31 de agosto de 2014

Faixa Por Faixa - Grandes Álbuns

CD: channel ORANGE
Artista: Frank Ocean
Gênero: R&B, soul
Vendagem: Cerca de 800 mil de cópias
Singles/Peak na Billboard: Thinkin Bout You (32°), Pyramids (Não entrou), Sweet Life (Não entrou), Lost (Não entrou), Super Rich Kids (Não entrou).


Grammy
Vitórias
2013
Best Urban Contemporary Album
Indicações
Album of the Year
Record of the Year

Ano: 2012


30 de agosto de 2014

Satisfação

Gladiator
Dami Im

É tão boa a sensação de ter acertado uma aposta. Esse é o caso da cantora Dami Im, vencedora da edição do ano passado da versão australiana do The X Factor. Desde a sua primeira audição, com aquele jeito tímido e envergonhado, sempre achei que Dami poderia ser uma estrela. E, aos poucos, ela vai provando a minha aposta, ainda mais com o lançamento do single Gladiator.

A canção prova definitivamente que a cantora pode ser pop e manter o seu DNA sem comprometer nenhum dos lados. Um pouco menos inspirada que o single anteriorGladiator consegue manter o nível ao entregar uma canção mid-tempo pop refinada, bem estruturada e cativante mesmo com uma produção um pouco massificada. A produção vocal dos vocais de Dami no refrão é questionável, pois encobrem e distorcem a sua voz natural. Porém, a cantora está sensacional em uma atuação extremamente segura e com "cara" de diva. O melhor de Gladiator é a terna, romântica e cativante composição sobre lutar contra tudo e todos para ficar com quem ama já que tem a cara da cantora. Felizmente, dessa vez eu acertei em quem torcer e posso ter orgulho de Dami Im.
nota: 7,5

29 de agosto de 2014

Baby Got Back

Booty (feat. Pitbull)
Booty (Remix) [feat. Iggy Azalea]
Jennifer Lopez


O novo álbum da Jennifer Lopez flopou terrivelmente nas paradas e isso não há como negar ou tentar reverter. Porém, J.Lo vai fazer o que muitas divas pop não fazem quando isso acontecer: tentar salvar um pouco da lavoura. Para isso, a cantora vai seguir a cartilha e se aliar com quem está em alta e lançar uma música ao lado da rapper Iggy Azalea. Primeiro, não é que elas gravaram para o A.K.A (a ruim Acting Like That) e, segundo, não lançar uma música, mas regravar uma canção da própria Jennifer do mesmo álbum. A escolhida foi a melhor do trabalho: a divertida Booty. A versão original contava com a participação do rapper Pitbull, ou seja, J.Lo trocou o "velho cachorro" para ver se encontra de novo a fórmula para o sucesso. 

O resultado final da mudança é, no mínimo, curioso, pois, mesmo soando "novidade" a presença da rapper australiana dando uma refrescada na canção, Booty perde certo "encanto" sem a presença de Pitbull. Com o rapper, a canção ganha um charme meio "cafa", meio divertido, meio sexual que ajuda a canção a ganhar personalidade e se transformar em uma música chiclete. Com Azalea, Booty fica mais sensual, pela presença apenas de duas mulheres, digamos, "bootylicious" das artistas e, mesmo com a perca de qualidade, consegue manter o nível já que a canção é uma boa canção. Booty é um pop dance com pitadas de hip hop e nuances de uma sonoridade de árabe que consegue fazer o que se propõe: ter uma batida feita para "balançar a bunda". Cadenciada e com uma vibe "guilty pleasure" que realmente tem o potencial de fazer sucesso. E se isso acontecer, será o maior choque de booty de todos os tempos enfrentando a anaconda da Nicki Minaj!

nota
Versão Original: 6,5
Versão Remix: 6,5 

28 de agosto de 2014

O Selante

She Came to Give It to You (feat. Nicki Minaj)
Usher

Existe apenas um responsável pela qualidade do single She Came to Give It to You: o protudor Pharrell Williams. 

