18 de setembro de 2022

Primeira Impressão

BORN PINK
BLACKPINK




Imagine dar para o Lewis Hamilton a direção de um fusca ’68 enferrujado, pneus carecas e motor quase fundido para competir na Formula 1. É exatamente assim que as meninas do Blackpink são tratadas pela equipe que gerencia a carreira da maior girl band da atualidade com o material péssimo destinado para as jovens em BORN PINK.

Antes de apontar o motivo que o álbum é uma bomba é necessário ressaltar o motivo que o mesmo não se torna nuclear: o imenso talento das integrantes do girl band. Jisoo, Jennie, Rosé e Lisa são artistas realmente incríveis que consegue adicionar de maneira plena os únicos motivos para ouvir BORN PINK ao entregar performance divertidas, engajadas, carismáticas e com personalidade de sobre do começo ao fim. É incrível o resultado nesse aspecto e, sinceramente, gostaria de ouvir o que as quatro poderia fazer com um material que fosse ao menos a metade da altura da capacidade das integrantes. Entretanto, quem orquestra a carreira do Blackpink prefere dar o que existe de mais clichê, ordinário, datado, requentado e desinteressante nessa mistura de pop, electropop, dance, k-pop e R&B. Raso sonoramente, nada de criatividade genuína, repetitivo em batidas, sem graça e arrastando na sua parte final. Outro ponto que fica completamente na lama são as péssimas composições que fica fácil notar que a produção queria buscar algo que ficasse entre a sensualidade do The Pussycat Dolls e a empoderamento e romantismo do Little Mix, mas termina soando fraco, irritante e pobre esteticamente e substancialmente. Essa vontade de gourmetizar o Blackpink devido ao imenso sucesso mundial das jovens é o principal motivo dessa qualidade de fundo do poço, pois a ideia por trás é trazer tudo que deu certo anteriormente e jogar sem adicionar nenhuma ideia própria ou alguma quebra de expectativas para envernizar a sonoridade com alguma personalidade. O único momento que existe algo interessante artisticamente é a bonitinha balada The Happiest Girl devido a sua composição co-escrita pela esquecida Natalia Kills. Quem conheceu a artista antes de enterrar sua carreira a frente dos holofotes em um reality show musica sabe que a mesma é dona de uma escrita distinta que adiciona um toque sombrio, distinta e madura para as canções. E, mesmo assim, a canção errar ao dar mais força para os vocais das integrantes, deixando a canção um pouco linear demais para esse tipo de balada emocional. Com apenas oito faixas e menos de trinta minutos, BORN PINK nem se qualifica como um álbum de verdade, terminando mais como um EP que deve fazer sucesso devido a força do Blackpink. Imagine com as meninas guiando uma Ferrari o que poderia ser o resultado.

Nenhum comentário: