Fanfare
Dorian Electra
Sabe quando tudo de bom demais pode ser um problema? Então, Fanfare du Dorian Electra sofre exatamente desse mal já que termina sendo um compilado excitante e exagerado de uma sonoridade que precisaria de algumas aparas em vários momentos.
Terceiro álbum da sua carreira, o álbum é um elétrico, explosivo e divertido trabalho que mistura hyperpop, industrial rock, electropop e indie pop em uma sonoridade gigantesca. Essa decisão é completamente compreensível devido ao que a sonoridade que apresentar ao ser grandiosa, cacofônica e de uma atmosfera que parece que vai explodir nossos ouvidos. E isso funciona na primeira metade do álbum, mas tudo perde força na sua metade final devido exatamente da sua força exagerada. Faltou dar para a sonoridade do álbum nuances que pudessem criar uma jornada com altos e baixos, nuances e saídas que quebrassem expectativas. É como a gente fosse levado a uma corrida em linha reta que apesar da adrenalina da velocidade é deixado de lado a graça de explorar as variações de uma estrada com suas curvas, bloqueios e atalhos.
Por isso, quando a gente está nessa loucura inicial é ótimo, mas vai ficando cansativo com o passar do tempo. Ainda resulta em um álbum divertido ao extremo, porém, certa graça é perdida devido a e tornar previsível e meio arrastado. Outro erro é a produção vocal do álbum. Mesmo gostando da maioria das decisões para as performances de Dorian, o resultado final é atrapalhado por decisões equivocadas que querem criar uma personalidade distinta para a voz du artista, mas atrapalham o andamento da canção e, algumas vezes, tornam difícil entender o que está sendo cantado. Gosto do tom sexual, provocativo, ácido, levemente vulgar e bem construídos das composições, mesmo que ainda tenha faltado certa profundida em momentos que poderiam ser ainda mais espetaculares. Freak Mode é um desses ótimos momentos líricos que representa bem o espirito de todo álbum “que é construída na base da fusão entre o trash com o campy como um bom filme do John Waters”. Todavia, o melhor momento do álbum é ótima Sodom & Gomorrah “que entrega uma sensual, ácida e eletrizante mistura de pop rock, industrial com hyperpop que combina com a intenção da canção, adicionando uma deliciosamente indecente camada de sexualidade perfeita para a canção”. Na mesma medida está a canção que abre o álbum na envolvente Symphony e um pouco inferior, mas ainda interessante, está a batida marcante Idolize que lembra um pouco os trabalhos da Charli XCX. Uma demais para ser sensacional, Fanfare é ainda um trabalho que faz du Dorian Electra ser tão memorável. Apenas precisou de um pouco de controle ao final.
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