O segundo single do próximo álbum do Usher é uma criação com a marca de Pharrell do começo ao fim: dançante, suingada e viciante. A forte influência aqui é da disco com mistura de R&B e funk, algo entre o James Brown encontra Chic. Não há como criticar a batida deliciosa da canção mesmo sendo quase uma repetição de outros trabalhos do produtor. Com tudo bem alinhado, cabe ao Usher entregar uma performance exemplar que se baseia em seu carisma magnético e vocais certeiros e a Minaj fazer seu trabalho de maneira sensacional ajudada pela boa química com Usher e Pharrell. Faltou uma composição mais interessante do que apenas um trabalho viciante, mas sem originalidade. Ainda assim, She Came to Give It to You é acima da média devido a cola que une todas as pontas que é o Pharrell.
nota: 7

26 de agosto de 2014

Primeira Impressão

My Everything
Ariana Grande


A principal diferença entre o debut álbum Yours Truly de 2013 com My Everything, segundo álbum da carreira de Ariana Grande, é a intenção: o primeiro apresentava uma cantora com grande futuro artístico, o segundo apresenta uma artista com um grande futuro comercial pela frente. E, mesmo com essa drástica mudança, Ariana conseguiu manter quase o mesmo nível do antecessor e entregar em My Everything uma mistura divertidamente despretensiosa de pop com R&B.

Apesar de não concordar a "poplização" de Ariana, tenho que admitir que entendo o motivo para isso: pegar o talento da cantora e expandir comercialmente para atingir as fronteiras do mainstream internacional. Do ponto de vista mercadológico está indo muito bem já que Ariana é um dos maiores sucessos do ano. Do ponto de vista artístico, mesmo com algumas ressalvas, o processo dá certo e aponto para os novos caminhos da carreira que pode funcionar se trabalhados da maneira correta. Antes de entrar no assunto sonoridade, é necessário falar do ponto que apenas melhorou do álbum anterior para My Everything: a voz de Ariana. Se antes, Ariana era uma promessa devido a potencial vocal comparado com a Mariah Carey, agora a cantora se consolida ainda mais ao entregar performances ainda mais seguras e com uma versatilidade que está vindo com a experiência. Claro, ainda falta algumas aparadas em certos pontos, mas, sem dúvida nenhuma, Ariana está no caminho certo para, quem sabe, ser a "A Voz" do futuro ao encontrar o sua própria personalidade. Ainda podemos ouvir ecos de suas influências em vários momentos, porém, as várias nuances que ela apresenta durante todo o álbum são impressionantes. É muito fácil ouvir o que digo em Break Free que é sucedida por Best Mistake: são duas canções completamente diferentes e que ganham distintas e sensacionais interpretações por Ariana. Sim,ela ainda presença em palco ainda precisa melhorar, e muito, mas, assim como os vocais, acredito que com o tempo ela vá melhorando. Agora, entramos na parte de produção.

My Everything é essencialmente um álbum pop, mas com grandes pitadas de R&B, eletrônico e, até mesmo, um pouquinho de hip hop. Mesmo que inferior ao anterior, o resultado no fim é bom. Porém, o grande problema aqui é o fato de que o álbum não fluir. Incrivelmente, esse problema não é causado pela "poplização" da cantora, pois o tom aqui usado, uma mistura de uma vibe pop dos anos noventa com uma atmosfera romântica 'fofinha, funciona muito bem. O que acontece de fato é que não há cadência na sequência de faixas resultado da mudança de estilos entre uma música e outra. Por exemplo, logo depois da R&B/hip hop Problem vem a dance pop One Last Time que logo é seguida por Why Try, uma balada pop mid-tempo, e depois aparece a EDM/pop Break Free. Apesar de não parece uma grande mudanças na teoria, na prática o resultado é a quebra de ritmo, por causa disso se perde a coesão do álbum. Bem diferente do que acontece com Yours Truly. Dessa maneira, as faixas de My Everything funcionam melhor separadas do que juntas. Mesmo assim, o ótimo trabalho do time de produtores do momento ajuda a qualidade do álbum ao entregar músicas redondinhas que, em alguns momentos, mostram claramente o potencial de Ariana da melhor maneira. Entre o mundo teen e adulto, as composições do álbum são condizentes com a atmosfera do trabalho: românticas, delicadas e cativantes. Não há momentos geniais, mas podemos notar um cuidado em não "brincar" com a inteligência do público alvo dela sem esquecer que Ariana já é uma mulher de verdade ao flertar com o lado mais sexual dela em algumas passagens. O grande momento do álbum é, sem dúvidas, a descolada Break Your Heart Right Back que fala sobre a traição de maneira interessante: a narrativa fala sobre o namorado de Ariana que a traiu com o melhor amigo dele (sim, uma relação gay, para quem não entender). De maneira respeitosa a letra não julga a condição sexual, mas, sim, a traição em si. Além disso, a participação do rapper Childish Gambino é ótima e o uso do sample I'm Coming Out da diva Diana Ross é sensacional e dá o tempero  perfeito para a canção. Gosto também de One Last Time por causa, principalmente, dos vocais maduros de Ariana. Assim como Best Mistake que surpreende pela sua produção e Problem que é um chiclete de primeira classe. Just a Little Bit of Your Heart é uma balada com base de piano bem conservadora, mas que Ariana carrega com destreza. Por outro lado, Hands On Me é tentar demais fazer a cantora parecer "cool" e sexy e You Don't Know Me , na versão deluxe, não funciona. Se eu fosse "orientar" a carreira de Ariana daqui para frente, iria colocar a cantora em um caminho parecido do que a Beyocé fez em seu último álbum no que tange a sonoridade. Contudo, Ariana está no caminho certo e quando ela unir as suas duas facetas, a do primeiro álbum com a desse, ela irar destruir muito forninhos por aí.

