28 de fevereiro de 2018

Doce Kehlani

Again
Kehlani

Nem sempre um artista precisa mostrar o seu talento ao lançar uma canção genial com uma produção complexa e estilizada. Ás vezes, uma boa e tradicional balada pode ser o veiculo perfeito. Esse é o caso da cantora Kehlani e a bela Again.

A canção não passa de baladinha pop/R&B com base de violão, mas, para a felicidade de quem ouve, é um trabalho precioso devido a presença magnifica de Kehlani. Elevando a canção com um trabalho vocal perfeito que é, ao mesmo tempo, delicado e forte, a cantora se colocar como uma das melhores vozes do novo R&B, exalando uma personalidade cativante e deliciosa como o cheiro de uma rosa perfumada. Além disso, Again tem outro aspecto primoroso na sua composição: sobriedade. A canção fala sobre as batidas de cabeça que a gente enfrenta quando ama alguém e sabe que a relação não faz bem para os envolvidos, mas, mesmo assim, a gente continua a insistir nos mesmo erros. Essa temática poderia muito ficar melosa e dramática demais não fosse a elegância e maturidade da composição consegue imprimir. Não é um trabalho que irá resistir ao tempo, mas é uma canção que precisa ser descoberta.
nota: 8



27 de fevereiro de 2018

Uma Nova Chance

I Know You (feat. Bastille)
Craig David

O cantor Craig David fez bastante sucesso no começo dos anos dois mil na Inglaterra e, também, no resto do mundo com seu primeiro álbum Born to Do It, sendo quase uma resposta britânica aos cantores de R&B da época nos Estados Unidos. Depois de dezessete anos, Craig David continua com relevância por lá, ganhando uma nova chance para ser sucesso nas paradas com a canção I Know You.

Produzido por Fraser T Smith, I Know You consegue unir a sonoridade de Craig com um verniz cuidadosamente moderno para criar a música perfeita para ajudar o cantor a reconquistar as paradas. A parceria com a banda Bastille dá a sustentação ideal para alcançar esse desejo, pois é da sonoridade indie pop/drum bass que a canção ganha a sua personalidade final, tornando-se uma sombria, adulta e acima da média R&B eletrônico/eletropop. Com sua batida pomposa, mas, ao mesmo tempo, contida de partir para o batidão desnecessário, I Know You é o tipo de canção que é melhor que a sua apresentação pode parecer. Junta-se ao fato da ótima performances vocais de Craig e do Bastille, especialmente a parte épica do refrão, e a letra bem escrita que evoca um sentimento mais profundo que canções como essa são capazes de entregar. Uma música digna de dar para Craig David uma nova chance de sucesso comercial.
nota: 7,5

26 de fevereiro de 2018

Cinzas do Carnaval

Carnaval (feat. Pitbull)
Claudia Leitte


Particularmente, eu não tenha nada contra a Claudia Leitte, apesar de achar que a mesma parece estar em um estado de forçar a sua persona em todos os momentos em que pode. Entretanto, não como negar que a cantora Claudia Leitte faz algumas coisas que dá vontade de revirar os olhos em compulsão. Esse é o caso da canção Carnaval, tentativa da mesma de, ao mesmo tempo, virar o hit do carnaval passado e ajudar na sua carreira internacional.

A canção é tecnicamente bem produzida e tal, mas erra em vários outros pontos, começando pelos vocais da Claudia. Não sei como um artista que ouve a sua própria voz em uma música e acha que o uso excessivo de efeitos vocais ajuda de maneira positiva o resultado final, mas acho que a Claudia achou que mascarar a sua voz foi algo realmente bom. Em vários momentos não dá para perceber que é a cantora que está por trás da canção, pois o seu timbre foi completamente enterrado nas toneladas de efeitos. Não seria difícil trocar a cantora por outra e resultar o mesmo que ouvimos em Carnaval. Se esse fosse o único problema até seria mais fácil de avaliar melhor a canção, mas o single é uma pilha de erros. Pitbull até acrescenta alguma personalidade, mas, sejamos sinceros, o rapper está mais datado que a própria presença de um rapper em uma canção pop. A batida é dançante até ficar massificada e com um tambor acima do tom, atrapalhando o resto da canção. Fechando o pacote fica a péssima e clichê composição que mistura inglês e espanhol de forma boba e nada inteligente. Com esse resultado, o Carnaval de Claudinha foi só cinzas.
nota: 5

25 de fevereiro de 2018

Os Anos '90 Batem a Sua Porta

One Foot
Walk The Moon



Assim como foi um dos avisos que havia uma onda de nostalgia dos anos oitenta voltado para a música pop com o sucesso de Shut Up And Dance, a banda Walk The Moon parece ser o cavaleiro que vem anunciando a próxima onda de influência: os anos noventa. E a mensagem está bem clara em One Foot.

