31 de março de 2014

Uma Segunda Chance Para "Moves Like Jagger"

Moves Like Jagger (feat. Christina Aguilera)
Maroon 5


Ainda tento entender o motivo do imenso sucesso que Moves Like Jagger obteve sendo o terceiro single mais vendido digitalmente de todos os tempos. Acredito que a combinação de dois mega estrelas e a ótima promoção que a canção recebeu ajudou a transforma-la no hit que foi. Pois, se for contar com a qualidade em si, a situação poderia ser bem diferente. 

Moves Like Jagger é pop rock/pop dance que recebeu um verniz excepcional, mas, na verdade, foi utilizado apenas cobrir a fragilidade do seu "interior". Começamos com a fraca participação de Aguilera na canção: sua presença parece apenas querer dizer que "ei, eu ainda estou no jogo e ainda tenho um vozeirão" já que sua participação é tão sem graça não acrescentando nada para a canção. Sem contar o fato da pouco química entre ela e Adam Levine que poderia ser bem melhor trabalhada. Por sua vez, Adam faz o trabalho direitinho, mas sem ousar para não causar algo estranheza. A batida é contagiosa, mas extremamente repetitiva e quase genérica demais. Mesmo tentando soar como uma homenagem à Mick Jagger, Moves Like Jagger é emendado de clichês sexuais que ao menos entrega um refrão aceitável. Moves Like Jaggervai continuar sendo para mim um daqueles mistérios que eu nunca vou entender.
nota original: 6
nota atual: 6

Resultado Final: Uma canção morna que não reflete o sucesso que alcançou.
Resenha Original

30 de março de 2014

The Golden Girls

Word Up!
Little Mix

Não tenho dúvidas que nesse exatamente o melhor grupo pop estilo boy/girl band é o Little Mix. Até mesmo
em regravações as meninas inglesas mandam muito bem.

Word Up! é uma regravação de uma canção do grupo americano de funk/R&B Cameo e foi lançada para promover a campanha humanitária Sport Relief. O grande trunfo da produção foi trazer o estilo original da canção (uma mistura pop com funk), moderniza-lo e o adequar com a proposta do grupo em uma batida mais atual e pop chiclete, mas sem perder a essência original. Divertida do começo ao fim, Word Up! tem uma composição bem legal e com um refrão viciante mesmo que não não seja um trabalho genial. Novamente, os vocais das quatro garotas estão perfeitas na harmonia entre suas vozes e mostram personalidade nos seus solos. Realmente, o Little Mix vale ouro!
nota: 7,5

28 de março de 2014

A Tradição Minaj

Lookin Ass
Nicki Minaj


Na curta e prolifera carreira da Nicki Minaj já se tem uma tradição firmada: ela sempre lança um single hip hop para depois lançar um single pop. Ela lançou recentemente o single Lookin Ass, o single hip hop.

A canção que faz parte do segundo álbum do grupo colaborativo da gravadora do Lil' Wayne, o Young Money, intitulado Young Money: Rise of an Empire. Há rumores que a canção será inclusa no terceiro álbum solo de Minaj The Pink Print que deve ser lançado ainda esse ano. Lookin Ass não é exatamente a melhor canção que Minaj já entregou, mas mostra um bom caminho que ela pode seguir nos seus próximos trabalhos: uma batida mais minimalista e clean. Aqui, a produção de Detail poderia mostrar mais personalidade, mas a semente foi plantada. Nicki faz uma performance ok, mas o que pesa negativamente na canção é a sua letra fraca que parece que não fala nada com nada. Outra coisa que virou tradição é que o single hip hop sempre flop e com Lookin Ass não foi diferente. Agora é esperar o single pop e ver se Nicki é uma mulher de "tradição".
nota: 6

27 de março de 2014

A Senhora é Destruidora Mesmo, Beyoncé!

Partition
Beyoncé

Eu vou ser bem direto para definir Partition da Beyoncé: destruidora de carreiras. Que me desculpe quem não ache isso, mas em apenas cinco minutos e dezenove segundos Bey coloca no chinelo algumas carreiras inteiras de cantoras pop espalhadas por aí. Nem vou citar nomes para não dar mais polêmica do que esse post pode gerar, mas se vocês pensarem bem irião saber de quem estou falando.

O primeiro fator que faz Partition ser tão genial é a maneira como ela foi composta. Beyoncé nunca foi tão sexual, sensual e safadinha em uma canção como ela está aqui. Porém, o que poderia cair na vulgaridade, já que em várias vezes a composição se mostra bem explicita, é contornado pela inteligência dos compositores. Liderados por Timbaland ao lado da própria Bey, do Justin Timberlake e do The-Dream e mais quatro nomes, a letra de Partition (e da sua introdução Yoncé) é uma coleção genial de sacadas, "piadas" e tiradas que misturam claras referencias sexuais com referencias pop. Essa construção tão bem pensada, aliada com o ótimo jogo de rimas e o trabalho fonético, transforma a música em um trabalho original, inovador e a frente do que ouvimos na atual música pop. 

Como escrevi anteriormente, a canção é dividida em duas partes: o começo é a introdução Yoncé e depois vem Partition. Por causa disso, a produção (quase o mesmo o mesmo time dos compositores) poderia pesar a mão e não conseguir "casar" as duas partes da canção a transformando em uma colcha de retalhos, mas o trabalho aqui é tão bem feito usando efeitos sonoros em uma "ponte" perfeita que não deixa essa falha acontecer. Além disso, os estilos das duas partes se "unem" de maneira irretocável. De uma maneira geral a canção é hip hop que une dancehall, pop e eletrônico em uma batida mais simplista, mas não menos refinada. A diferença entre as partes está na intenção de cada uma: Yoncé é mais dançante/hip hop, enquanto Partition é mais sexy/eletrônico. Por fim, Beyoncé entrega a performance vocal perfeita transitando entre estilos e mostrando versatilidade. A única coisa que posso criticar é o fato de Beyoncé ainda não ter começado a divulgar Partition: minha senhora, você tem um possível arrasa quarteirão nas mãos e não faz nada para ajudar? Vamos botar essa sambica para dançar que ainda dá tempo!
nota: 10

26 de março de 2014

Que Porra É Essa?