O Estilo Madonna

Sirens
Cher Lloyd


Uma das características mais marcantes da Madonna é que, mesmo sem ter uma "grande voz", ela sempre
foi capaz de segurar músicas que pediam uma voz com um alcance bem alto. Claro, ajudada pela produção, mas, principalmente, usando a sua inteligência, a Rainha do Pop entregou momentos icônicos como em Take a Bow, Like a Prayer, Frozen e You'll See. Seguindo o mesmo caminho está a inglesa Cher Lloyd na sua canção Sirens.

Segundo single do álbum Sorry, I'm Late, Sirens tem como grande atrativo os ótimos vocais da cantora que ultrapassa os limites da sua voz e entrega uma performance sóbria, sólida e com emoção. Cher pode não ter a maior voz do mundo pop, mas conseguiu evoluir muito se compararmos com o seu primeiro trabalho (Sticks & Stones) e aprendeu a tirar o melhor da sua voz. A canção também se destaca pela produção madura que flerta com o pop rock para construir uma balada com ar de épica acompanhando uma composição redondinha que consegue passar a dramaticidade certa para combinar com os vocais da cantora. Faltou só o mesmo reconhecimento da Madonna, mas isso era querer demais.
nota: 7,5

25 de agosto de 2014

Fé em Faith

Changing (feat. Paloma Faith)
Sigma

Caso vocês não tenham notado a nova moda é uma banda não ter nenhum vocalista e precisar sempre
convidar um artista para assumir a função de vocalista. Um exemplo disso é o duo britânico Sigma que escolheram a Paloma Faith para ser a voz de Changing. Uma decisão mais do que acertada.

A cantora empresta sua poderosa voz e mostra toda o seu magnetismo em uma performance arrebatadora. Sem ela, provavelmente, Changing não teria o mesmo impacto e o duo de músicos teriam nas mãos uma canção até boa, mas sem personalidade nenhuma. Isso fica claro no momento que se analisa o arranjo da canção: optando por seguir o estilo drum 'n' bass, o duo produz uma canção bem estruturada e com uma batida dinâmica que se não fosse a presença de Paloma acabaria sendo uma variação do velho pancadão do eletrônico mainstream. Uma pequena dose de música gospel dá a leve temperada em Changing. A fé de sigma em Paloma Faith resultou em um quase milagre. Amém.
nota: 7

24 de agosto de 2014

Primeira Impressão

Friends & Lovers
Marsha Ambrosius


Se a música serve para "causar" emoções, música pode ser responsável, também, por estimular sentimentos de luxúria, desejo, lascividade, tesão, isto é, a vontade de fazer sexo. Porém, nem sempre sexo na música precisa ser sinônimo de vulgaridade. E, também, não precisa ser puritano ou sem graça. Friends & Lovers, segundo álbum da cantora de R&B Marsha Ambrosius, está para provar que sexo pode ser "fino" e "safadinho".

Friends & Lovers é, principalmente, um álbum sobre sexo e, em vários momentos, feito para fazer sexo. A sonoridade pretendida aqui é uma união de R&B com jazz e pitadas generosas de hip hop buscando uma atmosfera sexy, envolvente e convidativa para embalar longas noites de amor. O resultado final poderia ser algo exagerado, mas a boa produção faz o álbum passar longe disso ao entregar trabalhos bem estruturados, contidos e adultos em todos os sentidos. Poderia, sim, mostrar mais ousadia no que tange a sonoridade com faixas mais ousadas e originais. Por falar em ousadia, várias faixas de Friends & Lovers são bem "pra frentex" ao falar sobre sexo de maneira direta e sem pudores. Músicas como So Good, Shoes e a sugestiva 69 usam de passagens diretas sobre sexo para falar sobre o assunto e, também, sobre amor. Contudo, a forma como o tema sexo é colocado mostra um refinamento interessante que consegue não vulgarizar a composição mesmo com um teor tão explicito em alguns momentos. Além disso, os outros momentos menos sexuais também são bons, o que comprova o talento de Ambrosius como compositora. Ela também brilha em seus vocais seguros em todo o álbum sabendo muito bem em quais momentos ser sexy ou em quais ser dramática, sempre mostrando sua voz da melhor maneira. Além das canções já citadas, outro momento de destaque é a canção Stronger com participação da lendo do rapper Dr.Dre que é uma versão/cover da música Love Is Stronger Than Pride do Sade. Friends & Lovers é como sexo e deve ser curtido do começo ao fim.