Apesar de ter sido lançada no final do ano passado, One Foot é a porta bandeira sobre a nova tendência que deve começar a pipocar no mundo pop em todas as partes: a nostalgia dos anos noventa e todo o que fez da década o que foi. Aqui é possível ouvir a influência daquele pop rock teen/dance pop/pop chiclete/pop punk que fez a cabeça de uma boa parte do público e que gerou one hit wonders como, por exemplo, o New Radicals com a canção You Get What You Give ou aqueles em começo de carreira como o Green Day com Basket Case. Fácil de viciar, divertida e com uma atmosfera que parece ser a perfeita para matines de adolescentes descolados, One Foot é um trabalho que exala nostalgia, mas não fica presa em um tempo que não volta mais e consegue entregar uma canção moderna dentro das suas pretensões. Outro ponto positivo é a composição que "conta" uma história rica e com apelo pop exemplar como eram as canções naquela década. O erro em One Foot é a sua duração de mais de quatro minutos, deixando a parte final um pouco arrastada. Nada disso, porém, tira da canção ser um bom aralto para o que pode estar por vir.
nota: 7,5

24 de fevereiro de 2018

Resiliência 2

Us
Jennifer Lopez

Gostem ou não da Jennifer Lopez, mas é preciso admitir que a artista é uma guerreira no quesito em não desistir da sua carreira musical. Sem atingir o sucesso comercial já faz algum tempo, J.Lo continua apostando alto na sua vertente cantora. Dessa vez, a cantora lançou o single Us.

Sem fazer parte de nenhum projeto, pois o seu próximo álbum é totalmente em espanhol, Us prova que Lopez ainda tem a capacidade de dominar uma canção pop como poucas atualmente. Produzido por Skrillex e Poo Bear, o single é um bom dance pop com toques de latin pop que consegue ser comercial e ter um toque pessoal da sonoridade da cantora. Além disso, quem ouve a performance vocal da cantora fica fácil de notar a evolução vocal dela desde o começo da carreira, mostrando amadurecimento e uma segurança que a mesma não tinha durante os momentos de "glória". O problema da canção é a sua frágil e pobre composição que tem um refrão nada interessante e chega a ser irritante. Acredito que a canção não tenha sido lançada com intuito de estourar, ainda mais que J.Lo tem em ponto de bala uma faixa com maior potencial. Entretanto, é muito bom que a cantora não parece ter se acomodado e ainda continua a reivindicar o seu lugar dentro do pop.
nota: 6,5

23 de fevereiro de 2018

Antes Tarde do Que Nunca - Votação

Depois da primeira e bem sucedida escolha do álbum para o Antes Tarde do Que Nunca chegou a hora para a segunda enquete ser aberta. Alguns álbuns saíram, outros entraram. Todavia, reforço que todos serão resenhados no seu momento. Agora é com vocês: qual será o próximo álbum no Antes Tarde do Que Nunca? Votem aqui do lado!



1. The Miseducation Of Lauryn Hill - Lauryn Hill
2. Born in the U.S.A. - Bruce Springsteen
3. The Diary of Alicia Keys - Alicia Keys
4. This Is Me...Then - Jennifer Lopez
5. Jagged Little Pill - Alanis Morissette
6. Justified - Justin Timberlake
7. Hounds Of Love - Kate Bush
8. Fearless - Jazmine Sullivan
9. 808s & Heartbreak - Kanye West

22 de fevereiro de 2018

Recomeçando o Recomeço

Savior (feat.Quavo)
Iggy Azalea

Tentando recomeçar a carreira pela quarta ou quinta vez, a Iggy Azalea parece que finalmente acertou com a canção Savior. Uma pena que erros em torno da canção não ajudam em nada a rapper.