Shot Me Down (feat. Skylar Grey)
David Guetta


Eu devo admitir que em certos momentos do meu trabalho como blogueiro eu preciso parar um pouco e me perguntar: "Que porra é essa?". Esse momento de puro questionamento filosófico aconteceu recentemente quando eu ouvi o novo single do DJ/produto francês David Guetta, Shot Me Down. O motivo? Simples: não acreditei na falta de noção de lançar uma música como Shot Me Down.

O grande problema de Shot Me Down é pegar a canção Bang Bang (My Baby Shot Me Down), um clássico que ficou famoso na voz da Cher e depois com Nancy Sinatra, e transforma em uma farofa completamente genérica mutilando quase que por completo a canção original. Se baseando na versão de Nancy, Shot Me Down coloca algumas partes da música sendo intercalado por uma batida sem graça e completamente reutilizada de outras canções. A grande sorte de David em Shot Me Down é que a canção original é tão sensacional que ajuda essa nova versão ter algo de bom. Além disso, Skylar Grey faz um trabalho decente nos vocais mesmo que seja quase uma imitação dos vocais de Nancy. Esse foi o momento "que porra é essa?" da semana, até a próxima amiguinhos!
nota: 5

25 de março de 2014

No Mundo De GaGa

G.U.Y
Lady Gaga

No fantástico mundo da GaGa tudo pode acontecer como, por exemplo, lançar o terceiro single de Artpop seis meses depois do segundo. E sem ao menos lançar o aguardado clipe desse último, GaGa vai lá e lança o clipe do novo single. Ao menos, a escolha da canção foi boa.

G.U.Y tem uma produção sensacional da própria GaGa ao lado do DJ Zedd, expoente do eletrônico e dono do sucesso Clarity. A produção acerta em cheio na construção de uma batida que consegue casar a batida eletrônica clássica com uma vertente mais pop chiclete e mais comercial sem resultar em algo sem rumo e com um perfil retalhado. Gosto dos vocais de GaGa, em especial, das partes dos versos que a voz dela brilha sozinha sem os efeitos que aparecem no refrão. A composição não é genial, pois peca ao ser genérica no seu tema já que a própria cantora já falou de sexo de uma forma bem mais provocativa e interessante. Só que também não é um tiro no pé conseguindo um resultado redondinho. Sim, esse é o mundo da GaGa. Durma-se com um barulho desse.
nota: 7,5

24 de março de 2014

Faixa Por Faixa - Votação 4

Como vocês sabem, as escolhas dos álbuns que serão resenhados no Faixa Por Faixa estão sendo escolhidas através de votações aqui no blog. Dessa vez resolvi aceitar a indicação do leitor Ultraviolenicius (@bobonicius) que pediu para resenhar o CD Let's Talk About Love da Céline Dion. Porém, como isso é uma votação essa indicação irar concorrer com um outro CD: Falling into You da Céline Dion! Os dois maiores sucesso da canadenses que estão até hoje entre as maiores vendagens de todos os tempos vão se enfrentar para serem o próximo álbum no Faixa Por Faixa. Então, quem vocês escolherem: o CD que tem Because You Loved Me (Falling Into You) ou que tem My Heart Will Go On (Let's Talk About Love)? Votem!



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23 de março de 2014

Primeira Impressão

Shakira
Shakira


Eu gosto da Shakira. Talvez seja devido ao fato que no começo da sua carreira, ela estourou no Brasil com o sucesso de Estoy Aquí em 1996 e sempre vinha para o nosso país para fazer apresentações em programas dominicais tanto que até aprendeu a falar português. Também minha afeição veio do fato que a colombiana sempre se mostrou uma pessoa extremamente carismática e afetuosa com o público. Claro, sempre admirei seu lado artístico, pois a considero uma das artistas mais completa e versátil do mundo pop. Dito isso, eu devo admitir que os últimos lançamentos delas me deixaram um pouco decepcionado. Seja o estranho She Wolf  ou o bonzinho Sale el Sol não refletiram precisamente o talento dela ou chegaram perto da qualidade do projeto Oral Fixation (tanto em espanhol e inglês). Então, por isso fiquei com o pé atrás para ouvir o décimo álbum da carreira dela intitulado apenas de Shakira. Porém, minhas expectativas não se cumpriram, pois o trabalho é bem melhor do que eu esperava.

Shakira, o álbum, carrega todas as melhores qualidades da cantora como artista: uma deliciosa mistura rítmica envolvendo vários estilos com uma qualidade insuperável de produção e realização. O álbum talvez seja o mais "redondo" em relação a sonoridade na carreira de Shakira, pois não faz uma salada mista de sons e batida que poderia descambar para uma coleção esquizofrênica de canções com influências completamente diferentes uma da outra como aconteceu com She Wolf. O que aconteceu aqui foi um refinamento mais apurado o que deu uma coesão para as escolhas no que tange a produção geral do CD. Mesmo assim, Shakira utiliza uma dezena de estilos para criar seu álbum indo do pop passando pelo rock e reggae e chegando até no country. 

