30 de abril de 2017

Uma Regravação Adequada

Tempo Perdido
Tiago Iorc

A minha geração foi a última que sofreu influência direta do Legião Urbana. Entretanto, eu nunca realmente foi fã da banda de Brasília, mesmo que hoje reconheça a importância da banda e o talento de Renato Russo. Apesar de não ser um verdadeiro admirador, eu tenho que reconhecer que para alguém fazer um cover que qualquer canção da banda é necessário fazer, no mínimo, direito. Esse é o caso do Tiago Iorc com a canção Tempo Perdido.

A gravação aconteceu para fazer parte da trilha sonora da nova série da Globo, Os Dias Eram Assim. Originalmente lançada no primeiro álbum do Legião Urbana em 1986, Tempo Perdido tem, obviamente, a marca lirica de Renato Russo que consegue transmitir emoções tão profundas e complexas como poucos compositores de todos os tempos. E isso é algo que não há como negar. Para conseguir expressar toda a grandeza na composição é necessário um interprete talentoso: Tiago Iorc é um desses artistas capazes de, a sua maneira, segurar uma canção desse tipo. Todavia, a produção construiu um belo arranjo, mas que exagera na sua grandiosidade e deixa a voz de Tiago sufocada na sua parte final. Um arranjo menos exagerado e intimista seria mais adequado para a performance do cantor. Mesmo assim, a regravação vale a pena ouvir a canção, mesmo que for para escutar a original novamente.
nota: 7

27 de abril de 2017

Zumbi

Privacy
Chris Brown

Sejamos francos: a carreira do Chris Brown já morreu faz tempo e o que vemos é, na verdade, um zumbi que acha que tem vida. Seja pela qualidade apresentada ou pelo fato que o cantor se afunda ainda mais em problemas pessoais não importa. Chris Brown não tem nenhuma chance de se tornar o astro que ele poderia ser quando começou a carreira. E o pior é ver que quando há sinas de vida, ele entrega canções boas como é o caso de Privacy.

Melhor música dele em tempos, Privacy é uma, acredite, refinada R&B/pop com uma batida mid-tempo e bastante sexy. Nada muito criativo, mas tem um charme interessante ao não se apoiar em influências externas e batidas. Além disso, Brown defende bem a canção, mostrando certa versatilidade. A letra peca por ser explicita demais, mas, tecnicamente, é um bom trabalho. Agora é esperar para saber qual será o tiro na cabeça que vai dar como ato final a carreira do Chris Brown.
nota: 7

25 de abril de 2017

Banks in Progress

Crowded Places
Banks

Como escrevi em Novembro passado, a cantora Banks estava no caminho certo para conseguir liberar todo o seu potencial. E o resultado dessa trajetória é a canção Crowded Places.

Usada como música tema de um dos episódios do seriado Girls, Crowded Places é uma envolvente balada mid-tempo indie pop com uma produção bem acabada. Criando uma atmosfera levemente sombria e tristonha, Crowded Places ainda não é exatamente o trabalho que vá colocar Banks no topo da sua carreira ao ser um pouco longa demais e sem um momento realmente climático. Nada disso impede, porém, de podemos ouvir uma cantora abrindo de maneira tocante sobre as suas inseguranças em relacionamento em um letra bem acima da média. Crowded Places também conta com uma performance na medida da cantora, mas que ainda precisa perder alguns vícios repetitivos. O resultado final é que Banks está em franco progresso de crescimento artístico. E isso é maravilhoso.
nota: 7,5

24 de abril de 2017

Zedd, o Salvador

Stay
Zedd & Alessia Cara

Dentro todos os DJs/produtores que lotaram o mainstream pop o mais interessante é o alemão Zedd. Suas músicas não são a revolução do eletrônico comercial, porém, para a salvação do gênero, são completamente diferentes do que os seus colegas estão fazendo como é o caso do bom single Stay.

A canção não tem nada que possam ligá-lo a qualquer ondinha que esteja acontecendo no eletropop atualmente, principalmente a já irritante inclusão de batidas tropicas/caribenhas. Stay é, na verdade, uma curiosa e simpática indie pop/eletropop/dance pop com uma batida redondinha e com a adição de nuances que fazem a diferença que saiu direto da sonoridade do estilo do final dos anos noventa e começo dos dois mil. Stay também ganha pontos devido a presença simpática da Alessia Cara que dá um ar cool para a canção. Pode até parecer pouco, mas se continuar nesse caminho Zedd pode se tornar o melhor DJ/produtor dos últimos tempos.
nota: 7

22 de abril de 2017

Pequenas Coisas Belas

Die With You
Beyoncé

Não que essa canção seja uma nova fase na carreira da Beyoncé ou coisa parecida já que a canção foi "lançada" para comemorar os nove anos de casamento dela com Jay-Z, mas Die With You demonstra que quando uma artista está no topo da sua carreira até mesmo brincadeira é um musicão.