O primeiro problema da canção é fato dela estar associada com aquele produtor acusado de violência sexual e abuso que não é melhor a gente citar nominalmente. Apesar de negar a sua associação com ele, Iggy Azalea teve a sua imagem ainda mais arranhada e ainda viu a canção perder pontos positivos com o público. O pior que Savior é até uma boa canção. Lembrando o apelo pop de Fancy, mas com uma pegada mais adulta, o single tinha um potencial enorme para virar um sucesso, mesmo que mediano. A batida é redondinha, o refrão é bom, a construção é interessante e Iggy entrega sua melhor performance em tempos, criando uma fusão de cantar e fazer o rap que combina perfeitamente com a canção. Além do problema já citado, outro erro aqui é a presença do rapper Quavo, não pela sua performance cantando o refrão e invertendo a ordem normal, mas, sim, pois o mesmo é acusado de homofobia. Savior seria um ótimo recomeço para a rapper, mas depois de tudo isso Iggy precisa recomeçar o recomeço com urgência.
nota: 7

20 de fevereiro de 2018

Resiliência

Trap (feat. Maluma)
Shakira

Nos últimos tempos, a Shakira não vem enfrentando um bom momento pessoal: rumores de separação com Piqué vem surgindo aqui e ali, problemas com o fisco espanhol e, o pior, problemas nas cordas vocais que a fizeram cancelar a sua turnê mundial, forçando a cantora a decidir a não operar devido ao risco de perder a voz. Mesmo assim, a cantora parece não se abater e lançou o single Trap.

Quarto single do álbum El Dorado, Trap é uma envolvente, sexy e melódica latin pop/latin trap que funciona pelo low-profile da sua batida. Entretanto, a canção soa muito linear em todos os seus aspectos básicos, faltando aquele bom e famoso clímax canções com aspirações pop deveriam ter. Felizmente, Trap é elevada devido a presença magnética da química entre a Shakira e o seu conterrâneo Maluma. Espero que a cantora possa sair dessa fase meio sombria e possa continuar sendo essa força da música.
nota: 6,5 

19 de fevereiro de 2018

Sonho Meu

Bailando
Rouge

Alguns sonhos existem apenas para serem sonhos, porém, são esses que quando o impossível acontece e eles se realizam, a nossa vida parece ter finalmente sentido. Em uma pequena proporção, mas de um sentimento tão puro e bem vindo, essa é a sensação que tenho quando soube da volta do Rouge, ainda mais com a sua formação original. E as meninas ainda lançaram um novo single chamado Bailando.

A canção é um bom recomeço de carreira para as meninas, pois consegue misturar tendências atuais com a personalidade do grupo. Bailando é uma dance pop/latin pop que lembra os áureos tempos do Rouge com a inesquecível Ragatanga. Uma pena que a canção tem um refrão tão sem força como o da música, pois o Rouge é conhecido pelos seus viciantes e inesquecíveis refrões. Além disso, a instrumentalização parece menos trabalhando do que a gente está acostumado delas, mas, felizmente, o melhor do Rouge ainda está resguardado: todas as cinco integrantes do grupo são cantoras de verdade, ao contrário de muitas que fazem sucesso atualmente, acrescentando substância e personalidade para a canção apenas com suas vozes. Muito feliz pela volta das verdadeiras fadas do pop brasileiro.
nota: 6,5

18 de fevereiro de 2018

As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer

Para quem está no começo da casa dos trintas ou um pouco mais adiante vai lembrar com certeza que o mundo da música no final dos anos noventa e começo dos dois mil era praticamente outro universo do que temos hoje. Lembrarmos quais canções a gente curtia naquela época é uma volta no tempo que aos poucos vai se tornando um baque quase como voltar ao cenário musical dos anos setenta ou oitenta. E quando a gente faz isso esbarramos com algumas canções que só poderia ter feito sucesso naquele período e daquela maneira. Assim sendo, As 100 Melhores Músicas Que Você Não Deve Conhecer irá falar sobre...



17 de fevereiro de 2018

Countryzão

You Make It Easy
Jason Aldean

Acredito que já falei anteriormente o quanto o country masculino comercial vem sofrendo de uma crise de falta de criatividade nos últimos tempos que é basicamente a massificação quase total de músicas desses artistas. Então, sempre é bom ouvir uma música que dá certo como o novo single do Jason Aldean, You Make It Easy.

