Linn Da Quebrada
Consolidando-se cada vez com uma parte importante da indústria musical, a música queer também é diversa em relação a variedade de sonoridades feitas. Em I míssil, a cantora Linn Da Quebrada entrega uma obra espetacular que não apenas se torna uma das melhores canções nacionais do ano, mas como uma forte candidata ao topo de melhores do ano na categoria geral.
Não espere nada mainstream no single, pois a produção de BADSISTA entrega o que mais se aproxima de uma canção art pop. Escolho dizer em proximidade no instante momento que I míssil é bem mais que apenas um gênero, terminando como uma fusão celestial de MPB, eletrônico, jazz, art pop e toques de ritmos brasileiros. A textura sonora da canção é de uma delicadeza reconfortante sem perder a pungência e a imensa dose de personalidade quase artesanal que é aplicada na construção do genial arranjo. Fugindo na contramão da tendência de rápido e rasteiro do atual pop nacional, I míssil é uma construção melódica e deliciosamente elegante de mais de cinco minutos que traz referencias de atmosferas de uma sonoridade dos anos oitenta da MPB como a Mariana Lima que remete também a trabalhos de nomes notórios do atual cenário indie/art pop como, por exemplo, FKA twigs. Envolvente desde a primeira nota, Linn entrega uma performance aveludada, sensual e cativante ao declamar uma fervilhante e poética composição primorosa sobre desejo e saudades que mostra ser inteligente, sucinta e com a dose certa de brincadeiras gramaticais. Uma pena que essa verdadeira preciosidade deve terminar para muitas como a melhor música de 2021 que você não escutou, mas isso não quer dizer que a Linn Da Quebrada não precise ser louvada por esse sublime momento.
nota: 8,5
Nenhum comentário:
Postar um comentário