Doja Cat
Dentre todos os álbuns que escutei até o momento em 2021 tenho que apontar que Planet Her da Doja Cat é um dos piores sem nenhuma dúvida. Existe, porém, uma diferença entre o álbum e outros dessa lista desonrosa: a presença de Doja. No meio de tanta ruindade, a cantora/rapper se mostra uma artista realmente talentosa que deveria ganhar um material bem melhor para trabalhar.
Amala Ratna Zandile Dlamini, nome de nascimento de Doja, é uma artista versátil que vai da cantora pop para a rapper, passando pela diva R&B e chegando a estrela do dancehall e ritmos africanos. Tudo isso em apenas um álbum sem nunca perder a personalidade ou parece deslocada. Essa característica poderia ser o trunfo de Planet Her se não fosse a péssima produção praticamente do começo ao fim. Uma metralhadora de gêneros genéricos, extremamente comerciais e feitos para viralizarem no Tik Tok que não tem nenhuma personalidade artística. Ouvir o álbum é como ligar uma playlist de músicas virais e ligarem na reprodução aleatória, tendo apenas a presença da Doja Cat como ponto comum. E o pior: não bastasse ser genérico, o álbum também é arrastado mesmo tendo cerca de quarenta e cinco minutos. A parte final é tão chata que parece que escutei um álbum de duas horas. E nem a presença de talentos como Ariana Grande, the Weeknd e Young Thug ajudam a melhor em nada o desperdício que essa coleção descartável de pop rasteiro, R&B pobre e hip hop dispensável. Entretanto, existem dois momentos que conseguem algum salvamento: a aforbeat empoderada de Woman e a boa Kiss Me More. Planet Her é, resumidamente, uma bomba, mas que está nas mãos de uma artista que merecia uma explosão de outra maneira.
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