Não há necessidades de muitos acordes para ficar sabendo que You Make It Easy é uma tradicional balada romântica country sem maiores atrativos, mas que é faz o dever de casa bem direitinho. Entoado pela voz marcante e característica de Jason, You Make It Easy consegue conquistar pela sua total falta de pretensão e, principalmente, por não tentar ser comercial para o grande público ao inserir o pop na sua construção, principal erro de vários contemporâneos de Jason insistem em fazer. Não é o tipo de canção genial, mas Jason faz o que ele sabe fazer de melhor: country bom e velho.
nota: 7

Justin, O Novo Não Tão Joanne

Say Something (feat. Chris Stapleton)
Justin Timberlake

Ao que parece, quando um astro pop quer voltar às origens quer dizer que vai lançar uma canção com influências country. Nada contra na verdade, mas está começando a ficar um pouquinho clichê. Agora chegou de o Justin Timberlake seguir a onda ao lançar Say Something com parceria do cantor country Chris Stapleton.

Sendo uma das poucas faixas que funciona de fato em Man of the Woods, Say Something precisa ser elogiado pelo seu exterior bem feito. Primeiramente, a produção acerta em criar uma sonoridade perfeitamente country pop/rock que consegue combinar com o carisma de Justin e a profundidade vocal de Chris. Com uma instrumentalização forte e rica, Say Something também se beneficia da química inusitada dos dois cantores. Todavia, essas qualidades são deixadas de lado devido a pobre e sem graça composição em que tentando falar sobre a dificuldade de poder expressar os seus sentimentos, acaba falando nada com nada em uma das letras menos inspiradas da carreira de Justin. E aqui que o problema se agrava: você pode não gostar de country, mas tem que admitir que, quando bem feito, o estilo tem sempre uma boa história para contar. Se Justin não foi capaz de fazer isso, então seria bom nem ter feito.
nota: 6

15 de fevereiro de 2018

A Música Perfeita Para O Momento Perfeito

Sick Boy
The Chainsmokers

Os Estados Unidos vivem uma crise na sua sociedade desde a vitória do Trump nas últimas eleições. E, obviamente, isso seria refletido em como a arte reflete o atual momento como, por exemplo, em canções que criticam/ecoam esse momento. Essa é a intenção do duo The Chainsmokers ao lançar Sick Boy, mas, como diz o ditado, boas intenções o inferno está lotado.

O single que não faz parte de nenhum trabalho parece querer mostra que o duo podem ser artistas profundos e com uma consciência sócio-politico ao falaram de como se sentem mal devido ao atual cenário nos Estados Unidos. Sick Boy é como se o The Chainsmokers quisesse mirar no Green Day em American Idiot, mas erram uns 100 quilômetros ao invés de soar relevante e inteligente terminar como clichê, raso e completamente irrelevante. A letra mais parece com uma paródia do que uma verdadeira composição de protesto e os vocais de um dos dois integrantes é uma das performances mais sem graças até agora em 2018. Melhorando um pouco a batida do duo com uma instrumentalização aparentemente mais complexa e uma sonoridade amadurecida, mas que não consegue fugir da equação pronta de dance pop/pop que a dupla conseguiu criar com suas músicas anteriores. Sick Boy é a música ideal para representar o atual momento dos Estados Unidos. E isso não é uma boa constatação.
nota: 5,5

14 de fevereiro de 2018

Quase Uma Boa Ideia

Wait (feat. A Boogie wit da Hoodie)
Maroon 5

Em mãos de álbum tão morno como Red Pill Blues, o Maroon 5 fez o certo ao lançar a comercial Wait como segundo single. Mesmo assim, a solução é quase uma boa ideia.

Wait é uma sensual pop rock/R&B que combina com a presença sexy de Adam Levine, mas que não tem nada que possa ser uma canção acima da média. O resultado final da canção parece mais uma canção descartada dos áureos tempos da banda do que uma canção realmente lançada como single. E olha que a canção é uma das melhores do último álbum exatamente por parecer uma canção antiga. Paradoxal, né? O maior erro na versão enviada para single é a presença imensamente descartável do rapper A Boogie wit da Hoodie, terminando como uma das mais insossas do estilo dos últimos anos. Uma boa ideia nem tal boa assim é resultado final de Wait.
nota: 6,5

13 de fevereiro de 2018

A Boa Fase Anal do Pop Brasileiro

Bumbum de Ouro
Gloria Groove

Sim, é verdade que estamos vivendo uma fase anal na música brasileira. Entretanto, é muito hipocrisia afirmar que é essa geração que começou tudo isso, pois assim esquecemos o mais "anal" das décadas do Brasil: os anos noventa e os seus closes ginecológicos em programas dominicais ao som de Tchan e CIA. Além disso, atacar esse momento quando está sendo impulsionada pela música LGBTQ é querer tirar o brilho das conquistas feitas por esses artistas, ajudando a salva o pop brasileiro. E, apesar das minhas ressalvas criativas, preciso dar o braço a torcer quando a música é bem feita como é caso da rapper/cantora drag queen Gloria Groove com a deliciosa Bumbum de Ouro.