Como relatou a própria Shakira em uma entrevista dada para o Fantástico recentemente, pela primeira vez em sua carreira, ela deixou as rédeas da produção mais "frouxas" para se dedicar mais ao filho. Porém, ela não se afastou muito, pois das 15 faixas do álbum apenas 3 não tem o nome dela creditado como produtora e apenas 2 das canções ela não está creditada como compositora. Isso mostra o quanto empenhada a colombiana é dedicada ao seu trabalho como poucas artistas pop fazem na atualidade. Apesar disso, a adição de produtores que nunca trabalharam com Shakira dá para o trabalho o acabamento e a personalidade necessários para elevar o resultado final. Um ótimo exemplo disso é a faixa Empire, uma balada pop rock épica maravilhosa que está entre os melhores momentos do álbum. As composições não são exatamente trabalhos que posso classificar com geniais, porém, Shakira ao lado de seu time consegue  um resultado bem acima da média sabendo dosar o lado mais pop com um lado mais pessoal sem cair em pieguismos baratos. Um ponto que sempre critiquei é a voz da Shakira quando ela abusa do seu tom único, mas esse trabalho mostra a maturidade vocal dela ao saber utilizar sua voz da melhor maneira possível e mostrando uma incrível versatilidade que chega até estranhar em alguns momentos como na delicada Broken Record, mas que acaba sendo outro ótimo momento. Outros destaques são a deliciosa You Don't Care About Me que pede para ser single, 23 feita em homenagem ao seu filho, Medicine que é a surpreendente parceria com Blake Shelton (colega do The Voice) e linda Loca Por Ti e That Way. Infelizmente, nem tudo são flores: além do fraco dueto com a Rihanna (Can't Remember to Forget You), o álbum conta com uma tentativa mediana de fazer pop rock romântico em Spotlight que parece ser uma homenagem ao maridão, a dispensável Chasing Shadows e a participação "vergonha alheia" do Carlinhos Brown em La La La (Brasil 2014). Mesmo assim, o álbum não perde muito em qualidade e o resultado final é sólido e bem mais do que satisfatório: prova que Shakira ainda é a artista que eu sempre vi, mas que estava apenas "apagadinha".

Primeira Impressão

A Perfect Contradiction
Paloma Faith


Tentar reproduzir uma sonoridade que ficou marcada em um período do tempo é sempre uma missão arriscada. Quando o resultado é bom, temos obras como Back to Black da Amy Winehouse. Quando o resultado fica aquém do esperado, temos obras como o novo álbum da Paloma Faith, o apenas legal A Perfect Contradiction.

A Perfect Contradiction não é exatamente ruim, longe disso, pois o terceiro álbum da carreira da inglesa consegue ficar um pouco acima da média. Porém, Paloma tentou capturar e transmitir em apenas quarenta minutos toda a era de ouro da soul music sem saber se homenageia ou reinventa o estilo. Isso faz com que o trabalho não fale para o que veio sendo apenas uma coleção com altos e baixos de canções que poderia ser bem melhores. E nem é por falta de gente talentosa por trás, pois o álbum conta com nomes do primeiro escalão do soul/R&B como Pharrell Williams, Raphael Saadiq, Plan B, entre outros. Infelizmente, esse conjunto de nomes tão talentosos não conseguem dar uma coesão sonoro ou muito menos uma cara própria para o CD recheado de músicas até bem produzidas, mas que pecam pela falta de criatividade. Em compensação, Paloma encarna muito bem a diva soul usando de maneira primorosa todas as qualidade que a sua peculiar voz tem à oferecer sem abusar demais. Ela poderia brilhar muito mais se tivesse um material mais poderoso nas mãos, mas mesmo assim a cantora se muito bem. As composições, em sua maioria, falam sobre desilusões amorosas e são trabalhos que variam entres momentos bons e outros momentos  apenas na média. Entre os principais destaques do álbum estão as faixas Take Me e sua letra bem "safadinha", Only Love Can Hurt Like This e sua inspiração em canções da The Supremes, Taste My Own Tears que usa sample de A Change Is Gonna Come e a boa balada Love Only Leaves You Lonely. Mesmo com um resultado abaixo do esperado, A Perfect Contradiction mostra um pouco da capacidade de Paloma que apenas precisa de uma melhor produção para que possamos ver toda a sua glória. (Uma coisa que posso classificar com excelente é a capa do álbum. Uma verdadeira obra de arte)

22 de março de 2014

Faixa Por Faixa

CD: Who You Are
Artista: Jessie J
Gênero: R&B, pop
Vendagem: Mais de 2,2 milhões de cópias
Singles/Peak na Billboard: Do It Like a Dude (UK: 2°), Price Tag (UK: 1°, US: 23°), Nobody's Perfect (UK: 9°), Who's Laughing Now (UK: 16°), Domino (UK: 1°, US: 6°), Who You Are (UK: 8°) e Laser Light (UK: 5°),
Ano: 2011








21 de março de 2014

Mágica Dorminhoca

Magic
Coldplay


O Coldplay está de volta. Prontos para lançar o sexto álbum da carreira (Ghost Stories), o grupo liderado pelo Chris Martin divulgou o primeiro single do trabalho a canção Magic. Nela podemos encontrar as qualidades e os defeitos que faz o Coldplay a banda que é hoje em dia.

Magic retoma a sonoridade mais pop alternativo misturado com rock que eles mostraram no começo da
carreira. Isso é bom, mas a produção dividida em várias mãos erra ao elaborar uma canção grande demais que só vai decolar de verdade quase no seu final. Enquanto isso ficamos ouvindo uma batida bonitinha, mas repetitiva e cansativa depois de algum tempo. A composição é uma das mais bobas do grupo até agora ajudado por um refrão quase vergonhoso. Ao menos Chris segura bem a canção em uma performance simples e delicada, pois, se não fosse isso, a canção iria ser uma bomba bem grande. É o Coldplay para o bem ou para o mal.
nota: 6

20 de março de 2014

No Automático

Automatic
Miranda Lambert


Não há como negar que a cantora Miranda Lambert é um dos principais nomes do atual country americano, principalmente devido a sua excelência mostrada nos seus quatro primeiros álbuns. Então por isso, é com um pouco de espanto que escrevo essa resenha para fazer uma critica negativa de uma canção da cantora.

