31 de agosto de 2015

Um Retorno Pálido

What Do You Mean?
Justin Bieber

Justin Bieber é amado por milhões de fãs. Justin Bieber é odiado por outros milhões de pessoas na mesma proporção. Porém, não há como negar que o jovem astro é um dos símbolos da cultura pop dos anos 2010 para o bem ou para o mal. Claro que é muito mais pelo fato do que ele deixa ou não de fazer na sua vida pessoal do que pelo o seu histórico como cantor. Tirando alguma relevância cultural de Baby de 2010, Bieber até agora não se por merecer o título entre os principais nomes do pop americano. Depois de um período de hiato de cerca de três anos depois do lançamento do pavoroso álbum Believe está na hora do cantor provar que, além de ter amadurecido, ele é realmente talentoso. O primeiro single do novo álbum não ajuda a realização dessa "tarefa".

What Do You Mean? é uma mudança na sonoridade de Bieber, mas não é uma mudança para a
melhor. Com a produção do desconhecido MdL, o single segue a tendência desse EDM/pop com uma cadência down/slow tempo. Para realizar essa produção com qualidade, porém, se faz necessário uma produção ousada e de uma maturidade artística imensa. Em What Do You Mean? ouvimos uma batida careta, sem graça e, principalmente, repetitiva. Na ânsia de criar um hit extremamente comercial, a produção erra em não dar uma personalidade para a canção resultando em um trabalho genérico e batido. Outro ponto extremamente fraco da canção é a sua péssima composição que falha duplamente em criar uma letra interessante ou inteligente (First you wanna go left and you want to turn right/ Wanna argue all day make love all night é uma das pérolas) ou mesmo ser divertida com um refrão fraquíssimo. No meio disso, a performance de Bieber é ofusca por tantos erros que acaba soando até audível. Agora é esperar para saber como o público em geral irá reagir com esse retorno do Bieber e como ele irá se sair nessa fase decisiva.
nota: 4

30 de agosto de 2015

Faixa Por Faixa - Votação 9

A nova votação do Faixa Por Faixa será entre o controverso debut da Lana Del Rey em Born To Die e Loud o álbum que ajudou a consolidar Rihanna como uma sucesso global. Votem!

Primeira Impressão

Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa...
Emicida


29 de agosto de 2015

Um Ano Estranho (Versão Remix 2)

You Know You Like It
DJ Snake & AlunaGeorge


É até possível que você tenha ouvido falar do DJ Snake e/ou da AlunaGeorge, mas que, eu acredito, uma boa parte do público ainda não fazem a ideia de quem são esses artistas. Isso não deve durar muito: ambos estão despontando cada vez mais rápido no cenário mainstream. 

AlunaGeorge não verdade é um duo de música eletrônica formado por Aluna Francis e George Reid desde 2012. No ano seguinte eles lançaram o primeiro álbum do duo: Body Talk recebeu boas criticas e ajudou o duo a entrar no mapa da música pop. Já o DJ/produtor/rapper francês William Grigahcine. conhecido como DJ Snake, começou a ganhar notoriedade ao produzir várias músicas da Lady GaGa como Government Hooker, ApplauseDo What U Want. Além disso, o DJ é um dos responsáveis pelo sucesso viral de Turn Down for What. A parceria dos dois artistas surgiu quando DJ Snake remixou a canção You Know You Like It do AlunaGeorge e essa chegou ao 13° lugar da Billboard tornando-se um sucesso surpresa. Apesar de seguir bem arrisca o conceito de remix eletrônico, a versão do DJ Snake usa bastante da ótima canção original para dar forma nesse carismático single indo do R&B eletrônico para uma sonoridade trap. You Know You Like It torna-se um bom exemplo que um remix pode ajudar uma canção a ter sucesso e não ser apenas "recheio" para CDs de singles.
nota: 6,8

26 de agosto de 2015

O Começo do Fim

Drag Me Down
One Direction

O primeiro single do One Direction depois da saída tumultuada do Zayn Malik poderia ser o que foi o Survivor para as Destiny's Child, mas Drag Me Down está mais para a música Goodbye das Spice Girls após a saída da Geri Halliwell: a canção deverá ser o primeiro prego no "caixão" da vida do One Direction. E nem deverá ser lembrada por muito tempo.