Se existe um ponto visível que divide Beyoncé de outras cantoras é a sua voz e em Die With You podemos ouvir isso claramente. Não que a cantora dá uma de Whitney Houston aqui, pois a performance dela é extremamente contida e, simultaneamente, com um precisão técnica impressionante. Cada nota é dada a perfeição, mas de uma forma a ressaltar a emoção por trás de cada verso. Sem ter uma produção pomposa, provavelmente gravada em casa mesmo, e de um acabamento acústico, Die With You não é um trabalho que irá ser uma das marcas da cantora. Entretanto, é uma pequena e bem vinda amostra do poder da Beyoncé.
nota: 7

21 de abril de 2017

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

Hoje o especial de As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer irá falar sobre uma canção de um tempo em que a inocência ainda vivia entre nós. Uma canção que ainda é capaz de acarinhar corações apaixonados em frangalhos, mesmo já passando um pouco mais de sessenta anos do seu lançamento. Uma canção sobre saudade e melancolia que deve ser o tema de milhares de corações partidos. Desilusões amorosas. Paixões não correspondidas. Amores distantes. O especial será para relembrar de....


Hype Deperdiçado

Lust for Life (feat. The Weeknd)
Lana Del Rey

Esperar uma grande parceria de dois grandes nomes é, quase sempre, um tempo perdido. Uma grande parte dessas músicas não corresponde a altura o talento dos seus envolvidos. Esse é o caso do dueto da Lana Del Rey e do The Weeknd em Lust for Life.

Lançado como single da cantora, a música marca a quarta união dos dois artistas depois de Prisoner, Stargirl Interlude e Party Monster (mesmo essa segunda não sendo creditada com a participação de Lana).  Só que Lust for Life é a primeira que tem Lana com a artista principal e, não, como participação especial. Isso dá para a canção uma nova dimensão na parceria dos dois, pois a sonoridade aqui é muito mais puxada para um indie pop com alguns toques de indie rock e R&B. Entretanto, a produção parece não querer ir além do previsível ao criar uma batida envolvente e com a personalidade da cantora, mas sem qualquer toque de ousadia ou algo que fizesse a canção poder crescer ao nível da junção dos artistas mais cool da atualidade. Para sorte da canção e nossa também, Lana e Abel entregam performances seguras e de uma química deliciosamente estranha. Claro, Lust for Life não é uma perda de tempo, mas seria melhor se o tempo gastado fosse exatamente no nível do talento envolvido.
nota: 7 

19 de abril de 2017

New Faces Apresenta: Anne-Marie

Ciao Adios
Anne-Marie

Dentre todas as cantoras que surgiram nos últimos tempos após serem featuring em algum sucesso eletrônico de bandas/duos, a mais interessante é a britânica Anne-Marie. Com o sucesso de Rockabye do Clean Bandit, a jovem mostra que pode ter um futuro interessante com o single solo Ciao Adios.

A canção não é um trabalho, digamos, acima do bem ou do mal, mas, felizmente, comprova que Anne-Marie é mais que uma voz bonitinha. Em primeiro lugar, a cantora tem uma voz realmente interessante. Não é como as dezenas de cantoras surgidas da mesma forma que possuem um timbre delicado, afinadinho e melódico, soando como se tivessem saído de de uma mesma forma. Anne-Marie tem personalidade de verdade o que adiciona uma camada diferente em suas interpretações como é o caso de Ciao Adios sem precisar, porém, de ir além do que já tinha mostrado e não perder o lado comercial. Em segundo, a composição acerta na mosca ao entregar uma cool e divertida sobre um fim de um relacionamento após a descoberta de uma traição. Uma pena, entretanto, que a batida dance pop não entregue mais que um arroz com feijão bem feitinha. Mesmo assim, Ciao Adios é um passo importante para Anne-Marie não seja mais uma famosa desconhecida.
nota: 7

18 de abril de 2017

A Salvação do Pop Brasileiro

Te Pegar
IZA



Posso ser até exageradamente pessimista em relação ao situação da nossa música brasileira no que se refere ao mainstream. Felizmente, ainda existe esperança no horizonte: a cantora IZA. O seu segundo single Te Pegar é uma verdadeira luz no fim do túnel.