Automatic abre os trabalhos para o seu quinto álbum intitulado Platinum. A canção não é ruim, mas sofre de um problema bem sério: é chata. O single fala sobre levar a vida de uma maneira bem mais simples em contrapartida da vida automatizada e "automática" que vivemos hoje em dia. A composição é boa, mas não tem o encanto de outros trabalhos de Miranda. Com uma interpretação segura, a cantora segura bem a canção sem adicionar nada de novo. A produção comete o erro de fazer de Automatic uma canção certinha demais que parece feita para qualquer cantora "genérica" de country. Isso tira personalidade da canção deixando Mirando parecer estar no automático. Espero que ele peque no tranco e acelere para os próximos singles.
nota: 6

19 de março de 2014

Primeira Impressão

Braveheart
Ashanti


Sabe quando eu fico batendo na mesma tecla sobre o quanto o R&B hoje em dia não é valorizado no grande mainstream e tal e mesmo assim o estilo sobrevive. Então, hoje em vim falar disso, mas de uma maneira diferente: hoje vou mostrar um dos motivos pelo fato do R&B está tão em baixa. Infelizmente, a "culpa" vai cair inteiramente sobre o colo da cantora Ashanti e seu quinto álbum, o péssimo Braveheart.

Braveheart é uma coleção de músicas que apenas recicla, reedita e não acrescenta nada de novo ao estilo. Só que mais isso, a produção do álbum descamba para uma sucessão de erros em cima de erros que transforma cada faixa em uma bomba atômica. Nada dá certo aqui: seja a sonoridade capenga e sem nenhuma inspiração ou os arranjos pobres e mal construídos. Não há nada de bom que posso ressaltar em toda a execução de Braveheart. Devo admitir que fiquei com pena de ouvir Ashanti completamente perdida aqui em interpretações fraquíssimas, sem nenhuma força ou sentimento verdadeiro que possamos nos "segurar" e com uma produção canhestra que não sabe utilizar as qualidade vocais da cantora. As composições seguem esse mesmo caminho sendo letras monótonas, canhestras e, em certos momentos, vergonhosas. Para piorar ainda mais, Braveheart poderia ser um álbum conceitual já que usa do filme Coração Valente (o nome em inglês vem do filme estrelado por Mel Gibson) como tema, mas tudo se perde logo após a primeira canção e só vai ser retomado de verdade na última música. O que poderia ser aproveitado como um trunfo e uma força motriz para o álbum é jogado no lixo. Uma pena que o motivo do flop da Ashanti seja a qualidade (ou a falta de) de Braveheart. O R&B não merece isso.

18 de março de 2014

De Aguilera Para Lott

Nasty
Pixie Lott


O que Christina Aguilera e a inglesa Pixie Lott têm em comum, além do fato de serem cantoras e loiras? Então, não muito além do que eu já citei, mas a partir de agora elas compartilham uma música. Nesse caso, eu estou me referindo a canção Nasty.

Vamos as explicações: Aguilera gravou ao lado do CeeLo Green uma demo intitulada Nasty para fazer parte da trilha do filme Burlesque. Porém, a faixa não foi usada devido a problemas legais sendo vazada algum tempo depois. Então, a canção caiu no colo da Pixie que a regravou e a lançou como primeiro single do seu novo álbum homônimo que deve ser lançado no começo de Maio. Para sorte de Pixie e azar de Aguilera, Nasty é uma canção muito boa.

A mistura de pop com old school soul consegue criar uma música divertida, dançante e bem produzida canção. Nada excepcional, mas Nasty tem uma vibe interessante carregando bastante personalidade e sem perder o charme pop que a faz uma ótima pedida para tocar nas rádios. A composição do CeeLo e de Claude Kelly é um trabalho cativante sabendo dosar a sexualidade impressa pelo tema da canção. Mesmo entregando uma boa performance, Pixie fica à sombra de Aguilera (quem não ficaria?) ainda mais com certos maneirismos que parecem querer imitar a americana como um agudo no final da canção. Só que de qualquer forma quem sai ganhando no final é a Pixie por ser a "dona" final de Nasty.

17 de março de 2014

Uma Outra J.Lo

I Luh Ya Papi (feat. French Montana)
Jennifer Lopez

Ninguém pode dizer que Jennifer Lopez não é uma mulher de fibra. Depois de passar um período de crise na sua carreira musical, a cantora se reergueu com o mega hit On The Floor. Dois anos depois, J.Lo está armando o seu retorno e vai tentar de tudo para voltar ao topo. Lançando algumas músicas que serviram como "buzz single", inclusive com clipes, chegou a hora de ser revelado o primeiro single oficial do seu próximo álbum: a divertida I Luh Ya Papi.

A canção marca a volta de Jennifer para uma sonoridade mais urban que ela tinha no começo da carreira, em especial na época do álbum remix J to Tha L-O! The Remixes. Nada muito inovador ou sensacional, mas I Luh Ya Papi tem uma produção correta e que consegue entregar um arranjo amarradinho e comercial. É difícil não ficar com a batida na cabeça depois de ouvir. A maior qualidade da canção é não se levar muito à sério em uma divertida composição. Tão fútil e despretensiosa que dá certo (mesmo com esse nome ridículo). J.Lo está bem nos vocais sem expor seus defeitos e carregando com carisma a canção e a participação do rapper French Montana não adiciona nada para a canção. I Luh Ya Papi pode até flopar, mas ninguém pode acusar Jennifer de não tentar.
nota: 7

Primeira Impressão

Kiss Me Once
Kylie Minogue


A primeira coisa que você precisa saber sobre o décimo segundo álbum da carreira da Kylie Minogue é simples: Kiss Me Once não vai mudar o cenário pop atual. Colocando esse fato de lado, vamos a boa noticia: Kiss Me Once é um ótimo álbum de pop e, por consequência, um ótimo trabalho da Kylie.

Independentemente do resultado final e geral de qualquer trabalho da Kylie sempre podemos observar uma característica que é intrínseca da cantora australiana: o cuidado em entregar um produto de qualidade. Não importa se você vai gostar ou não do que é mostrado, mas não podemos negar que a cantora se cercou do melhor para construir seu álbum. Ao contrario de jovens estrelas, Kylie não está disposta em fazer um álbum apenas por fazer resultando em um caça níquel barato. Kylie é uma artista e quer mostrar a sua arte da melhor maneira possível. Dito isso, nos concentramos em Kiss Me Once em si.