Drag Me Down é uma partida interessante da sonoridade da boy band, pois pretende passar uma atmosfera madura para um público que vá além dos fãs. Infelizmente, a produção não leva, o agora, quarteto para lugar nenhum em questão de sonoridade, pois Drag Me Down é uma mistura morna de pop com rock criando algumas semelhanças com o trabalho do The Police. O resultado é abaixo da média se comparando com algumas boas músicas deles como, por exemplo, Best Song Ever ou Little Things. O que mais transparece no single é que sem a presença de Zayn, a boy band pareceu que perdeu força nos vocais: pode até ser uma produção equivocada, mas Drag Me Down mostra falta de força vocal quando todos cantam juntos. Além disso, individualmente as performances dos integrantes não têm algum brilho próprio. Não sou vidente, mas posso apostar que em, no máximo, quatro próximas postagens minhas falando deles, o One Direction terá o seu fim. Vamos aguardar.
nota: 5,5

P.S: Essa resenha foi escrita antes do grupo anunciar o "hiatos" para o ano que vem.

25 de agosto de 2015

O Afilhado de Janelle

Classic Man (feat. Roman GianArthur)
Jidenna

Sob as asas da Janelle Monáe, o rapper Jidenna está começando a chamar a atenção do grande público com a sua música Classic Man. Uma pena, porém, que a canção não seja tão sensacional como a parceria dele com a madrinha em Yoga.

Primeiro single do EP colaborativo da gravadora de Janelle intitulado Wondaland Presents: The Eephus, Classic Man mostra que o rapper tem uma pegada diferente do que poderia-se esperar: mais soul/hip hop do que propriamente hip hop. A batida é construída exatamente nessa dualidade de gêneros resultando em uma deliciosa e contagiante faixa. Infelizmente, a canção não vai muito além, pois se mantém em uma linearidade durante toda a sua execução. Não há um ápice em Classic Man, isto é, falta aquele momento crucial para fechar a música. Outro ponto de critica é a presença insonssa do também "afilhado" da Janelle Monáe o rapper Roman GianArthur que não adiciona nada na canção. Jidenna, ao contrário, tem uma imensa presença e sua maneira de "lidar" com a canção juntando o rap com uma espécie de "canta" ajuda a canção. Infelizmente, Classic Man tem uma composição bastante confusa, em que não sabemos de fato se o rapper está sendo machista ou não, e que em nenhum momento realmente soa inteligente ou interessante de fato. Felizmente, Janelle Monáe não iria ajudar alguém que não fosse realmente talentoso, então acredito que Jidenna ainda vai entregar música bem melhores voando sozinho.
nota: 6,5

23 de agosto de 2015

Os Queridinhos

Omen (feat. Sam Smith)
Disclosure

A receita é velha, mas sempre funciona: misture dois artistas talentosos e os façam fazer uma música. O resultado pode não ser o melhor, porém, sempre haverá o burburinho por trás. Dessa vez o grande encontro do momento não é novidade, pois os dois já encontraram-se anteriormente. Na verdade, o primeiro encontro do cantor Sam Smith e a banda eletrônica Disclosure em Latch foi o que ajudou a deslanchar a carreira de ambos. Hoje em dia, Sam Smith é ainda a grande sensação comercial e Disclosure recebeu as melhores criticas dos últimos tempos. Por isso mesmo a nova colaboração dos dois artistas é tão aguarda e desejado por uma parte do público. O resultado não poderia ser melhor, pois Omen é uma das músicas mais viciantes do ano.

A presença de Sam em uma produção do Disclosure é o que faz a canção crescer e se tornar uma ótima faixa. Com a sua voz primorosa, Sam dá vida e alma para a composição ajudando Omen a ganhar uma impressionante carga emocional, especialmente devido ao fato da canção ser dançante. Além disso, Sam nunca soou tão sexy até agora em sua carreira provavelmente devido a sua mudança de estilo de vida resultando na perda de vários quilos dando uma confiança nova para o cantor. Isso não seria suficiente para fazer da canção um trabalho bom. O Disclosure apresenta-se no mesmo nível em um trabalho elegante, divertido, equilibrando perfeitamente o R&B pop com uma sonoridade bem house e com uma boa composição. Omen mostra o motivo pelo qual todos os envolvidos são os queridinhos do momento.
nota: 8

22 de agosto de 2015

Magnífico Brandon

I Can Change
Brandon Flowers


Épico e melodramático são as melhores qualificação para definir a canção I Can Change, último single de The Desired Effect do Brandon Flowers. Porém, há mais do apenas esses adjetivos para qualificar a canção.

