Christina Aguilera, Lil' Kim, Mýa & P!nk
Quando foi lançada a versão de Lady Marmalade para o filme Moulin Rouge! em 2001, a canção já tinha sido regravada oficialmente duas outras vezes a partir da original de 1974 do trio Labelle. Provavelmente, ninguém esperava que essa regravação iria se transformar em um marco para a história pop assim como foi a versão original, pois no papel a nova versão tinha tudo para se transformar em um verdadeiro desastre. Entretanto, apesar da importância das escolhidas para entoar a canção, o grande nome por trás do sucesso é o da Missy Elliott.
Quando produziu Lady Marmalade, a rapper/produtora Missy Elliott tinha produzido e lançado dois álbuns que encontrou aclamação da critica e do público, mas antes disso a artista tinha consolidado o seu nome como um dos nomes mais promissores e talentosos do hip hop/rap/R&B do final dos anos noventa e começo dos dois mil ao produzir para nomes como Aaliyah, Mariah Carey, Whitney Houston, Destiny's Child, entre outros. Todavia, ao produzir Lady Marmalade, Missy entrou em um território novo: o pop. É necessário dizer que a versão ou a original são canções pop, mas no caso da nova versão, Missy precisava entrar em um território que pudesse abranger um público mais amplo ao popularizar a canção para um público completamente diferente. A primeira ajuda é o tom de Moulin Rouge! dirigido por Baz Luhrmann que decidiu fazer um musical com estética de vídeo clipe e recheado de canções que iam do indie rock até o pop, passando pelo tango e o eletrônico. Entretanto, o que faz de Lady Marmalade tão especial é capacidade de Missy de saber atualizar a canção para uma nova geração sem perder, porém, a essência do original.
Produzindo ao lado de Rockwilder, Missy transforma o quer era uma disco/soul em uma eletrizante, explosiva e carismática mistura de pop, hip hop e R&B que consegue manter vivo a essência sensual/envolvente da versão original sem pender em nenhum momento para o vulgar. A produção também foge de transformar a canção em uma pastiche ao seguir por caminhos mais fáceis para transportar toda a atmosfera acetinada de Lady Marmalade. E a força dessa produção é mais do que necessário, pois o grande toque de mestre foi a escolha das interpretes. As quatro envolvidas eram em 2001 eram nomes que começavam a consolidarem suas carreiras, partindo de lugares completamente diferentes e com destinos ainda mais diferentes pela frente. Entretanto, a união da subestimada Mýa, a P!nk em sua transição sonora, Lil’ Kim reinando quase sozinha no rap e, por fim, Aguilera começando de fato o seu reinado de diva pop parece ter sido escrita nos céus musicais, pois tudo parece se encaixar com perfeição absoluta. Devo admitir que a entrada icônica da Aguilera seja inesquecível, Lady Marmalade termina sendo tão poderosa, especialmente como uma mensagem pré-empoderamento, é o épico verso da Lil’ Kim, pois, além da performance avassaladora da rapper, a momento parece dar a liga entre a letra, a produção e as performance. Vencendo VMA de Best Video of the Year e o Grammy de Best Pop Collaboration with Vocals, Lady Marmalade prova que o talento dos envolvidos, especialmente da Missy Elliott, é o equalizador perfeito para entregar momentos de pura genialidade.
nota: 8,5
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