Kiss Me Once é um álbum pop redondinho e sem nenhuma inovação, mas que entrega o que um CD de pop deve ser: divertido, dançante e despretensioso. Trabalhando com produtores pouco conhecidos (exceto o Pharrell Williams) que tem um grande currículo por trás, Kylie consegue manter intacta sua sonoridade já refinada há anos e ao mesmo tempo dar uma leve envernizada com algo mais "moderninho". Com isso Kiss Me Once ganha uma personalidade que reflete sua dona sem precisar recorrer a lugares comuns ou estratégias safadas para atrair o público. Kylie sabe quem é o seu público e faz para eles. Pena que nem todas as canções funcionam perfeitamente como poderiam como é o caso da faixa que dá nome ao álbum Kiss Me Once (boa, mas não marcante o suficiente) e o Beautiful  que é o dueto com Enrique Inglesias (uma balada bonitinha, mas que não decola em nenhum momento). Quando tudo sai direitinho temo momentos deliciosos como a dançante Million Miles e o ótimo primeiro single Into The Blue. Kylie não é uma cantora com uma grande extensão vocal, mas sempre soube como usar todas as qualidades da sua delicada voz para entregar interpretações perfeitas para cada canção. Sem usar de efeitos vocais em excesso a cantora mostra como uma cantora de pop dever ser sem perder a sua áurea pop. As composições são eficientes e perfeitas para o que um álbum pop pretende ser: uma coleção de letras contagiosas, descontraídas e bem construídas, especialmente nos refrões em que reside a alma de uma canção pop. Dentro de Kiss Me Once há quatro momentos que condensam de uma vez só todas as qualidades de Kylie: a sensacional Sexercize, a viciante Les Sex, o "tributo" sensacional à Marilyn Monroe em Mr. President (tudo o que Work Bitch deveria ser) e a linda mid-tempo balada Sleeping With the Enemy (essas duas são parte da versão deluxe do álbum). O resultado final de Kiss Me Once é simples e direto: Kylie Minogue continua sendo a Kylie Minogue, ou seja, uma diva pop de verdade.

15 de março de 2014

O De Menor

Animals
Martin Garrix

Nos últimos tempos tem despontando muitos artistas que ainda nem ultrapassaram a casa dos dezoito anos. Um desses nomes é o DJ/produtor Martin Garrix que com apenas 17 anos já conseguiu emplacar seu primeiro número um nas paradas inglesas com a canção Animals.

Basicamente, Animals é um house/eletrônico com base quase todo instrumental que por ter um sample da canção What It Is do rapper Busta Rhymes com a cantora Kelis e com composição de The Neptunes (grupo do Pharrell Williams). Mesmo não sendo uma grande novidade, Animals consegue mostrar, em pequenas doses, o talento do jovem Martin em construir uma canção sólida e com boas nuances ao longo dos quase intermináveis cinco minutos de duração que o single possui. Ainda muito cedo para falar do futuro do DJ já que ele precisa crescer, literalmente, para poder desabrochar todo o seu talento.
nota: 6 

14 de março de 2014

Primeira Impressão

The Outsiders
Eric Church


Eu acho que depois de quase seis anos de blog tenho a liberdade de fazer uma pergunta bem intima para vocês, meus leitores: vocês confiam em mim? Sim, gostaria de saber se dentro da nossa relação de autor/critico e leitor, vocês podem me dar um voto de confiança e seguir a risca um conselho meu? Se a resposta for sim, peço que vocês deem uma chance e ouçam o álbum The Outsiders do cantor americano Eric Church. Sim, eu estou pedindo para que vocês se despirem de todo e qualquer preconceito que tenhamr em relação ao country, pois The Outsiders é bem mais que apenas um CD de country. The Outsiders é simplesmente um álbum excepcional.

The Outsiders já está na liderança e deve permanecer entre as melhores produções instrumentais do ano. Cercado por uma banda inspiradíssima, Eric Church entrega faixas de um poder sonoro acachapante. Não há só um momento que seja ao menos bom, mas cada segundo vale a pena ser apreciado em toda a sua complexidade indo do mais elaborado até o mais simples sem perder a qualidade. Só que a primazia do álbum vai bem além de apenas arranjos perfeitos: boa parte do brilho do álbum vem da sua sonoridade. Os grandes responsáveis por isso é o próprio Eric que buscou quebrar as amarras da sua sonoridade e o produtor Jay Joyce que comandou o "barco" de maneira primorosa, por isso The Outsiders é bem mais que um CD de country, mas uma evolução/fusão do gênero com rock e blues criando uma sonoridade única, rica, marcante e impressionante. Por causa disso, The Outsiders se torna um disco divisor de águas para o cantor e que pode influenciar novas gerações. Não apenas como o álbum é produzido que excede as expectativas, mas como é construído a sua estrutura como, por exemplo, colocar a balada minimalista e tocante A Man Who Was Gonna Die Young logo após da grandiosa The Outsiders (faixa que dá nome ao álbum). A decisão não quebra a ritmo do álbum, mas coloca um tempero diferente e mostra a ousadia da produção. Eric domina cada faixa de maneira irrepreensível conseguindo mostrar toda a versatilidade que a sua grave e distinta voz pode oferecer seja nas canções em que ele encarna sua versão "mais country", nas canções em que ele encarna sua versão roqueira e nas canções em que ele apenas "narra". Em um tempo em que ouvimos a banalização cada mais acentuada das composições, The Outsiders é um oásis em que as canções recebem letras inspiradas em que podemos ver a personalidade de um artista sendo revelada desde os momentos mais despretensiosos até os mais íntimos em tom de confissão. Como sempre escrevo para álbuns com essa qualidade, The Outsiders é um álbum para ser ouvido por inteiro. Contudo, se fosse para apontar um momento que vai ficar na minha cabeça por muito tempo, eu indicaria a dobradinha de Dark Side e Devil, Devil (Prelude: Princess of Darkness), pois nessas duas podemos ver todas as qualidades de uma vez só que falei durante esse texto. Então, dêem um voto de confiança para esse blogueiro. Se não gostarem de The Outsiders peço desculpas. Se gostarem, nem precisam agradecer!

