 6

A disputa para a escolha de qual será o próximo álbum do Faixa Por Faixa vai ficar entre dois álbuns recentes e que ajudaram a revelar duas estrelas do R&B/soul contemporâneo: de um lado a inglesa Emeli Sandé e o seu álbum Our Version of Events contra channel ORANGE do americano Frank Ocean. Quem você quer ver no especial? Votem na enquete aqui do lado! O prazo são de vinte dias!


8 de julho de 2014

Mais Que uma Fancy Girl

Boom Clap
Charli XCX

Pouco conhecida do grande público, a cantora britânica Charli XCX está aos poucos pavimentando o caminho para se tornar o próximo grande estouro. Ela chamou atenção da mídia com o lançamento do seu segundo álbum True Romance ano passado como sua mistura de indie e pop/eletrônico. Depois esteve como featuring do sucesso de I Love It do Icona Pop e, mais recentemente, alcançou o primeiro lugar da Billboard ao lado da Iggy Azalea com o sucesso Fancy. Fazendo parte da trilha do filme A Culpa é das Estrelas, Charli XCX viu sua canção Boom Clap ganhar destaque e um honroso 25° na para americana. 

A qualidade principal da canção é fugir dos esteriótipos que uma música feita para um filme romântico normalmente possui. Boom Clap é um curioso pop mid-tempo com uma atmosfera dark, mas que não perde  o intuito o intuito romântico. Essas características dão para o single uma vida própria que ajuda a entender as diferenças que o filme A Culpa é das Estrelas tem em relação a outros filmes do gênero e, mais importante, marca bem a personalidade de Charli. A sua voz tem um tom peculiar que poderia ter sido mais bem explorada aqui. O que prende Boom Clap de não ser uma canção realmente boa é a sua composição que peca por não ir além da construção correta e teor apenas "indie fofinho". De qualquer maneira, Charli XCX é um nome para se ficar de olho para os próximos messes.
nota: 6,5

7 de julho de 2014

Faixa Por Faixa - Grandes Álbuns

CD: Come Away With Me
Artista: Norah Jones
Gênero: Jazz, pop, country, folk
Vendagem: Cerca de 26 milhões de cópias
Singles/Peak na Billboard: Don't Know Why (30°), Feelin' The Same Way (Não entrou), Come Away With Me (Não entrou), Turn Me On (Não entrou), Nightingale (promocional)

Grammy
Vitórias
2003
Best New Artist
Album of the Year
Best Pop Vocal Album
Best Engineered Album, Non-Classical
Song of The Year, Record of the Year, Best Female Pop Vocal Performance (Don't Know Why)

Ano: 2002



5 de julho de 2014

Primeira Impressão

1000 Forms Of Fear
Sia


Um dos nomes mais badalados dos últimos tempos é a cantora/compositora australiana Sia Furler, mais conhecida apenas como Sia. Dona de uma carreira longa com seis álbuns já lançados, Sia ganhou notoriedade mundialmente quando a sua parceria com o DJ David Guetta se transformou no hit Titanium. As parcerias continuaram com outros artistas resultando em outros sucessos comerciais. Além de participar como featuring, ela também se firmou como a compositora das estrelas tendo a sua assinatura em músicas para Beyoncé, Jessie J, Katy Perry, Britney Spears, Rihanna, Céline Dion e, até mesmo, Eminem, entre outros. Com um trabalho tão representativo e digno de vários elogios, não é de se estranhar que seu primeiro álbum depois de estourar cause grande expectativa. 1000 Forms Of Fear será lançado no próximo dia 8 é o melhor representante do velho ditado "casa de ferreiro, espeto de pau".

