27 de agosto de 2023

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

Funk Generation: A Favela Love Story
Anitta






Querida Anitta,

Essa é uma carta aberta a sua pessoa. Você não me conhece e é quase certeza que nem vai ler isso, mas tenho que dizer isso: amiga, pare! Apenas pare. Em Funk Generation: A Favela Love Story, o seu ponto baixo foi atingido com sucesso e isso é algo que precisa parar urgente. Não faz bem para ninguém. Especialmente para mim, pois tenho que resenhar suas canções com esperanças perdidas que vai ter algo bom. E não quero mais isso. 

Não tenho obrigação. Faço por divertimento durante mais de dez anos para ter uma válvula de escape do dia a dia. Não sou profissional. Não tento ser. Apenas uma pessoa que gosta de música e quer seus pensamentos. E, sinceramente, está difícil com esses lançamentos mais canhestros um atrás do outro. Sempre vou dar as flores pelo seu sucesso nacional e internacional, mas, querida, parece que não passou de sorte. Se a sua intenção é fazer o funk ser conhecido internacionalmente é algo realmente extraordinário. Sejamos, porém, sinceros: não está funcionando. A sua canção de maior sucesso não tem nada de funk e todas as suas tentativas são de qualidade cada vez mais duvidosas. Não está melhorando e, sim, piorando a cada nova canção. E isso não é justo com o funk. Com os artistas de funk, especialmente os fundadores. Com seus fãs. Com o público brasileiro. E, principalmente, com você. Você precisa elevar o gênero para outro patamar ao trabalhar com produtores que realmente possam não apenas fazer algo comercial e, sim, artístico de verdade. Ninguém te apresentou a Arca? Ou quem sabe o El Guicho? Ou qualquer outro que possa colaborar com você em um trabalho que subverte o funk, fundindo com estilos e gêneros diversos? Não tem ninguém no seu círculo de amizades com esse tipo de visão? É sério que a Rosalía ainda vai ter que carregar a tocha mainstream de revitalizar a música latina sem nem ser latina? Na resenha de Funk Rave escrevi que a “batida que mistura eletrônico e funk é até bem montada, porém, assim como outras canções da cantora, não tem nada excitante ou/e criativo para que possa elevar a sonoridade da cantora”. E muitos falam sobre a sua sexualização. Não acho que seja problema, pois uma amiga sua fez isso é hoje é a rainha do pop. O problema é dona Madonna tinha uma visão artística tão apurada que usou o sexo para ser parte da sua evolução pop desde o começo. E não apenas para criar frases como “I used to be a hoe, but now I ain't no more” em Used To Be apenas com o efeito de ser uma frase de efeito. E nem vamos falar de Casi Casi que é ponto mais baixo no fundo do poço. Quero realmente poder chegar algum momento em que apenas irei elogiar o seu espetacular álbum que tenho certeza pode ser o momento da sua carreira de consagração suprema. Enquanto isso, Anitta peço que apenas pare. Um grande abraço.
notas
Funk Rave: 4,3
Casi Casi: 3,5
Used To Be: 4,7
Média Geral: 4,1

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