2 Por 1 - Eric Church

The Outsiders
Give Me Back My Hometown
Eric Church


Do novo álbum do cantor Eric Church já foram lançados dois singles: The Outsiders (que dá nome ao álbum) e Give Me Back My Hometown. Começo pela primeira.

The Outsiders abre o álbum de uma maneira espetacular: em apenas quatro minutos e algum segundos, Eric entrega uma inspiradíssima colisão de rock com country em uma canção poderosamente épica. The Outsiders tem como seu principal triunfo a construção de um assombroso e acachapante arranjo que vai crescendo ao longo da sua execução chegando em um ápice final estrondoso. Eric carrega a ótima letra sobre as pessoas "excluídas" de maneira sensacional mostrando versatilidade dando diferentes tons para a sua interpretação.



Menos sensacional está a boa Give Me Back My Hometown. A canção tem um tema pouco comum para quem apenas ouve pop: o orgulho da sua cidade natal. Bem composta, Give Me Back My Hometown mostra um pouco de um sentimento que as vezes a gente esquece durante o dia a dia que é esse sentimento de apego à terra natal. O arranjo segue bem mais tradicional em comparação com The Outsiders, mas também tem uma qualidade inegável assim como a boa interpretação de Eric. Dois triunfos de um álbum sensacional.

nota
The Outsiders: 8,5
Give Me Back My Hometown: 8

13 de março de 2014

Parece, Mas Não É. Ou Quase.

Love Don't Die
The Fray


Love Don't Die é uma canção co-escrita pelo Ryan Tedder, mas não é do OneRepublic. Love Don't Die tem
produção do Ryan Tedder, mas realmente não é uma canção do OneRepublic. Love Don't Die. Então, de quem a canção Love Don't Die? Resposta: da banda The Fray, ou seja, uma banda que segue o mesmo caminho do OneRepublic, mas não são eles.

O single segue o mesmo esquema de qualquer produção mediana do Ryan Tedder: pop rock farofa, mas com produção decente. É bem nítida a pegada do produtor na construção do arranjo bem marcado por uma batida de percussão. Nada de novo é acrescentado e a canção acaba ficar com gosto de "requentado". A atuação do vocalista da banda é tão genérica e sem sal que a fica parecendo mais uma demo do que um produto feito. Se ao menos Love Don't Die fosse do OneRepublic não iria parecer uma cópia tão barata.
nota: 5,5

12 de março de 2014

A Trindade Latina

Adrenalina (feat. Jennifer Lopez)
Ricky Martin & Wisin


Reuniões de grandes astros da música para participarem de uma música não é mais novidade para ninguém. Então, qual a novidade de Adrenalina? Simples: fazia muito tempo que três grandes estrelas latinas não se juntavam em uma música.

Adrenalina é o primeiro single do segundo álbum solo do rapper porto-riquenho Wisin (que faz dupla com Yandel), mas também serve como single para o Ricky Martin. A canção (em espanhol na versão do rapper e com partes em inglês na versão de Martin) é um bom pop latino em que a mistura de vários ritmos para criar uma sonoridade que consegue se encaixar com cada um dos participantes. O que a canção tem de melhor é a química entre Ricky, Wisin e Jennifer Lopez em que nenhum deles brilha mais que o outro ou que não conseguem ter o seu "momento". Não é exatamente um "evento musical", mas Adrenalina é um encontro feliz de artistas que conseguem transitar fora do eixo Estados Unidos - Europa.
nota: 7

11 de março de 2014

Primeira Impressão

Louder
Lea Michele


Vamos as boas noticias para o primeiro álbum da carreira solo da atriz/cantora Lea Michele: Louder não é tão ruim como tem alguns críticos falando por aí. Agora, as más noticias: Louder é um álbum bem fraco.

Louder é um álbum pop com uma produção instrumental correta, mas com uma sonoridade extremamente antiquada, sem inspiração e repetitiva. A grande atração do álbum é a voz de Lea Michele que consegue ser bem mais interessante do que uma boa parte das cantoras do grande mainstream de hoje. Porém, a produção erra ao não "disciplinar" Lea que repete aqui os velhos maneirismos de uma atriz com formação para musical. Não que seja ruim, mas a expectativa era que a jovem pudesse demonstrar versatilidade e encarna-se a sua faceta cantora pop ou menos conseguisse imprimir a sua personalidade teatral de uma maneira mais natural, algo que a grande Barbra Streisand consegui fazer. Boa parte da culpa é causada pela produção que não dá uma sonoridade ao menos interessante. As canções são bem feitinhas, entretanto, a construção peca gravemente ao fazer uma mistura de estilos de pop sem em nenhum momento definir a personalidade de Lea. Em outras palavras: Louder é uma colcha de retalhos desbotada. As composições também deixam a desejar e muito, pois são uma coleção de clichês, lugares batidos e falta de imaginação. Há alguns momentos que podemos achar qualidades como no single Cannonball, a homenagem contida ao namorado Cory Monteith em If You Say So e What Is Love?, a melhor música do álbum. Quem sabe o futuro não traga um bom trabalho para Lea? Acho que ela merece bem mais que esse Louder.

10 de março de 2014

Apenas uma Batida Safada

Turn Down For What
DJ Snake & Lil Jon


Ainda me espanto como tem gente que ainda cai em certos truques da indústria fonográfica. O último desses truques está no sucesso da canção Turn Down For What, parceria do DJ Snake com o rapper de poucas palavras Lil Jon.