Sim, Você é o Cara, Sam!

I'm Not the Only One
Sam Smith

Sem nomes de peso para competir, Sam Smith se tornou a voz masculina de 2014 e com todos os méritos possíveis. Depois do sucesso do single Stay With Me, Sam lançou I'm Not the Only One como o quarto single do álbum debut, o ótimo In the Lonely Hour.

Carregada na influência de jazz misturado com R&B e gospel, Sam entrega uma canção simples e delicada, mas que funciona perfeitamente ao transmitir a emoção necessária para combinar com o tema da canção. I'm Not the Only One é sobre aquele momento que alguém descobre que está sendo traído. A linda e melancólica composição é como se fosse aquele momento que a pessoa confronta o "infiel" e Sam entrega vocais aveludados de tristeza em uma performance cativante. Nesse momento é quase impossível trair Sam Smith, pois ele é apenas o cara!
nota: 7,5

23 de agosto de 2014

Como Não Amar Ed?

Don't
Ed Sheeran


Ed Sheeran é um cara apaixonante seja por sua música ou pela sua personalidade. Mesmo assim, ainda há pessoas que não dão o devido valor para ele. Para aqueles, ou melhor, para aquelas que o esnobam na vida real, Ed manda o recado em Don't, segundo single de X: não foda com o amor dele.

A canção é uma história sobre como uma garota (mais especificamente uma cantora) brincou com os sentimentos de Ed e o traiu com o seu melhor amigo. Segundo boatos, desmentidos por Ed, Don't é sobre Taylor Swift e o tempo que eles andaram juntos. Tirando suposições sobre a musa inspiradora de lado, a composição é um trabalho espetacular tendo a capacidade de contar uma história com começo ao fim, mas sem perder a noção rítmica e adicionando várias referências pessoais com referências pop. O mais interessante, porém, é o fato de uma canção tão pessoal e com um tom de "vingança" não soar maldosa. Isso mostra um pouco da personalidade de Ed como um cara "gente boa". Misturando com seu lado "rapper", o cantor oferece uma performance cativante, mas menos impactante que o single anterior, Sing. Mesmo assim, a sensação que a canção passa é que estamos apenas vendo a ponta do iceberg com Ed e ele ainda vai mostrar muito mais tanto artisticamente como pessoalmente. Tem como não amar?
nota: 7,5

O Cara de Apenas uma Visão

Wiggle (feat. Snoop Dogg)
Jason Derulo

Ninguém pode dizer que o Jason Derulo não tem uma visão clara sobre música. A visão dele é até simples: bunda venda. Depois do sucesso de Talk Dirty, ele vai emplacando outra música que tem o assunto bunda, uma bem grande diga-se de passagem. Essa música é Wiggle com a participação do Snoop Dogg.

Se novamente, como fez em Talk Dirty, a composição erra ao usar clichês machistas sobre a exploração do corpo feminino, Wiggle também acerta na produção. Uma batida diferente que alterna nuances explorando bem o refrão para criar uma canção comercial ao extremo. Não é nada revolucionário, mas dá para Jason a diferença necessária para fazer a sua música emplacar. Sem mostrar muita versatilidade, Jason domina a canção com precisão enquanto Snoop Dogg é sempre um featuring simpático. Quem precisa de uma música boa quanto se tem bundas para dar e vender?
nota: 6

22 de agosto de 2014

Saindo do Armário

Shake It Off
Taylor Swift

Já tinha cantado essa bola tem algum tempo, mas só agora que a Taylor Swift teve a "coragem" de sair do armário e relevar o seu desejo de ser uma cantora exclusivamente pop. O momento da "surpreendente" revelação foi o anúncio do lançamento do seu quinto álbum intitulado 1989 que será voltado apenas para o pop, ou seja, Taylor vai deixar o country de lado, ao menos por enquanto. Mesmo com a verdade nua e crua para quem quiser ver, parece que Taylor vai continuar a mesma artista superestimada com uma boa parte da critica adorando tudo o que ela faz. Até mesmo se for uma canção como a ruinzinha Shake It Off, primeiro single de 1989.