Apesar de mais comum lá fora, drag queens parece que finalmente descobriram que podem ser artistas pop dentro do mainstream e Gloria Groove ajuda a desmitificar essa noção ainda mais ao ser de um gênero como o rap/hip hop. Como menino, Gloria, que se chama Daniel, participou do Programa Raul Gil quando criança, atuou em novelas da Record e fez bastaste dublagem. Como Gloria, começou a ganhar notoriedade no YouTube em 2016 e já lançou um álbum no começo do ano passado. Para 2018, Gloria parece que resolveu investir no seu lado mais pop/funk com o lançamento de Bumbum de Ouro.

Claramente, Bumbum de Ouro fala sobre como balançar a "raba", mas é feito de uma forma tão perfeita que fica difícil não balançar a dita cuja. Começa pela instrumentalização da canção que se mostra muito mais que apenas uma batida comercial ao não depender de uma única batida repetida do começo ao fim. Não tem como negar que a sonoridade é derivada do funk, porém, para a felicidade de geral da nação, tem uma estrutura com forte influência do hip hop/pop, ajudando a dar carisma e força para a canção. A letra é feita para ser viciante e com apelo sensual/rebolativo e não tem medo disso. Só que Bumbum de Ouro tem mais que a gente pode imaginar, pois tem momentos inspirados e bastante legais com referências pop inteligentes. Só que o diferencial da canção é a presença de Gloria, pois a drag é claramente uma cantora/rapper de verdade. Dona de uma voz forte e uma presença marcante, Gloria assume tanto o posto de diva, quanto o de rapper, criando uma persona tão interessante que a ajuda a transformar a artistas em uma das mais interessantes da atualidade. Então, antes de achar que tudo é bunda e seus arredores na música atual é melhor olhar com cuidado que você deve achar uma canção de ouro.
nota: 7,5

11 de fevereiro de 2018

Bem Bom

The Middle
Zedd & Maren Morris & Grey

Existem algumas músicas que a gente tem certeza que não vai gostar devido algum fator que a constitui, mas por algum motivo a gente acaba gostando. Esse é caso de The Middle, novo single do DJ Zedd.

The Middle na sua raiz não passa de uma outra EDM/eletropop que o Dj já entregou algumas vezes. Entretanto, The Middle funciona melhor que o esperado devido algumas características como a presença da cantora country Maren Morris. Longe dos maniqueísmos das cantoras que normalmente assumem os vocais desse tipo de canção, Maren entrega uma performance bem mais rica e encorpada que se poderia esperar, ajudando a dar brilho para a canção. The Middle também se beneficia com uma letra bonitinha e com refrão redondo e cativante e a presença do duo Grey que dá mais substância para a instrumentalização da canção. The Middle é legal no momento que não tenta ser legal.
nota: 7

9 de fevereiro de 2018

Oscar 2017 - Best Original Song

Recentemente, o blog resenhou a canção This is Me, favorita para o Oscar desse ano. Agora chegou a vez de dar uma passada nas outras quatro indicadas na categoria e tentar adivinhar realmente qual delas será a vencedora.

8 de fevereiro de 2018

2 por 1 - Drake

God's Plan
Diplomatic Immunity
Drake

Apesar de ser um dos maiores nomes da música atualmente, Drake consegue manter em segredo todos os seus projetos. Especula-se que esse ano, o rapper irá lançar o seu próximo álbum e como um arauto desse projeto temos o EP Scary Hours com apenas duas músicas: God's Plan e Diplomatic Immunity. Se essa é uma amostra do que está para vir, provavelmente Drake pode entregar algo, no minimo, interessante.