Turn Down For What é basicamente um Harlem Shake sem nenhum meme por trás, ou seja, uma grande picaretagem feita para enganar trouxas. A música não passa de um amontoado de clichês misturando house com variantes do hip hop em um arranjo sem inspiração que parece um looping eterno da mesma sequência da mesma batida acrescida de alguns detalhes quase insignificantes. Não nego que a batida no começo é marcante, mas a safadeza aumenta tanto durante a canção que fica impossível tecer qualquer elogio para a canção. Ainda mais quando a grande participação do Lil Jon se resume a gritar o nome da canção repetidamente até o fim. Safadeza é pouco.
nota: 4

8 de março de 2014

Abram Alas Para Iggy

Fancy (feat. Charli XCX)
Iggy Azalea

Não podemos negar que a rapper australiana Iggy Azalea está fazendo tudo certinho para estourar sua carreira esse ano. A prova cabal disso é o quarto single de The New Classic, a sensacional Fancy.

O grande trunfo da canção é conseguir imprimir uma identidade bem própria para Azalea ao saber misturar com maestria uma batida mais demarcada puxando para o hip hop com um verniz pop, mas que apenas agrega para canção sem fazer Fancy perder sua personalidade. Devido a isso, a canção ficou viciante daquele tipo que gruda desde a primeira "ouvida". A rapper ainda precisa encontrar seu próprio caminho já que em certos momentos ela soa como outras cantoras/rappers, mas sua performance aqui é poderosa e a boa participação da cantora inglesa Charli XCX ajuda a elevar a canção. A composição não tem muito conteúdo que é compensando pelo ótimo trabalho da sua forma com rimas boas, interessantes jogos gramaticais e refrão na medida. Além disso, Fancy ganhou um clipe sensacional com Iggy "imitando" o filme "As Patricinhas de Beverly Hills". Agora é saber se o grande público vai comprar Iggy Azalea. Pronta para consumo, ela já está.
nota: 8

7 de março de 2014

Primeira Impressão

G I R L
Pharrell Williams

Quem acompanha o blog deve já ter percebido, mas não custa nada deixar bem: eu sou fã do Pharrell Williams. Faz tempo que eu acompanhado a sua trajetória como produtor solo e no grupo The Neptunes que conta com praticamente quase todo o grande mainstream pop/R&B/hip hop e até mesmo rock. Além disso, acompanhei a carreira solo dele com o álbum In My Mind e todas os seus featuring ao longo dos anos. sempre fiquei intrigado com a má vontade de parte da impressa especializada com o trabalho do cantor/produtor, pois sempre considerei ele um dos melhores artistas com uma sonoridade única e a frente do seu tempo. Então, vocês podem imaginar o quanto "feliz" estou com o sucesso comercial (solo) que Pharrell está tendo nos últimos tempos impulsionado com o hit Happy e o quanto animado fiquei ao saber que ele iria lançar seu segundo álbum. O problemas é que G I R L não corresponde as minhas expectativas mesmo sendo um bom álbum.

G I R L é um álbum quase conceitual feito para celebrar o amor que Pharrell tem pelas mulheres. Isso é bom, pois ele consegue fazer isso de uma maneira elegante e respeitosa ao longo das 11 faixas. Só que a qualidade das canções fica exatamente entre o bom e o médio quase caindo para o fraco. Há vários momentos bobos ou de pouca inspiração em que Pharrell parece deixar exposta certa urgência na criação das letras o que parece ser resultado do fato do álbum ter sido lançado para aproveitar o sucesso dele. Mesmo assim o álbum tem bons momentos em que o artista mostra que sabe fazer letras para grudar na cabeça, mas com qualidade de primeira. As participações são de peso (Alicia Keys, Justin Timberlake, Miley Cyrus, Daft Punk, Timbaland e até mesmo do maestro Hans Zimmer), mas nenhuma delas fala para o que veio de verdade sendo apenas nomes nos créditos do álbum (talvez Alicia seja a mais relevante). Com produção exclusiva do próprio Pharrell, G I R L é um bom álbum neo soul/pop soul em que o artista mostra a sua personalidade a todo o tempo. Infelizmente, G I R L está preso em uma caixa sonora em que o produtor se colocou e não vai mais além do que ele já fez. Bom, mas faltou ousadia. Outro problema no álbum é a inclusão da ótima Happy: colocada aqui pelo fato do sucesso conseguido, a faixa é uma quebra da linearidade temática do trabalho resultando em um deslocamento da mesma. Mesmo assim, Happy é a melhor faixa de G I R L. Outros ótimos momentos são a canção Hunter em que Pharrell mostra sua influência do Prince e a faixa que abre o álbum, Marilyn Monroe. Mesmo não sendo o que poderia se esperar, Pharrell Williams ainda é o cara.

6 de março de 2014

2 Por 1 - Bastille

Pompeii
Of the Night
Bastille


Há um grande problema nas canções do grupo inglês Bastille que estão alcançando sucesso mundo a fora: elas são esteticamente ótimas, mas falta conteúdo. Muito conteúdo. Começamos com Pompeii.

Logo no começa a canção, que ficou em 6° na Billboard, tem uma introdução bem grandiosa com um coral que de vozes que lembra música celta. Então, a música começa, e mesmo com a repetição da introdução em vários momentos, a produção vai perdendo força se tornando uma canção repetitiva e sem brilho. Não é exatamente uma canção ruim, mas não consegue chegar nem perto do que o começo dá a entender. O caso mais grave é a canção Of the Night. 

Seguindo a mesma estrutura da canção anterior tendo uma sonoridade eletrônico alternativo, a canção pega dois samples de canções Rhythm Is a Dancer do Snap! e The Rhythm of the Night do Corona e o que poderia ser um "musicão" se transforma em uma canção sem estirpe e chata. Eles utilizam os samples de maneira interessante, mas o resultado final parece mais um remix que une as duas canções sem dá-las o devido valor. Para piorar a produção de Of the Night também não consegue fazer uma canção de verdade já que o resultado final parece um arremedo de canções sem nunca chegar a lugar nenhum. 

nota
Pompeii: 5,5
Of the Night: 5

5 de março de 2014

Exatamente o Que Diz o Título

Not A Bad Thing
Justin Timberlake


Demorou um pouco, mas saiu o terceiro single do The 20/20 Experience - 2 of 2 do Justin Timberlake. A
escolhida foi Not A Bad Thing, uma boa escolha até mesmo no nome.