A canção começa como uma balada com um piano como base, mas aos poucos vai transformando-se em um pop rock dançante com generosas pitada de new have e synthpop. O resultado do arranjo é feito propositalmente para soar como épico e melodramático, mas que poderia cair no pretensioso ou em categoria que chamo de "brega ruim". Não é isso que acontece, pois a madura e forte produção de Ariel Rechtshaid mantém as rédeas da canção firmes e não deixa I Can Change soar como umapastiche de uma canção saída dos anos '80. Assim como todo o álbum, o single também exala a atmosfera da sonoridade da década de oitenta com seus sintetizadores poderosos e seus riffes de guitarra eletrizantes. Felizmente, a canção se sobressai por não ser uma cópia, mas, na verdade, uma releitura/homenagem. Com uma composição linda e com uma performance de Brandon na mesma intensidade da produção, I Can Change é uma candidata sério ao posto de melhor música de 2015.
nota: 9

18 de agosto de 2015

Na Falta de Bieber

Dirty Work
Austin Mahone

Enquanto espera-se o lançamento do single do Justin Bieber para descobrirmos se, finalmente, o cantor vai mostrar algum talento ou vai continuar sendo famoso apenas pelas fãs e pelas polêmicas, quem está mostrando que pode ser um artista até interessante é o sub-Bieber Austin Mahone. Sem nunca ter alcançado o sucesso de fato, Austin ficou conhecido por ser... ahã...ahã....bonitinho? Não importa, pois o cantor lançou a boa Dirty Work.

Não será que Dirty Work alcançara o sucesso comercial, mas a canção mostra um pouco de que uma boa produção pode fazer para Austin. A canção é pop dançante, mas não pense que seja mais do mesmo: Dirty Work é uma boa e divertida faixa que guarda algumas boas surpresas. Produzido pelo duo The Monsters & Strangerz, Dirty Work tem a surpreendente influência funk/rock da guitarra do Prince, especialmente na canção Kiss. Não é a reinvenção da roda, mas esse toque ajuda a dar certa personalidade para a sonoridade de Austin Mahone. Com uma composição razoável, Austin Mahone ainda precisa crescer e muito como cantor, mas, por sorte ou não, Dirty Work pode ser um bom começo para uma carreira surpreendente.
nota: 6,5

17 de agosto de 2015

Era Uma Vez uma Promessa

Thunder
Leona Lewis

Houve um tempo em que a Leona Lewis era uma das grandes promessas da música pop. Logo após ter vencido o The X Factor UK, a jovem emplacou o mega sucesso de Bleeding Love ajudando as vendas do seu seu debut Spirit a chegar a mais de 8 milhões de cópias mundialmente. Depois disso as vendas de álbuns e single lançados por Leona só fez cair e a cantora parece ter entrado em uma espécie de nicho de ex-participante de um reality musical que continua com algum prestigio, mas sem a mesmo força comercial que antes. Por isso mesmo, Leona conseguiu uma nova gravadora após sair à pertencente ao Simon Cowell e irá lançar o seu quarto álbum intitulado I Am em Setembro próximo. Um dos singles já divulgado é a canção Thunder.

Aplaudo qualquer artista que consegue desvencilhar-se das amarras de uma pré-fabricação na busca pelo seu eu verdadeiro. Nisso, Leona está de parabéns. Infelizmente, Thunder não funciona, pois sua produção é sem nenhuma imaginação e resulta em uma canção datada e extremamente presa em uma corrente de lugares comuns e de alguns clichês. Começa pela composição esforçada que parecer querer soar verdadeira em mostrar uma Leona decida refletindo sobre o seu atual momento, mas, na verdade, acaba sendo uma requentada coleção de frases feitas e de efeito. Sem brilhar como poderia, Leona é a luz no fim do túnel dando pequenas amostras da sua poderosa que deveria ser trabalhada de uma maneira em ressaltar o que tem de melhor e, ao mesmo tempo, desconstruir expectativas em função de renovar a cantora. Uma promessa que se desfez ou ainda há esperanças para Leona Lewis?
nota: 5,5

15 de agosto de 2015

Sexo, Dança e Os Dois ao Mesmo Tempo

Dance Like We're Making Love
Ciara

Apesar do resultado bem mediano do seu último trabalho (Jackie), a Ciara ainda é capaz de entregar uma pérola como é Dance Like We're Making Love.