A canção é um verdadeiro pop dançante que tem como principal característica o fato de ser realmente uma canção boa. Te Pegar não é a canção que vai mudar o cenário de uma maneira definitiva, made perceber que existem artistas que tem a capacidade de entregar um trabalho tão redondinho, bem feito tecnicamente e com uma batida deliciosa como esse é de começar a ter sonhos com um futuro melhor. E IZA é uma das estrelas desse sonho com um talento e carisma de estrela internacional, mesmo sem ser exatamente dona de voz estrondosa. Na verdade, a sua doçura em carregar uma canção tão sexy como essa dá personalidade de sobra para a jovem que, dentro das devidas proporções, lembra a Rihanna. Uma pena, todavia, que Te Pegar e a própria IZA ainda não tenha estoura como merece de fato. Esperança, porém, é a última a morrer. Então, quem sabe ainda isso não irá acontecer.
nota: 7,5

17 de abril de 2017

Uma Nova Era de GaGa?

The Cure
Lady Gaga

É assim quase do anda aparece a Lady GaGa lançando o seu novo single The Cure. Seria uma tentativa de dar um recomeço na carreira ao ver que o Joanne não deu certo?  Seria um teste para saber se GaGa segue esse caminho para a sua nova era? Seria um "agrado" para os fãs? Seria GaGa esqueceu a canção em churrasco e agora só lembrou? Então, não importa exatamente o motivo agora, pois o que importa é que The Cure é melhor que a maioria das canções do último álbum, mesmo não sendo uma verdadeira perola pop.

The Cure é uma canção que você já ouviu algumas vezes recentemente, mas com uma grande diferença primordial: a presença da GaGa. Seguindo um estilo synthpop/R&B contido bem parecido com o que tem feito sucesso nas mãos de duos/bandas de música eletrônica, The Cure ganha pontos devido aos vocais mágicos e aveludados da cantora que dá uma aula de personalidade sem precisar de muito esforço. O mais curioso é que em alguns momentos GaGa lembra muito a maneira que a Mariah Carey performa em várias canções da sua carreia mais atual. Com uma letra fofa e delicada. The Cure pode ser aquele hit que os "pequenos monstros" estão esperando. Tudo depende como o grande público irá encarar essa nova empreitada da GaGa.
nota: 7

14 de abril de 2017

Uma Jornada Diferente

Now Or Never
Halsey

A cantora Halsey tem um começo de carreira bem diferente dos padrões. Primeiro, a cantora se estabeleceu como uma nova força do indie pop com o lançamento do seu primeiro álbum Badlands de 2015. Em seguida, Ashley Nicolette Frangipane, nome de batismo da moça, foi catapultada ao topo das paradas ao ser parte de mega hit Closer do The Chainsmokers. Agora com a poeira ainda alta desse imenso arrasa quarteirão, Halsey precisa provar, ao mesmo tempo, que é capaz de aproveitar esse imenso buzz com seu nome e manter-se fiel ao seu público que conquistou lá bem no começo. Essa difícil missão começa com o lançamento do single Now Or Never.

Primeiro single do segundo álbum (Hopeless Fountain Kingdom), Now Or Never não é bem a canção que irá trazer de volta o primeiro lugar da Billboard para Halsey. E também não deve deixar alguns fãs decepcionados, pois Halsey entrega uma redondinha canção indie-R&B com uma atmosfera sombria e estilizada. Entretanto, Now Or Never sofre da síndrome de não ter um pingo de personalidade própria devido a falta de carisma de Halsey. Não que a jovem seja uma cantora ruim, mas sua voz é tão comum ao lembrar dezenas de outras cantoras com o mesmo estilo. E para piorar essa sensação, Now Or Never não é uma canção que precise de uma performance muito diferente do arroz com feito ouvido em qualquer canção do gênero. Apesar dos erros, Halsey ainda tem um futuro bem interessante pela frente, precisando primeiro encontrar exatamente o seu caminho.
nota: 6

13 de abril de 2017

A Saga do Poderia, Seria e Deveria

Heatstroke (feat. Young Thug, Pharrell Williams & Ariana Grande)
Calvin Harris

Uma das coisas que realmente irrita-me em relação a música pop é quando uma canção tinha tudo para ser sensacional, mas, por alguma motivo, não consegue alcançar o seu verdadeiro potencial. Esse é o caso do single Heatstroke do Calvin Harris.