O mini EP começa com o número um na Billboard God's Plan. A canção não muda muito do que já estamos acostumados ouvir do rapper, mas, bem lá no fundo da sua produção, existe um trabalho instrumental bem mais rico e complexo que as batidas minimalistas que o rapper já entregou em canções mais voltadas para o rap. Não é algo genial, porém, assim como os seus grandes momentos, God's Plan é uma canção que vislumbra todo o potencial de Drake. A segundo canção do trabalho é o grande destaque do lançamento: Diplomatic Immunity é o embrião perfeito de uma grande canção. Começo pela sua produção que cria uma batida que invoca o R&B/funk dos anos setenta, principalmente canções como Theme from Shaft. Aliado a isso tem a verborragia de Drake e a sua habilidade de escrever letras bastante pessoais, nesse caso o principal momento é quando o mesmo relata que perdeu a Jennifer Lopez no ano passado. Ainda não é perfeito, pois falta para a canção profundidade sonora, mas já é uma bom aperitivo do que pode estar por vir.
nota
God's Plan: 6
Diplomatic Immunity: 7

6 de fevereiro de 2018

A Falta da Durabilidade

Machika
J Balvin & Jeon & Anitta

Vocês já se perguntaram qual é o motivo da Anitta ainda não ter estourado lá fora como é os planos da mesma? Depois de pensar um bom e criar algumas teorias cheguei a uma linha de raciocínio que acredito seja o mais perto da verdade: apesar está trabalhando com afinco e fazendo as coisas certas, Anitta ainda não lançou nenhuma música com a qualidade de ser durável. 

Como assim? Explico: mesmo com lançamentos que agitaram o público durante algum momento, nenhuma delas resistiu o fator do tempo. Um exemplo: quando lançou no começo do ano Vai Malandra muitos acreditaram que essa seria a música do verão, mas, então, apareceu Que Tiro foi Esse? e tudo foi para o limbo. Antes de ter em mãos uma canção impactante e pop, um artista precisa pensar se a mesma irá resistir ao tempo suficiente para virar um hit verdadeiro, pois todos os hits têm a característica de ficar o tempo necessário ou até mais para que parte do público comece a enjoar da mesma como foi em Show das Poderosas, por exemplo. A mais nova dessa safra da cantora é a nova parceria com o cantor J Balvin em Machika.

Dita nos bastidores como a canção da Copa de 2018, Machika é uma mediana latin pop/reggaeton/eletropop que tem uma batida capaz de grudar na cabeça durante um bom tempo. Cheia de batidas marcantes e bem dançantes, a canção empola no começo, mas não consegue manter o hype depois de uma segunda ou terceira ouvida. Provavelmente, o grande problema da canção é o fato da sua produção entregar uma canção genérica na sua construção, faltando o mais importante: o clímax final. Além disso, todos os envolvidos não apresentam nenhuma personalidade em suas performances. Em nenhum momento Machika deixa claro quem são os seus interpretes, pois a canção parece ter sido feita pelos por qualquer trio de cantores latinos. Anitta é a que mais sofre desse problema já que a sua participação é tão apática que se a mesma não tivesse listada como participante seria difícil saber quem é a voz feminina. Como dito antes, a cantora continuar a fazer o dever de casa direitinho para se tornar uma diva internacional, mas precisa se esforçar para passar nessa matéria de como fazer um sucesso durar lá fora.
nota: 6

5 de fevereiro de 2018

Farofa Temática

For You
Liam Payne & Rita Ora

Uma das coisas mais estranhas no mundo de entretenimento nos últimos é o fato que todos os filmes da franquia 50 Tons de Cinza serem, provavelmente, um dos piores de todos os tempos, mas, mesmo assim, ganharem trilhas sonoras pop com grandes momentos. Finalizando o projeto será lançado esse ano 50 Tons de Liberdade e como uma das canções lançadas tem a boa For You que conta com o Liam Payne e a Rita Ora.