O diferencial da canção lançada como single é que a produção de Dr.Luke e Cirkut juntar as duas melhores características da Ciara sem recorrer a clichês: o lado sensual da cantora encontra-se perfeitamente com o lado dançante em uma realização muito acima da média. Nada de uma batida frenética ou uma que se apóia na estética "feita para tirar a roupa" em Dance Like We're Making Love, pois a produção dá o tom e a cadencia perfeita para unir esses dois aspectos e uma canção delicadamente sexy e dançante. O trabalho é contido ajudando muito a ótima performance vocal de Ciara que domina a canção e a sua composição que compara o sexo com a dança. A canção mostra que com um bom material nas mãos a Ciara pode entregar o a Ciara tem de melhor.
nota: 7,5

14 de agosto de 2015

The Rise of The Weeknd

Can't Feel My Face
The Weeknd


Eu já tinha "cantado essa bola" quando disse que o The Weeknd estava preparando-se para adentrar de vez no mundo mainstream pop. Com o seu último single Can't Feel My Face essa transição está praticamente completa. O melhor, porém, ele está fazendo isso da melhor maneira possível.

Can't Feel My Face é a representação perfeita da simbiose da sua sonoridade original com uma versão mais pop. Para isso a produção, capitaneada por Max Martin e Ali Payami, buscou na influência mais primordial do The Weeknd: Michael Jackson. Não é novidade nenhuma que o cantor tenha no Rei do Pop uma das suas principais, mas, ao contrário do que fez na regravação de Dirty Diana, a produção não desconstrói a sonoridade para reconstruir de uma maneira alternativa. Em Can't Feel My Face ouvimos um R&B/pop com uma estrutura e realização bastante tradicional que remete diretamente a clássicos como The Way You Make Me Feel e Billie Jean. Felizmente, Can't Feel My Face não passa aquela sensação de "eu já ouvi isso", mas, na verdade, o single é uma vibrante e moderna versão desse estilo com The Weeknd conseguindo mostrar sua capacidade de ser um possível "hit maker" sem perder a sua identidade original. Apenas está mostrando novas facetas. O sucesso de Can't Feel My Face também mostra o quanto o público sente fala desse tipo de música e que ainda há um mercado para esse tipo de música.
nota: 8

12 de agosto de 2015

Gatinhas e Gatões e Foxes

Body Talk
Foxes

Como eu já venho ressaltando nos últimos messes, o ano 2015 ficará marcado pela volta de toda uma sonoridade ressoando o que fazia-se nos anos oitenta. Porém, nem todas as músicas inspiradas nessa década podem ser realmente consideradas "filhas" dessa década, especialmente aquelas que são pop/rock. O motivo é que, mais do que apenas soar como sendo influenciado, a canção precisa ter uma atmosfera que realmente remeta a década. Isso é até fácil de realizar: a canção pode simplesmente soar como se fosse um tema de algum filme do genial diretor John Hughes como, por exemplos, os clássicos Gatinhas e Gatões ou O Clube dos Cinco (que completou recentemente trinta anos de lançamento). Body Talk da cantora Foxes tem essa qualidade.

Preparando para lançar o seu segundo álbum depois do bom debut Glorious, Foxes lançou Body Talk como primeiro single. Mesmo sem alcançar a qualidade de outros sigles dela, a canção é um cativante pop dance com a perfeita atmosfera oitentista capaz de fazer os mais saudosistas tirar aquele "bailinho" da memória. O que mais gosto de Body Talk e, por consequência, todas as aquelas canções que seguem a mesma linha é o fato de que não é necessária grandes batidas para fazer o público querer dançar. Body Talk soa orgânico em sua batida deliciosa e harmoniosa. Conduzida pela boa presença de Foxes e o sua voz angelical, Body Talk tem o defeito de parecer uma canção que estaria no meio do filme de John Hughes e, não, como a música tema oficial, isto é, a produção não dá força necessária para a canção realmente se destacar. Apesar disso, Body Talk é uma boa pedida para mostrar como fazer uma canção "anos oitenta tema de filme do John Hughes" ou, para os leigos, apenas uma boa música.
nota: 7,5

11 de agosto de 2015

Selena Só Para Altinhos

Good for You (feat. A$AP Rocky)
Selena Gomez

Travando essa guerra velada com a Demi Lovato para saber qual ex-estrela da Disney da últimaCool for the Summer, Selena vai conquistando resultados bem melhores com o seu single Good for You alcançando o nono lugar da Billboard (já a canção de Demi ficou exatamente 10 posições abaixo). Porém, Good for You é melhor que Cool for the Summer? A resposta é não, mas é um não pequeno.
geração Disney, a Selena Gomez está levando vantagem. Seu alcance comercial, especialmente aos singles, parece ser bem mais extenso do que a da rival. É fácil perceber isso com o lançamento dos dois últimos singles delas: enquanto Demi fica apenas na promessa de hit em