Vamos aos fatos: o DJ inglês conseguiu juntar em uma mesma canção Pharrell Williams (também como co-produtor), Ariana Grande e o rapper Young Thug em uma canção bem diferente do que o mesmo tem feito ultimamente. O que poderia ser um verdadeiro sopro de ar fresco na carreira de Calvin acaba sendo uma canção morna e bem longe do alcance dos talentos de todos os envolvidos. Começa pelo fato que a produção não aproveita a presença de Ariana e, até mesmo, a do Pharrell, relegando os dois a coadjuvantes do Young Thug que tem uma performance mediana. Até mesmo a batida soul pop com influência dos anos setenta, que deveria ser o ponto alto da música, não alivia a sensação que Calvin ainda não saber entregar algo que seja realmente criativo. Heatstroke seria uma canção sensacional caso fosse fundo nas suas ideias iniciais, mas só ficou na promessa mesmo.
nota: 6

11 de abril de 2017

Fragmentada

Flame
Tinashe

Eu posso até estar sendo precipitado, mas, na minha opinião, a cantora Tinashe é "a melhor diva pop que você não deve dar atenção". Depois de lançar o surpreendente Nightride, indo a uma direção indie R&B, a cantora prepara para lançar a segunda parte do projeto: intitulado Joyride, o álbum deve ter uma pegada bem pop como já foi mostrado nos single Superlove. Entretanto, Tinashe dá um tiro surpreendente certeiro com o lançamento da deliciosa Flame.

Flame é um pop/synthpop com fortíssima inspiração dos anos '80/'90 que poderia ter sido um imenso sucesso nessa época, porém, hoje em dia, a canção parece deslocada e um pouco datada. Entretanto, a produção de Sir Nolan consegue entregar uma canção tão redondinha e simpática que fica quase impossível não se encanta pela batida mid-tempo e a sensualidade romântica da composição. Além disso, Flame tem uma performance vocal surpreendente de Tinashe, mostrando que a voz da cantora é muito mais forte e encorpada que se poderia imaginar. Nada que possa se comparar com uma Aguilera ou Beyoncé, mas é um lado que ajuda a enfatizar a minha tese inicial. E mesmo que a Tinashe nunca realmente faça sucesso, apenas dela entregar canções como Flame é algo para guardar como uma verdadeira pérola pop.
nota: 7,5

10 de abril de 2017

Emoções Diversas

Sign of the Times
Harry Styles

A guerra dos ex-integrantes do 1D já foi anunciada já faz tempo como disse anteriormente, mas, até agora, a batalha era apenas de um guerreiro, mesmo com a tentativa de outro integrante. Então, finalmente, as coisas irão ficar mais interessantes de fato com a chegada do Harry Styles no campo de batalha. E ele já começa de maneira estrondosa com o single Sign of the Times.


A grande característica da primeira empreitada de Harry é que tudo na canção soa épico e grandioso de uma maneira pouco ouvida no pop ultimamente. Ao mesmo tempo, porém, Sign of the Times parece querer ser mais importante do que realmente é, mas de uma maneira boa e bem vinda. Harry também mostrou uma personalidade bem diferente dos seus tempos no 1D ao entregar um pop rock/power ballad inspiradíssimo nos anos '70 e '80, mais preciso na sonoridade de David Bowie e Elton John. Todavia, a produção liderada Jeff Bhasker não consegue encontrar um local para que Harry pudesse ter um momento para poder demonstrar: "ei, mundo, esse é o Harry Styles!". Produzida tecnicamente de maneira belíssima, Sign of the Times parece, na verdade, uma regravação de uma canção do estilo do que, na verdade, uma canção original.  Longa demais para ser exatamente uma canção comercial, mas com uma vontade admirável de fazer um astro teen um artista de verdade. Com uma composição inspirada e bonita que, ao mesmo tempo, soa como algo datado, quase como um tema romântico clichê dos anos oitenta que ganhou o Oscar, Sign of the Times é carregado por uma performance poderosa de Harry, porém, ainda sem mostrar autenticidade verdadeira. Sign of the Times é tudo isso e mais um pouco para o bem ou para o mal. Entretanto, esse começo de carreira de Harry Styles pode ser o surgimento de um grande astro pop. Ou não.
nota: 7,5

9 de abril de 2017

Uma Guerra Está Chegando

Still Got Time (feat. PARTYNEXTDOOR)
ZAYN

Acredito que vocês todos já sabem, mas quero frisar que o mundo pop está prestes a presenciar uma guerra: a guerra dos ex-integrantes do One Direction. Então, qual é o melhor movimento para aquele que foi o primeiro a deflagrar essa guerra que não ser lançar a segunda onda da sua carreira? Essa assim que o Zayn está fazendo ao ter lançado Still Got Time.