Infelizmente, apesar de Sia entregar um álbum bom, o resultado final é completamente irregular indo do sensacional ao mediano de uma faixa para a outra. Começa pela própria Sia e a produção vocal escolhida em 1000 Forms Of Fear. Dona de uma voz poderosa e com uma personalidade única e estranhamente interessante, a cantora tenta demais mostrar a suas distintas habilidades vocais em performances exageradas e cheias de maneirismos que vez de trabalhar a favor das canções fazem o trabalho oposto ao deixar as canções menos atrativas. O resultado final não é um desastre total, pois, em alguns momentos, Sia consegue encontrar o equilíbrio perfeito e, assim, podemos ouvir tudo que a voz dela pode entregar em atuações sensacionais. Não há como questionar que Sia como compositora é uma força da natureza que consegue dá para o pop uma alma incandescente com uma expressão linguística perfeita e tocante. Todavia, em 1000 Forms Of Fear não encontramos um conjunto da obra arrasador como era esperado. Há, sim, momentos arrasadores que mostra como é possível elevar o pop para outro patamar. No mais, Sia e seus colaboradores mostram trabalhos na média e um pouco acima dela. O maior problema, talvez, seja a produção do álbum: 1000 Forms Of Fear é um trabalho pop misturado como pop indie, eletrônico e dance que tenta buscar um caminho longe do atual cenário pop, mas que falha por não ser original o suficiente. Essa falha na produção deixa o trabalho com um "gosto" de gelatina sem sabor na boca, ou seja, a textura está lá, mas falta o sabor de verdade. O grande momento do álbum é, sem dúvida nenhuma, a linda balada Big Girls Cry em que podemos ter a sensação de estar ouvindo o potencial máximo da Sia. O single Chandelier se torna melhor depois de algumas ouvidas, Eye Of The Needle é uma boa balada, enquanto Straight for the Knife tem um toque melancólico interessante e Fire Meet Gasoline empolga com uma pegada tradicional. Mesmo com uma estrategia de não mostrar o rosto em suas aparições em público, Sia já disse para o que veio faz tempo. Pena que 1000 Forms Of Fear fica devendo. Quem sabe na próxima?

4 de julho de 2014

O Ano da Ariana

Break Free (feat. Zedd)
Ariana Grande

Se alguém me falasse em Dezembro de 2013 que o próximo ano poderia ser "O Ano" da Ariana Grande, eu, provavelmente, iria rir na cara da criatura sem nenhum tipo de cerimônia. Porém, passado mais de seis messes, Ariana dá claras evidência que 2014 será o ano dela. O mais novo indicio é o lançamento do segundo single do seu novo álbum (My Everything), a deliciosa Break Free.

Na nova canção, Ariana mostra que quer pavimentar seu caminho longe das comparações que seria uma "nova Mariah Carey" e abrir seu próprio espaço no mainstream pop. Para isso, a jovem conta com a ajuda do produtor/DJ Zedd, mais conhecido pelos trabalhos ao lado da Lady GaGa e o single solo Clarity. Com a co-produção de Max Martin, Break Free se transforma em um delicioso dance pop/pop chiclete sem grandes pretensões de inovação, mas com um acabamento perfeito deixando a faixa divertida e cativante. Perfeita para ser um mega sucesso sem precisar ser a "farofa nossa de cada dia". Outro ponto bem positivo é a própria Ariana que, sem maiores esforços e um produção vocal que deixa a voz dela o mais natural, brilha mostrando o seu poder vocal ainda em construção, mas que, hoje em dia, não tem muitas adversarias. Mesmo sendo simplista, a composição é na medida certa, bem composta e com um refrão certeiro. Respondendo a pergunta que fiz na resenha de Problem: Ariana pode, e deve, ser o nome de 2014. E vai ter muito Ariana em 2014. E se reclamar muito, ainda vai ter Ariana em 2015!
nota: 7,5

3 de julho de 2014

Ser ou Não Ser? (Plágio)

Love Runs Out
OneRepublic

Aí vai uma perguntar estranha e difícil se responder: seria plágio um artista copiar em uma música o que ele
próprio fez em outra música?