Diferente dos outros singles, Not A Bad Thing é um pop mais tradicional, ou seja, Justin volta no tempo para a época do N'Sync. Não que seja ruim, mas é uma decisão bem estranha para um artista que estabeleceu sua sonoridade de maneira tão incisiva e inovadora. De qualquer maneira, a baladinha à base de violão mostra um lado mais "fofinho" de Justin em uma composição "bobinha", mas eficiente já que não é difícil acreditar nas intenções dele em querer ser o "amor perfeito" para amada. Claro, na vida real a gente sabe que ele não é bem isso... Só que isso fica para um outro post quando Justin não se vender tão bem como o "homem perfeito".
nota: 7,5

4 de março de 2014

Uma Chance Para Começar de Novo

The Man
Aloe Blacc


Alguns artistas conseguem ter uma segunda chance de "começar de novo" mesmo depois de já ter tido sua estreia oficial. Quem está vivendo esse momento é cantor americano Aloe Blacc. Dono de uma carreira já longa com dois álbuns lançados desde 2003 e com o sucesso internacional I Need a Dollar de 2010, Aloe viu sua carreira ser elevada a outro patamar ao ser o featuring do mega hit Wake Me Up do Dj Avicii do ano passado. Por causo desse sucesso o cantor está vendo a sua carreira solo ganhar novas proporções ao emplacar a sua canção The Man nas paradas americanas.

Single do seu terceiro álbum (Lift Your Spirit) The Man foi lançada no começo do ano e alcançou, sem muita divulgação, a posição de número de 13 na Billboard com uma vendagem total de mais de 1 milhão de cópias até agora. A principal qualidade da canção é sua sonoridade soul music, mas com uma produção moderna que enverniza de maneira elegante e bem dosada. Outro bom momento é o uso do sample de Your Song do Elton John como base do refrão. Aloe domina a canção com muita dignidade. Pena que a composição é mediana já que faltou uma apuração para refinar a mesma. De qualquer maneira, Aloe Blacc está (re)começando uma carreira que parece bem promissora.
nota: 7

3 de março de 2014

De Feminista Para Festeira

Air Balloon
Lily Allen

Versatilidade. Essa é a palavra que melhor descreve a nova fase na carreira da Lily Allen até o momentos. Preparando para lançar seu terceiro álbum (Sheezus, numa clara alusão ao Yeezus do Kanye West), Allen já foi da doce na regravação de Somewhere Only We Know para a sua versão sarcástica em Hard Out Here. Agora é a vez dela ser a Lily Allen pop/chiclete com a ótima Air Balloon.

Dessa vez Allen não está preocupada em mandar seu "recado", mas, sim, está querendo se divertir em uma composição deliciosamente estranha com várias ótimas sacadas que incrementa o resultado final. Há vários momentos inspirados como, por exemplo, as citações à Kurt Cobain e ao Elvis. A ingenuidade que a cantora se utiliza para interpretar a canção é perfeita ainda mais que o timbre dela ajuda bastante. Só que o melhor de Air Balloon é a produção que fica a cargo de Shellback: um eficiente, divertido, original e contagiante pop chiclete que se destaque por ter ótimas ideias em um arranjo perfeito. E que Lily continue a mudar de persona toda vez que lançar um novo single para o bem da humanidade.
nota: 8

2 de março de 2014

Primeira Impressão

Little Red
Katy B


Em um mar em que todos os peixes parecem exatamente os mesmos, quando aparece um que quebra a monotonia parece que houve uma revolução sem precedentes. Só que não foi nada disso, pois no final das contar um peixe sempre será um peixe. O que muda é que esse peixe apareceu no momento certo. Toda essa história de peixe é apenas para introduzir a resenha do álbum Little Red da britânica Katy B que mesmo não sendo a reinvenção da roda é o álbum certo que apareceu na hora certa.

Lançado no começo do mês, o segundo trabalho de Katy B é um eficiente, adorável e divertido coleção de canções eletrônicas que consegue se destacar da multidão por ser simplesmente diferente dos demais. Começa pelo fato de Katy B ir muito mais além dos esquemas de composições "vamos festejar" que é, basicamente, 90% dos temas das canções pop/dance/eletrônico de hoje em dia. Não que Katy não recorra a esse tema em alguns momentos, mas a intensidade que é depositada nas letras. Katy consegue colocar sentimentos verdadeiros mostrando todas as suas facetas das sombrias e melancólicas até as românticas e divertidas. Há um cuidado elogiável na elaboração lexical e semântico das composições criando imagens bem definidas e refinadas. Dona de uma voz bem delicada, Katy faz o contraste perfeito entre a produção em performances originais dando um toque especial para cada faixa sem usar de efeitos que mascarem sua voz deixando tudo mais natural possível. A produção fica, praticamente toda, a cargo do desconhecido Geeneus. Little Red tem uma sonoridade bem elaborada que faz com que Katy consiga se diferenciar do resto. O eletrônico é tratado aqui de maneira madura o que dá para o CD uma cara mais complexa e artística em relação ao que se ouve por aí, mas o grande problema em Little Red é que faltou uma pimenta para dar um gosto especial. O trabalho, de uma maneira geral é ótimo, só que não é tão marcante como poderia ser devido a sua linearidade já que nenhuma música "salta" instantaneamente nos ouvidos. Contudo, para quem tiver o cuidado de ouvir Little Red deve-se apaixonar pelo mesmo, em especial, pelas faixas Crying for No Reason, All My Lovin', Aaliyah com a cantora Jessie Ware e I Like You. Mesmo não sendo o suprassumo do eletrônico, Katy B mostrou que é um peixe para ser observado e admirado.