O single tem dois lados que podem fazer a diferença na carreira do cantora daqui para frente: Still Got Time mostra que Zayn está procurando evoluir na sua sonoridade, mas, também, que a canção não é exatamente a mais perfeita para ser single. Still Got Time é uma boa e contida mistura de R&B, pop e tropical dance, jogando um pouco de diversão e despretensão na carreira de Zayn. Mesmo assim, o single mais parece uma canção inclusa no próximo álbum dele, mas que deveria ser apenas um simpático filler. A canção não tem força necessária para ser um hit como PILLOWTALK, mas tem o seu encanto de uma maneira recatada até conseguindo fazer a gente abrir um sorriso bem disposto. Outro ponto positivo na canção é a sua composição que tem como base uma mensagem fofa de empoderamento feminino, mesmo não sendo a melhor de todos os tempos. Com uma boa performance de Zayn, mas sem brilhar como já tinha feito, Still Got Time conta com a química que funciona com o rapper PARTYNEXTDOOR que não é renegado aquelas participações desnecessárias como o de habitual. Com esse campo de batalha armado, Zayn está com grande vantagem sobre os seus "inimigos". E a batalha ainda vai ficar mais interessante...
nota: 7

8 de abril de 2017

A Força de Mary

Love Yourself (feat. Kanye West)
Mary J. Blige

Conhecida como um dos principais nomes do soul music dos anos noventa e começo dos dois mil, Mary J. Blige pode não contar atualmente com os mesmo números de vendagens dessa época. Porém, como um verdadeira força da natureza, a cantora ainda tem muita lenha para queimar como mostra a boa Love Yourself.

Single do seu décimo terceiro álbum da cantora (Strength of a Woman), Love Yourself  tem como sua principal e melhor qualidade a presença gigantesca de Mary. Sua performance aqui é uma ponto da capacidade de carregar canções sóbrias como essa nas costas sem exagerar em nenhum momento e, mais importante, carregada de uma emoção tão crua e verdadeira que consegue tocar qualquer um que escuta. A produção do desconhecido DJ Camper, porém, não está exatamente a altura da entrega da Mary, mesmo sendo uma honesta e digna união de soul, hip hop e gospel. O problema é que após o bom começo quase acústico e fortemente inspirado no gospel, Love Yourself ganha uma batida confusa que não consegue encontrar o seu lugar em uma canção como essa, prejudicando até a participação de Kanye West que, apesar de boa, não diz muito para o que veio. Todavia, esses problemas não atrapalham totalmente a canção devido ao poder magistral de Mary J. Blige.
nota: 7

6 de abril de 2017

2 por 1 - Little Mix

No More Sad Songs (feat. Machine Gun Kelly)
Touch (feat. Kid Ink)
Little Mix

Qual o motivo de lançar versões dos singles do Little Mix com a participação de rappers a não ser tentar ganhar as paradas nos Estados Unidos? O que eu acho completa perda de tempo, pois as garotas são uma força imensa na Inglaterra e em vários países europeus e deveria ter as suas forças ainda direcionadas para esse público. Não que elas sejam desconhecidas no EUA, mas acredito que o grande momento de sucesso mundial delas ainda está para vim. Então, as novas versões de No More Sad Songs e Touch são apenas perdas de tempo. E olha que nem foram as melhores escolhas de singles.

No More Sad Songs, canção mais fraca do álbum Glory Days, ganha a participação do insosso Machine Gun Kelly, entregando uma das canções mais medianas da carreiras das jovens.  Ao juntar EDM com toques de dancehall condensados para serem uma balada mid-tempo sobre superar um rompimento, a produção erra ao entregar uma batida chata e pouco interessante. Não há aquela vibe de prazer culposo ao ouvir esse tipo de canção, mas também não como odiar a faixa devido ao seu bom trabalho técnico de criação. Mesmo com um verso maior que a média,  Machine Gun Kelly não adiciona nada de novo na canção, o que não justifica a sua participação tardia. Felizmente, Touch não é atrapalhada pela dispensável participação de Kid Ink, continuando a manter a sua atmosfera de prazer culposo devido a fusão de dance pop e tropical pop em um batida bem mais envolvente. Não é nada além de bom, mas com a ótima química e vocais de cada uma dos Little Mix, o single é salvo de ser um trabalho esquecível. E quando as pessoas que gerenciam a carreira das meninas notarem isso, o Little Mix estará realmente pronto para ser um fenômeno mundial na altura que merece.