O grande problema da canção é que ela, basicamente, não acontece em nenhuma estância. Para ser uma canção pop boa, Shake It Off precisaria de muito arroz com feijão. A produção de Max Martin com Shellback é extremamente burocrática e entregada uma canção "xôxa", linear e carecendo de personalidade. Qualquer estrela teen pop poderia fazer uma canção como Shake It Off hoje em dia. Apesar de bem feitinha, o single deve agradar aqueles que entendem que pop é basicamente uma batidinha animada e algumas sacadas na construção do instrumental. Sem nunca mostrar para o que veio, Taylor tem vocais apáticos e em vários momentos soa bem diferente da sua voz normal. Porém, o que mais irrita em Shake It Off é a composição "engraçadona" em que a cantora tenta se passar por "legal demais para se importar". O problema não é ela dar uma banana para quem não gosta, mas tentar desesperadamente expor para todo mundo essa sua posição o que acaba ficando chato no final das contas. Claro, não há como julgar o livro pela capa, ou melhor, o álbum pelo primeiro single, mas essa "preview" já mostra o que vem por aí. Felizmente, Taylor está sendo honesta com o público e isso vale alguma coisa.
nota: 5

21 de agosto de 2014

As Trevas de Azealia

Heavy Metal and Reflective
Azealia Banks


Azealia Banks é uma rapper excepcional. Goste ou não, mas a rapper tem qualidades de sobra no quesito artístico para ganhar tal alcunha. Contudo, o que sobra de talento, falta de "tato" para administrar a sua carreira. Depois de muitas polêmicas envolvendo a sua gravadora (Universal), finalmente, Azealia teve seu contrato "encerrado" e agora ela é uma artista independente. Não que ache isso ruim, pelo contrário, sempre defendo a liberdade de qualquer artista para que possa criar melhor a sua arte. Só que no caso da rapper essa confusão apenas a prejudicou, pois, se ela soubesse melhor lidar com a indústria, já poderia estar no controle da sua carreira mesmo sendo contratada por uma gravadora e, claro, poderia estar colhendo os frutos do seu primeiro álbum Broke with Expensive Taste que está se tornando uma lenda urbana. Agora, o lançamento do mesmo pode acontecer em algum momento, tanto que um novo single foi lançado, a mediana Heavy Metal and Reflective.

Longe da qualidade das canções do EP 1991, Heavy Metal and Reflective mantem o estilo alternativo dela sem alcançar o mesmo nível de qualidade. Sempre muito afiada nas suas performances, Azealia mostra uma outra faceta da sua capacidade de rapper, mais uma entre as dezenas que ela já mostrou. Porém, em Heavy Metal and Reflective algo não funciona tão bem. O estilo "slow"/sombrio não se mostra tão impressionante como poderia ser. Assim também é a boa produção ao entregar uma canção bem "única" na sua visão do que é hip hop e como moldá-lo com estilos obscuros e alternativos, mas que não consegue encontrar um verniz que transforma a canção em algo "consumível". Claro, esse pode ser o objetivo, mas o resultado final não desce como facilidade. O ponto mais fraco da canção é a sua incompreensível e estranha composição em que Azealia mandar vários recados só que acaba falando nada com nada. Mesmo assim, a canção ainda mostra um pouco do talento dela. Agora é esperar para saber se a rapper vai encontrar a luz ou vai continuar nas trevas.
nota: 6,5

20 de agosto de 2014

Uma Surpresa Bem Bonitinha

Life of the Party
Shawn Mendes

Vocês conhecem o Shawn Mendes? Então, nem eu, mas o canadense de apenas 16 anos conseguiu a
proeza de se tornar o mais jovem artista a colocar uma música no top 25 da Billboard com o seu primeiro single.

Depois de chamar atenção ao postar vídeos de covers que ele fez de canções de sucesso, Shawn assinou com uma gravadora e lançou a canção Life of the Party que faz parte do EP que leva seu nome. Surpreendentemente, Life of the Party é uma canção boa. Em primeiro, o single quebre qualquer expectativa ao fugir do que se poderia esperar dele, isto é, uma "imitação" do conterrâneo de Shawn, Justin Bieber. Longe de ser um pop teen/dance, Life of the Party é uma balada pop com um pé no contemporâneo no estilo de nomes como Jonh Legend ou Christina Perri. Outro fator da surpresa de que Life of the Party é uma boa canção. Nada esplendido, mas acima da média para o jovens cantores da atualidade. Começa pela composição que não passa o atestado de querer tratar o público (leia-se as jovens adolescentes) como idiotas. Mostrando algum conteúdo, Life of the Party é uma tocante canção de amor que realmente se mostra romântica e verdadeira sem precisar recorrer à exploração da sexualidade. Shawn não tem uma voz que o faça se destacar da multidão, porém, aqui, sua performance é sólida conseguindo dar conta do recado de maneira exemplar. Life of the Party é uma surpresa agradável em um mar de previsibilidade.
nota: 7