Good for You não ganha da música da Demi no resultado geral, mas destaque-se por ser o fruto de um caminho ainda sendo percorrido que Selena está traçando há tempos com o objetivo de mudar a sua sonoridade. Já Cool for the Summer é apenas o começo de uma longa estrada. Dito isso, a produção de Good for You ajuda a consolidar a nova estética que Selena com esse pop/R&B dow-tempo com influência de hip hop que fica no meio do caminho entre o conceitual e o comercial. A batida sensual funciona bem, mas não é exatamente sensacional. É apenas o mais do mesmo bem feito. Mesmo com os vocais de gatinha manhosa de Selena funcionando perfeitamente, a canção fica estranha pelo alto teor sexual da sua mediana composição. Algo não combina com a Selena que precisaria, talvez, de algo menos explicito e mais enfeitado para falar sobre sexo. A "adultificação" de Selena está funcionando bem até o momento, porém, ainda precisa de uma qualificada em sua sonoridade com alguma urgência.
nota: 6,5

9 de agosto de 2015

As Definições de Sem Graça Foram Atualizadas

Deixa Ele Sofrer
Anitta

Você pode ter qualquer opinião sobre a Anitta, mas não pode negar que, para o bem ou para o mal, ela consegui colocar seu nome na história do pop brasileiro (perceba que eu não falei a história da MPB brasileira). Então, vamos lidar com a perspectiva que a Anitta veio para o bem, a grande pergunta é: aonde foi parar aquela Anitta que exalava um "prazer culposo" tão forte que era impossível de resistir ao sucesso de Show das Poderosas? O que restou foi esse novo chatíssimo e nada divertido novo single, Deixa Ele Sofrer.


A canção é a tentativa de fazer uma canção girl power, mas fofinha e com uma cadencia de baladinha pop. A pergunta é: cadê o funk? O gênero é amado e odiado na mesmo proporção, mas quando você é uma artista que começou nesse caminho deveria ainda ter alguma influência em sua sonoridade. Não é isso que acontece e, por isso, a cantora perde boa parte da graça. Outro fato que faz Deixa Ele Sofrer quase insuportável é o fato da pesada produção vocal que deram para a música descaracterizando a voz da Anitta de qualquer naturalidade que poderia ter. Colocando a pá de cal na canção está a péssima composição que só tem um bom momento no refrão chiclete. E o pior é falar que o clipe da música foi inspirado no filme Birdman. Ou seja: o ápice da total falta de criatividade. Quem diria que o Show das Poderosas seria motivo de saudades!
nota: 4

8 de agosto de 2015

A Mileyssificazação da Lana Del Rey

High By the Beach
Lana Del Rey

Ame-a ou odeie-a, mas não negue que a Lana Del Rey conseguiu solidificar seu nome na música. Chegando ao seu terceiro álbum (Honeymoon deve ser lançado ainda esse ano) Lana Del Rey "lançou" o primeiro single oficial do álbum, a interessante High By the Beach.

Quando eu a classifico como interessante, não quero dizer necessariamente que seja boa ou que seja ruim. High By the Beach é interessante porque mostra Lana Del Rey otimista sobre a vida. Sempre carregada de uma atmosfera pessimismo elegante e uma melancolia artificial, Lana Del Rey soa na nova canção decididamente "alegre" ao deixar de lado a postura de "noiva cadáver" morta pelo noivo no dia do casamento e, finalmente, decide dar um pé na bunda dele em uma composição classuda e de uma ironia bem vinda. Claro, essa "alegria" é traduzida pelo estilo de cantar de Lana em sua costumeira performance espectral parecendo que ela vive em uma outra realidade. Funciona até o momento em que analisa-se a produção High By the Beach: inserindo o trip hop na meticulosa sonoridade pop indie com características de grande pompa e pretensão que muitos amam e, por isso, muitos odeiam ajuda a dar uma nova dinâmica para a cantora e a sua intenção de soar menos soturna, mas o resultado final é esquisito. A batida "mid-tempo" sexy e envolvente parece uma tentativa de transformar Lana em uma versão "alternativa" da Miley Cyrus. Funciona assim como funciona misturar goiabada com queijo: quando analisado de perto parece que alguma coisa está fora do lugar. Por isso, High By the Beach deve-se levado como, provavelmente, uma parte de um álbum que faça sentido como um todo. Vamos esperar.
nota: 6,5

Primeira Impressão

In Colour
Jamie xx