notas
No More Sad Songs: 5,5
Touch: 7

4 de abril de 2017

Os Erros do Grammy

Resolvi criar esse especial depois de toda a confusão que gerou no último Grammy em relação ao merecimento ou não do vencedor de Álbum do Ano (na minha opinião, dividia o prêmio ao meio e dava para Adele e a Beyoncé). Entretanto, esses álbuns estavam ao menos indicados. E aqueles que nem isso conseguiram? Então, chegou a hora de honrar esses grandes esnobados e dar os merecidos loucos para aqueles que são....



2 de abril de 2017

O Novo Rei

The Heart Part 4
HUMBLE.
Kendrick Lamar

Não que Kendrick Lamar irá substituir os grandes nomes do rap como, por exemplo, Jay-Z ou TuPac, mas o rapper pode ser considerado como um dos reis do rap. A prova disso estão nos primeiros singles do seu ainda sem nomes quarto álbum: The Heart Part 4 e HUMBLE..

The Heart Part 4 tem dos as características anteriores dos trabalhos do rapper: uma mistura refinadíssima de rap com influências de soul music de várias décadas, criando uma canção de uma força impressionante e com personalidade única. Dessa vez, porém, Lamar aumenta a tensão da canção ao entregar um longo e poderoso verso, mostrando toda a sua energia condensada em uma explosão de rimas e "flows" que não deixa espaço para a comparação com nenhum dos seus contemporâneos. Por falar em rappers, The Heart Part 4 tem uma composição sensacional direcionada para o Drake e o Big Sean, atuais desafetos de Lamar. Todavia, o seu melhore momento é quando a letra faz um dura critica a eleição ao atual presidente dos Estados Unidos. Relevante e excelente produção, mas The Heart Part 4 não tem cara de single de sucesso. HUMBLE. vem para corrigir isso.

Produzido por Mike WiLL Made-It (de Formation da Beyoncé), HUMBLE. é a canção mais comercial da carreira de Kendrick Lamar com uma batida mais "comum" que os seus outros trabalhos. Entretanto, o talento de Lamar é tanto que ajuda a transformar o single em canção além de qualquer outra com o mesmo estilo atualmente. A sua performance é algo contagiante e magnético como poucos conseguem, pois, ao mesmo tempo, é carismática de uma maneira popular e adiciona profundidade a canção. Com um refrão simples e eficiente, Lamar cria sozinho uma composição cheia de intenções e ótimas mensagens como, por exemplo, mulheres deveriam serem valorizadas pelos seus corpos verdadeiros e, não, aqueles idealizados e "perfeitos" que são propagados pela mídia. Não há como negar com esse exemplos que Kendrick Lamar é o novo rap e nem precisa de coroação.
nota
The Heart Part 4: 8
HUMBLE.:8

1 de abril de 2017

O Renascimento de um DJ ou Como Um Pouco de Criatividade Pode Fazer Toda a Diferença

Light My Body Up (feat. Nicki Minaj & Lil Wayne)
David Guetta

Assim como outros DJs, David Guetta encontrou um receita de sucesso que é repetida quase a exaustão em seus lançamentos. Entretanto, ao contrário de seus colegas, o francês ainda tem alguns lampejos de criatividade em alguns momentos. Esse é o caso do seu mais novo single Light My Body Up.

Repetindo pela quarta vez a parceria com a Nicki Minaj e a segunda vez com o Lil Wayne, David mostra que quando não está no automático é capaz de entregar uma canção realmente interessante. Ao misturar EDM com trap music, mesmo que não seja a coisa mais original possível, o DJ consegue criar uma batida inspirada, divertida e com alguma personalidade própria. Claro, Light My Body Up não seria a mesma sem a participação inspirada da Nicki Minaj que tem com David uma das melhores químicas do pop recente. Nem mesmo a letra um explicita demais, presença dispensável do Lil Wayne e o final anticlimático atrapalham o resultado final da canção, pois quando David acerta não deixa espaço para mais ninguém.
nota: 7,5