19 de agosto de 2014

Estrela Brilhante

Glow
Ella Henderson


Muitas vezes já falei como é difícil a carreira de um cantor ou cantora que participou de um reality show e não venceu depois do fim do mesmo. Pouquíssimos conseguem obter sucesso no concorrido mercado musical, mas quando acontece uma "anomalia" nessa maldição somos contemplados com artistas como Adam Lambert, Jennifer Hudson, Rebecca Ferguson e, até mesmo, One Direction. Agora é a vez da ótima Ella Henderson seguir pelos mesmo caminhos depois de emplacar na Inglaterra Ghost, seu primeiro single que vendeu mais de 600 mil cópias até agora, ficou dois semanas em primeiro lugar e está conseguindo bons resultados em vários outros mercados. Como segundo single do seu álbum Chapter One (lançamento previsto para dia 22 de Setembro) a música escolhida foi a sensacional Glow.

Menos sombria que a canção anterior, Glow ajuda Ella a continuar formando a sua personalidade sonora dando contornos de uma pegada pop mais classuda e refinada mirando no estilo de Adele e Florence + The Machine. Ainda é necessário aparar algumas arestas e dar mais personalidade para a cantora, mas, felizmente, a produção é de uma capacidade ímpar em elaborar uma instrumentalização belíssima que transforma a canção em uma balada épica sem forçar a barra. A performance de Ella que, além de mostrar um pouco do seu poder vocal,  consegue entregar uma sinceridade tão grande que não é possível não se encantar pela sua voz. Se a composição poderia ser mais apurada e com um pouco mais de corpo (o primeiro verso é repetido entre o primeiro e segundo refrão), ela, ao menos, é um trabalho bem feito e cumpre seu papel de letra "edificante". Para explicar o começo do sucesso de Ella é necessário entender que certas estrelas não tem o seu brilho apagado muito facilmente e vai ser vista em algum momento.
nota: 8

18 de agosto de 2014

Nicki Minaj: A Fênix do Rap

Esse especial vai tratar de uma das artistas que, nos últimos tempos, está bombando nas paradas e monopolizado as noticias sobre música pop nos últimos tempos. Mesmo não sendo um rosto desconhecido, essa artista parece estar trabalhando para dar um novo gás para a sua carreira, isto é, se colocar no topo novamente. Senhoras e senhores, está na hora da Nicki Minaj, bitches!

The New A-Team

Bang Bang (feat. Ariana Grande & Nicki Minaj)
Jessie J


A receita é fácil: junta-se duas ou mais estrelas talentosas em ascensão, um produtor ou uma equipe de produção do momento e uma música perfeita para o sucesso. Não é difícil a equação, mas os resultados podem variar se os componentes não estiverem bem alinhados. Felizmente, em Bang Bang, encontro de Jessie J com a Ariana Grande e Nicki Minaj, o resultado final é positivo, apesar de certos pequenos erros.

O single, lançado como primeiro single do próximo álbum de Jessie e inserido na versão deluxe de My Everything da Ariana, é uma mistura bem amarrada de pop com R&B que resulta em uma canção divertida e despretensiosa. Sem querer inovar, a produção encabeçada pelo Max Martin constrói uma batida chiclete e dançante, mas sem precisar recorrer para a "farofa dance" ajudando muito a canção a ganhar pontos por originalidade. Porém, a instrumentalização, em especial nos versos de Jessie e Ariana, carecia de mais substância para deixar a batida mais encorpada. O ponto alto, por consequência, a parte final quando a canção explode e alcança o seu ponto alto. Há uma química afiada entre as três artistas e cada uma delas entrega boas performances: enquanto Jessie mostra seu vozeirão com alguns exageros, Ariana está um pouco apagada mesmo com uma presença carismática e Nicki entrega sua parte de maneira poderosa em que o seu final poderia ser mais pungente. O bom desempenho da canção beneficia as três, mais especificamente a Jessie, pois seu último trabalho não rendeu bons frutos, mas claro que ajuda e muito a consolidar Ariana como um dos nomes de 2014 e fazer com que Nicki pavimente melhor ainda a sua volta.
nota: 7

Nicki Indelicada

Anaconda
Nicki Minaj

Uma das melhores características de Nicki Minaj é que a rapper não tem "papas na língua". Seja na suas opiniões pessoas sobre vários assuntos ou mesmo nas suas composições com teor, digamos, bem explicito. Então, ouvir Anaconda, segundo single do The Pinkprint, não deveria ser nenhuma surpresa para quem conhece a rapper. Mesmo assim, acredito que muitos podem ter alguns problemas com a canção e o seu debate sobre "bundas e anacondas". Infelizmente, essas pessoas não entenderam que a canção é simples e puramente para se divertir e, não, um atentado contra os bons costumes.