Love Runs Out é o novo single do OneRepublic que marca o relançamento do último álbum deles, Native. Só que Love Runs Out também pode ser considerada como uma Rumour Has It 2. Como vocês devem saber Ryan Tedder, líder do OneRepublic, é produtor da canção da Adele assim como, obviamente, de Love Runs Out. As duas canções não tem apenas algumas semelhanças, mas são basicamente a mesma canção com algumas diferenças. Desde a batida, passando pela estrutura da canção e até mesmo a forma como os vocais são produzidos são praticamente idênticos. Só faltou o coral que tem ao fundo de Rumour Has It para Love Runs Out completar o pacote. Isso é ruim? Não, por dois fatos: primeiro, Ryan copiou dele mesmo, então respondendo a pergunta inicial, isso não pode ser considerado um plágio e, segundo, Ryan resolveu "copiar" uma das suas melhores produções até hoje fazendo de Love Runs Out uma canção até boa. Além disso, o single tem uma composição interessante e com um refrão pegajoso. O fato ruim é mostrar que falta criatividade da parte dele que sempre se mostrou um produtor inspirado. Ou seria preguiça? Essa resposta fica para depois.
nota: 7

2 de julho de 2014

A Falta do Verniz Certo

Shower
Becky G

Becky G tem apenas 17 anos e já tem uma carreira bem movimenta mesmo ainda não ter estourado de verdade. A cantora/rapper/dançarina norte americana começou a ganhar certa notoriedade quando postou vários covers/remixes de canções famosas no YouTube. Depois, Becky G participou de várias canções de gente como Kesha, will.i.am, Cher Lloyd, Jessie J e até um remix oficial do Ai Se Eu Te Pego do Michel Télo. Sua mais famosa, porém, é a "versão" que ela fez para Jenny From the Block da Jennifer Lopez. A canção ganhou um clipe com a participação da própria J.Lo. Esse ano, a jovem finalmente vai lançar seu primeiro álbum completo e para divulgar a canção Shower foi lançada.

O single não é exatamente ruim, mas também não é bom. A melhor definição seria "fofinha". Shower é um pop romântico bem amarradinho com uma pegada cadenciada dada pelo produtor Dr. Luke. Mesmo sem empolgar em nenhum momento, a canção tem uma batida bem convidativa que até cai bem nas rádio. Infelizmente, Becky G ainda precisa descobrir quem como cantora/artista: sua voz é bonitinha, mas o grande atrativo dela (a habilidade de fazer rap) é deixada de lado para promover o lado cantora que, ao menos aqui, não funciona. Há futuro? Sim, mas Becky G ainda precisa ganhar a pintura de um verniz mais brilhante.
nota: 6

1 de julho de 2014

Medíocre

No Mediocre (feat. Iggy Azalea)
T.I.

Fazer uma canção de sucesso é bem mais difícil do que se pensa. Nem sempre uma batida viciante mais a combinação com um artista em evidência garante o bom desempenho comercial de uma músicas nas paradas. Sem falar na qualidade, claro.

Tentando retornar ao topo das paradas, o rapper T.I. preparar para lançar seu nono álbum intitulado Paperwork: The Motion Picture. A primeira canção lançada foi No Mediocre que tenta aproveitar o sucesso da pupila e, aqui, featuring Iggy Azalea, mas que até agora não surtiu efeito já que a canção não do 58° na Billboard. Além do mais, No Mediocre não é lá essas coisas. O produtor DJ Mustard até consegue construir um arranjo bem legal buscando uma vibe mais contida, cadenciada e bem street. Pena que não há mais do que isso para se elogiar. A performance de T.I. e normal e sem nenhuma novidade e Iggy está apagada no meio da canção. E a composição repete os velhos clichês machistas que nem ao menos são bem escritos. Resultado bem longe do que podemos chamar de sucesso. Medíocre mesmo.
nota: 5,5