A canção poderia resultar em algo bem melhor, mas é impedida pelo seu maior defeito: a presença, ou melhor, a não presença do Liam Payne. Dos ex-1D, Liam é o que menos tem personalidade vocal e isso fica bem evidente em For You, pois, além de entregar uma performance apática, o cantor é completamente ofuscado pela presença bem mais forte da Rita Ora. O que era para ser um dueto sexy e romântico termina em uma meia boca e sem química encontro de duas estrelas pop, mesmo que Rita ainda entregue um bom trabalho. Como produção, For You é uma synth-pop mid-tempo bem farofa sem nada muito original ou excitante, mas que a produção faz bem direitinho e com um verniz comercial. Esses defeitos, porém, não impedem a canção ser um trabalho artístico infinitamente melhor que o filme que é tema, mas isso não seria exatamente uma missão impossível.
nota: 6,5 

4 de fevereiro de 2018

New Faces Apresenta: Jorja Smith

Let Me Down (feat. Stormzy)
Jorja Smith

Ás vezes, grandes promessas precisam mais do que um empurrãozinho para fazerem sucesso. É necessário uma pessoa com talento por trás para dar aquele toque de mestre. Esse é caso da britânica Jorja Smith que, depois de chamar atenção de críticos com lançamentos independentes, finalmente está ganhando o grande público com o lançamento do single Let Me Down.

A canção tem por traz a marca do produtor Paul Epworth, conhecido pelos trabalhos com a Adele (Skyfall e Rolling in The Deep), Florence and the Machine, Lorde, FKA twigs, entre outros, ganhando uma elegância épica, classuda e madura que faz a canção soar maior do que era para ser. Let Me Down é uma pop/R&B balada com um arranjo que crescendo ao longo da sua execução. Sombria na medida certa, Let Me Down ainda acerta na presença do interessante rapper britânico Stormzy colocado no meio da canção. Só que o grande mérito da canção é a linda presença da Jorja e a sua voz forte e aveludada, mas que não passa dos limites em nenhum momento. Como mostra Let Me Down, Jorja Smith sendo "cuidada" pelas mãos certas poderá ser uma grande promessa para os próximos anos.
nota: 7,5

3 de fevereiro de 2018

Em Um Mundo Perfeito

Joanne (Where Do You Think You’re Goin’) (Piano Version)
Lady Gaga

Em um mundo perfeito, Joanne teria sido recebido de maneira bem menos controversa como aconteceu, mas, também, nesse mundo perfeito GaGa não teria metido o "atestado" aqui no Brasil no show do Rock In Rio. Além disso, nesse mundo de fantasia, a cantora teria lançado a versão de piano de Million Reasons e, não, de Joanne, apesar de um bom trabalho.

Para quem viu o documentário Gaga: Five Foot Two ou mesmo sabe sobre o motivo do último álbum da GaGa ter o nome que tem sabe que a canção é uma homenagem da cantora à uma tia sua que morreu antes dela nascer. Então, obviamente, a composição de Joanne é emocionante, conseguindo ser delicada, melancólica e feminina. O problema da versão original é que a produção entrega uma faixa country pop mediana e pouco impactante, sendo corrigido até certo ponto por essa nova versão ao ser uma bonita balada pop com base de piano. Todavia, essa nova versão é só apenas uma canção com base de piano, não conseguindo passar do apenas ok. O que faz esse versão um bom trabalho são os vocais de GaGa em uma performance poderosa, emocionada, digna da composição e, também, da memória da sua tia. Agora que Joanne está mais do que homenageada, esperamos que GaGa volte para o bom e velho pop.
nota
Versão Original: 6,5
Versão Nova: 7 

2 de fevereiro de 2018

Reizinho

The Good Side
Troye Sivan

Com diferença de apenas nove dias, Troye Sivan foi capaz de lançar duas grande canções pop, ajudando a colocar o nível de 2018 bem lá no alto. E, para melhor, The Good Side é completamente diferente de My My My!.

The Good Side é uma incrível e melancólica balada indie pop/dream pop/indie rock que, mesmo tendo uma guitarra como base, possuem um arranjo lindamente rico, profundo e bem complexo. Adjetivos esses bem difíceis de serem dados para baladas pop ultimamente, mas The Good Side é exatamente isso com as suas nuances e quebras de expectativas. Boa parte dessa qualidade vem da produção de Ariel Rechtshaid, responsável por sucessos da Adele, Carly Rae Jepsen, Charli XCX, Vampire Weekend, entre outros. Obviamente, The Good Side seria apenas uma bela casca caso não tivesse um belo conteúdo, mas isso não é problema para a composição da canção em que o jovem fala de maneira simples e delicada sobre a dolorida e madura arte de seguir a vida depois de um relacionamento e, acima de tudo, ver o lado bom das coisas. Eu não sei vocês, mas até o momento quem está sendo o "rei do pop" em 2018 é o Troye Sivan sem nenhuma dúvida.
nota: 8