Antes de entrar no quesito composição, vamos analisar outras características da canção. Não há dúvidas que Nicki é uma rapper extraordinária, mas aqui especialmente ela está arrasadora na canção. Sem precisar recorrer aos seus alter egos, Nicki entrega uma performance certeira, cheia de nuances e mostrando a sua pegada pessoal de uma maneira impecável. Há quem não goste, mas não como negar que Nicki domina uma canção como nenhuma outra rapper dessa geração. Anaconda é, basicamente, uma continuação do mega hit Baby Got Back de Sir Mix-a-Lot de 1992 já que não apenas usa uma ou duas partes como sample, mas, na verdade, a base da segunda é a base e o alicerce da primeira. Resumidamente: Anaconda é uma versão moderna de Baby Got Back. O que muda em Anaconda é a cadencia (mais frenética em vários pontos), a adição de novas influências (trap music e pop) e a introdução de algumas "brincadeiras". Mesmo mantendo a mesma qualidade na sua produção, Anaconda acaba perdendo para no Baby Got Back no quesito relevância. Lá no começo dos anos '90, Baby Got Back foi responsável por ajudar a mudar a visão que havia sobre mulheres de "bumbum grande" (basicamente, as mulheres negras) alterando o posto de pertencentes apenas ao "gueto" para símbolos sexuais nacionais. Claro, havia e ainda há toneladas de machismo e sexismo envolvidos em outros níveis, mas a canção ajudou em certos aspectos sem dúvida nenhuma. Anaconda, por sua vez, mostra que Nicki quer apenas falar de "bundas grandes" e órgãos genitais masculinos enormes. Não há uma consciência na letra de tentar passar uma mensagem que discuta a situação das mulheres tratadas como apenas como objetos sexuais, mas, pelo menos, o resultado da composição é um trabalho divertido e bem construído. Uma pena, pois essa poderia ser uma grande oportunidade de ouro para a rapper que apresenta uma silhueta "avantajada". Ao menos, a capa do single trouxe uma boa discussão sobre o conceito de beleza e aceitação: se modelos brancas e com o bumbum pequeno podem mostrá-los em revistas e outros veículos, por que Nicki não pode? É por causa da sua bunda e/ou a sua cor de pele? Se Nicki tivesse trazido isso para a sua música, Anaconda poderia ser bem mais relevante.
nota: 7

Encontro Inesperado

***Flawless (Remix) [feat. Nicki Minaj]
Beyoncé

Continuando a sua estratégia de lançamento surpresa, Beyoncé deu mais um passo na sua maneira de divulgar o seu álbum homônimo lançado no final do ano passado: a divulgação do remix de ***Flawless. Mesmo cercado de alguns boatos antes que fosse postada no site oficial da cantora, a nova versão de ***Flawless foi recebido com certa surpresa pelo da participação inusitada da Nicki Minaj. A união das duas é no mínimo surpreendente, pois, apesar de estarem inseridas em um mesmo mercado e tendo várias ligações, Bey e Nicki nunca estiveram lincadas em uma produção juntas por serem tão diferentes entre si. Apesar disso, ***Flawless (Remix) funciona muito bem mesmo não sendo tão boa como a original.

O que mais gostei na canção foi o fato da canção ser um caça níquel barato. Isso acontece devido a produção não entregar uma canção remix que tem de diferente apenas a adição da parte do featuring. ***Flawless é, sim, um remix de verdade já que da canção original foi tirada toda a estrutura da nova versão e ganhou novas inserções tanto na batida, quanto na letra. Uma das modificações mais importantes foi a exclusão do discurso da escritora Chimamanda Ngozi Adiche que fazia a "ponte" entre a primeira parte e o final da canção original. Essa mudança já tira da canção a atmosfera mais conceitual e dá uma envernizada comercial. Felizmente, essa é a única perda substancial que a canção sofre, pois as outras não afetam o resultado final. A batida crua e bem urban continua perfeita e as suas modulações de cadencias parecem fluir melhor na reestruturação feita. Colocar Nicki com featuring poderia ser um risco: sua personalidade funcionária ao lado de Beyoncé? A resposta é sem dúvidas um grande sim já que a rapper dá conta muito bem da tarefa entregado uma das suas participações mais inspiradas nos últimos tempos. Mesmo achando clichê a sacada de inserir o rap no final da canção, não há como negar que a escolha de Nicki foi um grande acerto para o remix de ***Flawless. Porém, quem domina a canção é, mais que óbvio, Beyoncé que continua com o mesmo poder e magnetismo da versão original. Mantendo quase os mesmos versos, a canção ganhou uma nova parte cantada por Bey em que a cantora toca de maneira hilária sobre o "incidente" entre Jay-Z e a sua irmã Solange no elevador. Irônica, bem pensado e que mostra como Beyoncé reage às fofocas sobre sua vida: sendo foda. Assim como ***Flawless (Remix) é.
nota: 8,5

17 de agosto de 2014

O X do Sucesso

Crazy Stupid Love (feat. Tinie Tempah)
Cheryl Cole


A história da carreira solo da Cheryl Cole depois da sua saída da girl band Girls Aloud se resume a um simples fato: enquanto ela era jurada do The X Factor UK, sua carreira estava em alta. Quando a cantora saiu da bancada, depois de desentendimentos com o Simon Cowell, ela viu sua carreira ficar em baixa e teve que fazer uma reunião do grupo para se manter na mídia. Então, qual a mais obvia manobra para ela dar um novo gás na sua carreira solo? Simples: voltar ao The X Factor UK. Com o anúncio feito, Cole tratou de lançar seu novo single, o primeiro desde 2012, intitulado Crazy Stupid Love.

Apesar do bom desempenho nas vendas na primeira semana na Inglaterra, Cheryl não tem em mãos o que podemos chamar de uma canção arrasa quarteirão, pois Crazy Stupid Love não funciona em nenhum momento como um grande comeback. O single é, no mínimo, esquisito. A produção erra ao construir um arranjo cadenciado usando uma base estranha que tentar soar minimalista, mas acaba resultando em algo inacabado. A tentativa de inserir toques de jazz se torna constrangedora já que nada no arranjo parece conversar entre si, ou seja, a canção parece uma colcha de retalhos sem nenhuma coerência. Cole não é exatamente uma cantora datada de uma voz poderosa, mas com a produção certa ela até segura bem. Infelizmente, a produção aqui expõe a voz dela mostrando as fraquezas dela deixando uma sensação ainda maior de deslocamento. Assim também é a participação do rapper Tinie Tempah que parece fora de contexto e falando nada com nada. O The X Factor UK tem sua nova temporada marcada para iniciar em alguns messes e vamos esperar que o programa ajude a carreira de Cheryl Cole. E que ela também lance boas músicas também, pois sem isso não há X que resolva.
nota: 5

3 de agosto de 2014

Aviso Importante

Pessoal, devido ao final caótico da minha faculdade, o blog ficará alguns dias sem atualização! O SóSingles volta em breve! Obrigado pela compreensão!


1 de agosto de 2014

Primeira Impressão

Think Like A Man Too
Mary J. Blige


Poucos artistas atualmente podem se vangloriar do statos de lenda sem ter ao menos ter atingido ao menos os 50 anos. Um deles é, com certeza, a americana Mary J. Blige. Esse prestigio conseguido com mais de vinte anos de carreira é tão resistente que a cantora pode se dar o luxo de fazer projetos tão específicos como ser a única principal e quase única de uma trilha sonora de um filme que ela nem participa.

Think Like A Man Too (sem nome ainda no Brasil) é a sequência de um filme de 2012 e conta a história de seis casais em uma viagem para Las Vegas. Para a trilha sonora, a produção se inspirou nos eventos do filme para dar uma direção ao trabalho. Mesmo sem lembrar os grandes trabalhos da cantora, o álbum é um bom exemplo de R&B/soul. Com nomes como The-Dream, Tricky Stewart e Pharrell Williams na lista de produtores, não é de se estranhar que a produção resulte em um álbum com uma sonoridade coesa, sólida e bem construída. Com certa influência de soul dos anos setenta, Think Like A Man Too peca pela falta de originalidade entregando canções boas, mas que soam como "eu já ouvi isso". As composições são até boas e parecem ir de acordo com a história romântica do filme. Não há, infelizmente, nenhum momento impactante que faça sobressair em relação ao resto. Então, o que faz do CD um trabalho um pouco além da média é a presença de Mary J. Blige que como sempre mostra a sua classe atemporal carregando qualquer tipo de canção das mais dançantes até as mais românticas com a mesma postura. Mary entrega performances perfeitas para cada canção mesmo que o material que trabalha não esteja a sua altura como cantora. Além do single Suitcase, outro momento de destaque é a power balad I Want You. Sem a mesma qualidade e o destaque que os seus trabalhos solos, Mary sai ilesa desse trabalho, pois, como qualquer lenda, ela é capaz de carregar sozinha nas costas uma empreitada como essa.